Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 55
4ª Temporada - Eu sou o verão




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4ª Temporada – Eu sou o Verão

Sinopse

Após a união da família das duas bruxas mais poderosas e rivais, Sage e Niklaus passam a comandar e aumentar o reino de New Orleans o preparando para uma guerra contra Uri e Esther que está cada vez mais perto de sair do mundo dos mortos com seu exército de Originais.

Sage passa a se dedicar a bruxaria em uma tentativa de se manter no mudo dos vivos ao invés de ser forçada a se tornar a guardiã do portal. Em uma corrida contra o tempo todos se unem para se verem livres do terror que estar por vir.

 

Deixe queimar

Como reagir com os problemas? Como lidar com os seus sentimentos quando ele inflam e se tornam mais intensos? Como lidar com todos os problemas sem enlouquecer? Como ser forte por todo um reino? Como manter a coerência e ao mesmo tempo gostar da loucura? Tudo se intensificava, o mundo parecia cada vez mais entrar em colapso. Eu sentia que eu me aquecia, crescia, modificava. Como o Verão... eu estava quente como o sol e ao mesmo tempo gelada como o mar, sufocante como o e tão intensa quanto a época é.

Eu não sei como. Agora eu tinha que lidar com um bebê cada vez mais próximo, tinha que lidar com um reino rival, tinha que lidar com a bruxaria e minha nova família. Eu tinha que assumir as responsabilidades de uma rainha, esposa, irmã, filha e uma defensora do mundo ao qual eu vivia. Eu tinha que queimar.

Afundei na areia quase derrubando Niklaus enquanto avançávamos em direção ao mar, eu estava até um pouco animada com a situação e estava achando muita graça do modo que ele estava agindo, chegava a ser cômico ver o Nik nesse estado e eu tenho certeza que Kol deveria estar gargalhando em seu quarto, quando Klaus soube para onde iriamos a reação não foi nada boa como esperado. Algo como “Porque eu tenho que ir para Miami só para ir pra praia quando em New Orleans também tem praia?”

— Kol sabe que eu odeio isso. – Niklaus reclamou chutando a areia que insistia em entrar nas roupas dele a cada passo que ele dava, eu também não via a necessidade de uma lua de mel, mas mudei de ideia imediatamente quando vi a cara de desespero de Klaus, era visível que ele ainda tentava se lembrar de como havia parado no avião.

— Foi justamente por isso que ele nos mandou para cá. – grudei em seu braço o agarrando e ele passou o braço pela minha cintura me mantendo por perto.

— Eu não acredito que estou em lua de mel em Miami. – resmungou afundando o pé na toca de um caranguejo e quando o bicho saiu ele o esmagou com o pé sem dó e nem piedade.

— Talvez seja mais fácil se você tirar a bota. – ele me olhou raivoso e chutou o bicho morto para longe – Acredito que não vá se irritar tanto. – reprimi uma risada olhando para o mar e passamos a atravessar um pequena calçada no meio da praia.

— Talvez seja mais fácil voltarmos para casa eu não aguento mais esse lugar. – passou a mão pelos cabelos.

— Você está aqui a quatro horas Nik. Você é um péssimo marido! – gritei me afastando dele e empurrei uma mulher que andava de patins – Nós estamos casados a o que umas 27 horas e você já é horrível. – reclamei mesmo achando graça de tudo.

— Amor eu sou o mesmo cara com que você se casou. Não seja maluca e ponha a culpa em mim.- ele veio irritado atrás de mim e eu segurei outra risada me virando para ele que estava tão irritado que nem se tocou que eu estava tirando “onda” com a cara dele.

— Não fale comigo como se eu fosse uma dona de casa, está achando que eu vou engolir esse abuso Niklaus? – ele revirou os olhos quando coloquei as mãos nos meus quadris.

— Eu tenho planos que você engula outra coisa Sage, mas no momento a única coisa que você vai engolir se continuar me irritando vai ser essa areia. – ele me seguia com dificuldade e seus sotaque se tornava mais forte a medida que ele se irritava mais ainda.

— Eu sabia que eu tinha casado muito nova.- rolei os olhos – Meu coração é jovem demais pra se irritar tanto.

— Tem a eternidade para se arrepender. – riu.

