Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 43
A procura de um sanguessuga




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Cambaleei tonta pela rua, a corrida havia me cansado consideravelmente. Eu estava exausta, a surra já havia me tirado bastante energia, mas a fuga havia feito um estrago maior ainda. Olhei meus joelhos que sangravam descontroladamente, as palmas de minhas mãos vermelhas, minhas coxas cheias de hematomas assim como os meus braços. Suspirei tentando me erguer, mas cai de cara no chão.  Gemi de dor colocando a mão sobre a barriga, o sangue manchava toda a minha blusa e o ardia como o inferno.

Misael havia exagerado demais em seu surto, eu tinha um corte em minha cabeça, alguns nos braços, pernas e um profundo na barriga. Esse eu mesma havia costurado, eu temia ser espancada de novo. Meu irmão não estava em casa então eu não poderia ser socorrida caso algo acontecesse, os gêmeos estavam na casa de amigos e não sabia que algo de ruim havia acontecido, era difícil que eu conseguisse sobreviver a isso sozinha, eu precisava de ajuda, mas não podia chamar a atenção de ninguém.

 Olhei a estrada limpando o sangue que escorria de meu nariz quebrado e vi os dois pontos de luz se aproximarem tranquilamente de onde eu estava, dei um sorriso duro e sai da mata parando na frente da estrada, eu deveria parecer um defunto. Seria um milagre se o motorista parasse para me socorrer.

Me joguei na frente de um carro azul que parou imediatamente, um homem de cabelos pretos e olhos azuis desceu rapidamente do veículo e veio para mim me analisando, meu cabelo escondia completamente o meu rosto impossibilitando que ele me visse com clareza.

— Por favor. Liguei para minha amiga. - pedi apoiando minha mão em seu carro manchando o capô de sangue.

Ele me olhava duramente, seus olhos frios como gelo enquanto me analisava novamente, eles olhos pararam na camisa ensanguenta então se voltaram novamente para meu rosto tentando me observar com mais clareza.

— Não posso ir para o hospital. Não precisa me levar para lugar nenhum, só ligue para ela e me deixe aqui. – pedi, eu sabia que Caroline viria imediatamente e me ajudaria.

Seu rosto assumiu uma expressão determinada enquanto ele se aproximava, um sorriso cruel surgiu em seu rosto e então ele ajeitou meu cabelo o jogando para trás e o sorriso desapareceu enquanto ele me olhava cético. Completamente surpreso, seus olhos me avaliavam como se ele não entendesse o que acontecia. Seus olhos se tornaram calorosos enquanto ele me olhava de novo.

— Anne... - sussurrou.

— Sou Sage. - ele abriu um sorriso mínimo.

— Damon Salvatore.

~º~

Revirei os olhos chutando as pedrinhas que Katerina insistira em colocar na garagem, o motivo ninguém sabe já que ela nem morava aqui. Só aparecia repentinamente para nos incomodar, coisa que ela fazia com muito sucesso.

— Não achamos a maldita bruxa. - arremessei o celular no chão enquanto gritava histérica - Nos tínhamos que ir lá naquela merda do Marcel encher ele de porrada e forçar ele a arrumar uma bruxa. - soquei minha palma – Por que eu ainda não fiz isso mesmo? Por que?- gritei irritada puxando meus cabelos e esbarrando em Nataniel.

— Não fique nervosa. - Nataniel pediu – Nós já temos problemas demais, eu não estou pronto para lidar com a sua loucura as 8 horas da manhã Sage. – resmungou baixo – Já me basta Katherine querendo se hospedar no meu apartamento para não ajudar o amigo dela com aluguel.

— Estamos aqui a mais de um mês. - gritei para quem quisesse ouvir e quem não quisesse também – Eu estou enlouquecendo de ódio, por que aqui é tudo tão difícil, inferno de cidade!

— Precisam de ajuda? - a voz de Marcel soou na entrada da garagem, entendi que ele queria nos provocar – Estava passando por aqui e ouvi gritos, bem histéricos devo dizer. – zombou.

