Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 29
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim, está doendo sim... mas também estou muito feliz.
Queria agradecer a todos que acompanharam, favoritaram, comentaram e principalmente a JF e Filhas da Sabedoria que recomendaram e comentaram a fanfiction até o final, me dando força e inspiração! Espero encontrar vocês nas próximas e saibam que eu amo vocês!
Obrigada! Bjs! ♥ ;)



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Um pouco mais de dois meses havia se passado desde a semana do casamento de Julian e Ada, e Arendelle estava em clima de festa. Era a véspera do casamento da Rainha Elsa e o Príncipe Asle. Os empregados corriam de um lado para outro, organizando as coisas, recebendo mantimentos e realizando alguns pedidos excêntricos do noivo que não podia conter a alegria. Asle havia passado as últimas duas semanas envolvido nos preparativos do casamento, só dava atenção a isso e a Elsa, porém hoje estava decidido a dar atenção a outra coisa, algo que ele estava muito ansioso para rever.

— Meus pais chegam hoje! Vou terminar o café e correr direto para o porto. - falou para Elsa que estava sentada a sua frente sem a mesma animação.

— Fico feliz por você, meu amor. Também estou ansiosa para ver seus pais. - respondeu nada convincente.

— Qual é o problema, Elsa? - questionou sem rodeios.

— Não tem problema algum. - mentiu de qualquer jeito.

— Você nem tocou na comida e parece apreensiva.

— Estou sem fome, é só isso.

— Elsa! - brigou convencido de que iria descobrir o que estava acontecendo.

— Seu pai não deve estar muito feliz com a ideia de me conhecer. - respondeu com vergonha de assumir esse pensamento.

— Elsa, meu pai já superou a minha partida. Ele e minha mãe vão amar você, eu prometo. - tentou confortá-la.

— Eu não sei, Asle. Só tenho medo de que eles não gostem de mim, achem que você está cometendo um erro. - completou se sentindo boba.

— Meu amor, não tem como eles não gostarem de você. Você é perfeita! Eu prometo que eles vão te amar, ok? - a Rainha apenas balançou a cabeça positivamente sem estar realmente convencida. - E eu posso te provar isso agora mesmo. Vem comigo até o porto? - conclui se levantando.

— Não posso ir agora, tenho que resolver algo antes, mas já te encontro lá.

— Tudo bem, não demore. - respondeu se retirando da sala de refeições com sua animação infantil.

— Medo de conhecer os sogros? - Anna perguntou se aproximou da irmã após a saída do cunhado, com a filha no colo.

— Morrendo. - respondeu irritada consigo.

— Infelizmente não posso te ajudar com isso. Os pais biológicos de Kristoff é provável que eu nunca conheça. E conheci os trolls antes de olhar para ele como meu futuro marido. - disse como se pedisse desculpa.

— É tão estanho o que eu estou sentindo agora.

— Como assim? - questionou curiosa se sentando do lado da irmã.

— Essa situação fez com que eu me sentisse tão órfã quanto no dia em que perdemos nossos pais. - confessou culpada.

— Você se sente mal por ter inveja de Asle, pelo fato dele ter pais e ao mesmo tempo tem medo que eles não gostem de você, e que isso prejudique seu relacionamento logo com a pessoa que criará uma família contigo? - o tom era interrogativo, mas aquilo não era uma pergunta.

— É impressionante como você sempre sabe as respostas. - sorriu para Anna e Elisa, fazendo a última se inclinar para os seus braços.

— Você é minha irmã e eu entendo bem os seus sentimento. Também senti inveja de Kristoff, pois a gente não teve a mesma oportunidade da adoção... Mas mesmo com todos os problemas, eu consegui lembrar que eu ainda tinha uma família, você.

— Você é a melhor irmã do mundo! E ainda por cima me deu essa sobrinha linda. - falou mais alegre pegando Elisa no colo.

xxx

Assim que saiu do castelo Asle literalmente correu ansioso para o porto a espera dos barcos zandarianos que trariam seus pais. Do começo do porto já era possível visualizar dois barcos coloridos se aproximando, o menor deles já se preparava para aporta no cais e o Príncipe logo presumiu que ali estavam alguns dos guardas reais responsáveis pela escolta de seus pais, fazendo com que se sentisse ainda mais animado pelo possível reencontro com velhos amigos.

O barco zandariano menor atracou e sem demora alguns oficiais começaram a sair da embarcação, entre os oficiais Asle pode reconhecer sem dificuldades uma mulher alguns centímetros mais baixa que ele, porte altivo e vestia as roupas de general. A nova General do Exército de Zandara abriu um sorriso gigante ao ver o Príncipe no porto e correu até ele o abraçando apertado.

— Quanto tempo, forno ambulante! - exclamou com alegria ao soltar o amigo que chegou a sentir falta de ar devido a força do abraço.

— Maya, que saudades! Faz anos que não nos vemos, quando fui a Zandara você não estava lá. - comentou Asle segurando a amiga pelos braços e a olhando com atenção em busca de mudanças causadas pelo tempo.

— Eu estava em uma missão secreta. - respondeu orgulhosa.

