A Matter of Time. escrita por Detective MA


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda...
To aqui postando atrasada pra ninda da Sakura Chan e pra vc que curte aquele Meronia básico. Coisa em falta hoje em dia no Nyah!.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662126/chapter/1

O som do cilindro se espalhava pelo cômodo, um jornal jogado na mesa anunciava o primeiro dia do ano da graça de 1827, era segunda feira, e que o compositor genial Bethoven, aquele que era o compositor do cilindro que estava tocando, estava morto. Near estava sentado ao chão, as costas curvadas de forma nada saudável sobre a pequena fazenda de madeira clara que estava erguendo com pequenos blocos.

A sala onde se encontrava era enorme... O pé direito devia ter uns seis metros, as paredes eram cor creme e o chão era de uma madeira escura, mais Near se sentava sobre um tapete de motivo persa.

Mello entrou na sala empurrando as pesadas portas de madeira. Sentou-se na poltrona vitoriana.

Estava vestido para alguma ocasião, a camisa social bem cortada era preta assim como o terno que usava e os sapatos que eram de bico fino, o crucifixo prateado entrava em destaque na roupa, ele segurava uma cartola debaixo do braço.

— Aonde foi? — Near perguntou sem olhar para Mello

— E por acaso isso é de seu interesse? — Mello respondeu imediatamente

— Você cheira a médico — Concluiu ignorando a pergunta do loiro

Mello abriu a boca para logo fechar, se ia dizer algo, não disse.
Silêncio se seguiu. Mello retirou o lenço do bolso e tossiu nele, uma tosse dolorosa e chata.

Near levantou rapidamente, girou e segurou o pulso do loiro, olhou para o lenço em sua mão, havia sangue nele. Olhou diretamente para os olhos do outro, o loiro desviou o olhar culpado.

— Não queria que soubesse assim... — disse por fim ainda sem olhar o albino nos olhos

— E como queria que eu soubesse? — perguntou com clara magoa na voz

— De preferência quando eu estivesse morto — comentou rispidamente

Near soltou o pulso de Mello, cruzou os braços como se quisesse se abraçar, de repente a sala estava insuportavelmente fria.

— Fomos ao médico por desencargo de consciência... Ele receitou remédios para que não doa tanto... Apenas isso — o loiro disse aquilo olhando para o teto

Near virou de costas para o outro, os olhos arderam, percebeu com pesar que queria chorar, os joelhos começaram a tremer.

O loiro aproximou-se dele e passou os braços pela sua cintura, apoiou sua cabeça nas costas do albino. Este sentiu que as lágrimas escorreriam por seus olhos, mais não as deixou cair, virou se no abraço de Mello e enterrou a cabeça em seu peito, sentido seu cheiro de chocolate e pólvora (andara atirando), como seu coração batia descompassadamente e sua pele quente, pensar que poderia perder aquilo assustou Near como nada nunca havia assustado antes.

Mello não sabia o que fazer, não achou que desestabilizaria tanto Near, mais senti-lo em seus braços era reconfortante e tranquilizador, agora nada da rivalidade de antes importaria, Mello tinha perdido no final, aquilo não importava mais, perdia sempre.

Continuaram abraçados por mais um tempo e então Mello falou:

— Eu tenho que ver alguém, antes de... — não completou a frase, estava implícito — e queria que fosse comigo...

O Albino concordou sem pensar duas vezes.

Amava tanto a Mello que as vezes sentia o peito arder perto dele, mantinham muito bem a fachada de rivais, na verdade não havia fachada, eram mesmo rivais, só que não no Amor.

Near tinha lido em algum livro sobre uma entidade chamada Destino, que guiava o caminho dos homens, e não dera muita bola, até notar que amava Mello mais do que amava qualquer coisa e pensar a quantidade de voltas que sua vida tinha dado até eles se encontrarem. Near passara a respeitar o tal Destino, mais a doença de Mello deixara claro que Near e o Destino não estavam em bons termos agora, é provavelmente nunca mais estariam.

************************

Roger não se opôs a viagem, pelo contrário... Até pagou o Cabriolé* para levá-los de Winchester até Brixton, viagem essa de umas boas duas horas.

O cabriolé chegou no dia seguinte as seis horas. Near sentado agarrado as pernas apoiando as costas na cabeceira da cama, estava olhando Mello dormir em sua cama estirado, parecia tão bem, parecia o Mello de sempre, abraçou ainda mais as pernas ao sentir os olhos arderem. Arrumou a franja loira de Mello na frente dos olhos.

