Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 48
Renascer, viver e intensificar


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS, POR FAVOR!



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Senti o cheiro de Nik próximo a mim, eu sentia a energia sobrenatural de seu corpo fluir para o meu através de sua mão que segurava a minha, abri meus olhos me acostumando com a claridade suave que adentrava no local e percebi que estava em seu quarto, olhei ao redor e vi Gaspar sentado em uma poltrona de frente para nós, ele me analisava cuidadosamente. Minha barriga roncou e eu senti a fome me invadir junto da sede.

Olhei para o lado e vi Klaus com a cabeça tombada para o lado direito recostando em um travesseiro que provavelmente alguém havia colocado ali, ele estava pálido e possuía olheiras, algo que estranhei muito fora o seu cabelo desgrenhado  a roupa amarrotada.

— Nik. – o chamei sentindo minha voz falhar, eu quase não possuía mais voz – Ele ficou preso? – perguntei para Gaspar.

— Ele está descansando, faz dois dias que você está de volta, mas é a primeira vez que acorda. – ele se levantou e se aproximou da cama se sentando na beirada dela.

O olhei atentamente. Gaspar tinha um cabelo curto e loiro, tinha a pele rosada e os olhos de um azul intenso. Ele era extremamente bonito e eu me perguntei qual seria a idade dele, parecia ter no máximo uns 30. Me perguntei como um bruxo tão novo pudesse ser tão forte.

— Obrigada. – pedi ao me lembrar de como havia sido complicado conseguir sair daquele lugar, Gaspar deveria ter enfraquecido muito ao atravessar o portal.

— Por nada Sage. – ele abriu um pequeno sorriso.

— Você é um bruxo forte. - constatei ao me lembrar do episódio- Entrou naquele mundo e me protegeu de Esther e ainda usou o ataque dela contra ela. – eu sabia que era ele, eu não tinha feito aquilo e Ibis estava muito longe.

— Não achei que notaria que era eu.

— Notei. Ela disse que sou uma bruxa. É uma palavra feia, queria que chamasse tipo... aurora boreal.

— Bruxaria sendo chamada de aurora boreal? Sage! - riu negando com a cabeça - Toda duplicata de Ibis tem uma conexão com bruxaria. Mas não é como se fossem realmente bruxas, é muito mais limitado do que uma bruxa de verdade consegue fazer. Você só pode deixar um vampiro desnorteado por vezes, chamas pequenas e pode entrar na mente alguns deles causando alucinações que podem te ajudar em um combate físico. Obviamente pode aperfeiçoar isso, mas é algo que leva anos para acontecer até poder ser considerada uma bruxa de verdade.

— Ah que pena. Nada de cabeças explodindo? - perguntei chateada brincando com os dedos de Nik.

— Não. Conversaremos sobre isso depois. Você tem uma família cheia de segredos. - resmungou.

— Ela disse que bem... eu sou uma híbrida agora?

— Você é humana, duplicata e bruxa. Ainda é humana. - ele se sentou na cama em que eu estava deitada.

Era muito estranho que existisse um modo de conciliar vampirismo com bruxaria, provavelmente Ibis era a única capaz de fazer algo assim, ela deveria ser realmente poderosa.

— Não mais. O elo agiu e me manteve conservada, mas eu morri e o sangue de Klaus e Ibis se conectaram e está tornando o meu vampírico... eu estou em transição. - o encarei - Magia é sem sentido. Preciso do seu sangue.

— Então você é metade humana e vampira? Isso é estranho... você é literalmente uma morta-viva. Você sempre consegue ser mais estranha.- o olhei curiosa.

Ele cortou apele com um pequeno canivete e derramou dentro de um pequeno copo, peguei o copo e bebi seu sangue rapidamente fazendo uma careta, tinha um sabor muito desagradável e eu fiz uma careta apenas o ouvindo rir. Deveria ser pelo fato de Klaus ser algo como o meu “criador”, estávamos conectados.

— Me conte. - pedi ansiosa.

— Depois. - gesticulou em direção a Klaus que acordava - Vou buscar algo para comer.

Os olhos de Klaus abriram rapidamente e se focaram em mim. Ele parecia não acreditar no que via, era como se estivesse encarando um fantasma.

— Sage você acordou. Eu já estava preparado para matar Gaspar.- confessou se ajeitando na poltrona e arrumando a jaqueta.

Ri. Não é nenhuma novidade.

Recebi um olhar intenso e comecei a entender o motivo pelo qual defendiam a marcação com unhas e dentes, eu sentia Klaus por todo o lugar. Só o toque de sua mão na minha me deixava em puro êxtase, era como se o corpo dele se fundisse ao meu. Como se fosse uma única pessoa, como se nós dois vivêssemos no mesmo corpo. Senti o alivio me inundar.

