Soluço: O Príncipe dos Dragões escrita por GMCASTRO


Capítulo 54
Melequento e suas ideias.




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Deitado na grama, com olhar atento, o pequeno ruivo observava o céu – com expectativa de que seu pai chegasse de algum lugar. Já que o mesmo saiu faz horas, sem dizer para aonde ia. Deixando-o chateado.


Sua avó, Valka, o observa. Sua expressão, a fazia lembrar do tempo em que seu filho ficava após de levar bronca de Stoico ou quando era desprezado pelas crianças da aldeia e ela sabia que quando Soluço ficava triste, o mesmo olhava para o céu ou corria pra floresta. Valka suspirou, aquele tempo foi tormento pra ambos.


— Mãe, tô saindo! – Skyller descia a escada, terminando de ajeitar o bracelete – Hoje Astrid vai apresenta uma nova atividade para o pessoal na academia, então... o que houve? – perguntou ao pegar seu arco e flecha. A mulher não disse nada, mas, seu olhar na criança chateada dizia tudo – Entendi – então, uma ideia surgiu – A senhora permite?


Confusa, mas assentiu. Confiava na intuição da filha, viu a mesma caminhar em direção ao sobrinho.


— Rhuan, vamos! – chamou-o.


Sem entender, olhou para sua tia que sorria e com simples gesto de cabeça, afastou-se do menino. Sem demora, Rhuan correu até ela perguntando.


— Aonde vamos, tia?


— A academia! – respondeu – Vai ocorrer um novo treinamento e achei que seria bom pra você participar. Claro, se quiser!


Rhuan concordou, fazia pouco tempo que a Academia de Dragões foi criada. Após os acontecimentos que ocorreram em Berk e Bolor, este que insiste dizer sobre os dragões não serem confiáveis, deixando certos jovens com mais raiva. E também tinha o Soluço que, por algum motivo, demorou para começar as aulas e as conexões entre os vikings e os dragões.


— Bom dia! – cumprimentou um viking ao passar por eles. Skyller acenou.


Durante o caminho, nenhum dos dois disse nada. Rhuan observa os vikings e as pequenas mudanças que ocorreram na vila (mudanças que envolviam seu pai). A cada dia, os vikings e os dragões pareciam se tornar mais unidos. Porém, de algum modo, Rhuan não sentia feliz com isso.


— Skyller! Bom dia! – cumprimenta o Gustav – Você está linda hoje! E queria fazer uma pergunta!


— Er... Oi, Gustav... – disse, sem esconder o desânimo. O pequeno ruivo suspirou.


Desde que conheceu o adolescente, no começo, achou que o comportamento dele (exibido, egocêntrico e galanteador) fosse só para tentar se encaixar na vila. Pois, tinha aprendido com seu pai que não se deve julgar o dragão pelas suas escamas ou algo assim. Então, o rapaz poderia se tornar seu amigo. Infelizmente, o que ele achava era totalmente verdade. Gustav era uma cópia do jovem Jorgenson.


— Vamos, tia! Não podemos deixar a tia Asty esperando! – falou, sem se importar com a cara de desgosto do adolescente.


— Verdade! – concordou – Bom... com licença!


— Mas, espere eu...


— Não temos tempo! Você sabe como a tia Astrid é... – Rhuan o interrompe e sai junto de sua tia, deixando o garoto para trás.


— Ah, moleque maldito! – resmungou, irritado.


— Boa! – elogiou a Skyller. O pequeno deu de ombros, sorrindo.


— Não fiz nada de mais. Sei que o Gustav é... bem...


— Muito irritante! – ambos riram.


Logo, chegam na Academia, onde o pessoal aguardavam.


— Finalmente! – Astrid cruzou os braços.


— Foi mal, tivemos um contra tempo – a ruiva aproximou-se, sorrindo. A Hofferson olhou para o filho de Soluço, voltando seu olhar para amiga querendo a explicação – E também trouxe Rhuan para treinar.


— Tudo bem – o mesmo sorriu – Agora, preste atenção! Vou explicar sobre o treinamento de hoje!


— Ahh não! – resmunga os cavaleiros enquanto os dragões olhavam um pra outro com divertimento.