Segurei meu tênis com força e joguei em sua direção acertando sua cabeça, ele resmungou algo inaudível e os jogou de volta me fazendo cair na areia que queimou minha pele e entrou dentro do vestido que eu usava.

— Gostou agora? – se agachou na minha e eu peguei sua cabeça a enfiando na areia molhada.

E eu corri e tive que usar minha velocidade vampírica, empurrei centenas de pessoas e joguei dezenas de coisas que entravam no meu caminho, era óbvio que não tinha como fugir de Klaus afinal ele me sentia com extrema facilidade. Decidi parar para comer, afinal eu estava faminta. Olhei atentamente por todo o local e travei, não... não era possível, mas não era mesmo possível... aquele é... NATANIEL?

Peguei o cachorro quente e paguei indo em direção ao moreno, ele se assustou ao me ver e tentou correr, mas eu o puxei pela orelha e o joguei no banco de frente para praia.

— Que merda você pensa que está fazendo aqui? – ele desviou os olhos – Nataniel!

— Estou cuidando de você Sage, sabia que uma hora ou outra ia se separar do Klaus como sempre faz e fazer alguma merda como todos os dias! – revirei os olhos e dei de ombros.

— Acho que eu sabia que alguém iria me seguir, mas não esperava que fosse justamente você que me perseguiria. – o repreendi e ele apenas deu de ombros como se não estivesse fazendo nada demais, era óbvio que ele se tornaria uma sombra, eu lembro de ter feito o mesmo com Oliver e uma namoradinha dele quando ele tinha uns 16 anos.

— Por favor não é Sage? Eu estou em Miami, prefiro fotografar as bundas por aqui e não você. – ele resmungou baixo arrumando o cabelo.

— Katherine está aqui?- questionei.

— Kath?- ele riu estrondosamente – Katherine está no Kansas a uma hora dessas. – minha expressão se fechou imediatamente.

AQUELA VADIA FOI FAZER O QUE LÁ?

~º~

— Sage Verona nunca vai morrer. Ela me trouce aqui hoje. – Damon dançava comigo me arrastando no meio dos vampiros, ele estava extremamente relaxado e tinha um imenso sorriso.

— Matou sua irmã.- corrigi.

— Era a sua irmã, assim como Anellise também deve ser. Você é minha irmã Sage.- saber que a Estella vadia era minha irmã não me confortava muito pra ser sincera.

— Você é um bom irmão. – ele sorriu e me girou me fazendo parar nos braços de Stefan que se balançava tranquilamente parecendo um pouco aéreo, percebei que provavelmente era o mais bêbado da festa e eu logo imaginei que Caroline estaria fazendo o inferno na vida dele, como esperado.

— É um belo casamento senhora Mikaelson. – sorri para ele e retirei a presilha que prendia meu cabelo, ele logo me puxou para perto iniciando uma dança.

— Eu estou feliz que esteja aqui Stefan, mesmo depois de tudo que eu te fiz... eu realmente estou feliz que esteja aqui. – ele franziu a testa.

— É engraçado, por que... eu te peço desculpas sem nem saber o motivo disso tudo, de como começou. – o olhei confusa.

— Como assim Stefan? – vi que Rebekah nos olhava atentamente ouvindo a conversa, ela parecia tão confusa quanto nós.

— Sage... eu sabia que Estella não era minha irmã... aliás eu estava pronto para matar ela, alguma coisa hoje no seu casamento me fez lembrar disso.

— Alguma coisa? – a loira franziu o cenho confusa e começou a vir em nossa direção, mas parou assim que Finn se aproximou de nós.

— Alguém viu a Sage por ai? Estou procurando ela o dia inteiro, não dorme em casa tem uns dois dias. – fiquei pálida, primeiro por que eu matei Sage e segundo por que nesses dois dias ela estava com Enzo.

Maldito Enzo.

— Aquele biscate não veio no meu casamento? – fingi indignação e Finn apenas acenou com a cabeça se afastando.

— Por pouco. – Stefan riu.

~º~

Bufei irritada, eu estava procurando Nik a um par de horas, mas ele estava se movendo muito rápido para eu o alcançar. Provavelmente estava se alimentando, e eu estava exausta de ficar correndo de um lado para o outro pela cidade. Tão exausta que minha transição diminuiu a velocidade drasticamente e eu estava morta de sede, e só haviam humanos próximos de mim o que não daria em algo muito bom já que eu estava em uma cidade imensa lotada de pessoas.