— Essa missão está relacionada a esse uniforme? - questionou curioso.

— Sim! Eu sou a mais nova General do Exército de Zandara, a primeira mulher a assumir esse cargo. - sua alegria era contagiante.

— Parece que meu irmão não está tomando as melhores decisões como rei. - brincou querendo provocar a amiga.

— Nem comece, tocha nômade. Você sabe muito bem, que eu sou a melhor para o cargo. - rebateu convencida.

— Você tem razão, eu estava apenas brincando. Tenho que admitir que Arendelle está em desvantagem em relação a Zandara por não ter um General tão bom quanto você deve ser. - falou sincero lembrando de como amiga sempre fora um soldado e líder melhor que ele.

— Também não vamos exagerar. Arendelle nunca ficaria em desvantagem com os seus poderes e os da Rainha. Falando nisso, é verdade que ela conseguiu congelar o reino todo? - questionou com a mesma curiosidade infantil de Asle, mas com um pingo de descrença.

— Infelizmente sim. - uma voz fria e polida surgiu por trás de Asle.

— Elsa! - Asle exclamou contente vendo que a noiva já havia chegado.

— Vossa Majestade! - Maya fez uma reverência se tornando séria.

— Infelizmente cheguei a congelar o meu reino, mas fique tranquila, não há mais a menor possibilidade que isso volte acontecer. - completou séria e Asle já podia adivinhar a causa do comportamento tão rígido.

— Estou tranquila, Majestade! Já escutei muitas coisas ao seu respeito e sei que o fogare... Sei que o Príncipe Asle só se casaria com Vossa Majestade se fosse a ótima pessoa que parece ser. - respondeu tentando ser formal.

— Que mal lhe pergunte, você quem é? - questionou visivelmente incomodada com o jeito que Maya quase se referiu a Asle.

— Ela é... - Asle tentou intervir, mas Maya não permitiu que ele falasse por ela.

— Sou Maya, General do Exército de Zandara e amiga de infância do Príncipe. - respondeu tentando não parecer desafiadora, afinal ela não era uma ameaça.

— Amiga de infância? - Elsa ponderou olhando para o noivo.

— Sim! Eu, Maya, Lav e outros nobres crescemos juntos. Maya é filha do primeiro casamento do marido de minha tia, somos praticamente primos. - Asle explicou tentando minimizar o tradicional ciúme de Elsa.

— Meu pai ficou viúvo muito cedo e Sharmila irmã da antiga rainha, me criou como sua filha. - completou a zandariana começando a se sentir tensa com o olhar inquiridor da Rainha.

— Então você deve conhecer muito bem o meu noivo. - Elsa comentou esperando a reação de Maya.

— Bem o suficiente para me perguntar, por que Vossa Majestade resolveu se casar com esse acendedor de chaminé. - zombou do amigo se esquecendo da formalidade, o que fez Elsa relaxar ao perceber que os sentimentos de Maya por Asle eram similares aos dela por Louis, ou até mesmo por Anna.

— Há momentos em que eu me pergunto o mesmo. - respondeu sem a frieza e com um sorriso tímido.

— Ei! Eu estou aqui, sabia? E só pra vocês saberem, é uma honra casar comigo. - se defendeu ofendido.

— Gostei de sua noiva, braseiro! Ela tem um ótimo senso de realidade. - Maya brincou relaxada.

— Estou vendo que se darão bem e que você continua com essa capacidade irritante de inventar apelidos. - Asle constatou tentando fazer cara de bravo.

— Em nome da Coroa Real de Zandara, anúncio Udar e Chandra, antigos rei e rainha de Zandara. - o Orador Real de Zandara chamou atenção de todos anunciando a chegada dos pais de Asle.

— Chegou a hora de você conhecer os seus sogros. - Asle falou para Elsa animado antes de correr até a embarcação.

— Eles irão se encantar com Vossa Majestade. - Maya comentou.

— Espero que sim. - sussurrou a Rainha insegura.

— Mãe! - Asle exclamou alegre abraçando Chandra com carinho antes de ir até Udar o abraçando da mesma forma. - Pai! Senti falta de vocês. Venham logo, porque eu quero que vocês conheçam minha futura esposa. - falou animado os arrastando até Elsa.

— É um prazer conhecê-los. - Elsa falou educada e um pouco nervosa ao ver seus sogros se aproximarem.

— O prazer é nosso, Majestade. - Udar respondeu com um sorriso simpático.

Diferente de Udar, Chandra não havia sorrido ou falado uma palavra sequer. Udar sempre havia sido o resistente ao casamento de Asle com Elsa, mas após a conversa com filho e a intervenção da esposa ele havia aceitado bem e esperava que seu filho fosse muito feliz com a Rainha de Arendelle. Já Chandra que sempre parecera ser a favor dessa união, estava séria e olhava para Elsa com uma postura severa que poucas vezes Asle já tinha visto.

— Mãe? - o Príncipe tentou quebrar o silêncio da mãe, mas ela continuou calada e com os olhos em Elsa que já começava a suar, como se isso fosse possível.

