Lado a Lado escrita por Skye Jonhson, Dan Jonhson


Capítulo 32
Resiliência


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, estou de volta! Peço desculpas desde já pela longa ausência, mas precisei deste tempo para reorganizar minha cabeça e me resolver comigo mesma. Enfim estamos de volta, ainda não posso prometer atualizações regulares, mas não vou demorar tanto a voltar. Chega de enrolar e vamos ao que interessa, veremos Regina vencer mais etapa. Boa leitura!

Capítulo sem revisão, qualquer erro me desculpem.



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Regina sabia que o ser humano poderia ser cruel, algumas vezes. E que isso não se limitava apenas aos adultos, as crianças podiam ser tão perversas quanto.  Mais ela não se importava, pois já estava acostumada a enfrentar as imundices do mundo. Regina só não esperava que as coisas que aconteciam a ela, poderiam de alguma forma afetar seus filhos e de um jeito tão ruim que os marcaria para sempre. Decida a voltar a rotina, Regina pediu a Emma que fosse ao mercado, enquanto ela ia à escola buscar as crianças, e ao chegar à entrada do colégio dos filhos encontrou uma grande confusão.  

— Sua mãe é uma sapatão. — Gritava uma garota para Anna. O bate boca tinha se iniciado em frente à escola, enquanto as crianças esperam seus pais.

— Cala essa sua boca imunda. – Anna esbravejou. — Você não é ninguém para falar da minha mãe, Olivia.  

— Eu estou falando a verdade. Minha mãe disse que todos comentam de vocês na cidade. Vocês vivem em pecado, com ex-namorada do seu pai, e nem são uma família de verdade. Não passam de uma aberração, e é isso que Deus está castigando vocês. E logo sua mãe vai perder os cabelos e depois morrer. — Olívia continuou gritando e roda de crianças e adolescentes se formaram em volta delas.

Ben apareceu por último, e não gostou nada de ouvir o que aquela menina, estava dizendo de sua mãe. Sem que ninguém visse o garotinho se enfurnou no meio do mar de gente, até encontrar o que procurava.

— Nunca mais fala da minha mãe, sua bruxa. — Ben gritou chutando a perna da garota que havia ofendido sua mãe.

— Eu vou te pegar seu fedelho. — Olivia tentou pegar Ben, mas foi impedida pela mão de Anna.

— Você não vai encostar, no meu irmão.

Tudo aconteceu muito rápido e logo Anna e Olivia rolavam no chão, enquanto a multidão gritava: Briga, briga, briga.”  

Anna acabou por cima, e desferiu vários tapas no rosto da garota, a jovem Mills parecia querer descontar toda sua raiva, por todas as ofensas ditas por Olivia. A verdade era que Anna estava de saco cheio de toda implicância de Olívia, pois todo dia sempre era a mesma coisa. Ofensas, piadinhas e boatos maldosos, mas aquele dia tinha sido a gota d’água, Anna não se importava que falasse dela, mas ofender a sua mãe e sua família eram outra coisa.   A garota resolveu tomar uma atitude e foi tomar satisfação com Olivia, o que acabou gerando a maior confusão. A briga só não durou mais porque uma inspetora e segurança da escola interviram. E logo Regina correu na direção da confusão, desesperada para proteger seus filhos.

— Eu vou acabar com você. — A garota gritava para Anna, do lado da calçada sendo segurada pelo segurança.

— Você é uma otária Olivia. — Anna rebateu. — Você quer falar sobre o que pessoas falam sobre por ai, então vamos falar. Porque não é só sobre a minha família que falam.

— Ninguém fala nada, você não pode provar nada.

