Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! E Filhas da Sabedoria muito obrigada pela recomendação. ♥



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Havia dois anos que o sol nas Ilhas do Sul não brilhava do mesmo jeito para Hans, desde do dia em que todos os seus planos para se torna rei, para se torna alguém, foram destruídos, a sua vida havia se tornado um inferno, ou melhor, havia se tornado um inferno ainda pior.

Sendo o mais novo de 13 filhos, tudo foi mais difícil para Hans dentro do castelo em que nasceu. Seus irmãos mais velhos o ignoravam, os do meio o esnobavam e os mais novos competiam com ele por uma migalha de atenção dos pais. Porém, mesmo com essa infância complicada, Hans tinha tudo que o dinheiro podia comprar e Klaus, o 9º filho era um bom irmão para ele.

Klaus gostara de Hans assim que o viu no berço, ele ainda tinha 6 anos, mas viu naquele pequeno ser um amigo, ambos eram ruivos e gostavam de ler, e assim os dois eram amigos e irmãos. Klaus era tudo para Hans e foi ele quem o ensinara tudo o que sabia, isso incluía o interesse por magia.

Klaus acreditava que existia uma caverna secreta em Arendelle, onde estava enterrada a urna com a origem de toda magia do mundo, porém mais especificamente a urna que guardava toda a magia negra. Klaus havia lido em um livro antigo, escrito em runas, que a pessoa que encontrasse aquela urna seria dono de toda magia ali guardada e a única coisa que poderia deter seus poderes seria os Opostos Perfeitos. Contudo, se algum desses opostos fosse destruído, o dono da magia da urna seria para sempre invencível. Hans cresceu ouvindo as teorias do irmão, principalmente essa.

Outro amor que o irmão compartilhava com Hans eram os cavalos. E foi esse amor que tirou a única pessoa que Hans amava. Klaus domava os cavalos reais, porém um belo dia um novo cavalo surgiu, um que todos diziam ser impossível domar e Klaus aceitou o desafio, mas o cavalo era realmente indomável e o matou. Hans cortou a cabeça do animal naquele mesmo dia, porém isso não trouxe seu irmão de volta e muito menos diminuiu sua dor, por isso ele precisava de um objetivo, algo que o fizesse seguir em frente.

Hans sempre acreditou no irmão e em todas as teorias dele, dessa forma encontrou um novo sentido na vida, decidiu provar as teorias do irmão sobre magia. E com um novo propósito ele foi até Arendelle, para se torna rei, dono de cada pedaço daquele reino e então achar a urna de que tanto seu amado irmão havia falado, porém seus planos foram frustados e ele se tornou um limpador de estábulos, além de perde seu título de príncipe.

Contudo, Hans havia prometido no túmulo do irmão que acharia aquela urna e provaria ao mundo que eles tinha valor, nem que isso fosse a última coisa que ele fizesse na vida. Hans tinha influências em seu reino, algumas joias , conhecia bem Arendelle e era disso que ele precisava para continuar. Alguns subornos, uma embarcação de vinhos, um dia inteiro dentro de um barril e uma afortunada confusão próxima ao porto de Arendelle bem no dia em que seu pior pesadelo voltara, foi só disso que Hans precisou para voltar ao lugar que guardava suas esperanças.

Hans dentro do barril conseguiu passar pelos guardas sem problemas, o oficial responsável não conferiu direto o barril, porque conversava com um amigo que lhe contou que um homem tinha acabado de derreter um bloco de gelo com uma rajada de fogo criada pelas próprias mãos. O ex príncipe temeu ao ouvir isso, mais um com poderes sobrenaturais naquele reino podia ameaçar seus planos, porém ele não desistiu, ele não podia desistir. Ele tinha prometido a Klaus.

Como um rato que se esgueira pelos esgotos, Hans chegou as montanhas e com os mapas que tinha conseguido trazer no barril, ele começou sua busca pela urna mágica. A busca não foi fácil e ele só conseguiu sobreviver a quase três semanas de busca, por causa da água e comida que roubava de alguns camponeses. Mas finalmente ele encontrou na parte mais escuras do território das montanhas uma caverna, a caverna, igual a do mapa tantas vezes estudado por seu irmão. Hans correu em direção ao local se sentido cansado e imundo, mas tudo valeria a pena. Agindo feito um louco começou a mexer no chão da caverna em busca da urna.