Chandra se afastou do filho e do esposo, indo até Elsa que se segurou para não fugir do olhar da sogra. Como um tigre pronto para atacar a ex rainha de Zandara rodeou a nora, analisando cada detalhe da jovem loira a sua frente e como um cientista que analisa um experimento fazia algumas anotações mentais.

— Um pouco magrinha demais. - comentou voltando a ficar de frente para Elsa.

— Como? - perguntou a Rainha confusa.

— Mas é muito bonita e tem quadril suficiente para parir bem. Está aprovada! - Chandra anunciou de repente abraçando Elsa de surpresa.

Udar riu alto ao ver a cara de espanto e confusão de Elsa ao ser praticamente esmagada pelo abraço caloroso e afetivo da sogra. Maya também riu vendo a cara de Elsa e Asle que pareciam não entender nada.

— Ela fez a mesma coisa com Ayla, que também ficou reprovada no quesito magreza, mas Chandra já está resolvendo isso. - Udar falou para o filho sorrindo.

— Eu tinha que fazer a analise física da minha nora. A analise de caráter já foi realizada quando meu filho se apaixonou por ela, acredito muito na educação que dei ao meus filhos. - Chandra se explicou.

— Compreendo. - Elsa respondeu ainda tonta.

— Mas gostaria de fazer mais alguns teste. Podemos conversar a sós, Majestade? - a mais velha perguntou já sabendo a resposta.

— Claro! Podemos ir até o meu gabinete, onde podemos conversa confortavelmente. - respondeu rápida e ansiosa em agradar.

— Ótimo! Então vamos todos para o castelo. - Asle falou feliz tomando a frente.

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— É uma belíssima construção, Rainha Elsa. - Udar elogiou observando o grande Salão Nobre.

— Obrigada! O castelo foi construído a séculos, mas mesmo assim parece não se conhecer tudo dele.

— O que o torna mais atrativo, não acha? - Maya comentou olhando as paredes com atenção.

— Certamente! Acredito que mesmo estando curiosos para conhecer o castelo e o reino, também estejam muito cansados da viagem. - Elsa respondeu.

— Realmente. Se me permite gostaria de me retirar, Majestade. Preciso alocar meus soldados e descansar um pouco. - Maya pediu.

— Compreendo perfeitamente, Kai a ajudará. Kai! - a Rainha chamou o servo que logo se aproximou.

— Majestade! - respondeu Kai ao lado Elsa.

— Kai, por favor ajude a General Maya com o alojamentos dos soldados. E peça a Gerda para prepara a habitação de meus sogros.

— Com prazer, Majestade. - Kai atendeu guiando Maya para saída do salão.

— Majestade, aprecio o cuidado com nossa habitação, mas ainda quero conversar com meu filho antes de me recolher. - Udar informou.

— E eu ainda gostaria de conversar com a Rainha, a sós. - Chandra completou um pouco séria demais, fazendo Elsa se sentir ligeiramente assustada.

— Claro! Vamos até meu ...

— Elsa! - Louis interrompeu a Rainha ao entrar no salão, mas se deteve ao ver as demais pessoas.

— Esse é Louis, meus pais. Ele é o indicado de Elsa para ser diplomata de Arendelle em Zandara, já que eu serei o diplomata de Zandara aqui. - Asle apresentou o rapaz.

— É uma honra conhecê-los. Perdão por tê-los interrompido. - Louis falou com seu jeito tímido e educado de nascença.

— O prazer é nosso, jovem diplomata. - Chandra respondeu com sua normal leveza e simpatia, que só não parecia funcionar com Elsa, exceto o estranho abraço no porto.

— Louis ainda está meio incerto sobre aceitar a proposta, mas acredito que eu e meu pai podemos convencê-lo. Não é, meu pai? - Asle falou animado em interagir com o pai.

— É claro. - respondeu com um sorriso largo.

— Seria um prazer. - Louis respondeu sem graça, olhando para Elsa discretamente como se pedisse ajuda.

— Então, enquanto eu e Chandra conversamos, vocês convencem Louis. - Elsa falou disfarçando o desconforto e lançando um olhar para Louis que demonstrava que também precisava de ajuda.

— Ao seu gabinete. - Chandra incentivou, já cansada de esperar pela conversa.

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Ao chegarem no gabinete Elsa se sentou em uma das duas poltronas que ficavam de frente para sua mesa e ofereceu a segunda para Chandra, que logo se sentou. Elsa poderia se sentar em sua "Cadeira Real", atrás de sua "Mesa Real", onde se sentiria mais protegida e poderosa, mas essa não era a atitude ideal. Mesmo insegura e buscando algo que a deixasse mais confortável, Elsa não podia parecer arrogante e superior, ela tinha que demonstrar respeito a sua sogra e falar com ela de igual para igual, mesmo que isso a assustasse.

— Parece assustada, Majestade. - Chandra comentou se segurando para não ri da cara da nora.

— Assumo que estou um pouco e não precisa me chamar de Majestade ou Rainha. - respondeu percebendo só então a maneira formal como Chandra a tratava.

— Por que está assustada? Pareço alguma bruxa? - falou tentando parecer ofendida.

— Não! De maneira nenhuma! - Elsa tentou se conserta desesperada.