— Ah. – resmunguei sentindo a tontura me invadir e alguém me segurou.

Meu corpo ficou alerta a medida em que eu era puxada para um beco escuro, mas eu não tinha forças para absolutamente nada , eu estava sentindo que meu corpo se aquecia consideravelmente nas bochechas. A sensação de impotência me dominava e isso me fez juntar uma força descomunal, eu estava com muita sede. Eu iria o matar e me alimentar.

— Tira a mão da minha esposa. – a voz de Niklaus foi o suficiente para ele me jogar no chão, gemi de dor – Bom... não é assim que se trata uma mulher meu caro. Ainda mais quando ela está casada com um assassino. – ouvi sua risada sádica e vi que o homem começou a se afastar – Onde pensa que está indo? Não vire as costas pra mim, eu não terminei de falar com você.

Ouvi o barulho de carne rasgando e mantive meus olhos fechados enquanto ofegava, por que eu estava com sede tão rápido? Eu havia bebido sangue a algumas horas. Nik colocou seu pulso em meus lábios e eu o mordi com força drenando uma boa quantidade de sangue, soltei seu pulso, mas ainda não estava completamente recuperada, eu estava tonta e exausta.

— Acho que devemos ir para casa logo Sage. – ele avisou, doido para se livrar de Miami.

Só Niklaus não seria suficiente.

— Natie. – sussurrei quando ele me pegou no colo e correu – Nataniel. – ele me colocou na cama em pouco tempo.

— O que tem ele?

— Está aqui.

— É claro. – resmungou pegando o celular, mas antes mesmo que ele ligasse Nataniel já passava pela porta e me esticava o pulso.

Eu sabia que ele estava nos vigiando.

— Ibis avisou que isso poderia acontecer em algum momento, não é permanente, mas talvez seja melhor irmos embora logo.- avisou.

— Meu Deus que lua de mel foi essa. – resmunguei.

— Eu estou nesse inferno a três dias, é suficiente. – Klaus resmungou.

— Mas nem ferrando que eu vou embora, começamos agora e eu ainda não tive nenhum jantar romântico na beira da praia, só saio daqui depois do meu jantar romântico. – avisei fechando os olhos.

Onde na vida que eu venho pra uma praia lindíssima dessa e não tenho um jantar decente? Klaus casa e já relaxa dessa forma? Ele já foi muito mais “perfeitinho”.

~°~

— Talvez seja hora de nos acertarmos. - Rebekah se aproximou girando e eu entrei na brincadeira erguendo minha mão esquerda enquanto ela erguia a dela e tocava a minha e logo se afastava girando pelo local - Eu amo você Sage e eu estou muito feliz de te ter aqui hoje, preenchendo esse vazio. Pela eternidade. - ela falava de maneira calma com seu sotaque enquanto dançávamos.

— Eu estou mais feliz do que nunca. - falei baixo - Eu realmente amo vocês. Não foi algo fácil de engolir... o que você fez com Niklaus... mas parece que esse tipo de situação sempre vai acontecer entre nos. – olhei para o loiro que dançava com Caroline e vi Ibis arrancar a loira dos braços dele ocupando seu lugar.

— Eu espero que a partir de hoje não aconteça mais. - sussurrou.

Dei um pequeno sorriso em sua direção.

— Nossas mães em guerra. E nós nos unindo. - giramos sorrindoEu sinto pela confusão que te causei e eu estou realmente feliz pela felicidade do Nik. Eu espero que você me perdoe alguém dia... minha irmã.- me abraçou com força e senti os braços de Elijah nos envolverem.

— Não há mais o que perdoar. – eu sussurrei.

— Essa é uma nova era minhas irmãs. – olhamos para Elijah e encarava o céu escuro lotado de estrelas com fascínio.

Uma nova era.

~º~

— Já acabou amor? – Niklaus perguntou pela décima vez batendo os pés de maneira agitada enquanto olhava para o mar escuro.

— Niklaus nós acabamos de sentar, nem comemos. – sussurrei e ele bufou ajeitando o cabelo e sorrindo de maneira perversa.

— Eu adorei o seu vestido amor. – sussurrou malicioso descendo os olhos para o imenso decote.