 

— E nem você sobre a minha, mas ainda sim vive ofendendo as pessoas que eu amo. Você vive querendo se sentir melhor que todo mundo Olívia, por isso que sempre quer humilhar as pessoas. E toda essa besteira que falou da minha família é pura inveja. Inveja por que eu e meu irmão temos amor para caramba. Temos duas mães maravilhosas e pai que mesmo com todos os problemas não desiste da gente, e tenta consertar as coisas. E você não tem nada, sua mãe prefere fazer comprar a ficar com você. E seu pai foi embora porque tem outra família, e nem lembra que você existe. — Anna estava vermelha, ela não queria chorar e não fez se manteve forte e não parou de falar. — Você queria me ofender e me humilhar, falando várias maldades. Só que você se ferrou, porque aprendi em casa há não importar com que as pessoas falam ou pensam sobre mim. Daí você resolveu apelar e começou a ofender minha mãe. Porque sabia que isso eu não ia deixar passar, mas quer saber só posso sentir pena de você, porque você é só carente de amor. Por isso fica querendo chamar atenção fazendo essas coisas ruins. Eu disso, porque já fui como você, só que aprendi a ver as coisas de outra forma. E percebi que tinha muito, eu tinha e tenho pessoas que se importam comigo e me amam de verdade. É por isso que todos falam da minha família, porque preferimos ser felizes a agradar as pessoas e isso não é errado, pois não estamos fazendo mal a ninguém. E a única coisa que incomoda a todos é isso, que estamos felizes e juntos. E ver outras pessoas felizes incomoda né? E por isso que só posso ter pena de todos de que pensam como você. — Anna terminou seu pequeno discurso e viu os olhos de Olívia se encher de lágrimas. 

No fundo Anna sentiu certa culpa, mas ela sabia que tinha agido certo. Ela tinha aprendido também de uma forma dura que se não aprendemos certas lições em casa, à vida nos ensina de uma forma muito pior. E Olivia tinha acabado de experimentar isso.

As palavras de Anna deixaram sua mãe estatística. Regina queria dizer algo, mas as palavras pareciam ter sumido de mente, ela só se moveu quando Ben a viu e correu em sua direção.

— Mamãe. — O garotinho gritou e se agarra as pernas da mãe. — Oi, meu macaquinho. — Regina responde do pegando no colo.

— Anna se meteu na maior confusão, mas não briga com ela mamãe. Ela não teve culpa a Olivia é que nunca a deixa em paz. — Ben se adiantou na explicação. — E eu defendi a minha irmã, ninguém mexe com a nossa família.

 — Tudo bem filho, vamos conversar sobre isso em casa. — Mills assegurou ao filho e caminhou em direção a Anna.

Assim que a garota viu Regina, Anna temeu que sua mãe tivesse presenciado toda aquela cena desagradável.  E principalmente ouvido as palavras tão horríveis de Olivia. O coração dela doeu, Anna sabia que sua mãe não merecia ouvir aquilo, e acima de tudo ela sabia que Regina não estava doente por amar alguém. E que ninguém ficava doente por isso, as doenças aconteciam de inúmeras maneiras e na maioria das vezes não tínhamos controle sobre isso. Principalmente se tratando de câncer. Naquele momento Anna só desejava abraçar sua mãe e protegê-la de toda a maldade do mundo, no fundo a garota sentiu que aquilo era o que sua mãe faria. E como elas eram tão parecidas sua atitude era algo natural. O que veio depois foi ainda mais natural... Anna se livrou dos braços do inspetor e correu em direção a Regina e abraçou como se não a visse há anos.

— Mamãe, eu te amo tanto! — A garota confessou nos braços da mãe. — Eu também amo você Anna. — Regina respondeu ainda com Ben no colo. O abraço passou a ser dos três e foi um momento tão sublime que todas em volta pararam para ver.