Fui até ele e enfiei o dedo em sua cara enquanto ele me encarava com diversão, desejei que sua memória não tivesse sido apagada, assim ele teria medo de mim.

— Uma bruxa. Quero uma bruxa.- gritei me aproximando dele enquanto espumava de raiva.

— Para que? - perguntou rindo.

— Não te interessa. Só me ajude a encontrar uma, é pessoal.

— Então não terá uma. - cruzou os braços me testando.

— Pega essa sua bruxa e soca no seu rabo seu escroto. - me afastei enquanto ouvia ele rir.

— Adorei a sua marcada. Selecionou bem.- falou rindo enquanto se aproximava de nós.

Nataniel abriu um sorriso vaidoso enquanto ajeitava os cabelos.

— Eu sei.

Revirei os olhos e o olhei de novo.

— Tá fazendo o que aqui reizinho? - ele revirou os olhos.

— Uma visita. Queria conhecer aqueles que pisam no meu reino. – ajeitou a jaqueta sorrindo para mim.

— Só é reino quando todo mundo te reconhece com rei. O que não é meu caso já que você é um rei de merda que não está nem ai para nada. - bati o pé.

Ele só sabe rir?

— Isso porque não te arrumei uma bruxa? Vou deixar seu coração mais leve, a bruxa do meu reino morreu.

Dei de ombros sem saber se acreditava nele. Dane-se a bruxa maldita dele.

Bati o pé impaciente e ele apenas se divertiu mais ainda. Bufei e ajeitei o cabelo.

— Diz logo o que quer aqui. - pedi impaciente.

— Vim convidar para uma festa.

— Eu sou o serviço de Bufê por acaso? – ri em ironia e ele gargalhou franzindo o nariz como se não gostasse do cheiro do meu sangue.

— Não será. Quero que conheçam meu reino. – explicou.

— Tá. - arranquei o convite de sua mão e ele agarrou meu pulso.

— Deveria ser obediente ao seu rei. O respeitar mais. - falou em tom ameaçador.

AH meu querido, se você soubesse quem eu sou...

— Não te devo satisfações querido. Se quer respeito... receba por merecer. Você não me intimida. - dei as costas e fui para meu apartamento – Vai precisar muito mais do que isso para me assustar. – reclamei dentro do elevador.

Bundão.

Entrei no apartamento quase quebrando a porta e liguei para Rebekah pela décima vez a chamando para um treino comigo e finalmente ela aceitou depois da minha insistência. Olhei o convite com um careta, era a oportunidade perfeita.

~º~

Rebekah abriu um sorriso malicioso em minha direção ao ver minha expressão nada amigável, Kol ao seu lado apenas sorriu e Hayley me encarava com uma expressão de assombro. Tentei entender se era por causa da minha roupa de treino ou pela minha feição demoníaca que agora dominava meu rosto durante uma boa parte do tempo.

— Preparada Sage? – ela riu de maneira irônica – Estou surpresa que queira lutar comigo ao invés de lutar com Kol. Isso sim é uma novidade, só deixo avisado que... eu sou um pouco diferente.

— Foi por isso que escolhi você, é tão baixa quanto eu Rebekah, se não for mais. – Kol riu e foi se sentar ao lado de Hayley que ainda me encarava.

— Nós realmente somos baixas. – ela riu e suspirou – Elijah deve estar espumando de preocupação, afinal suas irmãs estão prestes a se enfrentarem e acredite quando eu digo que eu não irei pegar leve com você como eles fazem.

— Eu não espero que pegue Bekah. Pra ser sincera, eu vim descontar toda a raiva que eu estou sentindo em você por Niklaus ter desaparecido depois de me trazer pra essa maldita cidade que só tem me feito passar raiva. – vi ela me encarar um pouco surpresa – Eu estou muito furiosa com tudo isso.