Ele agarrou meu rosto com força e encostou seus lábios nos meus me beijando intensamente, senti meu peito apertar de dor e medo e percebi que era o que ele senti no momento, talvez ele acreditasse que aquilo era apenas um sonho e que eu ainda estava morta, era o que ele fazia parecer. Niklaus ainda achava que eu estava morta.

— Eu estou aqui Nik, eu realmente estou de volta. Namoradas de vampiros de apenas 18 anos não morrem.- ele riu baixo – Você ainda tem uma coleção imensa de vasos para eu quebrar, não morro antes disso.

— Então esconderei todos. – ele encostou sua testa na minha e tocou meu rosto com carinho – Foi um susto tão grande Sage.

— Acho que está na hora de renovar o meu pacto, hum? – ele riu negando com a cabeça.

— Ele já deve estar saindo no prejuízo a uma hora dessas. – me olhou atentamente – Quando você melhorar... eu vou te transformar. Elijah vai. – se corrigiu e eu percebi que ele não queria me ver morta de novo, mesmo que estivesse apenas em transição, ele não queria ter que me matar com as próprias mãos.

— Isso não é mais um problema. – afinal eu estava em transição e não precisava morrer para isso, ele me encarou confuso - Nik... - o olhei seria - Desculpe por não ter agido antes. – me referi a fugir de Stefan.

— Eu não gostei. Mas a sua presença foi fundamental para nos dar um tempo de vantagem sobre Esther. – ele parecia irritado com esse fato – Nunca mais me faça passar por um problema assim de novo Sage, ou eu iriei te trancar dentro de celas para o resto da sua vida.

Eu não prometeria nada, eu sem confusões? É tipo... bilionário sem casa, ambulância sem sirene.

— Eu estive com Ibis. - me olhou atentamente - Ela mantém Esther presa. Mas está fraca pois sua mãe merdinha está conseguindo reunir grupos em um mundo, então ela tem mais facilidade em sair de lá.

— O que Ibis te fez? – dei de ombros, só me assustou um pouco.

— Nik... Ibis era Dianna. - ele me olhou chocado - E ela tem 4.000 anos. Mais. – comentei empolgada.

— Ela tentou algo Sage? - vi que ele ficava tenso provavelmente se culpando por um dia ter me apresentado a ela.

—Não. Apenas me ajudou a sair de lá.

— Qual o motivo? Ela não perderia mais da metade do poder te ajudando com isso??– me olhou e tocou minha bochecha enquanto eu suspirava.

— Ela acha que sou uma boa líder, e quer um exercito para deter Esther... por toda a eternidade. Acho que esse foi o custo de eu estar aqui de novo Nik, se não fosse por isso eu não teria recebido o prazo de uma semana. O custo foi a minha mortalidade.

— Entendo. Sage... você sempre deixou claro que não queria ser eterna... não que eu fosse respeitar essa sua escolha, pois na primeira oportunidade eu te transformaria, mataria e algemaria só por segurança. – dei uma risada baixa.

— Eu não tenho mais escolha Nik. - antes que ele pudesse questionar o grupo invadiu o quarto me assustando e se jogando em cima de mim.

— Sage você me assustou. - Caroline agarrou meu pescoço - Maldita seja. Eu quase morri. - se abanou enquanto chorava. ainda agarrada a mim.

Revirei os olhos.

— Não é para tanto Caroline.

Me olharam de cara feia.

— Você estava morta, mas ao mesmo tempo não estava entendeu? Seu corpo não começava a decompor, mas seu coração não batia e você não tinha sangue. Nós não sabíamos o que havia acontecido.

Elena se sentou do meu outro lado e reparei que estavam todos ali no quarto, até mesmo Stefan e Rebekah que se mantinham o mais afastados possível. Desviei os olhos entendendo que Klaus só não havia o matado pelo mesmo motivo que eu não havia matado sua irmã, nós tínhamos pendencias com os dois que algum dia teriam de ser resolvidas.

— Não sei dizer o que aconteceu. Primeiro eu cheguei ao mundo dos mortos, eu estava sendo julgada e decidiram que eu tive morte justa, mas ele tinha uma limitação e as chances de eu sobreviver eram muito pequenas. Então o elo apenas conservou o meu corpo.

— E como saiu dessa? Como conseguiu o prazo? - Jeremy perguntou abraçando Bonnie.

