Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 18
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo do ano, espero que gostem! Feliz Ano Novo! ♥



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O dia amanheceu nublado diferente do anterior e igual ao coração de Elsa e Asle. As lembranças da noite passada ainda eram vivas na mente do príncipe e da rainha, mas nem mesmo elas conseguiam diminuir a tristeza da despedida.

O café da manhã se passou em um silêncio desconfortável, o sol da alegria que era Asle parecia apagado, Anna e suas infinitas perguntas e observações se compadecia da dor da irmã que mesmo com toda a postura de sobriedade deixava transparecer em seus olhos o quanto sofria calada pela partida do amado e Kristoff e Lav não ousariam se manifestar em meio a tanta tristeza.

Elsa acompanhou os príncipes de Zandara com mais dois guardas até o barco com qual os príncipes voltariam ao seu reino. A rainha caminhou a passos largos, mas contidos até os príncipes que já haviam alcançado a embarcação e como uma dama educada que era fez uma reverencia de despedida para Lav e em um pequeno surto de imprudência, mesmo na frente dos guardas que a acompanhava e os demais presentes, Elsa tomou o rosto de Asle entre as mãos e o beijou nos lábios se segurando para não chorar, já o príncipe não se conteve e deixou cair algumas lágrimas enquanto respondia ao beijo da amada. Asle sempre havia sido forte e corajoso e por isso se permitia chorar quando a tristeza o tocava fundo.

– Eu vou voltar. - prometeu o príncipe após se separar de Elsa.

– Eu sei que vai. - respondeu com um sorriso fraco enxugando as lágrimas do rosto de Asle.

E assim Lav e Asle deram adeus a Arendelle e seguiram em direção a Zandara onde o Rei Udar os esperava ansioso.

– Você a ama de verdade. Eu ainda estou surpreso com isso. - Lav comentou se aproximando do irmão que observava o mar.

– Mais que tudo. - respondeu sem tirar os olhos do oceano.

– Você sabe que será muito difícil voltar, não sabe? - Lav continuou a puxar assunto sem saber ao certo como conversa com o irmão sem parecer o idiota arrogante que sempre era com ele.

– Eu sei, mas eu estou disposto fazer tudo o que for possível para voltar, usarei até a lei do casamento tácito se for preciso. - respondeu convicto.

– Casamento tácito? Você e a rainha… - Lav não conseguiu concluir e nem precisava, Asle voltou os olhos para o irmão com a resposta.

– Ontem a noite. Não fizemos “isso” com a intenção de usar a lei ao nosso favor, mas se for necessário usarei. Contudo, prefiro preserva a imagem da minha rainha. - respondeu como se fizesse um pedido ao irmão.

– O segredo de vocês está guardado comigo, serei totalmente discreto sobre isso. - prometeu.

– Obrigado.



4 meses depois....

– Aqui está todos os relatórios que você me pediu, Elsa. - Louis o novo assistente e guarda pessoal da rainha falou colocando os papéis sobre a mesa do Gabinete Real.

– Muito obrigada, Louis! Mas eu acho que não vou conseguir ler mais nada hoje, minha cabeça parece que vai explodir. - Elsa respondeu levando as mãos ao cabelos quase brancos.

– Eu posso conseguir um chá para você. - falou prestativo e fofo como sempre era.

– Isso seria ótimo. - respondeu com um sorriso de gratidão.

– Sendo assim eu levarei o chá a você lá no jardim lateral.

– No jardim? - perguntou sem entender.

– Um pouco de ar fresco e sol de fim de tarde pode melhorar sua dor de cabeça. - respondeu com seu sorriso tímido e perfeitamente alinhado.

– Você tem razão, te espero lá. - falou começando a organizar seus papéis antes de Louis deixar a sala.

– Já vai encerra seu expediente? - Anna questionou surpresa ao entrar no gabinete e ver a irmã de pé pronta para sair.

– Sim, eu estou cheia de dor de cabeça e não aguento mais por hoje. - responde saindo do gabinete acompanhada da irmã que começava a andar mais devagar devido ao peso da barriga que estava enorme.

– Mesmo assim é um milagre você sair daquele gabinete antes do anoitecer sem ser para trabalhar em outro lugar. Desde que Asle foi embora você não faz outra coisa a não ser trabalhar para Arendelle. - as feições de Elsa se tornaram mais duras com as palavras da irmã.