Ela apenas acenou com a cabeça e eu joguei meu arco no chão, eu precisava extravasar toda a  raiva que eu sentia no momentos para tentar pensar com clareza em algum plano. Elijah havia ido atrás de Finn acreditando que ele era o culpado pelo sumiço de Niklaus, pois pelo o que nos constava Finn ainda não sabia da volta de Esther e sumir com Klaus não era uma ideia muito inteligente no momento. Não que esse irmão fosse confiável, não que algum Mikaelson fosse confiável. Ninguém nunca sabe o que se passa com um deles.

Me concentrei em Rebekah, eu tinha que prestar bastante atenção nela, como ela mesma disse. Seu modo de luta era completamente diferente dos de seus irmãos, Rebekah não atacava. Ela esperava o inimigo se aproximar e isso era um problema visto que eu também fazia a mesma coisa. Olhei para a loira e a vi parada no mesmo lugar, ficou claro que ela não me atacaria de maneira alguma.

Corri em sua direção e lancei as primeira estacas, me abaixei tentando acertar suas pernas, mas vi que ela segurou as duas estacas e que seus olhos se moveram em minha direção. Rolei para o lado saltando para longe de uma das estacas que ela lançou em minha direção, grunhi e rolei até parar em suas costas, ouvi sua respiração mudar e ela se virou enquanto eu me abaixava fugindo de sua mão e saltava para trás escapando de uma joelhada. Ouvi Kol aplaudir e rir.

Rebekah ainda não havia dado um único passo. Chutei as folhas abaixo de meus pés para cima, mas ao invés de a atacar pela frente dei a volta e tentei acertar um chute em suas costas, ela pegou minha perna e me lançou longe, pude ouvir ela se aproximar rapidamente e rolei escapando de um soco que ela deu no chão que acertaria minha garganta. Ergui a cabeça a olhando em fúria. Ela realmente estava levando isso a sério, eu deveria ter interrompido a sessão de maquiagem dela.

Girei e acertei um chute em seu tornozelo, ela caiu por cima de mim e eu peguei seu pescoço e a prendi com as minhas pernas, Rebekah socou minhas costelas as quebrando e eu rolei para o lado, mas fui acertada por um chute no rosto sendo lançada contra uma imensa arvore. Cuspi uma boa quantidade de sangue no chão e esperei pacientemente minhas costelas e o meu nariz se curarem. Peguei um pedaço de um galho e quando a loira se aproximou finquei a madeira em seu abdômen e a quebrei, usei mais um pedaço em sua perna e o quebrei, outro no pescoço, no braço e por fim no peito.

Obvio que isso não a matou, mas Rebekah caiu no chão gritando de dor quando seu corpo começou a se curar com os pedaços de madeira dentro dele. Eu sou uma tremenda de uma vadia. Sorri jogando a madeira ao seu lado.

— Eu vou ser sincera Bekah, eu esperava que isso me fizesse relaxar, mas meu ódio só aumentou mais ainda. Levante.

~°~

Damon abriu a porta me carregando para dentro da casa, eu soube que não era sua casa apenas pelo fato de ter um cara apontando um besta em nossa direção. O reconheci imediatamente, ele relaxou o corpo e soltou a besta. Correu até sua escrivaninha jogando tudo que estava lá em cima no chão enquanto abria espaço para mim, Damon me deitou sobre ela me dando um olhar preocupado.

— A encontrei na estrada, não queria ir para o hospital. – explicou para o loiro.

O homem me olhou de forma pesarosa me reconhecendo, desceu os olhos pelo meu corpo e parou onde estava a mancha de sangue. Seus lábios se comprimiram e ele levantou a blusa delicadamente dando um suspiro de desgosto, olhei o corte e o vi cheio de sangue. Estava bem inchado.

— Está infeccionado. - ele me olhou com um olhar carinhoso e abriu um sorriso doce - Eu vou cuidar de você. Confie em mim. Pensei que já havia parado com essa coisa de briga de bar Sage, se eu bem sei você nem tem idade pra isso.