— Uma puta confusão. O elo conservava o corpo e o sangue de Klaus  restaurava então basicamente o elo me mantinha viva e conectava meu corpo a minha alma para que ele não morresse e eu não deixasse de existir.

— Por isso as vezes conseguíamos te sentir? - Stefan perguntou afastado e eu acenei com a cabeça vendo que Klaus ficava cada vez mais tenso e percebi que Rebekah ficou na frente de Stefan o protegendo de um ataque de ódio.

Provavelmente ela havia interferido na possível morte de Stefan. E isso me fez lembrar que eu deveria o estudar um pouco mais, havia algo de errado nisso tudo.

— Ibis de alguma forma conseguiu me jogar entre os dois mundos.

— Ibis? - Nataniel perguntou - Você falou com a bruxa louca?

— Não ofenda minha amiga. - briguei arremessando o alarme nele - Continuando... ela deu o prazo de uma semana até que eu deixasse de existir completamente, eu não teria nem a oportunidade de ficar no mundo dos mortos. As bruxas geralmente só tem poderes para saírem de lá, é extremamente raro conseguirem levar outra pessoa com elas. - expliquei rapidamente - Em pouco tempo eu já estava "viva", mas não podia sair de lá sozinha.

— Por isso me conectei a Ibis. Precisei levar Klaus para usar a marca a favor, seria mais fácil localizar Sage. Ibis se conectou a nós três e eu e ela conseguimos nos trazer de volta. – Gaspar voltou colocando uma bandeja no criado mudo ao meu lado.

— Porque ela não veio? - Nataniel parecia chateado.

— Eu tive uma pequena luta com Esther, assim Ibis pouparia seu poder e a mandaria para o mundo dos mortos. Provisoriamente.

— Mas o que todos queremos saber é... – interrompi a fala de Damon que se sentou ao meu lado me abraçando.

— Ela quer um exercito de híbridos e duplicatas, Ibis sempre está contendo os avanços de Esther que está conseguindo burlar regras dos mortos. Isso significa que ela vem trabalhando muito mais para conter ela, e consequentemente fica com menos poder e demora muito mais para se recuperar.

— E o exército...

— Exército de imortais, para lutar contra ela pelo resto da vida.

— Bem... eu não estou fazendo nada mesmo. - Nataniel se jogou ao meu lado - Não é Crista? Tenho tempo de sobra para brigar com alguns originais. – colocou um óculos escuros e tirou uma foto dele, de mim, Damon e Niklaus – Selfie pós morte.

— Meu senhor. Perdão. - resmunguei tentando me levantar e cai de volta exausta.

— Aqui. - Klaus esticou o pulso sem nem ter o cortado, antes que ele fizesse isso senti minha gengiva coçar e o mordi com força surpresa ao sentir minha presas - Ei Sage. Isso doeu amor.

Grunhi ao sentir o gosto delicioso do sangue de Klaus e o mordi com mais força ainda ouvindo ele gemer de dor. Eu estava me sentindo cada vez mais saciada e nem liguei para o absurdo que era essa cena, apenas avancei sobre ele quando o mesmo arrancou o pulso de minha boca. Klaus segurou minha cabeça com força me olhando confuso.

— Se acalme. - imediatamente me tranquilizei - Respire fundo amor.

Senti seus dedos passarem sob os meus olhos, notei que eles coçavam um pouco e revirei os olhos. Mordi os lábios e senti a ponta do meu canino rasgar levemente a carne macia.

— Não acredito que está usando presas falsas de novo Sage. - fechei a cara.

— Para de me humilhar. - bati em sua mão - Não tem nada falso.

Ele estreitou os olhos e se afastou de mim, Matt surgiu em meu campo de visão e eu sorri para ele, o abracei sem nenhum problema e me afastei rapidamente abraçando Bonnie.

— Vocês se recuperaram tão rápido. - comentei.

— Você está apagada a uma semana Sage. É o esperado. - revirei os olhos.

— Ei Bonnie. Olha o que faço. - sorri animada e foquei meu olhos na cama.

Me concentrei ao máximo tendo total consciência que eu não estava preparada para isso, mas quer saber... eu quero. Eu posso, eu faço. Sorri sentindo a energia estranha percorrer todo o meu corpo e se concentrar em minha cabeça deixando minha nuca arrepiada, aspirei o ar com força e deixei a energia se esvair, mas meu descontrole foi ao máximo e a cama simplesmente explodiu lançando madeira e espuma para todo o lado enquanto chamas dominavam todo o ambiente. Damon que estava próximo a janela saltou para trás atravessando e eu levei isso como uma vingança por ele ter me lançado na frente de uma ambulância.