— O que foi? – perguntou a criança.


— É que esse treinamento, com certeza, foi planejado por ela! – explicou o jovem Ingerman.


— Sim, a tia Asty é uma guerreira! – disse dando o óbvio.


— Só que os treinamentos dela são tão difíceis! – choraminga o louro viking, deixando o pequeno mais confuso.


— Não são não! – rebateu Astrid, ao ouvir o que foi dito.


— Combate entre mãos e garras... – murmurou Ingerman, lembrando do acontecimento. Batatão lambe o rosto de seu cavaleiro, deixando o calmo.


— “Aquilo foi incrível!” – fala o Arroto enquanto a outra cabeça concorda.


— “Principalmente as garras!” – Vômito rir.


— “Vocês definitivamente são as versões dos gêmeos!” – Tempestade suspirou.


— Desviar de espinhos?! – falou Melequento.


— “Tá admito que esse foi divertido!” – disse a Nadder Mortal, contente.


— “Não vamos discorda, certo?” – Vômito olhou pra outra cabeça.


— “Certo, mano!” – riu Arroto. Dente de Anzol revirou os olhos.


— Nadar na lava fervente?! – citou Cabeça Dura, fazendo o filho de Soluço arregala os olhos.


— Nunca fizemos isso! – desmentiu a Hofferson ao perceber a reação do menino.


— É! Poderíamos ter feito melhor do que mãos e garras! – sorriu o Thorston.


Skyller bateu na testa e suspirou, pediu para amiga continuar o exercício e a mesma assentiu.


— Bom, é o seguinte! Essa missão é fácil! – Astrid mostrou o mapa – Ilha do Dragão!


Rhuan observou o mapa, reconhecendo que foi seu pai que desenhou. E também ao ver o nome da ilha, lembra da história que o mesmo contou sobre uma rainha que controlava os dragões para mal e acabou sendo derrotada por aquele que acreditava no bem maior. O pequeno ruivo adora essa história, pois, era o jeito que seu pai conta. Depois do mesmo ter perguntado sobre a perna de metal.


“Mal posso esperar para conhecer essa ilha!”, pensou.


— Vocês só tem que ir da praia do lado leste até a caverna do lado oeste! – explicou a jovem.


Os cavaleiros se entreolharam, o exercício parecia ser fácil. Fácil demais.


— Não é ruim! – alguns concordaram com Jorgenson. A Strondus olhou para o sobrinho, sorrindo, sabendo o que aconteceria a seguir.


— De noite! – avisou.


— O quê?! – olharam para loura, indignados.


— Sem material de acampamento! – os mesmos resmungava – E sem dragões!


— Como é?! – Perna de Peixe estava chocado.


— Ah! Mata logo a gente! – reclama Quente.


— Isso é loucura! Qual é o propósito disso?! – Melequento olhou revoltado para Hofferson.


— Treinar a sua invisibilidade e defesa contra dragões selvagens! – explicou.


— Astrid tá certa! – concorda Skyller – Sabemos o quanto somos fortes com os nossos dragões, mas, temos que aprender a sobreviver e a defender se nos separamos deles.


— Quando você diz “nossos dragões” significa a gente aqui! – apontou Jorgenson antes de cruzar os braços – Já que você não possui nenhum dragão! Quer dizer, vocês dois!


Rhuan revirou os olhos, não valeria a pena bater boca com o primo de seu pai.


— Verdade! Como pode dizer essas coisas?! – Durão olha para irmã gêmea que também concorda.


— Posso não ter um dragão, mas, ainda sim sou uma viking! Uma guerreira! – ela ergue o arco e flecha na direção do Jorgenson – Querendo ou não, temos que aprender a sobreviver e defender pra aquilo que acreditamos! E ainda tem mais, o Rhuan possui mais conhecimento que qualquer aqui e é útil!


O cavaleiro do Pesadelo Monstruoso afastou-se enquanto os gêmeos torciam para o coitado leva uma flechada. Entediado, Dente de Anzol suspirou antes de olhar para os outros dragões.


— “Só digo uma coisa: Não vou salvá-lo” – avisou.