Damon trouce uma maleta para perto de mim e a abriu retirando alguns objetos de lá. Ele fez uma careta quando pegou uma agulha imensa e então me olhou dando um sorriso malicioso enquanto movia as sobrancelhas de rapidamente parecendo se divertir com alguma ideia, o cara me conhecia a apenas alguns minutos e já queria me botar medo?

— Deixa o Salvatore bancar o herói da noite.

Balancei a cabeça em negação.

— Dispenso da sua ajuda dessa vez.

—  Bird não seja má. - colocou uma mão sobre o peito - Prometo ser um bom garoto.

— Mas já estamos íntimos? – senti meus lábios gelarem.

— A partir do momento em que alguém se joga no meu capô e entra no meu carro... é. Estamos.

— Sage. - me chamou - Quem fez os pontos?

— Eu. - olhei seus olhos cor de mel - Nunca tive problemas antes, mas dessa vez... não consegui ficar parada. - fechei os olhos - Não pude. - sussurrei.

— Entendo. - passou um algodão molhado no corte - Aguente firme garotinha. Ainda falta muita cosia para você ver. - e então ele começou a retirar o pontos.

Sua mão esquerda segurou a minha com força enquanto ele tirava o ultimo ponto. Ele deu um sorriso amável e um beijo em minha testa.

— Você ainda tem muito o que lutar.

— Obrigada Senhor Saltzman.

~º~

Abri os olhos ofegando e olhei ao redor. Engoli a nova onda de choro, onde você está Klaus?

Fui em direção ao banheiro e olhei meus olhos de coloração sobrenatural, suspirei e ajeitei o cabelo novamente enquanto me olhava inexpressiva. Eu usava um vestido completamente cor vinho que se arrastava no chão, ele tinha mangas longas e um decote em v, era completamente coberto por rendas pretas. Usava o medalhão que Klaus havia me dado, e uma mascara negra que cobria parte do meu rosto, meu cabelo estava preso em uma espécie de coque mal feito. Eu parecia uma rainha trevosa.

Liguei novamente para Klaus, mas ele não me atendia. Dei um chute na porta morrendo de ódio e sai do quarto, puxei Nataniel e fomos para seu carro. Eu vou quebrar o pescocinho dessa maldito Marcel.

— Não se irrite. As vezes pode ter alguma pista de Klaus por lá. - Nataniel avisou.

— Vou me irritar sim e colocar aquela merda toda para baixo. Alô inferno - atendi o celular que tocava de maneira estridente.

Uau que humor.— Caroline brincou - Tudo bem?

— Nada bem Caroline. Klaus sumiu tem um mês, eu não faço ideia de onde ele está.

Isso não é bom. Uau.

— Não tem uma pista. Eu sei que Klaus tem um apreço por esse maldito filho adotivo dele, mas eu vou matar esse moleque se eu o achar por lá.

Ele vai te matar.— resmungou.

— Eu volto Caroline e acabo com todo aquele reino.

O que? Sage? Você enlouqueceu? Perdeu o juízo completamente foi? Você está querendo lutar contra um rei?

— Percebeu agora? Eu achei que já estivesse louca a anos. - gritei iniciando uma nova crise de choro - Que espécie de futura rainha eu sou? Inútil. - bufei - Eu vou virar aquele castelo de cabeça para baixo - fiquei irritada - Eu estou de volta cacete.

Ela riu. E depois ficou séria.

Vou contar para Alaric.

— Sermão aos 18 anos?

— E chinelada no bumbum.

Cuspi no painel por pura irritação e Nataniel bateu minha cabeça contra o local o limpando com minha testa. AI QUE NOJO. Limpei a testa com a manga do meu vestido.

— Cretino.

Nada da pedra? Estamos ficando preocupados. Com tudo... mas mais com você e Stefan.- sua voz saiu baixa.

— Eu estou a flor da pele. Klaus é meu maior aliado nisso, Elijah está viajando.

Bem. Se cuide. Eu te amo.— provavelmente Stefan havia chegado.