O que nenhum dos três esperava era que Emma aparecesse de repente. A loira vendo Regina abraçada aos filhos perto a entrada do colégio entendeu que algo sério havia acontecido. Ela foi até eles sem dizer nada e os envolveu em seus braços, queria proteger sua família de tudo e todos. Não houve palavras, apenas gestos. Swan beijou o topo da cabeça das crianças, e depois a testa de Regina, agora estavam em segurança e iriam para casa. A verdade era o que tinha levado Emma até ali tinha sido um forte pressentimento. Ela sentiu que depois de terminar de fazer as compras tinha que ir até sua família e no final ela estava certa. Já Olivia sentiu em seu íntimo aquilo que Anna a acusará, inveja ao ver o que Anna tinha e ela não. Uma família de verdade.

 

***

Em casa Regina resolveu dar espaço para os filhos, deixaria que eles viessem até ela para conversar sobre o ocorrido, mas quando estivessem prontos. Só que com Emma foi impossível não conversar, e depois que ficou a par de tudo, Swan tentou consolar a namorada da melhor maneira possível.

— Não é sua culpa meu amor, e as crianças podem ter atitudes tão ruins quanto adultos. É só um reflexo de péssima educação, veja o exemplo que tem em casa. Anna e Ben são crianças maravilhosas e livres de qualquer preconceito. —Emma usou seu melhor argumento. Tudo para convencer Regina, de que tudo que tinha culpa da confusão que havia ocorrido na escola das crianças pela manhã.

— Eu sei Emma, mas... — Regina tentou continuar, mas foi impedida por Emma. A fotógrafa colocou os dedos sobre seus lábios não deixando que ela dissesse mais nenhuma palavra.

— Não existe mais Regina, você não tem culpa se as pessoas não entendem que somos felizes. Anna e Ben entendem isso, eles te amam e te admiram mais que qualquer coisa nesse mundo. Eles sabem também que Deus não castiga ninguém, apenas por amar outro alguém. Não se culpe você está criando dois seres humano extraordinário, que saberão lidar com todas as adversidades da vida. E principalmente que combaterão qualquer tipo de preconceito, que lhes aparecer pelo caminho. Orgulhe-se disso meu amor.

As palavras de Emma caíram como bálsamo para Regina, ela tinha que admitir que por mais que situação que presenciara pela manhã tivesse sido desagradável. Seus filhos tinham se saído muito bem, a não só defendendo, mas também lutando pelo que acreditavam ser justo e correto.

— Eu me orgulho, Swan. Só que como mãe, é impossível não sentir certo aperto no peito ao vê-los expostos a esse tipo de situação. — Regina se justificou.

— Se te serve de consolo, eu também me senti da mesma forma. E por alguns meros segundos tive que me segurar, para não ir lá bater naquela garota nojenta e preconceituosa.

Mills gargalhou com a confissão da namorada. Seria extremamente cômico ver Emma dando umas palmadas na garota, já que a loira mal conseguia dar uma bronca em Ben.

— Eu pagaria para ver isso Emma. E eu acho que a cada dia que se passa, o seu lado maternal desperta um pouco mais.

 

Emma olhou para Regina se dando conta do que aquilo significava, e percebeu que ela tinha razão. A fotógrafa cada dia mais percebia sua preocupação e vontade de proteger Anna e Ben. Não só o bem estar mais a vontade de demonstrar sua preocupação e carinho por aquelas crianças. Ela os amava de todo coração, não podia e nem tinha mais como negar isso.

— Eu os amo Regina, amo seus filhos com todo o meu coração. E faria qualquer coisa no mundo, para vê-los sorrir.

— Eles são nossos, Emma. E quem sabe, não fazemos mais alguns quando Anna e Ben crescerem.

— Está dizendo que quer ter um filho comigo Regina Mills? — Swan questionou a namorada com o maior sorriso que Regina já tinha visto.

— Não Emma Swan. Eu estou afirmando que eu quero ter outro filho com você um dia, porque já temos dois. E também porque, tenho certeza que você ficaria linda grávida.

O coração de Emma pulava dentro do peito de tanta felicidade. Aquilo significava muito para ela, pois se Regina estava fazendo planos era porque acreditava que ela se curaria de fato.

