Soluço: O Príncipe dos Dragões escrita por GMCASTRO


Capítulo 53
Lembranças




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“Grrraww! Grrraww! Roar...rip-roaaa! Snif... grraww...roarrr-ooo! Grrraww!!!”*


Acordo com o maldito barulho que vinham do telhado. Com certeza deve ser os Terrores Terrível com a sua “cantoria majestosa”, me espreguiço e olho ao redor. Dormi na casa do meu irmão. Levanto, caminho para fora do quarto e sinto cheiro de café, desço e avisto o pequeno ruivo que estava sentado. Com seu cabelo bagunçado, o menino bocejar enquanto esfrega um dos olhos.


— Bom dia! Dormiu bem? – Soluço aparece, colocando ovos fritos e o café na mesa.


— Mais ou menos... – aproximo e sento de frente para meu sobrinho – Bom dia, Rhuan!


O mesmo cumprimentou, bocejando. Olho para mesa, contendo cada coisa que eu poderia dizer que é “O" café da manhã. Vejo meu irmão servindo o pequeno antes de se servir.


— Papai come muito! – Rhuan falou, me deixando confusa – O papai fez muito, pois ele é guloso!


Soluço balançou a cabeça, sorrindo.


— Primeiro : meu metabolismo é acelerado, ainda mais que faço exercício de manhã! Segundo: Fiz muita coisa, pois não sei o que você gosta! – defendeu, então, aparece o Terror Terrível no local.


— “Grraw...Shiiiiinnn rooo... riiiipss tscssss!”* – Rhuan gargalhou, meu irmão olhou para o dragão franzido a sobrancelha e com sorriso torto.


— Qual é a graça, quero rir também! – olho para os dois, pois tô perdidinha aqui. Meu sobrinho levantou, correu até mim e sussurrou no meu ouvido. Ao saber o que era rir e olhei para Soluço – Concordo com pequeno dragão!


Ele revira os olhos, em seguida, alguém bate na porta. Rhuan diz que vai atender e corre em direção à mesma, percebo que meu irmão mudou de postura e mantendo o foco na porta. Como se alguma coisa fosse acontecer, a criança abre à porta com cuidado e sorrir.


— Tio Bocão! – Rhuan abraçou o homem enquanto Soluço relaxava. Tenho a impressão que aconteceu alguma coisa.


— Ah! Como vai pequeno?! Hum... cheguei na hora do café! – Bocão cumprimenta e senta com a gente – Nossa! Isso é o café da manhã?!


Olho para meu irmão, que revirou os olhos e rir.


— Fique a vontade Bocão e, não é por nada, mas... aconteceu alguma coisa? – perguntou ele.


O amigo de papai mastiga um pedaço de pão junto com carne e, com a educação que tem, o mesmo responde de boca cheia.


— Não exatamente, só vi para... conferir se a garota tava aqui... – pega mais comida – Já que a mesma não tinha... voltado pra casa... Odin, isso tá uma delícia!


Fico sem jeito, os deixei preocupados. Dei um sorriso meio torto, voltamos a comer e de vez, em quando, o louro viking comenta sobre a comida. Em seguida, fui para casa e tomei banho. Ao vestir a roupa, reparei na pequena cicatriz perto do pescoço e suspiro.


Uma das piores coisas que aquele maldito fez comigo.


Flashback On.


“Viver significa lutar!”


Lembro que sempre dizia essa frase, todas as manhãs ao levantar. Lembro que sempre tinha que lutar, se quisesse viver. Viver em um lugar obscuro, onde o medo e a covardia reinavam. Viver para não ter que morre, nas mãos imundas daquele ser!


— Skyller! Cadê o meu café?! – gritou o homem.


— Já estou fazendo, seu velho! – digo, revirando os olhos.


— Ora sua idiota! – com cajado, tacou-lhe nas minhas pernas – Tenha mais respeito, sua ingrata! Se não fosse por mim, você estaria morta! Agora, sem demora, traga o meu café!