— Eu te amo. - desliguei.

— Chegamos.

Coloquei minha mascara e encarei o local. Suspirei e sai do carro, entrei no local lotado de vampiros sem nem esperar Nataniel. Dei uma esbarrada proposital em Marcel, e avancei no meio dos vampiros procurando pela minha cabeleira loira que obviamente não estava lá. Dei um tapa na cara de um abusado que pisou no meu vestido e continuei rondando o local parando em um pátio, Marcel parou no meio do pátio e acenou para mim e Nataniel. Fechei a cara e fui empurrada por Nataniel até lá.

Não sou obrigada a suportar esse mala.

— Fala logo. - resmunguei evitando cruzar os braços.

— Essa noite damos boas vindas a esse casal exótico. Robert e Cristina. Um vampiro e uma humana marcada... agradecemos pela presença essa noite para oficializar algo muito importante para nós hoje - nos afastamos levemente - Nossa união com a família Mikaelson.

Senti algo terrivelmente ruim . Era o tipo de coisa que eu teria sido avisada antes, era o tipo de coisa que Klaus compareceria. Fechei a cara ao ver Rebekah parar toda sorridente ao lado de Marcel, fui de surpresa a ódio em segundos. Eu precisava me controlar, tudo estava bem mais claro agora. Respirei fundo centenas de vezes antes de andar nada discretamente em direção as escadas do "castelo do Marcel, o rei vampiro". Abri porta por porta, mas a maioria do lugar estava completamente vazio, chutei tudo que aparecia em meu caminho e nem me importei se alguém estivesse ouvindo. Achou ruim? Resolve comigo.

Chutei um candelabro e dei de ombros quando uma porta começou a pegar fogo, me virei indo em direção ao subsolo do lugar e parei nada surpresa quando um vulto passou apagando o fogo. Me virei e vi Marcel que me encarava desconfiado.

O olhei entediada.

— Que foi? - cruzei os braços.

— Você é muito petulante. – ele sorriu colocando as mãos nos bolsos.

— Eu posso, desculpe se te incomodo, mas a realidade é que não me importo. - Klaus me acostumou muito mal.

80% já era eu mesma. Os outros 20% foi culpa dele.

— O que faz aqui?

— Não vi nada dizendo que era proibido. - bufei.

— Pois é. Não deveria estar aqui. – tentou me tirar do local e eu o encarei com uma careta.

— Coloque placas então. - dei de ombros e fui abrir a porta novamente.

— Se afaste. - Marcel segurou meu pulso.

— Deixa de ser maldito. Você me convidou! - esperneei.

— Convidei para a festa e não para invadir meu castelo.

— É invasão quando não se planeja que alguém veja. - dei um peteleco em sua testa e ele riu.

Esse merda enxerga tudo como provocação?

— Então queria que alguém visse?

— Errado. Não me importaria que alguém visse. - tentei de novo e ele me segurou.

— E iria fazer o que se te impedissem? - foi me empurrando em direção a parede.

Paralisei no corredor para não ficar encurralada, não iria me prender em parede nenhuma. Onde está Klaus nessas horas? Marcel encostou seu corpo no meu esperando que eu recuasse, apenas lhe lancei uma expressão azeda e continuei a o encarar.

— Socaria até arrancar a cabeça do pescoço. - falei cinicamente.

Ele riu e eu soube que estava achando que era brincadeira.

— Não acho o seu relacionamento firme. Já pensou em ser uma rainha? - abriu um sorriso.

Meu querido, enquanto você está indo eu já estou voltando. Eu serei rainha, mas não sua. Babaca.

Ergui a mão esquerda mostrando o anel grosso seguido do dedo do meio e me virei. Fui embora. Não perderia meu tempo com esses vampiros sem graça, é isso que Klaus quer? Por favor ne?

