Quando pequena, acreditar em premonições ou utilizar da intuição para desvendar alguns mistérios fazia parte da minha vida. Podem chamar de coisa sobrenatural ou sexto sentido. Pode me chamar de bruxa se quiserem, mas sempre funcionou muito bem, menos quando eu pensava que havia sonhado. E isso com certeza não era um sonho.
Eu estava trancada dentro do banheiro enquanto a minha mente não parava de rodar. Quando você tem a absoluta certeza que você já viu alguém antes e não sabe o que fazer porque não se lembra exatamente de a ter visto, o que você faz?
Bem, a minha primeira reação é pirar. A segunda é tentar me acalmar, embora eu sinta com perfeição meus nervos pulando sobre minha pele. A terceira é tomar alguma atitude e perguntar se eu já o conhecia.
Mas o bizarro é que eu me lembraria se o tivesse visto. Eu me lembraria também graças à uma das minhas habilidades, que é lembrar de absolutamente tudo o que tivera acontecido na minha vida desde os 5 anos. E no meio desse amontoado eu teria certeza de ter visto alguém tão perfeito alguma vez antes. Eu me lembraria dele.
Mas eu não me lembro.
Mas eu me identifiquei com ele...
– Emily? - A porta bateu duas vezes. Era Melanie. Nosso código era duas batidas na porta caso não pudéssemos falar.
Respirei fundo.
– Pode empurrar.
Ela me viu sentada, e o olhar de dúvida em seus olhos me fez estremecer.
O que eu iria falar? Ela não sabia sobre meus dons ou premonições.
– Você está bem? Esta passando mal?
– Não, quer dizer, foi só uma tontura.
– Está grávida? - Ela colocou a mão na minha testa.
Eu sorri de leve.
– Sabe que isso é impossível.
– Ah por favor, há duas semanas você deu um amasso no Kevin, do que está falando?
– Não fizemos sexo, eu já disse um milhão de vezes! - Ela revirou os olhos.
– Acho bom mesmo, porque quando você perder a virgindade, quero que você me conte como foi, e se foi exatamente como eu disse que era.
Melanie perdera a virgindade com 15 anos. Já éramos amigas nessa época.
Eu sorri.
– Venha, quero olhar mais o tal de Philip novamente. Sabe que o nome dele é esse né?
– Acho que me lembro dele falando algo assim.
Tentei parecer desentendida. Acho que funcionou. Era óbvio que eu sabia o nome dele.
E não tivera conhecido nenhum Philip em toda a minha vida.
Por mais que...