— Eu sei, estava apenas brincado. - a tranquilizou se permitindo ri um pouco.

— É só que... eu nunca passei por isso antes. - respondeu mais calma, mas ainda envergonhada.

— Sei que nunca conheceu os pais do seu futuro marido antes, mas acompanhou sua irmã no processo de conhecer os pais do seu cunhado, é sempre a mesma coisa.

— Na verdade não, os pais adotivos de Kristoff são trolls, não é exatamente a mesma coisa. - explicou tendo noção de como aquilo era estranho.

— Oh! Eu ouvi falar sobre isso, realmente não é a mesma coisa. Lembro-me bem do dia que conheci a mãe fada da primeira namorada de Lav. - comentou olhando para nada em específico, se lembrando da experiência.

— Não sei explicar, só sei que não estou acostumada a lidar com pessoas como vocês. - desabafou.

— Como nós? - perguntou devagar tentando assimilar as palavras.

— É! Da idade e importância que vocês têm. Eu sempre lidei com pessoas mais velhas do que eu, mas sempre súditos, servos, oficiais e outros, mas depois do que aconteceu, nunca mais lidei com alguém assim que fosse da... família. - confessou mais para si do que para a sogra.

— Entendi. - constatou com um sorriso solidário. - Você perdeu seus pais ainda jovem, sem tios próximos, ou avós vivos.

— Exatamente. - respondeu se sentindo subitamente triste.

— Com quantos anos exatamente perdeu seus pais? - questionou com intenção de fazê-la falar mais sobre o assunto.

— Eu tinha 18 anos, aconteceu 3 anos antes da minha coroação...Anna tinha 15 anos, para muitos já éramos consideradas mulheres, mas eu só me considerava uma criança assustada. E Anna ainda mais nova, não teve nenhum apoio da sua única família que sobrara... eu a abandonei. - falou com a mesma culpa que sentira no dia do enterro de seus pais.

— Perdi minha mãe para uma doença fatal, um pouco mais nova que Anna, eu tinha 14 na época. Eu e minhas irmãs éramos muito parecidas com ela, só Daksha tinha o maxilar fino e os lábios escuros de nosso pai, mas ainda sim os olhos doces e ágeis de nossa mãe se repetia nela. Nosso pai era loucamente apaixonado pela esposa e olhar para nós era uma tortura. - começou a contar sua história que Elsa ouvia com atenção.

— Ele se afastou de vocês? - perguntou se identificando sem querer com o avô de Asle.

— Exatamente. Ele se esqueceu, ou pelo menos fingiu que esqueceu de nós. Ele era governador de uma das grandes tribos de Zandara e usou o trabalho para se afastar de nós. Largada nas mãos dos empregados eu que tive que ser o apoio emocional de Daksha, Ananda e Sharmila. Ai, Sharmila! A mais novinha, tinha apenas 8 anos, idade o suficiente para entender que nossa mãe nunca voltaria, mas insuficiente para lidar com a perda, ela dormia chorando todos os dias. E no meio disso tudo, eu mal sabia lidar com as minhas próprias emoções.

— Você deve ter odiado seu pai. - Elsa odiaria, ela se odiava as vezes por ter feito isso com Anna.

— No começo sim, eu não conseguia aceitar o fato de que ele não estava do nosso lado. Era como perde nosso pai ainda ele estando vivo. Mas com o tempo o sofrimento dele foi se tornando suportável e percebeu como havia errado com suas filhas, com o tempo eu também fui entendendo que talvez a dor dele fosse maior que a nossa, ou que ele  também não sabia lidar. E no dia do meu casamento ele veio até a mim, chorando e pedindo perdão. Foi ali que eu deixei as mágoas do passado no passado e perdoei meu pai, pois naquele dia eu pude sentir o peso de construir uma família e me imaginei no lugar de meu pai. - concluiu com um olhar sereno que transmitia discernimento.

— Muito nobre da sua parte passar por cima do passado. - comentou refletindo sobre aquela história que a tocara fundo.

— Eu perdoei meu pai, Elsa. E Anna com certeza também te perdoou. Você só precisa se perdoa completamente e entender, que você realmente merece essa família grande que está se formando. Sabe? Eu já te amo! Isso se dá inicialmente porque meu filho te ama e a escolheu, mas não muda o fato de eu já te amar. Você agora também é minha filha. - afirmou sorrindo maternal e se levantando para abraçar a nora.

— Obrigada! - Elsa respondeu apenas, também se levantando e abraçando a sogra apertado.

— Além dessa família que estamos formando aqui, você e Asle ainda terão uma grande família para construir pela frente. E já vejo que não demorarei muito para ser avó. - falou olhando intensamente para barriga de Elsa.

— Como? - falou um pouco assustada.

— Nada, minha querida. Só expressei meu desejo, acredito que Asle puxou a ansiedade de mim. - falou de um jeito misterioso, antes de mudar de assunto.

xxx

Enquanto sogra e nora tinham uma conversa profunda e cheia de emoções no Gabinete Real, o ex rei e o príncipe de Zandara enchiam Louis de motivos e argumentos sérios, honrosos e até mesmo inusitados, para que o jovem oficial aceitasse ser diplomata na terra natal de Asle.