Não era permitido ( teoricamente ) aos internos dormir nos quartos uns dos outros sem devida permissão. Mais sendo os sucessores sempre tiveram algumas regalias a mais, Matt praticamente morava no quarto do loiro e vice versa.

Near sempre achara que se havia alguém capaz de vencê-lo na questão Mello esse alguém era Matt, mais o ruivo perdera, e pela primeira vez Near estava absolutamente feliz em ter ganhado. Deu pequeno sorriso pensando nisso.


— Não sorria assim, tão lindamente — Mello disse sorrindo de volta e se sentando na cama — vai me matar é do coração.

Pegou a mão de Near a colocando entre as dele gentilmente, observou a com muita atenção, o momento foi interrompido pelo pulmão corrompido de Mello que começou a mandar uma tosse tão forte que Near achou que Mello entrar em algum espécie de convulsão. Assim que a tosse começara o loiro, largara a mão de Near, mais ela ficará perto da sua área de tosse e quando ele acabou haviam alguns respingos de sangue nela.
E a as mãos de Mello, onde ele havia tossido, e seus lábios ganharam uma coloração vermelha aterrorizante na visão de Near. Mello procurou seu lenço na cabeceira limpando suas mãos e a de Near.

— Desculpe-me ... — pediu abaixando a cabeça, de forma que o cabelo escondeu seus olhos azuis.

— Nada disso é culpa sua... Não há porque se desculpar — o Albino pegou o lenço das mãos de Mello, pôs uma mão em seu queixo levantando seu rosto e limpou seus lábios ainda vermelhos.

Mello estava pálido e gelado, Near sabia que eram consequências da doença e nada podia ser feito quanto aquilo, mais aquilo machucou sua visão do sempre respondão e vigoroso Mello, que podia não parecer mas era muito forte, Mello que era tão vivido é tão mal humorado, Mello que tinha compulsão por chocolate, Mello que beijava tão bem... Mello que tinha os olhos mais bonitos que Near já tivera o prazer de notar... Se deteve, pensar naquilo só pioraria as coisas.

Mello abriu a boca para falar algo mais alguém bateu na porta avisando que o cabriolé já os esperava, Near reconheceu a voz de Matt e então a de Giovanni, monitor daquele corredor que estava sempre pegando no pé de Matt.

" É proibido fumar nas dependências do orfanato Matt, e você sabe..."

Matt suspirou alto. " Meu melhor amigo vai morrer Gigi... " ouviu se uma pausa para o tragar do cigarro "acho que eu tenho o direito de ser um pouco auto destrutivo"

Mello olhou para Near de forma culpada, mais o Albino não parecia incomodado de ter sido o segundo a saber.

— Vamos nos arrumar... — disse devolvendo o lenço para o de orbes azuis

***************

O pobre motorista esperou na rua fria e vazia de Winchester por 40 minutos, Mello e Near ouviram, Giovanny falar, depois Roger falar e por fim Matt. Este último não segurou as lágrimas, mesmo estando do lado de fora do Orfanato e já perto do cabriolé.

— Eu sei, eu sei — disse chorando e sorrindo ao mesmo tempo com o rosto vermelho — eu sou muito dramático...

Abraçou Near com um braço e Mello com o outro. Demorou para soltá-los, Near percebeu que sentiria falta do exagerado Matt, mais era só por três dias... Quando finalmente os soltou ele limpou as lágrimas com as mangas da camisa de seda listrada e extremamente fina para o clima da região.

Near logo entrou e fechou a porta, deixando claro que sabia que Mello e Matt tinham que trocar algumas palavras a sós.

— Longe das minhas coisas com esses seus cigarros fedidos quando eu não estiver aqui — Mello disse para quebrar o gelo sorrindo um pouco.

Matt começou então a chorar copiosamente fazendo sons que partiam o coração do loiro.

Mello mordeu o lábio, nunca vira o amigo em estado tão deplorável.

— Eu voltarei Matt, são só dois dias ... — começou passando um braço pelo ombro do amigo e lhe oferecendo um lenço novo.

— Eu sei... É só... — limpou o rosto novamente mais sem sucesso porque as lágrimas continuavam caindo, olhou pro céu azulado e depois para Mello — há uma boa plantação de fumo em Brixton... Se puder trazer um pouco.

Mello assentiu sorrindo, Matt colocou uma barra de chocolate no bolso interior do sobretudo de Mello com discrição. Os dois deram sorrisos tristes, sem se olhar e Matt abriu a porta do cabriolé, praticamente empurrando Mello para dentro.