– Louis me ofereceu um chá no jardim e eu achei uma boa ideia aceitar. - respondeu tentando ignora a menção do nome de Asle.

– Louis, claro! O jovem tímido e adorável de cabelos castanhos e olhos azuis que parece um filhotinho de gato. Quem recusaria um convite para o chá de um ser encantador como ele? - a voz de Anna era carregada de insinuações.

– É só um chá. - Elsa fez questão de deixar claro.

– Você sabe que ele gosta de você e não é só como líder de seu povo. E ele é uma graça, não culparia você se quisesse tomar mais que um chá com ele. - Elsa corou violentamente com os comentários da irmã.

– Anna! Você sabe que… - a ruiva não deixou a irmã concluir.

– Que seu coração pertence ao príncipe mais velho de Zandara? Eu sei perfeitamente, mas já se passaram quatro meses e você não recebeu nem ao menos uma carta.

– Zandara é distante. - rebateu.

– Uma semana e meia de viagem no máximo, com o mar ruim. Dava para ter mandado uma carta. - respondeu realista.

Anna não tinha a intenção de fazer Elsa desistir de Asle, mas a ruiva tinha muito medo que o príncipe não voltasse e que a irmã voltasse a se fechar em seu trabalho só que agora de forma muito mais intensa e amargurada.

– Você ainda acredita que ele vai voltar? - a princesa questionou realmente em dúvida.

– Ele vai voltar. - respondeu com uma certeza que nem ela sabia que tinha.

xxx

– Você não vai voltar! - Udar ainda rei de Zandara sentenciou.

– Pai! Você não pode me obrigar a ficar aqui. - Asle se posicionou com firmeza.

– Eu já aceitei o fato de Lav ser o novo rei e não você. Percebi que ceder era o melhor para o reino e para os meus dois filhos, mas deixar você ir está fora de questão. Você é o meu filho e não posso suporta perdê-lo de novo. - o tom de Udar ainda era imponente, mas também emocionado.

– Eu sou seu filho e você é o meu pai e isso não muda o fato de que eu tenho que ir. Hoje é o casamento e coroação do meu irmão por isso permaneço aqui por mais um dia, mas amanhã eu parto de manhã cedo. - a postura irredutível do filho era uma novidade para o rei.

– Eu o proíbo! - praticamente gritou.

– Eu sempre fui corajoso, nunca tive medo de nada a não ser uma coisa, contrariar suas vontades. Eu sempre quis agradar você, eu ia ser rei mesmo não servindo para função só para te fazer feliz. Decepcionar meu amado pai e magoar minha mãe sempre foram meus maiores medo, mas isso mudou. Eu continuo a não querer decepcionar você e magoar a mamãe, mas hoje o meu maior medo é perde a mulher que eu amo. Eu preciso voltar para a minha rainha e você não vai me impedir.

– Então é isso. Você vai virar as costas para o seu velho pai mais uma vez.

– Udar ! - Rainha Chandra chamou atenção do marido entrando na sala.

– Ele vai nos abandonar mais uma vez. - falou apontando para o filho como se ele tivesse cometido um crime terrível.

– Ele não vai nos abandonar, ele vai atrás da felicidade dele. Já foi o tempo em que eu era a mulher que ele mais amava no mundo. - seu tom de voz não era pesaroso muito pelo contrário Chandra parecia feliz.

– Nós não poderemos vê-lo. - rebateu irritado.

– Passamos 3 anos sem vê-lo e ainda estamos vivos e agora saberemos onde ele está, além do mais temos outro filho se você não se lembra. - falou em um tom acusador.

– Por que vocês adoram insinuar que eu não amo Lav? - perguntou ainda mais irritado.

– Porque você age como. - respondeu Asle.

– Eu amo seu irmão. - falou baixo, mas com sinceridade.

– Eu sei e talvez agora seja o melhor momento de você mostrar isso a ele. - o príncipe sugeriu fazendo seu pai refletir.

O silêncio tomou o lugar, Asle tentou se pronunciar, mas a mãe o deteve com o olhar, ela conhecia bem o marido e sabia que aquele momento de silêncio era crucial para a decisão do rei.