— Ouvir isso de você Regina, tem um significado enorme para mim. Porque significa, que você acredita de verdade que vai se curar, que tem esperança de um futuro para nós.

— Eu tenho mais que esperanças Emma. Eu sei que tudo isso que estamos passando, nos fará mais fortes a cada dia. Seu amor me da essa esperança.

Emma tinha os olhos marejados, Regina tinha esse poder sobre ela às vezes a deixava sem palavras. E sem pensar ela abraçou Regina, uniu seus lábios aos dela em dos beijos mais ternos que as duas já havia trocado.

— Pense então que... Cada dia nosso amor lhe cura um pouquinho mais. E cada vez que fazemos amor são doses de remédio mágico. — A loira confessou assim que quebraram o beijo. — Então me cure, me ame como só você sabe me amar.

Aquilo ela mais que um pedido para Emma, era uma ordem. E ela atendeu rapidamente, Emma amou Regina de todas as formas possíveis, mostrando a ela mais uma vez que jamais a deixaria. Não importava a situação Emma estaria lá, não só por ela, mas também por Ben e Anna e a família que estavam a formar.

As semanas seguintes foram de calmaria, e Emma achou que hora de levar Regina novamente à fundação OUAT, mas precisamente a oficina de perucas.

— Emma esse lugar é maravilhoso. — A morena dizia fascinada.

— Eu sabia que você ia gostar meu amor. E bem, se quiser pode vir ajudar, isso pode lhe fazer bem. — A fotógrafa comentou, enquanto experimentava uma peruca colorida e fazia caretas. O gesto arrancou de Regina algumas gargalhadas.

— Meu Deus, eu namoro uma idiota. — Mills brincou.

— Eu posso ser um bobo da corte, um palhaço ou uma idiota como você costuma dizer. Eu seria qualquer coisa no mundo, só para te ver sorrir. —Emma declarou como se contasse um segredo.

O sorriso de Regina se iluminou ainda mais, porém agora regados de algumas lágrimas.

— Droga Swan, você sempre faz isso.

— Isso o que? — A loira perguntou se fazendo de desentendida.

— Me deixar sem saber como agir, e tirar sorrisos quando eu menos espero.

Emma se aproximou da namorada e abraçou.

— Esse é meu trabalho Regina Mills.

— Você tem feito um ótimo trabalho. — Regina brincou e depois buscou os lábios de Emma uma vez mais.

Frequentar a fundação OUAT e os últimos acontecimentos com as crianças fizeram com que Regina, superasse mais uma fase ruim de sua doença. A perda de cabelo, a vaidade e os comentários maldosos não importavam diante de tudo que ela tinha. Ela tinha filhos maravilhosos e uma mulher que amava incondicionalmente, o apoio de uma família que lhe provava a todos os segundos que ela poderia superar tudo, bastava ter fé e acreditar que amanhã sempre poderia ser melhor. E com tempo foi o que Regina fez, passou a ter fé nela e tudo que acreditava o que lhe possibilitou se abrir para novas coisas, experiências e novas histórias. Ela se tornou voluntária em OUAT e tudo lhe pareceu pequeno diante de tantas histórias iguais ou piores que a sua. Regina entendeu que sua dor não era única, e que ela tinha sorte em ter apoio e carinho nos seus piores momentos. Muitas pessoas às vezes sofriam sem ninguém ao seu lado, e ela percebeu que dar alento a alguém era tão gratificante quanto receber. Dia a dia ela parecia mais forte, mais forte para dar o próximo passo, era hora de voltar a conversar com Emma sobre seu passado e principalmente sobre Mary Margaret Swan.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Tudo foi um pouco tenso, eu sei, mas foi necessário para Regina se sentir mais segura com relação a sua aparência. No próximo capítulo vamos ver um embate com Mary Margaret e coisa vai ficar feia. Contem-me o que acharam do capítulo nos comentários, e claro sugestões fiquem a vontade. Até a volta!

Duvidas maiores me encontrem no twitter: @VulgoSkye