Ri e Gaspar esticou a mão apagando as chamas. Damon voltou pela janela e todos me encaravam assustados em completo assombro parecendo terem visto a pior coisa da vida deles, isso só fez meu sorriso aumentar mais ainda.

— Ai meu Deus. - Caroline comentou - Isso não é bom. Realmente pode ficar pior.

— O que gente? - perguntei chateada.

— Você com poderes? Niklaus tranque ela nas celas. - Damon ordenou – Vou chamar o exorcista. – pegou o próprio celular e se afastou.

— É o que? - gritei irritada - Isso não é justo, se eu for Bonnie também vai.

— Bonnie não é louca Sage. - o olhei de cara feia.

Desde quando eu sou tratada como louca? Desde quando eu sou tratada como se eu fosse um problema?

— Que seja.

— Será que dá pra explicar o que realmente aconteceu lá? - revirei os olhos me jogando na cama ao lado de Care.

~°~

— Sage. - ouvi Klaus gritar da minha sala - O que é essa coisa?

Cheguei na sala e vi Klaus sentado no sofá com as pernas abertas, em sua mão erguida estava uma taça de vinho. O loiro estreitava os olhos em direção a figura completamente negra que estava sentada em seu joelho lambendo uma das patas.

— É um gato Nik. - revirei os olhos - Está tão velho que nem se lembra mais? Caducando?

Ele bufou ainda encarando o bicho como se ele fosse uma ameaça.

— Eu sei o que isso é. Quero saber o que ele faz aqui.

— Nataniel me deu. - dei de ombros.

— Claro. Só podia ser. - o gato o olhou estreitando os olhos.

Meu Deus, parecia que Natie me deu ele prevendo o que iria acontecer. Reprimi uma risada e cruzei os braços vendo os dois se encararem em desafio, era cômico.

— Não implique com o Nicolas. - Klaus me olhou de cara feia e então deu um sorriso maldoso.

— Nem pensar... vamos chamar ele de...

— Eu dou o nome... o gato é meu Nicolas... Niklaus. – me confundi.

Olhei o gato completamente preto, até mesmo os olhos eram negros. Ele era extremamente peludo apesar de ser um vira-lata, era imenso e gordo para um filhote e me perguntei se isso não era um filhote de pantera, era bom duvidar. O bicho é mesmo imenso.

— Cosmo. - sorri maliciosa - Eu gosto.

O gato me olhou e voltou a lamber a pata.

— Não gostei, parece nome de boneco.

Cosmo olhou Klaus lampejando de ódio, fez um chiado alto e então cravou as unhas na perna dele e pulou para mesa de centro enquanto vigiava Niklaus. Ri abertamente me jogando sobre Nik que me segurou enquanto revirava os olhos.

— Vamos Sage. Vamos dar uma volta. - ri e me levantei.

— Para onde vamos?

— Atrás de mais híbridos.

Dei de ombros e fui em direção ao elevador, Klaus entrou comigo e logo chegamos a garagem indo em direção ao meu carro recém roubado/comprado. O mesmo esquema sujo de sempre, um cara milionário hipnotizado.

Segui em direção ao carro e parei quando vi Stefan e Caroline nos olhando com curiosidade, Elena e Damon saiam de um carro e eu sorri para eles.

— Estamos indo a caça dos híbridos. - avisei.

— Seu sangue ainda funciona?

— Segundo ao nosso experimento de ontem ele funciona sim. Isso faz com que não precisemos de um vampiro por perto, mas resta a dúvida de por quanto tempo isso pode dar certo. – coloquei as mãos dentro dos bolsos.

— Não se esqueça de que Ibis foi uma vampira diferente de nós. - Elena alertou.

— Não esqueço Elena. Sou o primeiro experimento dela, se tudo sair de acordo o meu sangue não vai ser afetado.

— Como espera por isso? - Damon se pronunciou.

— Vamos saber. Quando eu me transformar nós iremos saber... vai depender, se eu tiver meus poderes por ser uma duplicata... e por que eu sou realmente diferente. - me encostei no carro - Gaspar me disse que hoje as bruxas perdem poderes quando se tornam vampiras. O mesmo deve servir para mim. - dei de ombros - É um processo lento.

— Bem... não faço questão de entender Morce - revirei os olhos para o novo apelido de Damon. Morce de morcego. Super criativo. - Afinal você é estranha em todas as formas.

Aparentemente terá um apelido para cada fase da minha vida. Céus.

Fechei a cara suspirando e entrei dentro do carro batendo a porta. Klaus tomou a direção e me olhou abrindo um sorriso divertido quando me via irritada. Era assim é?