Já se passava mais de 4 horas que Hans estava naquela busca e mesmo com o roubo de água e comida, já fazia três dias que o ex príncipe não comia e nem bebia nada. Ele estava esgotado, destruído, pronto para morre, mas ele não podia morre sem honra Klaus. Tirando forças do além, ele voltou a cavar até que os seus dedos cortados e sangrentos tocaram uma superfície de metal, um sorriso doentio se formou em seus lábios enquanto terminada de se livrar da terra.

— Eu achei! Klaus, eu achei! - gritou para urna que parecia ter um grande botão no meio.

Juntando suas forças, Hans forçou o circulo com as duas mãos, a urna estalou e começou a brilhar. E antes que Hans pudesse assimilar ele foi engolido pela escuridão.

xxx

Já ia para o segundo dia que Elsa evitava Asle. No dia seguinte ao beijo, Elsa o tinha mandado para a Guarda do Leste e ele foi obrigado a ficar lá até o dia de hoje, quando voltaria de noite para o castelo. Elsa estava em seu gabinete próxima a hora do jantar, pensando em uma nova desculpa para tirar Asle do castelo e  mantê-lo o mais longe possível.

— Olá, Majestade! - Asle entrou sem bater fechando a porta atrás de si.

— Olá. - respondeu nervosa e surpresa, se endireitando na cadeira.

— Acho que você esta me evitando. - Asle foi direto, enquanto se aproximava na mesa com os braços cruzados.

— Achou certo. - ela foi sincera fazendo Asle ri.

— Sabe? Você está certa.

— Como? - Elsa estava realmente confusa.

— Elsa, você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Seu poder constrói coisas, dá vida a bonecos de neve. - sorriu lembrando do coral incomum, mas logo seu rosto de tornou triste. - Já o meu poder só destrói.

— Asle. - ela estava comovida com seu tom de voz.

— Você é uma rainha! Tem um propósito, um lar, uma irmã que a ama e eu não consegui me encaixar nem mesmo onde eu nasci.  A única vez que meu irmão pareceu não me odiar, foi quando eu estava indo embora e até hoje eu não sei se ele foi legal, porque realmente gosta de mim ou porque ele estava se livrando de mim.

— Ele é seu irmão, com certeza ele te ama.

— Você não o conhece. E eu não vim aqui falar dele, eu vim aqui pedir desculpa por ter entrado na sua vida. Eu pensei que nós podíamos dar certo e que eu podia ter encontrado um lar, mas como diz meu irmão: eu sou só o garotinho de fogo e só sei destruir as coisas.

— Isso não é verdade. - Elsa não conseguia, não podia suporta ver Asle daquele jeito, ela não conseguia vê-lo sem toda sua alegria e ironia, como se o mundo fosse uma grande brincadeira.

— Eu conheci muitas garotas em minhas viagens. - ela franziu a testa ao escutar ele se referir a outras mulheres.

— Talvez seu irmão esteja certo. - falou baixo, mas Asle escutou e riu de seus ciúmes.

— Porém nenhuma como você. Eu sempre sonhei com um grande amor, eu sempre sonhei em ser completado por alguém, mas nunca havia encontrado alguém que conseguisse fazer o meu coração bater mais forte como você faz. Elsa, eu estou completamente apaixonado por você, como nunca estive antes. Eu só consigo pensar em você a cada segundo do meu dia. - falou descruzando os braços e apoiando as mãos na mesa.

— Eu não sei o que dizer. - confessou.

— Não precisa. Eu estou indo embora. - Elsa se levantou em um pulo.

— Não está. - falou contornado a mesa.

— Elsa, eu não vou aguentar ficar perto de você sabendo que eu posso te magoar.

— Dá pra parar de frescura? E você com certeza deve ter um grave problema de memória.

Ele a encarrou confuso.

—Você está falando com A Rainha. E eu decido se você vai ou fica. - lá estava aquele olhar, aquela postura e voz que tiravam Asle do sério.

— Elsa, facilite as coisas. - ele falou abaixando a cabeça para evitar olhá-la.

— Facilitar? Por que? O burrinho estranho não sabe lidar com as dificuldades. - Asle não sabia o quanto mais podia aguentar. - Lembrei! Você é um medroso, covarde. - Elsa sussurrou da forma mais arrogante possível no ouvido de Asle, em um movimento rápido ele a prendeu contra a mesa e o seu corpo, usando sua altura para olhá-la de cima.

— Não me provoca. - o seu olhar ardente era o sinal de vitória que Elsa precisava.

— E tem outra coisa que eu faça desde que você chegou aqui? - sorriu vitoriosa antes de beijá-lo.


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