Com dificuldade, levanto-me e tento terminar o serviço.


— Ugh! Esse café tá horrível! Que estúpida! – ele me bate de novo e de novo.


A cada porrada que levava, sentia que iria chorar e me segurei pra que não acontecesse. Não daria esse gostinho pra ele, logo, o mesmo joga o café em mim e grito. Estava quente, minha costa queimava.


— Você mereceu! Na próxima, não serei misericordioso! – ele puxa o meu cabelo – Entendeu?


Olhava pra aquele maldito, sentia muita raiva dele. Muita raiva. Assente e ele largar o meu cabelo, fazendo bater a cabeça.


— Por sua culpa, estou atrasado! Quando eu voltar, quero tudo arrumado e o jantar servido! – o mesmo sai enquanto eu fico no chão, chorando.


Era horrível morar com Bolor, não suportava-o. Mas, não podia fazer nada e isso me frustrava. Limpei a casa, fiz o jantar e voltei para o quarto. Troquei de roupa, deitei na cama e peguei o livro pra ler. Na verdade, aquele era o único livro que tinha e mais nada.


Segundo Bolor, não merecia nada e nem podia reclamar. Os meus pais não me queriam e, por isso, me abandonaram. Deixada para morrer.


Ouço vozes na casa, mas não me importo. Suspiro e me preparo pra dormir, quando o embuste me chama aos gritos e xingamentos. Caminho para fora do quarto, vou ao encontro do embuste e vejo que o mesmo não estava sozinho.


— Traga o hidromel pra gente, anda! – aperto os punhos e vou até a despesa, que não tinha quase nada e pego duas garrafas, levo até eles e um dos caras me encarava.


Sinto um arrepio na pele, rapidamente, encho as canecas e saio dali. Fecho e tranco a porta, abraço as pernas e peço a Odin que me proteja...


Flashback Off.


Balanço a cabeça, afastando as malditas lembranças. Não deixarei aquele monstro toca em mim. Nunca!


....


— Varg, estamos prontos a suas ordem! – o homem olhava para as águas turvas que o cercavam até onde a vista alcançava, antes de vira-se para encarar a sua amiga. Katla.


Varg Torvald, era um dos melhores guerreiros do Povo do Sol. Determinados, ele e a sua tribulação partiram em uma missão no mar há apenas três dias, mas o mesmo já sentia saudades de casa.


— Bom saber, estarei aí em um momento – respirou, fazendo seu melhor para manter-se calmo sobre o trabalho em mãos. Por mais que quisesse voltar para sua esposa e três filhos, ele sabia que seu lugar era aqui – ele tinha um trabalho a fazer e estava determinado a cumprir.


Katla assentiu em reconhecimento, deixando um pequeno sorriso escapar de seus lábios. Ela foi umas das poucas guerreiras que candidatou-se para participar dessa viagem, assim como, o Lodin e a Nina. A morena de olhos negros era umas das melhores de sua vila, além de ser um prodígio na luta de espadas.


A jovem virou-se e desceu as escadas, seu cabelo preto como carvão balançando suavemente no vento. Logo, Varg se juntou a sua equipe no andar de baixo, pronto para finalmente começa a missão.


— Ok pessoal, espero que todos tenham tirado um bom descanso. Era necessário – o homem tinha os escolhidos, cuidadosamente, para este trabalho. Nove guerreiros mais aptos e confiantes que ele conhecia foram selecionados.


— Alguma chance do nosso barco virar com as ondas desse tamanho? – um homem chamado Skoll perguntou, erguendo uma das sobrancelha. Sim, você leu certo. O viking estava atrás do grupo, completamente vestido com uma grossa armadura de couro.


— É improvável rapaz. Mas, isso não é uma promessa – respondeu Varg, recebendo concordância do Skoll – Mais alguma pergunta?


— Eu tenho! – Nina levantou a mão – E se a besta não aparecer?