— “Bom mesmo! Tô quase querendo fazer um churrasco do seu cavaleiro!” – Tempestade ameaçou com seus espinhos.


— “Então, não queremos que o parentesco idiota do nosso príncipe não faça ou diga nada para o próprio bem dele, certo?” – Arroto olhou para Vômito.


— “Ou queremos?”


— “Definitivamente vocês e seus cavaleiros se combinam” – a Gronkle bufou.


De repente, alguém entra no local. Um viking grande, barbudo, ruivo de olhos verdes. Fazendo todos olharem para o mesmo.


— Atrapalho? – perguntou.


— Infelizmente, chefe! Chegou no momento errad... aí! – Quente deu um soco em seu irmão.


— Vovô! O que senhor tá fazendo aqui? – o homem o cumprimenta, em seguida, o pega no colo e volta atenção para o grupo.


— Espero que não tenham nenhuma atividade hoje, pois, preciso da ajuda de vocês! – explica o Stoico.


— Aconteceu alguma coisa com papai? – Rhuan o olhou, preocupado. Ao ouvir a pergunta do menino, os dragões ficaram em alerta.


— Não se preocupe, seu pai está bem – tranquilizou-o, assim como, os dragões.


— Com todo respeito senhor, isso é importante? – pergunta a Hofferson, não querendo ser rude com o líder. No entanto, ela tava ansiosa para esse treinamento, passou dias planejando com ajuda da Skyller.


— Nenhuma tarefa é pequena ou importante, quando se trata de servir ao seu povo! – Stoico olhou sério para os jovens.


— Entendi! Então, o que precisa?


Em algumas milhas de distâncias, Soluço chega ao local onde é comercializado bens e serviços às margens do sistema comercial, ou seja, no mercado negro.


Os comerciantes mostravam os produtos de alto valor com melhores qualidades e, segundo eles, eram mais difíceis de encontrar no arquipélago bárbaro. Mesmo que já esteve ali, algumas vezes, não deixava de se impressionar com as novidades do ambiente.


Porém, tinha que manter-se em alerta. Caçadores rondavam o local e qualquer movimento suspeito poderia acabar em caos.


— Soluço, o que estamos fazendo aqui? – pergunta a morena enquanto o menino dragão pedia seu amigo para descer no local seguro.


Assim que pousa, o ruivo ajuda a jovem descer do Banguela e, em seguida, pega a sua bolsa na sela do dragão. O rapaz orienta seu amigo para se esconder enquanto ele vai ao mercado.


— “Tome cuidado! Qualquer coisa, chame!” – Soluço concordou.


— Então... – Katla caminhou ao seu lado, aguardando a resposta de sua pergunta.


— Bom, preciso de alguns itens para um projeto que estou desenvolvendo – explicou, verificando-se a sua bolsa.


— Ok, mas, por que eu estou aqui? – Soluço morde o lábio inferior antes olhá-la.


— Para terminamos a nossa conversa daquela noite.


Envergonhada, Katla olhou para o chão. Lembrando do momento, que foi a última vez, que ficou sozinha com Soluço.


....


Depois de conversar com a sua amiga, Katla caminhava para casa dos pais de Soluço quando ver o mesmo sair de lá. Fazia um tempo que ambos não conversavam e a mesma queria saber, apesar que sabia bem o motivo. Afinal, era o único motivo.


Cautelosamente, ela o segue escondida e fazendo possível para não chamar atenção. Claro que a morena pensou em volta outra hora, porém, continuou a seguí-lo.


— Soluço? – bateu na porta e percebeu que a mesma não tava trancada – Desculpe por entrar assim, mas... – percebeu que não havia ninguém, olhou ao redor e caminha para as escadas, onde ver uma brecha de luz – Aposto que você tá aí em cima – murmurou.


Sobe a escada quase tropeçando, porém, não impedindo de fazer barulho. O que chamou atenção do príncipe. Ao subir, a Walter reparou nas duas portas que deduziu ser os quartos, caminhou para o quarto próximo de si e percebe se de Rhuan. Então foi para o outro, o quarto de Soluço, entrou e fechou a porta do cômodo.


“Ele não tá aqui”, pensou e respirou fundo, “É estranho pensa nisso, mas, o quarto possui o cheiro dele”.