— Você vai ver, os melhores pães doces já feitos são zandarianos. Você precisa ir lá experimentar. - Asle informo como se pão doce fosse mais importante que servi a Arendelle como parte de uma aliança intercontinental.

— Pão doce? Você quer mesmo me convencer com pão doce? - Louis questionou meio incrédulo, mas achando aquilo divertido.

— Meu jovem, não é qualquer pão doce. - Udar inteirou, mostrando que aquele argumento realmente era sério.

— Tudo bem. Tenho que ir a Zandara comer pão doce. - respondeu rindo levemente.

— Então você aceita ser diplomata? - o Príncipe perguntou empolgado.

— Já é praticamente certo que eu seja, só fico um pouco preso a ideia de permanecer pelo meu irmão. De uns meses pra cá eu e o pequenino ficamos próximos. - respondeu chateado por ter que ficar longe do irmão.

— Você não precisa ficar sem ver seu irmão para sempre, terá férias e barcos a sua disposição, podendo assim visitar sua família aqui, e sempre poderá enviar cartas e presentes para seu irmão. - Udar continuou na sua tarefa de convencimento.

— Isso é verdade. De qualquer forma até o final do dia darei minha decisão final e tudo indica que será positiva.

— Fico feliz em ouvir isso. E aquela conversa sobre pão doce me deixou com uma fome. Não quer me apresentar a cozinha do castelo, Asle?

— Sempre, a cozinha é um dos meus lugares preferidos do castelo. - o Príncipe respondeu sorrindo pronto para guiar o pai. - Você vem, Louis?

— Não, não estou com fome e tenho que resolver algumas coisas, além de aguarda o fim da conversa de Elsa com sua mãe.

— Então, até mais. - despediu saindo do salão com pai.

Alguns segundos após a saída de Asle e Udar, Louis lembrou-se de alguns documentos que havia esquecido em seu quarto. Andando apressado para não perde a saída de Elsa do gabinete, se dirigiu até a porta onde trombou de maneira agressiva com uma pessoa desconhecida para ele.

— Não olha por onde anda? - esbravejou a moça que entrava no salão.

— Eu? Você que entrou feito uma louca. - rebateu o jovem rapaz tímido, que não parecia nem um pouco tímido no momento.

— Está me chamando de louca?! Perdeu a noção do perigo, moloque?! - desafiou, crescendo para cima de Louis que não se intimidou.

— Moleque? Você nem me conhece, garota! Como pode fala assim comigo?

O rapaz começava a sentir uma raiva imensa, próxima ao tamanho da raiva que havia sentido quando estava sobre a influência da urna. Mas diferente da raiva gerada pela urna, a de agora parecia mais quente e viva, e de uma forma absurdamente estranha parecia agradável e conectava Louis a causadora de seu estresse.

— Eu falo do jeito que eu quiser, já que foi você quem começou, ao me chamar de louca! - praticamente gritou gesticulando exageradamente.

— Eu não te chamei de louca. Eu perguntei se você era louca, mas agora nem precisa mais responder, porque eu tenho certeza. - respondeu em tom debochado que fez o sangue da moça ferver.

— Eu não sei por que ainda não te dei um soco! - rugiu furiosa, se segurando para não agredi-lo fisicamente.

— Eu te respondo. Porque você é louca, mas nem tanto.

— Eu sou Maya, General do Exército de Zandara, conhecida por levar castigo aos meus inimigos! Não vou aceitar que me trate assim. - rebateu como um guerreiro que se sente obrigado a provar seu valor.

— Eu sou Louis e não me importo. - simulou um tom de tédio.

— Claro, pois deve ser um servo qualquer, que não compreende a importância do respeito e da honra. - disse cada segundo mais irritada.

— Fique você sabendo que eu compreendo tanto a importância do respeito e da honra, que sou o principal candidato para ser diplomata em Zandara. - revidou com uma criança que tenta mostrar que seu brinquedo é melhor.

— Você? Se isso é verdade é melhor recusar, você seria um péssimo diplomata. - falou venenosa.

— Você acha? Fique sabendo que eu serei o melhor diplomata que Zandara já viu. - respondeu a olhando firme, bem nos olhos que estavam na mesma altura que os dele, devido aos tamanhos próximos.

— Eu du-vi-do. - falou próxima ao rosto de Louis, com um olhar intenso e desafiador. - De qualquer forma, não vou ficar aqui perdendo meu tempo com você. - falou por fim, se retirando sem deixar tempo de resposta.

— O que foi isso? - Elsa perguntou se aproximando de Louis após assistir parte da "conversa".

— Está decidido, Elsa! Eu aceito ser diplomata de Arendelle em Zandara. - afirmou firme e com um ar motivado.

— Fico muito feliz, mas sua decisão final tem algo a ver com sua discussão com Maya? - perguntou em um tom desconfiado.

— Talvez. - assumiu pela metade, ainda sentido os efeitos da Tempestade Maya.

— Compreendo. - falou de um jeito sugestivo, que Louis entendeu, mas preferiu ignorar. - Você queria falar comigo?