Mello deu um tchau não muito vigoroso e piscou um olho para o amigo. E depois entrou de vez na pequena carruagem sentando no banco oposto ao de Near. Este já tinha um livro em mãos, devia ser muito bom, por que não deu muita atenção a Mello logo que ele entrou.

O Cabriolé começou a se mexer enquanto Mello observava Near. Ele usava uma camisa social de algodão branca e bem engomada embora Near não usasse nenhum colete ou gravata, a camisa ia até a metade de suas cochas, suas calças eram de lã num tom entre branco e creme, nos pés de Near podiam ser vistos a nova moda, cricket sandals**, Mello os achava horríveis mais sabia que o que importava para o Albino era o conforto, e não a beleza.

Ele por outro lado adotava bem o estilo da época. A camisa de algodão engomada tinha bela gravata de estilo vitoriano preta de detalhes cinzentos, usava ao invés de colete um sobretudo de tweed preto-amarronzado, luvas de veludo preto e as calças cinza escuras era pregueadas, o sapato era de couro e estava gasto, usava-o quando queria conforto.

Quanto as malas não haviam muitas... Dois dias exigiam apenas uma pequena bolsa de cada um.
O trotar dos cavalos era ritmado e rápido, Near nunca fora muito de carruagens, lhe deixavam enjoado e com dor de cabeça, mais por Mello valia a pena.

— Ele vai ficar bem? — o Albino perguntou se referindo ao ruivo, sem tirar os olhos do livro

— Vai sim ... — Mello passou as mãos pelo cabelo — ele é dramático, você sabe...

— Começo a pensar que talvez Matt seja o único lidando com isso humanamente — Near comenta fechando o livro é olhando direto para os pés do loiro.

Mello passou para o banco acolchoado de Near colocando a pequena mala do Albino junto com a dele.

— Não somos o que a maioria das pessoas chamaria de normal — pega a mão do menor com delicadeza colocando entre as suas mais uma vez naquele dia.

— Eu sei ... — Near deitou a cabeça no ombro do loiro

— E você sabe que eu te amo? — Mello disse sem rodeios, alta é claramente, nunca tinha falado daquele jeito antes que amava Near.

O Albino deu um sorriso puro de alegria e corou, parecendo uma moçoila apaixonada, aquela expressão também não era muito comum em seu rosto ( nada comum, aliás )

— Eu sei ... — olhou nos olhos azuis do parceiro, percebeu que eles estavam aparentando cansaço embora tivesse acabado de acordar, a pele dele pelo que podia sentir estava febril, e haviam também os quilos recentemente perdidos... Como demorara tanto para notar?

— E sabe que se fosse o oposto eu provavelmente estaria no surtando? — a voz do de orbes azuis saiu rouca e ele deu uma pequena tosse em seu lenço.

" Eu estou surtando " Near pensou " tenho vontade de gritar até o ar dos meus pulmões se acabar, que isso não é justo, que não podem fazer isso com você, que não podem te tirar de mim " mais não podia dizer aquilo... "Colocar panos quentes sempre" era a recomendação de Roger e do Médico, preocupar Mello não era uma opção.

— Eu sei... — respondeu num tom mais triste, colocou a cabeça de novo no ombro de Mello sentindo o estômago revirar, mais Near sabia que não era por causa de sua intolerância a viagens.

****************

Acabara adormecendo pois não havia pregado os olhos a noite toda, velando o sono do loiro. Acordou com este chamando o, e percebendo que o movimento havia parado.

— Chegamos — Mello disse gentilmente, Near meio zonzo pela viagem e pelo sono, só conseguiu pensar, "Já chegamos? E tão rápido chegar no céu "

Feliz ou infelizmente não era ao céu que tinham chegado e sim a Brixton. Mais especificamente o “Asilo St Barthebis Para os Mentalmente Insanos”. Como dizia a apagada placa de madeira. O velho portão verde foi aberto por dois enfermeiros e fez um rangido horripilante.

O cabriolé seguiu o caminho de paralelepípedos para dentro da propriedade e da névoa. Na época o conceito de filme de terror não existia, mais imagine que pareceria o começo de um.

A casa devia ter uns dois andares mais era muito larga, o estilo da construção era fabril com tijolos cor de telha aparecendo e cinzas em volta. A névoa envolvia todo lugar assim como o jardim mal cuidado e selvagem. O cabriolé parou diante de uma porta bem grande de madeira.

Near ainda estava tentando adivinhar quem estavam indo ver quando Mello pareceu ter lido seus pensamentos.

— Meu pai... — ele disse com amargura olhando o prédio como se ele fosse algum fantasma.