— Você não foi o único. – ele olhou de cara feia para as pessoas que estavam a nossa volta e sem nenhuma discrição arremessou a garrafa de vinho no cliente que estava sentado ao nosso lado.

Ele realmente odiava Miami e realmente odiava praias.

— O que vão querer senhores? – o garçom se aproximou.

— Seu coração. – Niklaus sussurrou e o homem o olhou sem entender, agradeci por isso.

— Hum... – olhei o cardápio, mas antes que eu falasse alguma coisa, ele suspirou e se inclinou escolhendo a primeira coisa do cardápio.

Eu teria ficado irritada, eu com toda certeza ficaria, mas ele estava muito engraçado. Eu nunca tinha visto ele tão agitado, eu nunca tinha visto Niklaus tão nervoso. Era algo cômico, muito engraçado.

— Não deveria se divertir com isso amor, eu realmente estou muito nervoso. – ele bebeu mais vinho e eu rolei os olhos.

Agradeci por estarmos na varando, o clima estava bem agradável e haviam poucas pessoas nela, as mesas eram bem distantes o que nos dava pela menos um pouco de privacidade. Rolei os olhos ao ver ele metido naquele maldito terno e fui até ele me sentando no banco ao seu lado e retirando o paletó.

— Nik nós estamos na praia não precisa disso. – desabotoei o início da sua camisa e dobrei as mangas dela.

— Você pediu um jantar romântico.

— Não precisava se vestir a caráter. – apoiei minha cabeça em seu peito e ele me rodeou com o braço me mantendo perto.

— Sage quando é que você vai cansar daqui? Estamos aqui a quatro dias. – resmungou pela oitava vez no dia e eu rolei os olhos pela sua impaciência.

— Ai Nik, logo nós iremos. Não quer ir na galeria de arte? Entrar lá?

— O único lugar que eu quero entrar amor é em você e no maldito avião. – fiquei mil vezes roxa, mil vezes envergonhada, mil vezes tensa.

Como ele podia dizer essas coisas sem o mínimo de vergonha?

Voltei para o meu lugar e a comida chegou, comemos pacientemente e eu tive quase total certeza que ele iria me arrastar para o aeroporto assim que terminássemos. O olhei e dei um sorriso de lado e vi ele ficar tenso e me olhar com um ódio profundo.

Cinco minutos depois andávamos pela areia e Klaus não calava a merda da boca um único segundo, ele chutava tudo que entrava na sua frente e jogava tudo que estava com ele no chão. Seu paletó foi jogado a metros de distância e já havia sido levado pelo mar.

— Sage...

— Eu já sei Nik. - reprimi uma risada – Eu sei. – me abaixei e tirei os seus sapatos e passei para ele que já segurava os meus.

Ao invés de melhorar ele apenas ficou mais rabugento ainda e eu compreendi que finalmente essa viagem deveria acabar, eu não aguentaria mais o mal humor dele por muito tempo.

~º~

— Sage está com sede? – Niklaus me perguntava pela décima vez enquanto entravamos na mansão.

— Não Nik. – resmunguei baixo quase caindo na entrada – Avisou que iriamos voltar hoje? – abri a porta da casa.

— Sim, já mandaram nossas coisas para o castelo amor. – parei o olhando, eu não havia concordado com isso – Sem histerismo Sage, você vai gostar. – sorriu para mim.

— É bom que não tenha nenhuma estátua maldita Niklaus, ou eu vou derreter todas elas.

— Eu sei que sim... nos nossos aposentos não tem nenhuma, mas pelo castelo dá pra encontrar bastante. – dei de ombros – Seus amigos ficaram aqui e nós iremos para lá... o que me fez lembrar que Bonnie, Matt e Jeremy irão embora logo, eles estavam esperando que você voltasse para se despedirem.

— Oh sim. – falei baixo e ele esticou a mão para mim e me puxou para dentro da casa jogando as malas no chão.

Ele realmente estava feliz por sair de Miami, era até engraçado. Fechei os olhos e me joguei no sofá e ele se jogou ao meu lado, senti suas mãos em minha cabeça e ouvi ele suspirar.

— Nós nunca vamos voltar para aquele lugar.

— Tudo bem Nik, eu entendi. Adeus Miami, adeus praia. Da próxima vez vamos para uma cabana na floresta. – ele resmungou.

— Da próxima vez nas nossas férias dessa sua praga de família, nós iremos para a Inglaterra.