— Sim, é sobre a alguns acordos com Corona. - respondeu tentado se focar no trabalho.

— Vamos ver isso.

xxx

A noite chegou e com ela o jantar. A Mesa Real estava cheia e para alegria de Anna que sempre gostara de famílias grandes, não estava cheia por motivos políticos e/ou oficiais, estava cheia porque ali havia família e amigos, todos reunidos ligados por sentimentos e não puras convenções.

— Nunca vi essa mesa tão cheia, sem ser em dia de alguma reunião oficial. - Kristoff comentou confortável.

— É verdade, após a abertura dos portões era só eu, Anna e você as vezes, agora temos até os meus sogros a mesa. Quem poderia imaginar? - Elsa respondeu se sentindo feliz com aquele jantar.

— A gente poderia fazer isso mais vezes. E convidar os trolls! - Anna se pronunciou após ajeitar Elisa no cesto ao seu lado.

— Isso seria divertido! - Asle deu força.

— Os trolls não gostam muito de sair e também não conseguiriam alcançar os assentos. - o ex-vendedor de gelo interferiu.

— Mas bem que seria interessante jantar com trolls, eles devem ser mais civilizados do que algumas pessoas. - Maya falou alfinetando Louis que a fulminou com os olhos.

— Se está falando sobre mim, General, saiba que sou muito civilizado diferente de você. - respondeu o diplomata enraivecido.

— Eu não fico por ai distribuindo ofensas, como você! - rebateu mais exaltada.

— Você não passa...- tentou rebater

— Rum..rum! - Elsa arranhou a garganta detendo Louis com um olhar de repreensão.

— Crianças, parem de brigar a mesa. - Chandra pediu como uma mãe paciente.

— Ele que começou. - Maya resmungou irritada o que fez Asle ri alto.

— O último casal que eu vi brigando assim nessa mesa foi Elsa e Asle. - Anna comentou com falsa inocência.

Louis e Maya ficaram em silêncio com medo se comprometerem mais.

— Realmente, eu e Elsa eramos assim mesmo. - concordou o Príncipe.

— Ainda são, só que com menos frequência e fazendo as pazes mais rápido. - Kristoff completou.

— Tenho que concordar. - falou a Rainha.

— Mas só pra vocês saberem, meus pais, nós só brigamos por culpa da Elsa, que adora arrumar problema por qualquer coisa e tem um ciúme do cão. - provocou sabendo que a noiva não ficaria quieta.

— Por favor, Asle! Eu lembro muito bem como você vivia me pedindo desculpas pelas burradas que fazia logo quando nos conhecemos. - rebateu ainda controlada.

— Ainda por cima rancorosa, não consegue esquecer o passado. - continuou agora quase irritado de verdade.

— Eu não entendo esses casais que adoram brigar. - Udar se pronunciou após observa tudo achando graça.

— É excesso de amor mal canalizado. - Elsa respondeu sorrindo para Asle que retribuiu o sorriso já esquecendo que haviam brigado.

xxx

Hoje era o grande dia, o dia que por muito tempo Elsa acreditou que nunca aconteceria, o dia em que ela pertenceria oficialmente a Asle e ele a ela, o dia do seu casamento. A Rainha acordou preguiçosamente e ficou um tempo olhando o fiorde da janela de seu quarto, que a partir do dia de hoje não seria só seu. Elsa pensava em toda a sua vida, desde o fatídico dia em que ferira sua irmã ainda criança, passando com atenção pelo dia em que conhecera seu futuro marido, até o dia de hoje. Tantas coisas haviam mudado e a Rainha sabia bem disso e se sentia profundamente feliz.

Asle corria de um lado para o outro resolvendo os últimos detalhes do casamento, nunca estivera tão ansioso como hoje. Finalmente iria se casar, realizar um dos seus grandes sonhos e ainda por cima seria com o amor de sua vida. Desde de manhã cedo já estava a trabalhar em prol da sua cerimônia de casamento, mas ele não se sentia cansado, muito pelo contrário, a cada segundo se sentia mais renovado e feliz.

— Precisa de alguma ajuda, meu filho? - Udar falou abordando Asle no corredor.

— Não precisa, pai. Eu estou conseguindo dar contar. - respondeu um pouco ofegante pelas corridas pelo corredor.

— Não é o que parece. - comentou apontando o estado do filho com a mão.

— Eu só estou ansioso, quero que tudo fique perfeito. Queria que Lav estivesse aqui. - respondeu se encostando na parede se deixando respirar com calma.

— Você sabe que ele não pode se afastar do reino agora, mesmo com toda aprovação, ele deve se firma como rei. Mas eu e sua mãe estamos aqui e vamos de ajudar. - respondeu sorrindo antes de abraçar o filho.

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— Elsa! Eu não acredito que você ainda não esta vestida! - Anna reclamou invadindo o quarto da irmã próximo ao final da tarde.

— Eu me arrumo rápido, Anna. Não há motivos para correria. - respondeu tranquila sentada em sua cama, com as costas na cabeceira.

— É impressionante a diferença. Asle está quase tendo um ataque de ansiedade e você aqui com essa calma. - falou se sentando ao lado da irmã.

