A Vingança II escrita por mazu


Capítulo 14
Família.




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–1 ano depois-

–OH MULHER! CADÊ A MINHA GRAVATA? -Pergunto revirando a cama igual a um louco.
–TÁ EM CIMA DA CAMA! -Victoria grita da cozinha.
–EU NÃO TÔ ACHANDO!
–SE EU FOR AI E ACHAR EU VOU TE ENFORCAR COM ELA.
–DEIXA! EU ACHEI!
Minto, não achei nada. Ah dane-se, eu pego outra. Abro o guarda-roupa e pego uma gravata vermelha, a primeira que vi pela frente.
Saio do quarto passando a mão pelo cabelo e o balançando um pouco.
Chego na cozinha e vejo uma cena hilariante. Ryo está encarando a mãe com um olhar feio enquanto Victoria tenta fazer a nossa filha parar de chorar.
–Me dá ela aqui, amor. -Falo estendendo os braços. Ela hesita um pouco mas depois coloca a bebê em meus braços.
–O que foi, Akane? A mamãe tá chateando você? -Pergunto enquanto balanço a bebê de leve e ela para de chorar na hora.
Akane, você me pergunta. Simples! Akane=“vermelho brilhante”. Minha filha é igualzinha a mãe, ruiva com as bochechas cheias de sardinhas e olhos verdes brilhantes. Daí vem o nome.
–Porquê está olhando sua mãe assim? -Pergunto pra Ryo que nem desvia o olhar.
–Ela prometeu fazer waffles pra mim e não está cumprindo a promessa!
–Aff, era só o que me faltava! Quando a gente voltar do casamento do tio Shinji eu faço os waffles pra você! Tá bom?
–Sim. -Ryo responde mudando totalmente seu humor de bravo pra feliz.
–Hiroshi! Cadê a sua gravata preta? -Victoria pergunta me olhando com uma expressão que me faz escolher cuidadosamente a minha resposta.
–Eu... Gosto mais de vermelho.
–Porque você não admite que não achou?
–Pra você? Nun-ca! Agora vamos, estamos em cima da hora.
Quando estávamos prestes a sair de casa meu telefone começa a tocar. Entrego a chave do carro para a Victoria e mando ela e Ryo irem na frente.
Atendo o telefone com uma das mãos e com a outra eu seguro a Akane que estava dormindo.
–Faaala Hiro! Tudo bem? -George pergunta animado.
–Ôpa, tudo sim e com você?
–Tudo bem. Como vão as coisas? E sua filhinha?
–Ela tá bem, fez 3 meses esses dias.
–Rapaz... Filho dos outros cresce muito rápido. O meu tem 10 anos pelo que parece a uns 15 anos.
–Paraaa! Eu lembro do seu filho bebêzinho.
–Ahhh é mesmo! A gente já se conhecia! Ah... Mandaram eu perguntar, af... Você já tem algum livro pelo menos na metade do processo de conclusão? Estão me enchendo o saco com isso!
–Tenho, fica tranquilo! Só tô naquele processo básico de edição... Prometo que até sexta-feira ele já vai estar à venda.
–Beleza cara! Bom final de semana e curta o casamento do seu amigo. Mande abraços ao seu irmão.
–Falou, pode deixar. Até mais George!
–Até!
Encerro a chamada e vou às pressas pro carro.