Balançou a cabeça, sorrindo, e percebeu algo perto da cama.


— Aquilo é... – uma mão aparece, a pegando de surpresa fazendo-a ficar presa contra parede com adaga em seu pescoço.


— Katla?! O que você está fazendo aqui?!


Com os olhos arregalados, Katla abria e fechava a boca sem nenhuma palavra sair dela. Soluço, cuidadosamente, afasta o objeto cortante enquanto a encarava. A jovem Walter desvia o olhar por um segundo e rapidamente volta a encará-lo, ficando mais vermelha. Ela cubra o rosto e vira as costas para o mesmo.


— D-Desculpe! Eu... eu... m-me desculpe... veste uma calça o-ou sei lá, por favor! – toda atrapalhada ao perceber o modo que ele estava em sua frente.


Confuso, o ruivo afastou-se da morena e vestiu a calça enquanto a mesma ainda estava virada de costas.


— Então... – cruzou os braços, esperando a explicação dela.


— Er... eu queria... me desculpe!


...


— Na verdade, nem conversamos já que você saiu correndo! – Soluço sorriu fraco e a jovem Walter encolheu os ombros.


— Fiquei envergonhada por causa da situação! – murmurou – Mas, por quê agora?


O jovem Strondus coçou a nuca e suspirou. Katla observou seu comportamento, aguardando a sua explicação.


— Pra falar a verdade, nem eu sei! – olhou para mesma – Acho que queria ter certeza de algo.


— Certeza do que? – pergunta. Strondus mordeu o lábio inferior e, em seguida, olhou pra frente.


— Chegamos! – a mesma olhou para vilarejo, que na verdade, era o comércio – Vamos!


Katla suspirou e assentiu, acompanhando-o.


Em Berk, as coisas pareciam ocorrer estranhamente bem? Após o líder dos Holligans solicitar ajudar dos jovens, já que era extremamente importante, nunca pensaram ou imaginaram que a missão seria (nada mais e nada menos que): Dá banho no Bocão Bonarroto!


— Tentem cercá-lo! Não o deixe fugir! – ordenou Chefe.


Skyller corria pelas escadas que levam a doca, olha para cima e ver (ao que parecia ser) um vulto passando pelas casas.


— Uff... eu não achei que ele mover-se tão rápido! – cansada, apoia as mãos nos joelhos.


Rhuan ao vê-lo correndo em sua direção e logo desviando, avisa para a Hofferson da aproximação do homem.


— Pode deixar! – gritou a mesma, montada em seu Nadder Mortal azul – Tempestade, lançar espinhos!


A Nadder obedeceu, lançando seus espinhos, bloquear o caminho do viking Bonarroto.


— Não vou fazer isso, Stoico! Não pode me obrigar! – avisou – Nenhum de vocês pode me obrigar!


— Francamente, Bocão... – murmurou Valka, exausta.


— Vamos cerca-lo! – mais uma vez, ordenou Stoico.


Os cavaleiros se aproximaram com seus dragões, cercando o viking de membros amputado. Rhuan e Skyller chegam no local.


— O viking deve exalar esse cheiro! É uma medalha de honra! – vangloria Bocão.


Derek, o Terror Terrível, pousou em seu ombro. Sem pensar, deu uma cheirada no ferreiro para logo, em seguida, sair voando rapidamente do local.


— “Que horrível! Em todos esses anos, nunca vi um humano ou dragão feder tanto assim!” – reclamou.


Os dragões sentiram dó do pequeno réptil. Sem perceber, o mesmo bateu a cara em frente a uma coluna de madeira, desmaiando a seguir. Batatão observou a situação antes de ajudar seu cavaleiro.


— Depressa, temos que encher logo a banheira para dá banho no Bocão! – fala Perna enquanto puxava o balde no poço.


— Pela amor de Thor, Bocão! Isso é para seu próprio bem! – disse a esposa de Stoico, com as mãos na cintura.


— Na verdade é pelo bem da vila toda! – acrescentou a garota ruiva – Principalmente para bem de Rhuan.


O próprio citado a olhou, confuso. O que sua tia queria dizer com isso?