— Oh, ele vai aparecer! – ele riu em resposta, gesticulando para o seus amigos – Quem poderia recusar os vikings tão bonitos quanto nós! – a tribulação riu de seu comentário. Em seguida, o som implacável de chuva e trovão podia ser ouvida acima – Ok, pessoal está na hora. Vamos terminar isso e voltar para casa.


Os vikings pegaram suas armas e caminharam para fora, preparados para enfrentar o clima horrível diante deles.


— Pela barbas de Thor! Olha o tamanho disso?! – Lodin apontou para as nuvens monstruosas que pairavam acima deles.


— Sim, ele virá com certeza.. – O líder da missão olhou ao redor do convés, uma última vez, certificando-se de que não havia deixado nenhum metal por perto. Também havia removido as velas do barco várias horas antes, ele não correria o risco de perder sua única maneira de voltar para casa.


— Verifique se há metal, todos. Se você tiver algum ferro ou aço com você, ficará cozido como frango – Ele gritou por cima do rugido da chuva.


A tribulação checou ansiosamente ao redor de si, não querendo ser morta naquela noite. Sem aviso, um raio foi disparado pelo céu, junto com um trovão alto o suficiente para assustar o próprio Odin.


Qualquer dúvida que pairasse na tripulação de Varg logo foi dissipada. A besta definitivamente estava aqui, e sabia que eles também estavam.


— Espero que estejam todos prontos, só teremos uma chance! – disse Varg, determinado...


Katla caminhava em direção à colina Ponto do Corvo, mexendo nas mecha do cabelo. Pensativa. Ela olhava ao redor e suspira, tudo a fazia lembrar um pouco do seu povo. O povo do Sol, nada mais que era um povo livre. Onde uns cuidava dos outros, lembrava como treinava todas as manhãs e como eles se dedicam em proteger e fazer justiça. Pena que isso tudo foi em vão.


“Como sinto saudades deles. Tudo aconteceu por minha culpa!”, pensou.


— Katla... – ela olhou na direção da voz.


— Soluço... – murmurou.


....


O som metálico de aço contra aço, junto com uns gritos e rosnados, podia ser ouvido por toda ilha dos Exilados. Era um som que dava aos habitantes desse local, uma sensação de raiva, prazer e vingança.


Alvin, o Traiçoeiro, olhava para seus soldados lutando contra um dragão. Um Nadder Mortal, que teve a pior sorte de ser capturado. Com seus espinhos, o dragão lança na direção dos homens que quase acerta.


— Andem, seus molengas! Segure o dragão! – ordenou, mas, falharam – Ah, tenho tudo que fazer sozinho por aqui!


Sem demora, o Chefe puxar a lança de um dos soldados e jogar na direção às asas do pobre réptil. O dragão gritou de dor, sua asa foi perfurada pela arma e loucamente disparou os espinhos em todas direções, para que no final, acabou sendo morto pelo inimigo.


— Limpe essa bagunça! – disse o Chefe, empurrando a lança com sangue para um qualquer.


— Sim, Chefe!


Ao sair da arena, o Alvin encontra seu subordinado – o segundo no comando.


— Alvin...


— Espero que tenha boas notícias para mim – disse apertando o punho.


— Er... sim, o plano está de acordo como dito. Os filhotes de Morte Murmurante estão cada vez mais grandes! Em breve, Berk cairá em ruínas!


Com sorriso maléfico, Alvin olha para o horizonte.


— Excelente...


— E tem mais? O Filho de Stoico está vivo! – Alvin arregalou os olhos.
— A decepção de Stoico?! – Selvagem assentiu – Interessante, mal posso esperar para vê-lo.


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Notas finais do capítulo

Tradução das falas:
1* “Bom dia, bom diaaaa!! Vamos para céu!! Natureza é belaaa e os peixes também!”
2* “Pra mesmo assim, não dizer que é guloso!”
Tchau e.... fui.



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