(...)
–Dá para os dois saírem agora? Queremos ver! -Digo irritado.
Seiji não quer que vemos sua prótese e Shinji não quer que o vemos de terno.
–Amostra o terno, Shinji! -Ren fala já impaciente.
–AMOSTRA O BRAÇO, SEIJI! -Eu grito e os dois começam a rir de dentro dos provadores.
Demorou, mas eu consegui tirar o Seiji dá cadeia, ele não pode sair da cidade, mas contanto que ele não esteja naquele lugar, estamos felizes.
–Ora, tenha paciência senhor "Melhor Escritor" e senhor "Melhor fandom". Colocar um braço não é tão fácil quanto pensam. -Seiji diz.
–E uma gravata sobre pressão também não é! -Shinji completa.
–Amostra o terno que eu faço o nó da gravata, imundo! -Respondo e Ren cai na gargalhada.
Eu mal lembrava dos prêmios que eu e Ren havíamos ganhado. Eu ganhei o de melhor escritor e ele o de melhor fandom. Foi muito maneiro pois estava sendo transmitido pro mundo inteiro e nós fomos juntos, abraçados, pro palco para pegarmos os prêmios.
De repente, a porta abre e Austin entra no vestiário.
–Olha Hasegawa, não querendo te pressionar mas já pressionando... É chic SÓ a noiva se atrasar... O noivo pega mal.
–AIII MEU SANTO ANTÔNIO! -Shinji grita nervoso.
–Ô Santo Antônio, esse casamento sai ou não sai? -Pergunto e Austin me olha esquisito.
–É o que que é? Só porque somos japonêses temos que ser Budistas? -Pergunto com uma face séria e tentando prender o riso por causa da expressão de vergonha que ele faz após minha pergunta.
–Nã-Não é que eu achei de você ser ateu.
–Ahhh mas eu era, era mesmo.
–E agora você é o que?
–Assustado! -Shinji responde no meu lugar e eu começo a rir.
Finalmente Seiji sai do provador e podemos ver o seu novo braço. O braço mecânico é incrível e Seiji ri enquanto mexe os dedinhos.
–Qual é a graça? -Eu pergunto o olhando com uma expressão esquisita.
–Tô me sentindo o Exterminador do Futuro! -Ele responde e Shinji cai na gargalhada.
–Olha as merdas que eu tenho que ouvir! -Ele diz entre risos e finalmente sai do provador.
Ver o Shinji de terno é engraçado, mas ele fica bem, fica elegante.
–Tô bonitão? -Ele pergunta e Ren revira os olhos.
–Lindo, sensual! Agora vamos! -Ele ordena e nós saímos do vestiário.
Passamos pelo corredor e chegamos ao altar, Shinji sobe nele e eu e Ren paramos num canto perto dele. Do outro lado estão Victoria e Mina. Que acenam para nós.
O pessoal começa a se levantar dos bancos, a noiva chegou!
As portas se abrem e só vejo Erin caminhando com o pai pelo tapete vermelho. Ela está linda com aquele vestido branco enorme, e um sorriso gigante no rosto. Shinji se vira um pouco e eu o balanço, querendo saber o que está acontecendo.
–Tá louco? Vira pra frente, ô satanás! -Brigo com ele.
–Não invoca não que aparece! -Ele diz e se vira. Agora entendi tudo, ele se virou para que eu e Ren não víssemos as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.
–Boiola! -Ren diz rindo.
–Deixa o homem chorar... Ele tá emocionado! -Digo e voltamos a prestar atenção na trajetória até o altar.
Logo atrás de Erin vejo meu filho entrando na Igreja, trazendo uma almofadinha com as alianças. Ele está todo feliz e sorri pras fotos. Minha estrelinha, adora aparecer.
Todos estavam super quietos e concentrados quando Akane começa a chorar repentinamente no colo da Mina, o choro dela está mais alto que a marcha nupcial. Tinha que ser a minha filha.
Mina vai pra longe com ela enquanto eu e Victoria tentamos disfarçar o riso.
Finalmente Erin chega ao altar e a cerimônia se inicia. Ao ver aquilo me lembro do meu "casamento". Eu e Victoria estávamos em Paris, estávamos passando pela Pont des Arts quando a pedi em casamento. Logo ela aceitou e fomos correndo procurar um cadeado, quando o compramos voltamos para a ponte, escrevemos nossos nomes nele, o fechamos na grade e jogamos a chave no rio Sena. Só quando voltamos de viagem que fomos no cartório "oficializar" a união.
Todos estavam concentrados na cerimônia mas eu me sinto inquieto. Estou deixando algo passar.
Quando olho para as portas da Igreja vejo um menininho e uma mulher assistindo a cerimônia. Os dois, de repente, me encaram e sorriem. Eu aceno pra eles sorrindo também, Ryo e Lizzie estão aqui, de olho em tudo e principalmente em nós, como sempre.
Eu sempre os vejo, seja na rua ou em casa, no quarto das crianças.
Mina volta pra perto de nós, agora Akane está dormindo tranquila no colo da tia.
Olho todos aqueles loucos que eu chamo de amigos. Mina segurando minha filha como se fosse o bem mais precioso do universo, Ren tirando fotos loucamente, Austin roendo as unhas enquanto filma o casamento, Erin se controlando pra não chorar e borrar a maquiagem, Shinji que chora olhando a quase-esposa com ternura. Victoria está discretamente ajeitando o vestido de Erin, amigas sempre se ajudam e Ryo está paradinho ao lado de Shinji esperando a troca de alianças. Seiji no canto, abraçando e rindo com a irmã de Shinji, pelo visto os dois estão de rolo.
Eu costumava ficar triste antes, achando que toda a minha família estava morta! Eu estava redondamente errado. Minha família está aqui, comigo.
Pra ser família não precisa ser de sangue.
A base da minha família é amor, companheirismo, acolhimento e acima de tudo:
PROTEÇÃO.

Fim.


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Notas finais do capítulo

OIIII GENTIII!

Sim, chegou ao fim. A Vingança II se despede por aqui. Obrigada a todos vocês que comentaram, acompanharam e sempre tiraram alguns minutos de seus tempos para virem aqui ler a minha história. Ela só foi possível graças a VOCÊS! Cada um de vocês que me incentivou e ajudou.
Agora realmente é o fim.
Eu sentirei saudade dessa história, de escrevê-la e principalmente dos personagens.
Foi gratificante escrever essa história que até hoje fico pensando "Como eu... euzinha... Consegui inventar uma história tão foda?".
Voltando, obrigada. Obrigada por terem estado comigo nessa, obrigada por não me deixarem desistir.
Eu amo todos vocês ( e tô chorando muito)
Um beijo.
Um abraço.
E um ❤.
CÂMBIO FINAL.



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