— Verdade! Entre, agora na banheira! – mandou Stoico.


Observando cada movimento dos jovens, o velho ferreiro percebeu que o jovem Jorgenson junto de seu dragão pousa atrás de si.


— Dente-de-Anzol, joga ele na banheira!


O Pesadelo Monstruoso obedeceu o comando, porém, do jeito dele. Em vez o velho viking, jogou o próprio cavaleiro na banheira.


— Acontece todas as vezes! – reclama – Você não acha repetitivo isso?! – O mesmo pensou.


— “Hum... não!”


Mantendo os olhares atentos, Bocão pensa em uma estratégia de fugir dali. Rhuan viu o dragão Pula-Nuvem perto de sua avó e teve uma ideia. Com um pequeno gesto, a criança conseguiu chama sua atenção que entendeu imediato.


Cautelosamente, o Corta-Tormenta aproximou-se atrás do viking sem o mesmo perceber. Então, o menino olhou para Astrid, que também notou o movimento e assentiu.


— Não vou fazer isso, meus amigos! – disse ele com machado no lugar do gancho.


— Agora, tia Astrid! – gritou fazendo o Bocão desvia o olhar para Hofferson.


Preparando-se para qualquer movimento, o homem é surpreendido pelo Pula-Nuvem o jogando na banheira. Stoico aproximou-se do amigo, impedindo de sair.


— Perna de Peixe, água e sabão! – o mesmo vem voando e, em seguida, joga a água do balde no viking. No entanto, foi pouco – Vai ter que fazer melhor que isso, filho!


— Não posso senhor! É que o poço está seco! – explicou. Stoico franziu a testa.


Pouco depois, o Chefe e sua esposa foram verificar o poço. Rhuan observa os cavaleiros conversando sobre algo enquanto o Pula-Nuvem estava ao seu lado, então, o pequeno resolve perguntar.


— Pula-Nuvem, o que veio fazer aqui? – o dragão olhou-o – Quer dizer, você não é de sair muito da montanha de gelo.


— “Tudo bem, eu entendi!” – a criança sorriu com a pequena bufada do mesmo – “Estava à procura de seu pai, mas, esqueci o mesmo tinha saído com o Banguela”.


— Sim, o papai saiu cedo e... eu queria ter ido junto – murmurou triste. O réptil alado percebeu.


— “Aconteceu algo?” – perguntou, o garoto não disse nada só balançou a cabeça – “Tem certeza?” – assentiu e afastou-se do dragão – “Há quanto tempo vão ficar escondidos aí?”


Saindo de trás da casa, pequenos dragões de escamas negras e brilhante, sendo observados pela cara de insatisfação do Corta-Tormenta. Rhuan olhou pra trás, surpreso.


— Balerion? Viserion? – os mesmos sorriam sem dentes – O que estão fazendo aqui? Cadê a mãe de vocês?


Ambos os filhotes de Fúria da Noite olharam para o chão enquanto o Pula-Nuvem os encarava, seriamente.


Na montanha de gelo, os dragões voavam tranquilos sendo observados pela Besta Implacável. A companheira de Banguela entra em uma caverna, após voltar da pesca, percebeu que algo estava estranho.


— “Balerion? Viserion?” – silêncio era o único som ouvido no local. Sombra gemeu – “Agrh! Até sei aonde eles foram... quando eu disse que eles se pareciam com pai, não esperava que se parece realmente com pai!”


Stoico e sua esposa olhavam o poço.


— Cavamos esse poço há dois verões atrás! – franziu a testa.


— Hum... a água não é uma coisa que desaparece assim do nada! – disse Valka, pensativa – Tem que ter alguma razão pra isso!


— Mãe? Pai? Descobriram algo? – pergunta Skyller.


— No momento não sabemos – responde a mãe.
Rhuan aproximou-se dos avós junto de Pula-Nuvem e os filhotes de Fúria da Noite.


— Vamos ter que cavar outro poço! – suspirou o chefe – Até fazer isso, vamos ter que economizar água!


— Isso significa...


— Ah! NÃO TOMAR BANHO!!! – Bocão interrompe a criança, abraçando a afilhada e o filho de Soluço – Sempre resta uma esperança!