Assim que cheguei no pátio meu braço foi segurado com força, meu corpo foi virado e logo o corpo de Marcel estava colado ao meu enquanto iniciávamos uma dança. Que inferno de homem. Revirei os olhos e ele me olhou repreensivo enquanto dávamos voltas pelo local, ele tinha um imenso sorriso no rosto que quase chegava a mascara que cobria boa parte de seu rosto, ele claramente se divertia com a minha irritação. Isso acabaria logo, eu já tinha suspeitas o suficiente, só precisava de uma confirmação para evitar a perda de tempo e chamar sua atenção de forma desnecessária, não que eu já não estivesse fazendo isso.

— Você estava mais tranquila na primeira vez que te vi.

— Estava tímida. - procurei Nataniel.

— Uma mudança radical. – seu rosto baixou até quase encostar no meu.

— Não estou com paciência. - avisei.

— Não fique nervosa. – pediu sorrindo – Eu estou ansioso para conhecer mais de você Cristina, eu acho que nunca consegui encontrar ninguém assim antes, você me lembra um amigo.

— Eu vou te dar um soco. – ameacei e o olhei atentamente – Um amigo?

— Não precisa chegar a tanto. Sim, um grande amigo. Infelizmente ele sumiu a algum tempo. – percebi que ele falou de maneira debochada.

Percebi que ele se referia a Niklaus, eu tinha que arrumar outra maneira de encontrar Niklaus já que o método fácil não parecia ser o suficiente.

— O que quer?

— Apenas uma conversa amigável.

— Não deu pra reparar que eu estou sendo tudo, menos amigável?

— Deu para reparar sim, mas eu sou bem insistente.

Deixei ele falando sozinho e fui atrás de Nataniel para ir embora, eu já estava de saco cheio dessa festa chata. Agarrei ele pela orelha e arrastei para fora da festa, não pode nem dar as costas que ele já vai atrás de mulher. Bufei e entrei dentro do carro pegando o celular.

Liguei para Niklaus e nada, eu já estava ficando muito preocupada com seu desaparecimento repentino, ele não ficava tanto tempo sem dar notícias e agora com Rebekah do lado de Marcel ficava difícil deixar Hayley jogada a sorte. Suspirei contendo a irritação.

— Elijah. - falei assim que ele atendeu o celular.

Sage? Qual o problema?

— Então... você não vai acreditar, mas Rebekah está com Marcel.

Fofoca a essa hora?— suspirou.

— Não é fofoca. Ela apareceu na festa no reino de Marcel e ele anunciou que a família Mikaelson se uniu a eles.

O que?

— Sabe o que isso significa? Que fizeram algo com Klaus e Rebekah ajudou.

Sage não acuse minha irmã.

— Nem ouse ligar para ela avisando que eu sei. Acuso sim pois vi com meus próprios olhos, Klaus sumiu e ela está lá rindo e como se não bastasse o louco do Marcel me persegue para todo canto. Acredita que ele não me deixou entrar no porão daquele buraco?

Sage você não pode entrar em qualquer lugar que quiser.

— Posso sim. Onde e quantas vezes eu quiser. Eu entro onde eu quero, não tenho que ficar recebendo ordens de ninguém.

Nataniel concordou.

Então Rebekah está envolvida com o sumiço de Niklaus?

— Provável.

Acha que ele está no castelo?

— Não sei dizer, seria imprudência de Marcel o colocar lá sabendo que você pode aparecer ou que Mikael vá até lá fazer uma chacina para tentar matar o filho rebelde.

O que pretende fazer?— perguntou preocupado.

— Eu vou procurar Klaus e depois que eu o achar eu mato Rebekah.

Rebekah não pode morrer.

— Se eu arrancar a cabeça dela... eu duvido que não morra.

Encerrei a chamada e olhei para Nataniel pensativa.

— Eu acho melhor você não ter se apaixonado por ela. - negou com a cabeça - Ótimo, ou eu teria que te eliminar também. - bati a porta saindo do carro.