Eu veria a rainha Elizabeth e de quebra roubaria sua coroa. Eu mereço uma coroa, eu quero uma coroa.

~º~

— Uma foto do grupo! – Caroline gritou puxando todas as mulheres da família, até mesmo Hayley e parou de frente para a imensa cascata – Vem logo Sage.

Fiz uma careta para ela e Ibis me deu um empurrão, sinto cheiro de merda. Isso não vai prestar. Elena me ajudou a para do lado dela e Nataniel se posicionou retirando várias fotos de nós e então os homens vieram e se juntaram montando a fotografia família do século, só gente gostosa.

— Ai que lindo. Adorável. – Ibis bateu palmas com sarcasmo – Estou achando isso muito parado. – resmungou comendo o bolo – O meu décimo quinto casamento foi muito divertido.

Senti a pressão passar por mim e todos foram para a água restando apenas eu e Nik em pé e secos os olhando, outra fotografia foi retirada e nós fomos lançados dentro do lago logo depois. A olhei de cara feia, quase engasgando enquanto me levantava. Caroline faltava saltar fogos de tanta raiva, tossi e então nos olhamos rindo... era tão... ridículo. Maldita família. Olhei para Niklaus e vi que ele tinha uma expressão muito estranha no rosto, vi que ele estava planejando matar Ibis.

— Ah eu odeio a sua mãe, ela se parece tanto com você. – Katherine saia com dificuldade do lago – São clones, todos vocês são clones.

— Então tem certeza que a odeia? Eu me lembro de ver você chorando quando eu morri. – Nataniel riu.

— Eu disse. – gritou tirando mais fotos.

— Você deve ter parado em uma dimensão em que eu gostava de você, não confunda as coisas. – resmungou baixo caindo e levando Natalie junto.

— Mas que exemplo de reinado. – resmunguei baixo ao lado de Marcel que também havia sido jogado no lago.

— Até agora não tenho do que reclamar. – gargalhou ao me ver emburrada – Eu estou tendo uma ótima vingança e nem precisei das minhas mãos.

~º~

— Olá Marcel. – Niklaus cumprimentou o moreno que entrava na mansão despreocupadamente como se já nos esperasse.

— Voltaram rápido. – sorriu para nós.

— O estoque de alimentos da Sage estava bem escasso, precisamos voltar rápido. – Nik resmungou já que eu quase o drenei por completo e ele teve que se alimentar mais que o normal devido a isso.

— Nataniel disse o mesmo quando foi atrás de vocês, na realidade isso foi só uma desculpa dele para falar com Ibis. Disse que a manteria informada, mas tenho a impressão que ela tem um pouco de receio dele já que ele a persegue para todos os cantos. – reprimi uma risada.

— Eu sabia que tinha alguma sujeira por trás disso tudo. – resmunguei arrumando meu cabelo enquanto continuava deitada.

— Sempre haverá. – o moreno riu.

— Qual o inventário da semana? – o olhei.

— Conseguimos um grupo considerável de vampiros para lutar ao nosso lado, alguns lobisomens concordaram em se tornarem híbridos e outros não, mas os troucemos mesmo assim para que você decida o que fazer Sage. – ela falou diretamente comigo e senti que Klaus se incomodou, dei de ombros.

— Klaus resolverá isso, é um reino de dois, acho que podemos discutir isso mais tarde. – ele concordou com um sorriso pequeno – Esther deu algum sinal? Uri?

Tudo bem que eu sabia que era mais influente que Nik nos últimos dias e que tudo que eu dizia virava lei só pelo fato das pessoas terem medo de falar comigo me julgando de louca e coisas parecidas, mas Niklaus ainda era o rei. Ele ainda conhecia esse mundo melhor do que eu e eu tinha que deixar um espaço para ele liderar antes que eu tomasse tudo e ele passasse por cima de mim. A grande diferença entre nós dois era que seu eu deixasse Nik livre demais ele causaria o apocalipse sobrenatural e que se ele me deixasse livre demais eu dominaria tudo e armaria guerra contra um país inteiro humanos e não humanos, eu não sabia dizer qual de nós dois era o pior.

— O número de vampiros de Uri aumentou consideravelmente, precisamos resolver esse problema logo Niklaus, suspeito que Uri tenha planos de transformar toda a Toronto em uma região vampira. – agradeci por ele se voltar para Nik.