Antes que o albino tivesse chance de perguntar algo a porta se abriu e uma freira sorriu para eles.

Mello saiu rapidamente e o de tez Alva o seguiu.

— Esperávamos por você Sr. Keehl... — ela ainda sorriu, era uma jovem, loira e de rosto longo e amável, parecia inapropriada para aquele tipo de lugar — entre por favor.

Os funcionários atrás dele empurraram a pesada porta e o andar interior pode ser visto pela dupla. Era um lugar meio escuro, frio, as paredes eram de um verde fungo e o chão era madeira escura, havia uma escada grande logo no hall de entrada, ela era de uma bonita mais castigada madeira, as imagens religiosas estavam por todo lugar para espiar os pecados daqueles que entravam, Near quis segurar a mão de Mello, mais se conteve.

A freira subiu alguns degraus da escada e os fitou, um pedido silencioso para que subissem também. Eles foram, tentando ignorar o rangido horrível que a escada fazia.

Ela novamente tomou a dianteira no andar de cima, que tinha o chão e as paredes da mesma cor. Mais se tratava de um corredor com inúmeras portas, ela parou na frente de uma das primeiras.

— O Sr. Keehl é um dos internos mais queridos por aqui… Quando está são, e quase como se ele trabalhasse aqui. Mais… Hoje ele está… Arredio. Peço paciência! — ela falou num tom sério e contido. O hábito foi arrumado por suas mãos longas.

Ela abriu a porta.

— Sr Keehl! — ela chamou — tem duas pessoas aqui que desejam falar com o senhor.

Ele estava em pé, de frente para a janela aberta, todo o sol escorrendo para dentro da sala com lassidão. Era um homem alto, de ombros largos e pele bem branca pela falta de exposição ao sol, os cabelos estavam presos por uma fita verde e eram loiro escuros. Ele usava um pijama cinzento e pantufas de couro, as mãos estavam unidas as costas. De costas ele parecia intimidador.

— Não desejo ver ninguém até que minha esposa chegue — ele disse sério ainda virado para janela

A freira olhou pra a dupla, era um olhar um tanto perdido, ela apontou o sofá velho para que eles sentassem.

— Mais eles vieram de tão longe só para vê-lo — ela comentou com um tom triste fingido

E então, o homem se virou. Ele tinha um rosto bem sério, as proporções era bem simétricas e certas, os olhos eram verdes claro, ele usava um óculos diminuto que descansava na ponta do nariz. No geral ele até lembrava Mello, mais não era nem de longe a cópia que Near tinha imaginado.

— E quem são vocês ? — ele perguntou indo se sentar na poltrona puída, olhou diretamente para os dois.

A freira se precipitou atrás dele e foi fechar a janela. O vento frio cessou. O pai de Mello olhou pra trás e pareceu desapontado com a janela fechada.

— Eu sou Mello — o loiro disse com um tom sério também — e esse é Near.

A freira deu um sorriso triste, ela viu o que o rapaz estava tentando. Fazer o pai lembrar dele… Ela fez um sinal de que estaria esperando do lado de fora e saiu do recinto. Aquela era a parte mais triste do trabalho pra ela.

Não houve sinal de reconhecimento nenhum no rosto simétrico de Hans Keehl. Near notou o desapontamento no rosto de Mello.

— Viemos por causa do seu filho, senhor — Near interveio pontualmente

O homem riu.

— Acho que houve um engano… Não tenho filhos — ele diz já sem sorriso — Aliás, faz dias que não vejo minha mulher. Estou numa espécie de cárcere — ele comenta a meia voz, como se estivesse confidenciando algo.

Near sente o desapontamento de Mello triplicar, ele se ajeita no sofá com o olhar triste.

— Mais você gostaria de ter filhos, senhor? — o albino insistiu, odiou ver tristeza no rosto esquálido de alguém que tanto amava

O homem pareceu ter sido pego de surpresa com aquela pergunta.

— Na verdade — ele começou sorrindo pela primeira vez de maneira abobada, com aquela expressão ele pareceu assustadoramente com Mello — Eu e minha esposa adoraríamos um filho! Ela quer uma menina é claro, eu gostaria de um menino — o tom de voz do homem era outro… Completamente radiante — com as feições dela, loiro e com olhos espertos é bem azuis, uma cara de bravo assustadora e o nome de… — os olhos perdidos do homem focalizaram em Mello, as pupilas diminuíram o sorriso deu lugar a espanto.