Valka balançou a cabeça enquanto a filha e o neto eram abraçados pelo Bocão, que estava contente pela notícia. No momento seguinte, Skyller passava as orientações que foram instruídas para cada um dos cavaleiros.


— Cabeça Dura e Cabeça Quente levem a banheira até o lago Lars para enchê-la!


— Tá certo! Mas, essa coisa é muito grande! É maior que o traseiro da Cabeça Quente! – zombou – Pode demora um pouco! Um ou duas semanas.


— O que?! – gritou a Thorston, em seguida, soca o irmão.


— Mas, achei que você fosse usa o dragão – Rhuan o olhou, confuso.


— Por que você pensou isso? – perguntou o mesmo enquanto levantava.


— Porque... – Astrid interrompe o garoto, que olhou para mesma, percebendo que não adiantaria explicar algo para um Thorston.


Skyller suspirou e prossegui.


— Muito bem, continuando! Astrid e Melequento, vão até os rios da montanha e encham o maior números de cantis possíveis!


Astrid assentiu, mesmo não concordando. O Jorgenson sorriu e olhou discretamente para loura.


— Perna de Peixe e Batatão, vocês vão me ajudar à descobrir o que aconteceu dentro do poço!


— Er... talvez você não saiba... a Batatão e eu não gostamos de lugares apertados! – disse o Ingerman nervoso.


— “Pra mim tudo bem!” – fala a Gronkle, sem se importar com a frase de seu cavaleiro. A ruiva Strondus tentou não revira os olhos.


— E eu, o que posso fazer? – pergunta a criança.


— Ah, você... bem... – Skyller pensou.


— Por favor, tia! Eu quero ajudar! – implorou.


Todos se entreolharam, Astrid deu de ombros e sorriu. Assim como os gêmeos e o Perna também, já o Jorgenson.


— A fala sério! A gente não precisa, ok?! Você, projetinho do perneta, pode ir para sua casa e deixe os melhores guerreiros resolverem a situação!


— Então, por que você está aqui? – os gêmeos riram com a cara do Melequento.


— Ora! Sou o herdeiro de Berk! O Futuro líder de vocês! – vangloria. Todos balançam a cabeça.


— E daí? Isso não prova nada! – cruzou os braços e aproximou-se do mesmo – Pois, um líder com o umbigo maior que o cérebro lidera a equipe ao fracasso!


— Hã?!


— O garoto acabou de expor a sua fragilidade na liderança! – exclama a Quente.


— Fragi... frali... o que?


— Fragilidade, algo frágil, qualidade de frágil – Durão explicou – A Fragilidade da liderança, como por exemplo.


— Ou seja, líderes fracos não se importam com as pessoas que deveriam liderar.


— Em vez disso, eles se importam em aceitar quem tem títulos e cargos cobiçados! Dão atenção àqueles que consideram ter mais poder – concorda a Thorston.


— Ou seja, eles se concentram em se elevar quando o foco deve ser elevar a equipe! – ambos terminam de explicar, deixando o pessoal surpresos e estranhamente confusos.


— Pera aí! Ele me chamou de fraco?! – os Thorston bateram as mãos na testa.


— Isso não importa agora! Temos muita coisa para fazer hoje!


— Astrid tem razão! E Rhuan, vem comigo! Vai poder me ajudar junto com Perna de Peixe – o menino sorriu.


— Isso!!!


Voltando para umas ilhas distantes, Soluço e Katla caminhavam entre a multidão enquanto ouviam os comerciantes anunciando os seus produtos. Apesar de ser o mercado ilegal, a jovem Walter estava admirada com as novidades do lugar.


— Tenho que admitir, esse lugar é incrível! Ilegal, mas, incrível! – o menino dragão assentiu.


— Fique atenta! Tem muito caçador de dragão por aqui – pediu.


— Hum... não ficaria surpresa, afinal, aqui é onde você consegue achar o que procura! – deu de ombros – Bem... a menos que certo alguém tem culpa nisso... – Katla o olhou divertida.


— Bom, o nome deles já diz tudo... – murmurou, sorrindo.


A Walter riu.


— Sim, mas, porquê viemos aqui mesmo?