— Asle é muito desesperado as vezes, não sei como alguém tão seguro de si pode ser assim.

— Talvez porque situações como essa não dependam só dele.

— Deve ser isso. De qualquer forma, não vejo motivos para estar nervosa, hoje eu vou viver um momento feliz. Depois que resolvi em mim aquelas questões que conversamos, tudo ficou mais fácil.

— Que bom, porque não precisávamos de dois noivos estéricos. - brincou encostando a cabeça no ombro da mais velha.

— Falando nisso, o que ele está fazendo agora?

— Ele disse que iria se arrumar, mas o deixei com Kristoff tentando convencer Elisa de ficar com o laço na cabeça. - respondeu rindo ao lembrar da cena.

— Tadinha da minha sobrinha. - falou rindo junto ao imaginar a cena.

— Tadinha nada, ela estava se divertindo as custas deles.

— Deve ter sido bem engraçado. E agora eu tenho que me arruma, não é? - comentou, mas sem se mover para tal.

— Realmente. Vai precisar da minha ajuda, ou eu posso ir ver o que fizeram com o cabelo da minha filha? - falou também sem se mexer.

— Não precisa, o vestido é fácil e também vou usar os poderes para modificá-lo. Vá ajudar arrumar Elisa.

— Então antes de te deixa em paz para se arrumar, me responda. Você descumpriu a promessa que me fez? - perguntou subitamente, pegando Elsa de surpresa e como sempre Anna já sabia a resposta.

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Do começo do pátio interno do castelo até o altar no salão principal estava decorado de gloriosas superbas, flores típicas do reino de Zandara da onde as mesmas vieram, pequenos buquês de neve da montanha, cultivadas no próprio castelo e flores de geada pelo chão.

Essa decoração só de ouvir falar poderia não ser atraente, mas Asle junto com sua equipe conseguiram um trabalho perfeito. Além das flores existiam outros elementos que representavam os poderes e personalidades dos noivos.

Asle já estava posicionado no altar assim como seus pais, ele estava vestido com uma farda de gala que combinava harmonicamente os uniformes de Arendelle e Zandara, a sobre sobrecasaca negra, com detalhes cor de fogo faziam a beleza do Príncipe se sobressair.

O castelo estava cheio como nunca, cheio de reis, rainhas, príncipes, princesas, nobres, oficiais e plebeus, todos a espera do inicio da cerimônia, que contava com uma decoração bem diferente da oficial. Os músicos começaram a tocar a música de entrada dos padrinhos, entrada essa que não era uma tradição em Arendelle, mas Asle e Elsa haviam gostado da ideia ao irem a cerimônia de casamento de Julian, esse já entrava de braços dados com sua esposa, assim como Kristoff e Anna, Rapunzel e José Bezerra, seguindo pelo menos a tradição de ter pelo menos dois casais de príncipes como padrinhos, e Maya e Louis, um arranjo de última hora que desagradou os dois, mas deixou a Rainha e o Príncipe muito felizes.

Após a entrada dos padrinhos passou-se um minuto até que a música para a entrada de Elsa começasse a tocar, todos os presentes se levantaram a espera da Rainha e enfim ela surgiu, caminhado pelo enorme tapete púrpura. Elsa estava deslumbrante, o vestido branco com detalhes de fractais em azul ressaltava ainda mais a beleza nórdica da Rainha . Os saltos de gelo batiam contra o tapete criando uma pequena explosão de fractais, que encantava os presentes. Nunca a caminhada de uma noiva até altar causou tanta admiração e encantamento em Arendelle.

— Você está ainda mais linda. - Asle sussurrou sem folego assim que Elsa o alcançou no altar.

— Isso é pra você. - soprou como um vento fresco em uma tarde de calor, fazendo o Príncipe se segurar para não beijá-la antes do tempo.

— Estamos aqui reunidos para celebrar a união da Rainha Elsa de Arendelle e do Príncipe Asle de Zandara... - o arcebispo deu inicio a cerimônia.

O arcebispo falou algumas palavras sobre amor e união, ganhando a atenção de alguns e a cara mais deslavada cara de tédio de outros. Elsa prestava atenção em cada palavra do sacerdote, como se tomasse nota mental de todas as palavras, em contrapartida Asle não escutava uma palavra sequer, ele só conseguia admirar e se encantar com a beleza da Rainha.

Ao fim do discurso o sacerdote pediu que os noivos fizessem seus juramentos matrimoniais. Elsa levou as mãos até o colar que Asle havia lhe dado quando a pediu em casamento pela primeira vez, retirou com cuidado o cordão duplo, congelando o pingente e o partindo em dois, entregou a metade que representava o fogo para Asle e manteve a pedra que representava o gelo consigo.

— Escolhi esse cordão como simbolo de nossa aliança, pois não poderíamos ter uma aliança tradicional, já que não somos um casal tradicional. Eu pensei muito no que seria a nossa aliança, então me decidi por algo que nos representasse e fizesse parte da nossa história. E o que melhor do que o primeiro presente que você me deu, quando me pediu em casamento pela primeira vez? - explicou sorrindo a espera de uma reação do noivo.