— Oliver me ligou. - Klaus avisou.

— Isso é uma novidade, ele morre de medo de você. - mexi em seu celular vendo algumas fotos, é... pelo visto o talento de Klaus fica só na pintura mesmo pois o enquadramento dele é péssimo.

Tão fofo.

— É? - sorriu malicioso - Eu não sabia disso amor.

— Nem pense em assustar meu irmão. Deixa isso para mim. - estiquei as pernas e abri o livro.

— Não está com sede querida? Faz 5 dias que você retornou e só bebeu sangue uma vez.

Olhei para fora, não eu não sentia sede. A não ser por água, e minha fome havia se tornado mais voraz ainda. Eu comia o triplo do que normalmente comia e já notava que eu estava bem maior que o normal.

— Não Nik. Não senti nada. - bocejei.

Era como se eu estivesse ficando mais humana ao invés de vampira e isso vinha assustando Niklaus. E talvez todo mundo, eles ainda acreditavam que eu poderia morrer, mas eu tinha minhas duvidas. Eu ainda não era considerada uma morta viva, e nem sabia se seria já que segundo Gaspar Ibis não havia morrido para se tornar uma vampira. Eu sei que é estranho pelo fato de eu ter ido ao mundo dos mortos e ter realmente morrido, mas a questão é que eu voltei e que eu voltei ainda sendo humana... então tecnicamente a transformação não se concluiu com minha morte. Ou seja, eu sou uma nova espécie de vampira que pode assimilar bruxaria com vampirismo.

— Acha que consegue montar um clã com seu sangue e suas duplicatas? O híbrido que fizemos ontem não apresentou sinais de bruxaria.

— Talvez, mas eu não quero condenar ninguém.

— Se você não tivesse se tornado isso a força... você iria querer ser uma vampira? - o olhei de lado.

— Não era meu sonho, mas eu acreditava que eu seria um dia. Mas mais velha, não esperava que isso fosse acontecer tão cedo.

— Bem... eu estou feliz que esteja de volta. E que eu não tenha precisado fazer isso a força.

— Eu estou feliz por estar de volta. - sussurrei - Mas algo me diz que eu ainda vou passar por algo assim de novo.

O vi ficar tenso.

— Ibis disse algo?

— Não. Mas é uma sensação de que... não vai ser tão fácil assim Klaus. Já percebeu que nada entrou na minha vida por acaso?

— E como Sage. - deu de ombros olhando para fora.

— Olha Nik. - estiquei a mão mostrando a revista que eu lia, Niklaus a puxou e segurou minha mão esquerda.

— Onde está sua aliança?

Olhei para meu dedo e vi que o anel da marcação havia sumido. É ... o que?

— Como assim aliança? É um anel.

— Não Sage. É uma aliança.- prevejo discussões.

— Desde quando acha que estamos juntos? - fiquei confusa - Você simplesmente decidiu que estávamos juntos sem me dizer nada?

— Achei que era suficiente. Desde que te marquei.

— Niklaus você poderia ter sido corno sem nenhum de nós dois saber. - o olhei irritada.

— Sage eu já te pedi em namoro a muito tempo.

— Não pediu. Decretou e está fazendo a mesma coisa com o casamento.

— Não quer se casar comigo? - me olhou afetado, quer dizer que agora eu posso escolher?

Gente como é bonitinho. Revirei os olhos.

— É claro que quero. - abri um sorriso - Não acha cedo demais não?

— Sage eu tenho 1200 anos. – creio que se eu tivesse uma família viva, eles achariam ele um pouquinho velho não é?

— Eu tenho 18. - ri.

— E já sabe que somos feito um para o outro. Agora que está se tornando uma vampira sabe disso melhor do que ninguém, está com a marca que só se mantém com amor verdadeiro. Você sente o que eu sinto em relação a você e eu sinto o que você sente em relação a mim. - me olhou intensamente - Para que quer esperar?

— Eu só não entendo o motivo que te faz querer casar Nik. Você não acredita no casamento religioso, aquele de igreja e tal. - me dispersei.

— Mas acredito na união de almas. - sorri para ele.

— Isso é estranho. Uma semi vampira mini bruxa de 18 anos com um híbrido sanguinário de 1200.

— Você implica demais com a minha idade. - ri olhando para fora e ele parou o carro, o olhei - E não me respondeu.

Gritei quando ocorreu uma pancada no carro ao meu lado me tirando dele com violência, meu corpo foi puxado pela janela enquanto Klaus era arrancado do carro pela porta aberta. Senti minhas costas se rasgarem ao passar pelo vidro e meu corpo foi brutalmente lançado no chão fazendo os cacos entrarem mais ainda, meu corpo os expulsou rapidamente com força total e eles saíram na velocidade de uma bala, entendi que esse deveria ter sido um dos truques de bruxas.