Ele se levantou e Mello também, o abraço que os dois se trocaram foi forte e demorado e foi a coisa mais comovente que Near lembrava de ter visto. Ficou com certa inveja por Mello ainda ter um pai, ele não tinha ninguém afinal… Mais olhou com satisfação a cena. Era um final feliz! Near ouviu o choro do pai do loiro, um choro muito diferente de qualquer outro.

— Sinto muito… — ele dizia em tom baixo

Quando eles se separaram o rosto de Hans Keehl continuava estóico. Nenhum rasto de lágrima ou nariz vermelho. Ele segurou a mão do filho como se ela fosse alguma relíquia muito frágil, “E ele é” pensou Near com certa tristeza. Sentaram os dois no sofá antes ocupado apenas pela dupla.

— Não foi sua culpa pai — Mello dizia com veemência — não foi culpa de ninguém!

O Sr. Keehl dirigiu a Mello um olhar apaixonado e um sorriso triste.

— Foi minha culpa filho… — um tom de culpa era quase palpável — aquela doença a pegou, e eu fui fraco, deixei minha mente me enganar e enganar até que não pudesse mais contar com ela. Mas eu… — ele olhou para alternou o olhar entre os dois — eu a amava tanto que achei que não podia viver sem ela. E acho que ainda não posso… Sonho com ela e alucino com ela. Às vezes acordo e penso, como eu vou agrada-lá hoje? Sua mãe foi o sol da minha vida. Sem ela eu morri tolamente assim como qualquer planta — Mello olhou para Near alguns segundos, os olhos marejados, era um discurso trágicamene lindo demais para ser quebrado com palavras — mais eu sinto muito meu filho! Porque você era minha responsabilidade, e eu o reneguei.

Ninguém teve coragem de falar durante pelo menos dez minutos, mais não um silêncio constrangedor mais sim um reflexivo.

— Pai… — Mello por fim falou

— Sim, querido — o Sr. Keehl respondeu prontamente arrumando os óculos

— Eu amo alguém, tanto que as vezes me assusta — Mello disse as palavras com calma e sinceridade, o coração do Albino fez um milhão de cambalhotas

— E você também o ama assim Near? — o Sr. Keehl perguntou olhando diretamente para o menor

Houve espanto no rosto dos dois jovens.

— Vocês se olham de um jeito tão singelo e amoroso que talvez um cego percebesse — ele explicou — eu não tenho nada com isso mais… Isso não é visto com bons olhos por todos crianças, sejam cuidadosos e fortes. Amar não é fácil, não é questão do quanto você se magoa, mais sim o quanto você não aguenta que magoem quem você ama.

Mello e Near trocaram olhares novamente. O mais velho sentado no meio dos dois achou uma bonita cena.

Depois disso a conversação passou a outros tópicos muito variados. Wammys house, histórias do bebê Mello, L, a rivalidade, Matt, histórias engraçadas da época em que Roger, o pai de Mello e Watari eram vizinhos no pequeno vilarejo de Winchester, e assuntos soltos. Quatro horas depois a freira, que eles descobriram que se chamava Mary Eunice, entrou na sala. Ela tinha um sorriso. O horário de visita havia acabado.

Os três levantaram. Near e o pai de Mello trocaram um aperto de mão caloroso e pai e filho um abraço cheio de emoções.

— Viremos amanhã também pai — Mello avisou com ares de despreocupação.

Hans Keehl abriu um sorriso contido de alegria e se foi, junto com a freira. Mello se afundou no sofá puído novamente e Near sentou de novo ao seu lado. Sem que ao menos percebessem já estavam de mãos dadas. Mello deitou a cabeça no colo de Near que soltou sua mão para fazer tranças em seu cabelo. Tudo num silêncio sincronizado e compassado. Com Mello deitado no seu colo o Albino analisou detalhadamente o rosto do loiro, abatido e mais magro era o que se via ao dar uma olhada rápida. Mais de perto era mais assustador.

De repente, Mello explodiu em tosse e se ergueu para fora do sofá com a rapidez de um gato. Longos minutos de tosse, minutos intermináveis, passaram-se. Nem a chegada da freira impediu a tosse se continuar. Quando o de orbes azuis acabou de tossir pôs fogo ao lenço que levava consigo.

A irmã, com cara de pena natural ao intender a cena amargurou o rosto ainda mais. Ela levou-os até a porta com aquela expressão e deu tchau com aquela expressão.

*Tipo carruagem

** bisavó do tênis


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostou ou odiou me deixe saber. Comenta aí.
Segunda e ultima parte semana que vem.
*some da porpurina*
*reaparece*
Vai lá ler as fics da Sakura Chan logo >>>>https://m.fanfiction.com.br/u/465063/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Matter of Time." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.