O destino escrita por Imagine


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hello



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Quando cheguei em casa, pude perceber que dona Carmem já estava lá apensa com o cheiro maravilhoso de sua comida. Tirei o tênis e deixei espalhados pela sala, joguei minha bolsa no sofá, fui direto para cozinha e me sentei à mesa.

– Já lavou as mãos?

Revirei os olhos, balancei cabeça de forma negativa e levantei para lavá-las.

– Eu estava de férias, morrendo de saudade de você. Será que não mereço um abraço? - Perguntou.

– Ai meu Deus como ela é carente - Brinquei, dei um abraço bem apertado - Também estava com saudade, aliás pensei que fosse morrer com a minha mãe cozinhando.

Ela não conseguiu segurar a risada e mesmo assim tentou disfarçar.

– Menina não fala assim da sua mãe.

– Mas é verdade! Fala isso porque nunca comeu - Falei hipnotizada com a agilidade que ela cortava os legumes.

A claridade do dia batia na janela e só assim pude perceber que algumas rugas nos cantos dos olhos e na testa começavam a surgir. Mas isso não tirava sua jovialidade, Carmem é extremamente vaidosa.

– Vai para o consultório hoje?

– Tenho que ir... - Respondi desanimada, dando o último gole no suco de laranja - Liga para o táxi para mim por favor?! - Falei subindo as escadas.

O consultório ficava cerca de 20 minutos de distância de casa.

Fiz um rabo de cavalo no cabelo para escovar os dentes, abri o guarda-roupa e passei rapidamente os olhos pelas roupas, peguei uma calça jeans, e minha mãe me obrigava a usar uma camiseta polo azul marinho ridícula com o logo do consultório bordado, eu odiava usar aquilo, passei uma maquiagem leve e soltei o cabelo me encarando no espelho. Desci as escadas correndo.

– Você vive correndo Alexia, qualquer dia vai se arrebentar nessa escada.

– Vou nada, já estou acostumada - Falei me encarando novamente no enorme espelho que tinha na sala, ajeitando meu cabelo, mexer no cabelo é uma mania que tenho.

Em menos de 10 minutos o taxista buzinou no portão.

– Tchau Carmem - Gritei.

– Tchau, se cuida.

Assim que cheguei lá a moça do turno da manhã já estava indo embora, ela aparenta ter uns 20 anos. Tenho a impressão que ela não gosta de mim, me fitou nos olhos e saiu sem falar uma palavra, não faço questão nenhuma também.

Minha mãe estava na sala atendendo um paciente. Havia mais duas mesas além da minha na recepção, porque lá trabalhava mais dois dentistas, eles pagavam o aluguel para minha mãe.

Organizei alguns papéis em ordem alfabética, fiquei atendendo o telefone e marcando consultas o resto do dia, era um saco.

Era 17:00 quando minha mãe tinha terminado o serviço.

– Terminei filha, vou trocar de roupa. Deixa a lista com os pacientes de amanhã em ordem de acordo com o horário para mim por favor?! - Falou com a máscara cirúrgica sobre o queixo.

– Que saco! A escravidão já acabou faz muito tempo.

– Está resmungando do que? - Perguntou com a cabeça na porta.

– Nada, não disse nada! - Respondi grosseiramente, tomando um gole de café com leite.

– Bom mesmo.

Era cerca de 17:40 quando fomos para casa.

Assim que chegamos, estava tudo organizado, o chão só faltava brilhar, Carmem já tinha ido embora.

– Que saudade que eu estava da Carmem - Disse minha mãe, respirando fundo para sentir o cheiro.

– Eu também, só assim para mim não passar fome! - Forcei um sorriso.

– O que está querendo dizer com isso?!

– Nada não - Falei desabando no sofá.

– Tira esse tênis imundo do meu sofá branco! - Gritou estérica.

Revirei os olhos e tirei o tênis.

Peguei um prato com biscoitos e um copo de leite com achocolatado e fui para sala. Comia e mexia no celular ao mesmo tempo.

– Ou come ou mexe no celular Alexia, que mania! - Me repreendeu.

– Consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo - Falei de boca cheia.

– Não tem educação mesmo. Desisto.

– Que irônico, minha própria mãe dizendo isso...

– Deixa eu te falar...

– Lá vem... - Falei dando um gole no leite.

– Vi o Cameron hoje quando te levei para o colégio. Ele falou comigo, é tão simpático! Além de ser um gatinho né?! Queria tanto um genro como ele, bem que vocês...

– Ah mãe, não começa né! - Interrompi - Primeiro: Que coisa brega falar gatinho, aprendeu com quem? Sua bisavó?. Segundo: Me deixa em paz, você sabe o quanto odeio aquele garota, que coisa chata!

– Eu não sei porquê você implica tanto com esse garoto. Mas tudo bem, não está mais aqui quem falou. Vou tomar um banho, estou exausta - Falou subindo as escadas.

– Obrigada pela compreensão viu... - Falei ironicamente.

Suspirei e coloquei o prato ainda cheio ao lado, eu estava cansada, meus pensamentos estavam me atormentando, que caralho que todo mundo resolveu falar no Cameron hoje.

22 hs e 50 min

As horas foram passando e com ela veio o frio, coloquei uma calça de moletom e um casaco, o vento fazia com que os galhos das árvores lá fora se mexessem ligeiramente fazendo um barulho sinistro, fechei a janela e as cortinas e me deitei. O celular vibrou, o visor acendeu indicando que era uma mensagem.

"Estou confusa" – Karla

"Por que? Aconteceu alguma coisa?" - Alexia

"Não posso falar por aqui" - Karla

" Sua vadia, porque você manda mensagem então??? Porra" – Alexia

" Sua vaca, você nem espera eu terminar de falar. É pra você chegar mais cedo no colégio amanhã" - Karla

" Farei esse sacrifício por você S2, na verdade é porque estou curiosa mesmo" - Alexia


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