— Significa que todos os habitantes serão vampiros?

— Exatamente. Acreditamos que eles pensaram no contra também... significa mais trabalho para achar alimento. Esperamos que isso seja o suficiente para que ele não queria aumentar tanto o próprio reino.

Parei por um momento, se continuássemos dessa forma acabaríamos matado toda New Orleans também, logo meus pensamentos foram dissipados.

— Não se preocupe com isso. Alaric montou um rigoroso sistema de monitoramento em relação a alimentação dos vampiros, não houve nenhuma morte desde que vocês assumiram o reino. – Frederich se sentou no sofá e eu acenei com a cabeça.

Isso era muito bom. Olhei para Niklaus esperando sua palavra final ao respeito dos lobisomens, ele me encarava sério.

— Liberem os lobisomens que não querem fazer parte disso. – sorri para ele, era óbvio que ele pensava em Oliver – Vamos atrás de bruxas que possam nos ajudar.

— Acho que não é uma boa ideia. – eles me encararam.

— E por que não?

— Esther está sugando os poderes de algumas bruxas para ficar mais poderosa, isso significa que estaríamos entregando alimentos para ela, é dar uma arma para o inimigo quando estamos desarmados. – eles se olharam.

— Então você não pode estar na guerra. – Marcel anunciou.

— Eu só preciso aprender a controlar meus poderes, quando conheci Gaspar eu quase não percebi que ele era um bruxo, achava que era um lobisomem. Talvez seja uma habilidade, e o fato de eu ser duplicata ajuda, eu nunca senti a energia de Ibis. – expliquei.

— Temo isso ano nosso favor. – Klaus olhava para o nada extremamente sério – Eu estou com vontade de matar. – saiu da casa.

Demos de ombros e passamos a conversar.

~º~

Girei completamente encharcada assim como Marcel, ele me olhava sorridente embora seu olhar nunca saísse do modo desconfiado.

— Você me deve um reino. – revirei os olhos.

— Consiga o seu.

— Esse era o meu.

— Então tomaremos o de Uri para você. – sorri para ele que retribuiu.

— Não me trate como uma criança negociando brinquedos Mikaelson. – ele riu.

— Você parece gostar disso. – arqueei uma sobrancelha.

— Eu disfarço bem. E eu aceito a proposta, eu ficaria feliz de ter o reino de Uri para mim. Isso me deixaria bem satisfeito.

— Quer dizer que o meu presente de casamento na realidade será para você? – resmunguei e ele me girou.

— Eu te dei um presente rainha... quem você acha que arrumou esse castelo?- o encarei surpresa.

— É sério isso?

— Muito sério.

— Você tem futuro como arquiteto, caso o de rei não dê certo. – provoquei.

— Você tem um futuro como cadáver.

— Quero ver realizar. – pisquei me afastando.

~º~

— Nosso novo lar. – Niklaus sussurrou no quarto andar do castelo – Completamente nosso, achei que se sentiria mais confortável assim.

Abri a porta com ele atrás de mim e parei completamente surpresa observando todo o local. Era como se fosse um apartamento. Uma sala imensa com lareira, um sofá e uma tv imensa. O tapete era de um marrom escuro e os sofás eram de um vermelho vinho, e as paredes eram brancas. Havia uma porta dupla imensa de madeira escurava que dava um outro cômodo com uma mesa redonda de frente para uma porta que dava para a varanda. Avancei pelo local e entrei no cômodo vendo que havia uma bancada que dividia o cômodo, havia uma cozinha pequena e confortável. Passei pelo corredor e vi o imenso banheiro  e mais dois quartos. Sorri para Klaus.

— Eu amei. - olhei os quadros que estavam pendurados.

— Eu estava pensando em colocar uma armadura na sala - o olhei de cara feia - Tudo bem, sem armaduras.

— Meu gato. Onde está o Cosmo?

Ele bufou ao lembrar do animal.

— Com Caroline. – resmungou baixo.

—  Ótimo. Vai buscar ele. – pedi e ele desapareceu voltando logo em seguida com uma careta e Caroline grudada em seu pescoço.

— Oi Sage. – ela me agarrou com força e vi Cosmo nos braços de Nik, o gato lutava para o morder e Klaus o arremessou em cima de nós.