— Sage. - ouvi Klaus gritar ao longe, desviei os olhos em direção a ele.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa meu corpo foi puxado para cima e meus braços foram segurados por dois vampiros. Ergui a cabeça e vi Stefan e Caroline sendo segurados da mesma forma, Nataniel, Damon e Elena estavam em um canto afastado de joelhos tendo o pescoço segurado.

— É serio isso? Estão fazendo o que aqui? - perguntei irritada.

— Estávamos de olho em você. - ouvi todo mundo rir quando Caroline se pronunciou.

— Caroline eu não preciso de babá. - minha entonação mudou e senti as presas surgirem machucando meu lábio inferior.

— Essa garotinha do Niklaus precisa de babá? Estou surpreso que esteja com uma mulher tão inferior. - o filho da puta que segurava Nik me INFERIORIZOU.

— É. Devo admitir que eu esperava mais dele. - uma vampira mesquinha se agachou a frente dele... e... deu... um fucking selinho enquanto quase quebrava o maxilar dele tentando o beijar.

Niklaus é meu sua biscate desgraçada. Só eu sei o quanto eu demorei para ter esse filho da puta de híbrido. Só eu sei o ódio que eu passei para ter ele e esse é um mundo sobrenatural, não... não é ridículo sentir raiva de uma desgraçada tentando roubar o lugar que é seu por direito. Ninguém vai ameaçar o meu terreno, eu sou a vadia Queen. Soltei um rosnado gutural cravando meus olhos nela sentindo meu sangue ferver quando vi seus dedinhos branquelos entrarem na camisa dele. Ninguém vai estuprar meu Nik, não que eu ache que ele precise da minha ajuda.

— Acho que você não entendeu bem meu querido. - Elena sorriu maliciosa ao ver meu estado - Quem precisa de proteção é vocês.

Chiei como um gato quando ouvi ela quebrar o maxilar dele. Sem me conter joguei o braço direito para frente jogando o vampiro que o segurava para frente acertado um que estava com Damon. Chutei o que segurava meu braço esquerdo e me lancei contra a vadia de cabelos vermelhos a pegando pela jugular, enfiei meus dedos em seu pescoço e puxei todos os nervos, veias e musculatura para fora fazendo o sangue espirrar por todo o local.

— Não me ameace. - falei baixo e ergui os olhos para o líder - Não me inferiorize.

Me lancei contra ele e chutei um vampiro que se meteu em meu caminho para longe, quebrei o braço de outro e o arranquei usando como taco de basebol acertando  a cabeça de uma vampira baixinha com tanta força que a cabeça se descolou do pescoço. Eu me revezava entre rir e chorar, ria porque gostava da minha nova força e chorava pelo ódio que eu ainda não havia extravasado.

O carrinha me olhou como se eu estivesse louca, a vampira loira ao lado dele veio em minha direção e eu enfiei minha mão em seu sua barriga.

— Isso aqui é o seu intestino? - ri - Acha que precisa dele? - mordi seu pescoço drenando seu sangue e a joguei no chão segurando seus órgãos... ai meu Jesus - Uma pena, parecia tão nova. É algo que minha avó diria... se ela se importasse de verdade. - sorri.

O homem me olhava muito assustado e fez um sinal em direção ao grupo que segurava meus amigos, ouvi quando as mãos deles entraram no peito e seguraram o coração. Eles gritaram. Parei fechando os olhos me concentrando, o chão aos meus pés começou a tremer e eu senti as vibrações ao redor. Quatro pedras era o suficiente. Me concentrei mais ainda as selecionando e pisei no chão com força, usei minha audição e sensibilidade e senti a direção em que cada vampiro estava quando eles saltaram assustados. Ser vampira bruxa era um máximo. Sorri maliciosa e ergui as pedras fazendo elas baterem uma nas outras enquanto eu ouvia o som e calculava a altura em que estavam, ouvi os vampiros ofegarem e me concentrei nas vozes desconhecidas e então as lancei com força e ouvi o baque surdo quando os corpos caíram.

Abri os olhos e vi o quão minha visão estava turva. Eu ainda tinha um objetivo. Foquei no vampiro e corri para a direita sumindo de sua visão e usei a habilidade furtiva das duplicatas para subir nas arvores ao redor , antes que ele pudesse respirar eu saltava da arvore de cima de sua cabeça com o braço estendido e a mão fechada. O acertei em cheio afundando sua cabeça no chão enquanto sentia o crânio se partir sob minha mão.