~°~

Me apoiei em Alaric enquanto entrava na casa dos Salvatores, Caroline vinha ao meu lado saltitando animada. Revirei os olhos para ela e me afastei de meu professor enquanto seguia em direção ao sofá ignorando o escuro.

— Feliz aniversário! - levei um susto e cai para trás.

Havia uma faixa estendida na sala escrita " Feliz 17 anos e 6 meses". Reprimi um riso levemente surpresa pela comemoração estar ocorrendo. Eu nunca havia comemorado meu aniversário antes, me levantei com a ajuda de Stefan. E recebi vários abraços em seguida e encarei meu bolo de aniversário. Meu primeiro bolo de aniversário.

~º~

— Tudo bem ai garota? – ou a voz baixa, mas não consegui abrir meus olhos.

— Na medida do possível. – sussurrei – Vou adivinhar e dizer que eu estou no hospital ou fui sequestrada. – ele riu.

— Está no hospital. – sua voz era suave – Não estou surpreso de te ver aqui, você sempre parece estar em confusão.

— É. Eu sempre estou, vai dizer que você não gosta de um problema de vez em quando? – ri baixo sentindo ele passar algo molhada em minhas pernas, provavelmente limpando o sangue.

— Eu gosto, mas eles não costumam me levar para o hospital. Quer que ligue para alguém vir te buscar?

Franzi a testa, eu levaria bronca de todo mundo então não tinha muito o que escolher, se fosse para levar bronca que fosse de Niklaus, pelo menos eu me estressava vendo algo bonito. Nik era tudo de bom e muito mais, e o fato de eu ter caído da moto era um motivo a mais para ele gritar com aquele sotaque maravilhoso.

— Oh sim, na minha mochila tem uma agenda, está anotado lá o número do meu namorado. Niklaus Mikaelson.

— Ok, vou lá ligar para ele, logo você estará sendo liberada. – ele saiu fechando a porta.

Minutos depois a porta se abriu e eu notei que a pessoa andava de um lado para o outro, ignorei pois acreditei ser uma faxineira já que eu não tinha força alguma para se quer abrir os meus olhos. A pessoa se aproximou e tocou meu rosto, forcei a abrir meus olhos e apenas enxerguei os dois orbes amarelos que me encaravam mantendo o rosto bem perto do meu.

— Olá Sage. – senti minha cabeça se erguer como se flutuasse, eu parecia fora de meu corpo enquanto via as pupilas aumentarem de tamanho – Você vai fazer um favor para mim, você irá apagar completamente a sua vida... seus amigos irão deixar de existir, seu irmão... seu pai... apague tudo que aconteceu nos últimos anos e se foque apenas em você. Esqueça seus amigos bruxos, vampiros... sai daqui e tenha uma vida normal... e o principal... Fuja e esqueça completamente de Niklaus Mikaelson. É para o seu próprio bem.

~º~

Acordei imediatamente, eu me lembrei? Mas quem era aquela pessoa? Quem era aquele híbrido? E como ele conseguiu me hipnotizar se eu usava minhas joias? E o mais importante... por que nem Niklaus foi capaz de burlar a hipnose? Olhei ao redor confusa, eu precisava saber quem era aquela pessoa mais do que nunca, quem era aquele homem.

Levantei do sofá rapidamente quando ouvi baterem em minha porta, ajeitei meu cabelo e me levantei indo até o hall. Respirei fundo antes de abrir a porta e levei um susto ao ver Camille lá, ela parecia bem preocupada e remexia os dedos de forma nervosa.

— Entre. - dei passagem e ela entrou - Estou surpresa. O que faz aqui? - apontei para o sofá e ela se sentou.

— Não reparou que Klaus sumiu?

Cruzei os braços vendo o quão nervosa ela estava.

— Reparei. Estou procurando por ele, mas não fui muito na mansão já que ele não deixou rastros.

— É Rebekah. Eu posso vacilar as vezes com Niklaus, mas eu o considero um amigo. Mesmo mostrando isso de um jeito errado.

— Mesmo sendo uma traidora.