— Oi Care. – olhei o gato vendo o quão imenso ele era, gente não é possível, isso não é um simples felino – Ele deu trabalho?

— Cosmo é um amor, mordeu Damon, Kol, Elijah, Stefan... um doce. – ainda estava grudada em mim – Estou feliz que esteja de volta, vocês ficaram tão pouco tempo lá.

— Bem, eu não tinha planos de voltar cedo assim, mas quando acordei hoje pela manhã eu já estava no avião. – olhei de cara feia para Niklaus sabendo que ele havia me dopado, ele apenas deu um pequeno sorriso e se jogou no sofá.

— Bem... eu espero que aproveitem. – a olhei confusa e ela apenas saiu e voltou – Eu sei que vai gostar, mas acho que o Klaus não. – riu saindo novamente.

~º~

Caroline é um máximo. Dei um sorriso malicioso e ouvi Klaus bufar ao meu lado.

— Presente de casamento! – gritei animada e Stefan se afastou sorrindo carregando a venda que ele tinha usado para tampar os meus olhos.

— Um autódromo.... é uma nova maneira de tentar me matar?- o loiro resmungou e eu saltei para a pista indo para o carro vermelho e Nik foi para o preto.

— Sabemos que a Sage tem capacidade. – Caroline falou de longe e eu liguei o carro.

— Amor... – ouvi Nik sussurrar do outro carro – É melhor você não quebrar o pescoço, eu vou te mostrar como fazer isso ser prazeroso para os dois essa noite. – o olhei confusa e ouvi ele rir.

Disparei pelo autódromo sem nem esperar algum tipo de sinal, Niklaus vinha logo atrás e percebi que ele vinha bem mais rápido do que eu. Era o esperado já que ele tinha reflexo melhores, acelerei mais ainda sem me importar com os problemas que poderia ter. Quando Klaus se aproximou eu joguei seu carro contra os pneus e ri quando vi o carro rodar diversas vezes antes de se movimentar novamente, ouvi Caroline e Stefan torcerem por mim e acelerei nas curvas completando a primeira volta.

Eu imaginei que em algum momento Nik bateria no meu carro, mas não precisou chegar a tanto assim, na terceira volta eu perdi o controle do carro. O carro girou e bateu contra os pneus sendo lançado para cima enquanto girava pelo ar e então ele caiu e uma cadeira atravessou o teto do carro ao meu lado quase acertando minha cabeça. Dessa vez eu realmente quase morri. Arregalei os olhos... eu não tocaria em um carro tão cedo.

— Ei Nik, acho que o presente foi pra você. – Caroline riu depois de me ajudar a sair do carro enquanto olhava meu rosto assustado.

Fui até Klaus e escondi meu rosto em seu peito, ninguém precisava saber que eu tinha me borrado de medo.

~º~

Olhei o imenso helicóptero ficando bem surpresa, eu realmente não esperava por isso. Niklaus conseguiu me assustar um pouco.

— Eu sei que gosta de algumas aventuras e eu vou considerar isso como lua de mel de verdade, por aquilo foi a pior situação que eu já passei na minha vida. Com certeza.

Nos sentamos no banco de trás e ele prendeu nossos cintos e colocou os fones, o piloto entrou e ligou o helicóptero dando início a viagem, olhei tudo maravilhada. Nunca na vida que eu iria imaginar que Niklaus faria algo assim, era realmente muito estranho, Niklaus sempre seria um enigma para mim. Poderia se passar mil anos, mas eu tenho total certeza de que ele nunca deixaria de me surpreender.

— Surpresa?- percebi que ele ria da minha cara.

— Muito Nik. – segurei sua mão quando nós passamos por baixo do estádio – Eu não sabia que gostava disso, dessas coisas.

— Eu não gosto muito, eu imaginei que seria legal te levar para saltar de paraquedas ou coisa do tipo, mas imaginei que por mais que o céu esteja vazio... não seria muito confiável deixar sua vida nas suas próprias mãos. Você é boa em cuidar dos outros amor... mas não de si mesma.

Ele sorriu e eu retribui sabendo que isso era mesmo verdade. Doía um pouco admitir, mas eu nunca fui muito responsável em relação a mim mesma, eu tinha que agradecer muito por ter as pessoas que eu tinha em minha vida, cada um cuidando um do outro, mesmo que a maioria tivesse motivos de sobra para se matarem. Eles estavam convivendo juntos, por mim. Isso sim era uma demonstração de amor.