Ergui os olhos e não falei nada. Apenas tombei perdendo os sentidos.

~°~

Olhei irritada para Niklaus pela nona vez, eu já estava acordada a uns 10 minutos e ele mantinha deitada na terra encostada em uma árvore. Bufei me levantando e ele me olhou de cara feia.

— Sage... Gaspar disse para não usar os poderes enquanto não se tornar totalmente vampira. Você só acabou se limitando mais ainda e atrasando a transformação, fora que você vai ficar muito desgastada e praticamente é uma humana de novo já que a transformação pode retroceder devido ao desgaste. - Caroline voltou com o celular em mãos.

— Bem... então agora eu sou apenas uma duplicata de novo. - sorri e Klaus me repreendeu - Alguém pegou meu anel?

Eles se olharam por breves segundos parecendo confusos.

— Faz tempos que estamos te vendo sem o anel, achamos que você tinha parado de usar. - Elena respondeu.

— Não me lembro de ter visto ele desde que acordei e acho que nenhum de vocês o tiraria. - dei de ombros - Eu nunca o tiraria. Quem ficou sozinho comigo?

Cruzei os braços e ouvi gritos a minhas costas, não me movi. Onde está meu anel?

— Sage não temos tempo agora, temos que descobrir o que está acontecendo. - me puxaram em direção aos gritos.

Corri em minha velocidade normal e quando cheguei todos já estavam lá parados observando o massacre que acontecia, dezenas de vampiros matavam um enorme grupo de lobisomens que claramente estava em desvantagens.

— Matem eles! Não fiquem olhando! - empurrei Klaus e estalei os dedos gritando - Mas que merda é essa aqui meus queridos? Estão achando que vem aqui até o meu bando e matam os meus lobos assim? Sem brigar com alguém a altura?

— Quem é essa vadia? - uma vampira perguntou.

— Quem é você, vadia? - questionei.

— Somos Mikaelson e Salvatore. - Elena se pronunciou.

Notei que eles trocaram olhares e pararam massacre, dei um passo para o lado e analisei os lobisomens que havia sobrado. Senti a gengiva coçar e meu corpo se preencher com a necessidade, logo entendi que eu estava com sede. Sede de sangue.

Eu havia forçado tanto os poderes de bruxa e tanto o meu corpo vampiro que a sede me dominou de forma brutal, olhei de esguelha para Nataniel e lambi os lábios sinalizando que estava com sede. Ele acenou com a cabeça e se afastou em direção a direita enquanto eu ia para a esquerda, ninguém prestou atenção em mim já que aparentemente eu era humana. Grande erro.

Retirei minha jaqueta jeans verde e a prendi em minha cintura ficando apenas com minha camiseta curta, me aproximei cautelosamente e mordi os lábios reprimindo um sorriso.

— Quem são vocês? - ouvi Nataniel.

— Estamos aqui para parar a criação de híbridos. - peguei o primeiro vampiro e apertei sua clavícula, gritei minhas presas em seu pescoço e o mordi.

— Porque?

— Porque eu quis.

— E quem é você? - peguei outro vampiro.

— Eu sou Roger. Vim a mando do rei do Canadá. - Klaus riu.

— Pois bem eu aqui sou Niklaus Mikaelson, rei de todo o continente americano. Não ouvi o nome dele por ai Roger. É rei no mundos das fantasias... ou não sabe o que faz.

— Eu não sei? Não fui eu que precisei de uma garota... - apontou para mim, pega no flagra - Você está bebendo sangue de vampiro?

— Me diz onde é que tá no manual de vampiro que eu não posso beber sangue de outro? Eu faço o que eu quero. Eu hein

Coloquei as mãos no quadril e ele correu em minha direção sendo interceptado por Niklaus, eu ainda estava com sede. Nik o jogou aos meus pés e eu cravei meus dentes nele e então tudo recomeçou, eles voltaram a atacar os lobisomens e dessa vez foram mais rápidos. Damon interceptou um deles junto com Elena, pude ver Caroline e Stefan hesitarem e então se separarem travando uma batalha. Sorri para Klaus.

— Você é humana! Isso está errado! - um deles me olhou acusatoriamente.

— Eu sou uma caçadora. Uma duplicata. - me aproximei dele - Da linhagem de Ibis... não há nada de errado comigo. - arqueei uma sobrancelha - Eu estou mudando tudo o que você conhece e estou apresentando a verdade. - enfiei a mão em seu peito agarrando seu coração – Bem vindo ao meu reino.