— Você é a única que pode ajudar ele.

— Fale.

— Klaus está dormindo. Em um caixão. Rebekah enfiou a estaca nele. Ela não o mata, mas ele não se move. É como se toda a magia do corpo desaparecesse. Eu ouvi dizer que uma bruxa fez essa estaca para cortar a magia de Esther, segundo alguns vampiros disseram e bem... parece que isso é o que está sendo usado em Niklaus. – fazia algum sentido já que eu não sentia a marca.

— E porque ela faria isso? - perguntei confusa.

—Rebekah está usando Marcel para travar uma guerra contra Klaus. Ele usou ele e o exercito para o fazer dormir. Ela quer se ver livre de Klaus. Ele não a deixa ir, então o jeito é... fazer ele ficar incapacitado de agir. – ela falava ansiosamente enquanto olhava ao redor – Eu falei com Elijah sobre isso, mas ele disse que está muito longe e passando por alguns problemas para vir até aqui... acho que é melhor você resolver isso.

— Como você sabe disso?

— Eu ouvi no bar. Dezenas de vampiros se vangloriando por terem feito isso. Não acreditei no início, mas fui atrás de respostas.

Me irritei.

— Então temos que fazer algo.

— Sim. - me levantei olhando ao redor.

— Onde ele está?

— Seu caixão está no reino. Subsolo.

— Elijah sabe disso? Kol? Hayley?

— Foi Hayley quem me contou. - suspirei - Kol está de acordo com Bekah. Assim podem se ver livres do irmão. Elijah não fazia ideia e não queria acreditar. Ela tentou falar com você antes, mas disse que você sempre estava acompanhada de um dos dois então era impossível te falar algo sem que eles descobrissem. Ela sabe que a única pessoa que pode ir até ele é você. – ajeitou o casaco.

— E então quando Mikael chegar... vamos morrer? Porque eu sei que aquele louco vai sair dizimando tudo por ai. Todos os seres sobrenaturais. Tudo que tiver magia. - passei a andar de um lado para o outro.

— Ai eles trazem Klaus de volta. Que vai ficar furioso e depois... bem, eles o apagam. É isso que vai acontecer. Talvez nem precisem disso e usem os híbridos.

— Não vão. Se Klaus não manda neles, eles me obedecem. Foram suas ordens.  – sorri maliciosa achando a solução perfeito.

— O que vamos fazer?

— Vou atrás de Klaus. Com o meu exercito e vou pegar o nosso reino.- a olhei duramente.

Se Marcel não queria uma guerra contra seu reino, eu daria uma guerra. Dizimaria todos os seus vampiros e traria o meu híbrido de volta. Custe a vida de quantos forem preciso.


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Notas finais do capítulo

E foi assim que Sage e Damon se conheceram, mas obviamente a Sage não se lembrava disso. Ela acreditava que havia conhecido Damon em um dos jogos do Stefan.

Decidi postar mais cedo hoje graças a minha péssima internet, não sei o que foi de deu de errado aqui, mas está péssima. Suspeito que seja um dos meus vizinhos interceptando meu sinal (moro em aparatamento) coisa que já aconteceu muitas vezes - ai nós temos que pagar internet sendo que não conseguimos usar e o filho da puta burro também não! - agora é esperar o santo técnico para resolver tudo.
Admito que ando bem ocupada nos últimos tempos, inicio do mês que vem estarei mudando de estado e agora tenho que correr atrás de um monte de coisas para não deixar nada para última hora. Fora que nem me mudei ainda e já estou procurando por coisas nesse outro estado para começar a restabelecer a vida, e ai entra o curso, médicos para continuar meus tratamentos, carteira de motorista, locais para arrumar um emprego, fora achar um frete pro local. - É muito caro - Então a vida está bem agitada.
Continuarei tentando postar todos os dias, mas não é certeza que isso vá acontecer pois eu sempre reviso e edito o capítulo da postagem durante TODO o dia antes de postar definitivamente, então é preciso tempo!



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