— Foi uma ideia linda. - Asle respondeu deixando as lágrimas de emoção escorrerem.

— Que bom que você gostou.

— Eu amei. - respondeu secando algumas lágrimas.

— Asle, você se tornou a pessoa mais importante da minha vida. Você fez com que eu sentisse coisas que eu nunca sonhei sentir, pensar coisas que nunca sonhei pensar e fazer coisas que eu nunca cogitei fazer, coisas como o ato de casar. Você chegou do nada, parecendo ser mais um problema, mas tornou-se uma das minhas melhores soluções. Você não é um príncipe encantado como já havia te dito e só fui descobrir que era um príncipe quando já estava apaixonada, mas você é um homem, o homem da minha vida. E em sinal do meu amor e da minha fidelidade, eu te entrego essa aliança. - concluiu colocando o colar no pescoço de Asle.

— Elsa, eu deveria ter guardado o discurso do noivado para agora. - falou nervoso fazendo a noiva e os demais rirem. - Mas agora sério, eu estou muito emocionado, eu estou realizando um sonho, porém está sendo muito mais bonito, feliz e emocionante do que eu sonhei. Você é o amor da minha vida, Elsa. Você de uma forma única traz equilíbrio a minha existência, por isso eu quero que receba essa aliança em sinal do meu amor e da minha fidelidade. - concluiu com os olhos cheios de água, repetindo o gesto de Elsa.

— Pelos poderes a mim concedidos, eu declaro a Rainha Elsa e o Príncipe Asle oficialmente casados... - antes que o sacerdote pudesse concluir Asle já havia beijado a noiva.

Após a cerimônia todos se direcionaram a festa no pátio interno, uma festa aberta para todo o povo de Arendelle. Todos comiam, bebiam e se divertiam, tirando Louis e Maya que estavam brigando, mas as pessoas começavam a desconfiar de que isso talvez fosse divertido para eles.

Depois de cumprimentar centenas de convidados, Asle arrastou sua esposa para o local de dança, onde ela pela primeira vez não resistiu em dançar, deixando transparecer a todos sua alegria que parecia não ter fim.

— Eu me sinto o homem mais feliz do mundo! - Asle praticamente gritou com o peito cheio de alegria, conduzindo Elsa.

— Está preparado para ficar mais feliz ainda? - sua esposa questionou com um sorriso doce.

— Como assim? - devolveu confuso.

— Vem comigo. - respondeu o puxando para longe da festa.

— Elsa, e os convidados? - continuou surpreso com a atitude da Rainha, atitude essa que normalmente viria dele.

— Só vem comigo. - insistiu o levando para fora do castelo, até o último jardim, o lugar exclusivo deles.

— Eu amo esse lugar, mas por que me trouxe aqui agora? - pediu tentando entender.

— Preciso te contar algo muito importante. - respondeu ampliando o sorriso.

— Fala logo, por favor! Estou morrendo de curiosidade.

— Eu estou grávida, você vai ser pai! - disse com empolgação, sabendo que o marido iria amar, mesmo que por dentro ela estivesse apavorada.

— O que? Como? - falou com a expressão radiante, sem conseguir acreditar.

— Você sabe muito bem como. - respondeu com um sorriso.

— Mas a promessa, sintomas... você tem certeza?

— Eu quebrei a promessa no dia do casamento de Ada e Julian. Os sintomas também apareceram, mas devido ao trabalho e o casamento não dei muita importância, e não falei nada para não te preocupar. E sim, tenho certeza, assim como sua mãe e Anna, ambas conversaram comigo e notaram que eu estava grávida antes que eu percebesse.

— Essa é a melhor notícia do mundo! - falou segurando rosto de Elsa entre suas mãos e a beijando cheio de gratidão. - Vamos ter um filho! - riu alegre soltando rosto de Elsa e abaixando até seu ventre.

— Ou uma filha. - falou acariciando os cabelos de Asle.

— Ei! Conta para o papai, menino ou menina? Que saber? Não importa, papai já ama muito você. Eu prometo que eu e a mamãe vamos cuidar de você da melhor maneira possível. - falou com uma voz boba em direção ao ventre de Elsa.

— Eu sabia que você ia amar a notícia. - comentou emocional.

— É óbvio que eu ia amar. E você? - falou voltando a ficar da altura do rosto dela.

— Eu estou feliz, mas assumo que com muito medo. - confessou com os olhos marejados.

— Tudo vai ficar bem, eu prometo. Vamos dar a melhor educação, muito carinho e amor a essa criança. Um dando aquilo que o outro não pode dar e negando também, criando uma forma de oferecer uma criação equilibrada. Você vai ver, seremos ótimos pais. - a tranquilizou.

— Você tem razão! Vamos equilibrar um ao outro, afinal somos perfeitos opostos. - respondeu tocando o rosto quente de Asle o mirando com aquela intensidade que só ela podia oferecer a ele.

— Opostos perfeitos. - concordou antes de beijar seu lábios frios com a mesma intensidade de seu olhar.

FIM...


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Notas finais do capítulo

O que acharam dessa fanfic?