— Obrigada Nik.

— Pelo o que?

— Por nunca ter me matado. – o olhei de lado e vi que ele me encarava intensamente – Obrigada por tudo o que aceitou por mim, eu realmente reconheço que você fez muito, talvez mais do que eu merecia. – ele apenas sorriu em resposta.

— Aguentar os seus amigos é um desafio age, e convenhamos... você está acabando com os meus mil anos de tédio. Minha vida nunca esteve tão agitada. – riu parecendo se lembrar de algo e eu resolvi o ignorar.

Passamos por cima da cidade e eu vi o quão linda ela era de noite, New Orleans era mais do que magnifica. Tão colorida, movimentada e barulhenta, uma mistura de centenas de cores. Era realmente magnifica, olhei para o lado e vi que Niklaus parecia tão impressionado quanto eu, ele abriu um sorriso orgulhoso. Minutos depois o helicóptero pousava sobre um prédio imenso, Klaus sorriu e me puxou para dentro dele passando por uma pequena porta, ele colocou uma chave no elevador e nós subimos para o ultimo andar do prédio.

Ofeguei surpresa ao ver... romance. Saímos do elevador e eu olhei tudo encantada, estávamos no prédio mais alto de New Orleans. Olhei ao redor, estávamos em uma espécie de terraço com uma parte coberta lotada de plantas e pequenas lâmpadas que iluminavam todo o local ao redor dos vasos e seguindo pela parede. Mais a frente havia a parte descoberta onde estava uma mesa redonda branca e duas cadeiras, tinha comida sobre a mesa que eram desconhecidas pela minha pessoa, vinho e flores. Olhei tudo maravilhada e ergui os olhos para o céu tento uma visão magnifica das estrelas que não eram possíveis de se ver em locais mais baixos devido a luminosidade, era tudo fantástico. Klaus puxou a cadeira para mim e eu me sentei ainda em choque.

— Nik...

— Eu estou sentindo amor. – ele apenas sorriu – Eu também estou feliz.

Usei a marca e vi que era exatamente o que ele estava sentindo, ele realmente estava feliz, isso dava de mil a zero em Miami. Klaus feliz e me fazendo feliz era bem mais recompensador. Nós comemos tendo uma conversa calma, nada muito típico de nós devido ao meu choque e a surpresa dele por me ver tão quieta. Assim que terminamos ele pegou a mão e nos aproximou do pequeno muro de proteção, olhei tudo maravilhada, então ele ergueu o braço me mostrando o ponto imenso no meio do nada. Reconheci como o nosso castelo, ele era majestoso, lindo. Magnifico e eu fiquei surpresa em como Marcel trabalhou nele tão bem. O castelo parecia se impor sobre a cidade, parecia ter autoridade sobre tudo, tinha uma arquitetura forte e poderosa, era como se fosse o núcleo de New Orleans. Ele estava cercado pela floresta e rodeado pelas luzes coloridas da cidade e parecia ser o único ponto sério dela.

— Isso é todo o nosso reino. – ele sorriu animado abrindo os braços e eu tive a noção da dimensão do nosso “poder”

Ele me abraçou por trás e eu apoiei minhas mãos no muro olhando tudo maravilhada, era incrível. Passamos a conversar de novo e eu me lembrei de um detalhe, muito importante.

— Nik. – ele ficou tenso quando viu que mudei o tom de voz.

— O que querida?

—Me lembrei de um detalhe importante - ele se encostou no muro me olhando com curiosidade - Eu não tive uma noite de núpcias até hoje. – me lembrei que ele estava tão puto com a lua de mel que nem sentiu falta desse detalhe – Eu me pergunto o por que.

Ele riu com sarcasmo e me olhou como se me culpasse, resolvi fazer uma provocação leve sabendo que isso resolveria.

— Mal nos casamos e já sinto como se houvessem passado anos, a idade está provando que está te vencendo Nik. – deu certo.

Sorri maliciosa e ele me puxou com força jogando tudo que estava na mesa no chão e me colocando em cima dela com violência quase a quebrando, apertou minhas pernas com força e me beijou com violência, da forma que eu gostava.

— Tente falar isso quando eu acabar... se você tiver fôlego. – ri e ele me beijou novamente.


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