– Você pode ir, tem a minha permissão. E daqui a seis meses eu e sua mãe vamos a Arendelle para o seu casamento. - falou enfim e de uma vez, sem rodeios.

– Como? - Chandra perguntou confusa.

– Ele não disse que a rainha tinha prometido casar com ele caso ele voltasse? Então, seis meses é tempo o suficiente para preparar um casamento e também é o período de transição que Lav precisa que eu esteja aqui. - a decisão estava tomada.

– Você não sabe como me deixa feliz meu pai. - Asle falou alegre abraçando o pai com todas as suas forças.

xxx

– Seu chá. - Louis entregou a xícara a Elsa se sentado ao seu lado no banco que tinha a sua frente uma mesa com um chá da tarde completo de biscoitos amanteigados a bolinhos recheados.

– Quando você me ofereceu um chá eu pensei que era só um chá. - comentou um pouco surpresa com toda a dedicação do rapaz.

– Você é a rainha e está sendo tão gentil e bondosa comigo, que o mínimo que eu posso fazer é servi-la bem. - seu tom era doce e suave e seu jeito meigo deixava claro que Louis estava apaixonado e isso era um problema.

– Louis, posso te fazer uma pergunta? - Elsa ficou séria, mas sem parecer rígida.

– É claro. - respondeu temeroso e sentido suas bochechas começarem a arder

Louis como seu próprio nome dizia era um guerreiro glorioso e muito corajoso, mas quando se trava de lidar com as pessoas e principalmente seus sentimentos ele era a vergonha em pessoa.

– Você pode fazer a pergunta que quiser, você é a rainha. - completou nervoso.

– Não Louis, nesses três meses eu deixei de ser só a rainha para você e nós nos tornamos amigos. - e lá estava a palavra que todo homem apaixonado mais teme em ouvir “amigos”.

– Claro, amigos. - a decepção estava escrita em seus olhos, mas Louis nunca iria verbalizá-la.

– Sabe de uma coisa? Deixa a pergunta pra lá. - Elsa decidiu tomando um pouco do chá que já começava a esfriar e Louis entendeu que era para esquecer o assunto.

Depois que Asle tinha partido o trabalho de Elsa havia se tornado quase impossível em dois dias e ela precisou de uma pessoa para ajudá-la como Asle fazia, já que ele tinha mudando toda sua dinâmica de trabalho e seu emocional não estava ajudado muito.

Devido as dificuldades da rainha o jovem Louis que trabalhava a três anos na Guarda do Leste foi chamado para ser guarda pessoal da rainha e ajudá-la com todos os seus afazeres reais. Nas primeiras três semanas Louis e Elsa mal se falavam, apenas se cumprimentavam, faziam e respondiam perguntas sobre o trabalho e só, Louis era muito tímido para puxar assunto com qualquer pessoa, com a rainha então, a tarefa simples de comentar sobre o tempo se tornava impossível e Elsa não sentia vontade de falar com ninguém, ela só queria trabalhar na esperança de esquecer a falta que Asle fazia.

Na última semana do primeiro mês sem Asle, Elsa sentiu uma forte dor de cabeça e foi a primeira vez que Louis lhe ofereceu um chá e nesse dia eles começaram a conversar e a tomar chá juntos, a amizade de Louis e Elsa foi se desenrolando aos poucos e a relação deles nada tinha de parecido com a relação da rainha e Asle. Ao final do terceiro mês junto com Louis, Elsa já tinha um lugar em seu coração para o rapaz, mas novamente não era nada parecido com o lugar que ainda era ocupado por Asle.

No último mês Elsa se pegava pensando que se Asle não tivesse aparecido em sua vida e que se Louis tivesse surgido a uns seis meses atrás, talvez ela e seu novo guarda pessoal tivessem algum futuro amoroso juntos, mas mesmo com todo carinho que sentia por Louis, Elsa não conseguia tirar a pele escura, os olhos intensos e o sorriso arrebatador de Asle de sua cabeça, só de lembrar dele Elsa sentia seu coração queimar no peito, e ela não podia esconder que ansiava por tocá-lo e beijá-lo de novo, a rainha só não sabia quanto tempo isso ia durar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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