O puxei e lancei na cabeça de um deles que se aproximava de Klaus pelas costas, chutei a perna de uma vampira e dei um soco em seu rosto enquanto com a outra mão pegava um pedaço de galho do chão e enfiava em seu peito pelas costas. Olhei para meu lado e vi um sorriso orgulhoso brotar nos lábios de Klaus, ele acenou em aprovação e segurou dois vampiros pelo pescoço enquanto eu me enfiava entre os corpos e arrancava o coração de um pela frente e girava saindo pelo meio dos dois corpos evitando a mão de outro vampiro, enfiei as mãos em suas costas quase quebrando meus dedos e puxei seu coração enquanto Niklaus os lançava longe.

Me virei para ir embora e Nik me puxou exibindo um imenso sorriso, ele me olhou intensamente e tomou meus lábios se afastando logo em seguida.

— Sage quer se casar comigo? - arregalei os olhos, Nik pedindo? Depois dessa ele merece até... hum

Percebi que ele esperava sentindo uma pontada de nervosismo que eu também sentia graças a minha marcação, a preocupação em seu rosto se agravou quando percebeu que eu demorava demais para responder. Abri um sorriso imenso ainda surpresa por ele ter feito o pedido e então o beijei calorosamente sentindo seus braços circundarem minha cintura.

— É claro que sim. - ele sorriu.

Nos viramos vendo que todos os vampiros já haviam sido mortos, olhei meus amigos vendo que eles tinham uma expressão de vitória no rosto ao ver que havíamos salvado boa parte do grupo de lobisomens. Apoiei minha cabeça no peito de Nik que logo ficou sério e se pronunciou para os lobisomens que encaravam tudo completamente perdidos.

— Eu sou Niklaus Mikaelson, o rei de New Orleans... essa é parte de minha família que está presente, estamos montando uma aliança para... - abri um sorriso olhando para todos ali.

É... parece que finalmente ele está entendendo.

~°~

Dei um beijo em Klaus e ele se afastou sorrindo junto com Elena e Damon indo em direção ao elevador, abracei Care e Nataniel bagunçou meu cabelo a seguindo. Olhei novamente para Stefan encostado em seu carro e me aproximei vagarosamente vendo ele me olhar em expectativa.

— Sage eu sinto muito quero que saiba...

— Eu não quero ouvir desculpas, pois te conheço a tempo o bastante para saber tudo o que vai dizer. Eu matei sua irmã, a mulher que você achava ser sua irmã e então é quase completamente justificável que você tenha tentado me matar. - coloquei as mãos no bolso de minha calça - Mas eu não vou dizer que não estou chateada, eu te amo e é graças a isso que eu estou aqui Stefan.

— Você não teria passado por tudo isso. – eu via que ele estava completamente confuso e isso aumentou minhas suspeitas.

Alguém tinha feito algo com ele, era claro. Mas eu não poderia meter Niklaus nisso, ele ainda estava furioso e eu sentia que era uma tortura tremenda para ele, o simples fato de não poder matar Stefan para me ver bem era como arrancar a própria pele e mergulhar no álcool, para ele.

— Eu precisei passar para ganhar poderes, precisei passar para falar com Ibis e entender o que acontecia e a ajudar. Eu acho que o destino realmente existe.

— Então porque está chateada?

— Porque você me conhece a mais tempo do que te conheço, e você não me deu a oportunidade de dizer nada. Não me escutou. Nunca me escutou, e o pior é que... eu sei que você sabia que aquela mulher não era sua irmã, mas o fato de agir como tal preenchia o seu coração.

Ele me olhava mortificado sabendo que era verdade, Stefan sempre soube que aquela mulher não era Anellise.

— Você me trocou por uma mulher que matou a sua verdadeira irmã. - sussurrei - Mas eu não consigo te odiar por isso.

— Você acredita que em algum dia... você vai me perdoar?

Respirei fundo.

— Eu perdoei, mas nada vai ser como antes. Eu não...

— Eu tenho a eternidade. - me interrompeu.

Dei um abraço apertado em Stefan e escondi meu rosto em seu peito, ele retribuiu passando a mão em meus cabelos. Suspirei e me afastei dele.

— Eu ganhei um gato. -avisei e ele riu me puxando para o elevador.

— Eu sei. Eu ajudei Nataniel e escolher. - apertou o botão.

— Ajudou ele a escolher um gato que odiaria o Nik? - ele riu.

— Não. Eu ajudei a escolher... Mas quem disse que ele me ouve?

Nataniel parecia meu gêmeo, céus.


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Notas finais do capítulo

Gaspar é representado pelo gostoso Jesse Spencer



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