— Como disse, preciso de alguns itens, que só encontraria aqui! – explicou.


— Não seria mais fácil ter pedido para o comerciante Johann? Assim, não precisaria se expor tanto! – fala ela – E com certeza, ele conhece esse mercado certo? Apesar de suas histórias exageradas, acho que ele seria de grande ajuda.


Soluço morde o lábio inferior.


— Você tá certa! O Johann seria sim uma grande ajuda, porém, tem certas coisas que eu não quero envolvê-lo! – disse ele, sério. Katla estranhou com a frase dita, mas, ignorou.


— Tudo bem, então, para onde vamos?


O jovem a guiou pelo caminho, ambos sendo observados.


De volta para ilha dos Holligans, em alguma parte, Astrid e Melequento enchiam os potes enquanto um deles pensava antes de pronunciar.


— Sabe Astrid, eu tive pensando...


“Aí, vai começar!”. Astrid suspirou.


— A gente já conversou sobre você pensar, Melequento! Não é bom pra ninguém, você sabe! – disse a loura, querendo que o mesmo calasse a boca.


— E quem foi que disse que nós temos que dá água de graça?! – falou com sorriso maldoso.


— Pera aí, o que você está falando?


— É apenas oferta e procura! – respondeu – Acompanhe o raciocínio! O povo de Berk está sem água, desesperado por água doce e quem tem toda água Astrid? – fez suspense – Melequento! Eu mesmo! Vou ganhar uma fortuna!


A Hofferson encarrou o Jorgenson, não gostando de sua atitude.


— Que isso, você vai cobrar água das pessoas? Sério mesmo?! – ele deu de ombros – É a coisa mais idiota que eu já ouvi na vida!


— É bom, pode achar o que quiser! Pelo menos não sou eu que ficar escondendo segredos de todo mundo aqui!


— O que quer dizer com isso? – Astrid o olhou, desconfiada.


— Hum... vai dizer que não sabe, hein?! – ele sorrir malicioso. Os dragões os observavam, atentos e curiosos.


— Realmente seu ego faz bombear sangue no coração do orgulho – cruzou os braços – Mas é o narcisismo que faz bombear o sangue no coração do amor-próprio.


— Não entendi isso, mas... – pigarrou – Enfim, como o meu querido priminho reagiria sobre a profecia? Como se sentiria ao saber que está sendo usado?


— “Profecia?” – Tempestade olhou, confusa, para o amigo réptil que também possuía a mesma reação.


— Como?! Você mexeu nas minhas coisas?! – gritou, já segurando o machado.


O jovem levantou os braços em rendição.


— Calma, não fiz nada e nem precisei! – deu sorriso travesso – E não entendi porquê ficou com raiva, que eu saiba não mentir.


Astrid apertou o cabo de sua arma.


— Você não tem nada ver com isso! Nem direito de se intrometer na minha vida ou a de Soluço!


— Tá bom! Tá bom! – ele aguarda por alguns segundos – Mas, falando sério, sabia que o Soluço e aquela morena do naufrágio se conhecem?


“Santo Odin!”


A Hofferson bufou e resolve ignorá-lo. No entanto, em sua mente, o assunto nunca passou despercebido. Ela sabia que ambos se conheciam, porém, sentia que havia algo mais nisso e preferia que o próprio Soluço contasse.


O Jorgenson percebendo a sua expressão, mais uma vez sorriu e continuou a falar. Talvez assim, a moça resolve se afastar de seu primo aberração e então, fazê-la perceber que a melhor opção é ele. O Melequento.


— Também vi ambos saindo hoje! Juntos, montados no Fúria da Noite! Não sei você, mas, sinto que eles tem algo... tipo um caso! Porque nesses dias, ambos sempre conversam baixinhos ou quando tentavam sair escondidos, sem seres notados! – ele a olhou de relance – Sabe aposto que ela seja a...


— Chega! – Astrid subiu em seu dragão – Como disse, Melequento! Não se intromete na minha vida ou a de Soluço! Não quero ter que dizer de novo, mas, de outra forma. Entendeu?!


— Claro! Claro, como você quiser! – ele reverenciou, satisfeito.


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