O destino escrita por Imagine


Capítulo 22
Capítulo 22




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Assim que cheguei em casa meu celular vibrou, era mensagem da minha mãe.

"Preciso falar com você quando chegar em casa" — Mãe

"Não pode adiantar o assunto?" - Alexia

"Não, tem que ser pessoalmente. Quando eu chegar conversamos" -  Mãe

Achei estranho aquelas mensagens, mas pensei não ser nada tão importante, até colocar o pé dentro de casa e ver Carmen na beira da porta da cozinha.

— Alexia, está tudo bem com a sua mãe? - Perguntou preocupada.

— Boa tarde pra você também Carmen - Disse tirando os tênis e deixando-os espalhados no meio da sala - Eu não sei, ela não me disse nada. Por que?

— Encontrei ela quando cheguei de manhã, disse que ia resolver umas coisas e depois ia para o trabalho, aliás achei ela bem abatida - Comentou lavando algumas folhas de alface.

Nesse exato momento começou a me bater uma preocupação. 

— Estranho... Não estou sabendo de nada - Disse com a porta da geladeira aberta.

Peguei um copo de água gelada e subi para o meu quarto.

— Não vai almoçar? 

— Mais tarde, agora estou sem fome - Gritei da porta do meu quarto.

Me despi, amarrei o cabelo e fui tomar um banho. Minha cabeça estava a mil, um turbilhão de pensamentos me possuía.

Pensando na minha gravidez, como falar para minha mãe, como minha vida ia ser daqui pra frente, o que ela queria me dizer... Enfim, deitei e em poucos segundos peguei no sono.

Só acordei no momento em que minha mãe me sacudia suavemente, me chamando pelo nome.

— Alexia, filha. Acorda.

Abri os olhos com muita dificuldade, pensei que estava sonhando.

— Que horas são? - Perguntei com voz de sono.

— Já são 6:20 PM - Respondeu.

Seu semblante não era dos melhores.

Sentei na cama, enrolada com a minha coberta enquanto ela puxava a cadeira e sentou em frente a mim.

— O que queria me dizer? 

Ela ficou em silêncio por longos segundos.

— Eu... eu queria dizer antes de tudo que eu te amo muito!

Não estava gostando nenhum pouco daquilo.

— Fala logo, você está me deixando preocupada.

— Filha, eu estou grávida.

Meu Deus, fiquei sem chão naquele momento. Eu queria gritar, sair correndo, sumir de uma vez por todas.

Mãe e filha grávidas.

— E provavelmente Henry vai vir morar conosco, sei que não gosta dele e isso era o que mais estava me atormentando - Completou.

Isso era demais pra mim, parecia que o mundo estava caindo a minha volta.

Não sabia se contava sobre mim, se esperava mais um tempo. Eu realmente estava perdida.

Fixei meus olhos nos dela e não conseguia falar nada por mais que eu quisesse.

— Não vai falar nada? 

— Mãe... eu não tenho o que falar. Ficaria muio feliz se fosse com qualquer outro cara, mas justo ele. E vai trazer ele pra dentro da nossa casa, onde moramos com o papai por anos. Eu não sei se aguento isso...

— Sei que é difícil pra você Alexia, e acredite, também é pra mim. Mas ou é isso ou a gente vai morar na casa dele. 

— Eu não aceito isso mãe. Não aceito! Me deixe sozinha por favor - Falei sem ao menos olhar para o rosto dela.

— Filha seu apoio é muito importante pra mim e você vai ver que ele não é o que você pensa, é uma pessoa muito boa e me faz feliz.

— Mãe, por favor - Disse apontando para porta.

Não queria mais ouvir a voz dela. "Isso não podia estar acontecendo comigo" era só isso que passava pela minha cabeça.

Na manhã seguinte, acordei mais cedo que o normal para não ter que dar de cara com a minha mãe. Mas pra minha surpresa ela já estava de pé.

— Bom dia Alexia.

Ignorei-a e tomei meu café como se estivesse sozinha.

— Quer carona?

Não respondi e bati a porta da sala com força.

Fui o caminho todo até a escola, pensando em tudo que ela tinha me fala ontem a noite. Minha mente repetia nosso diálogo incessantemente. 

Fui até meu armário para pegar meu caderno, quando vi Cameron correndo no corredor em minha direção.

— Bom dia minha linda! - Disse sorridente.

— Bom dia - Respondi sem o menor ânimo.

— O que aconteceu? Você tá estranha - Passou a mão na minha barriga delicadamente - É o alguma coisa com o bebê? 

— Não, ele está bem - Olhei para os dois lados do corredor para me certificar de que não havia ninguém perto - O problema é minha mãe.

— Como assim? - Perguntou confuso.

— Ela está grávida amor, grávida!!!! 

Ele ficou me encarando por um tempo, sem reação.

— Grávida? Sua mãe? 

— Sim, e o pior de tudo é que ela quer levar aquele namoradinho dela pra morar em casa, eu não consigo ir com a cara dele.

— Você já comentou sobre ele comigo, será que não é ciúmes seu por causa do seu pai?

— Não amor, não é. É uma coisa ruim que senti nas poucas vezes que fiquei perto dele - Disse enquanto caminhávamos para sala.

— Uau, mãe e vó ao mesmo tempo.... 

— Isso não pode ser bom. Mas me fala, como acha que seus pais vão reagir com a notícia?

— Pra falar a verdade, eu não sei. Pode ser que me expulsem ou não.

Faltava cerca de dez minutos para bater o sinal, durante esse tempo ficamos sentados na escada conversando. Até que Brandon passou por nós  meio cabisbaixo, pensei que ia passar direto mas pra minha surpresa ele parou ao nosso lado.

Camerono encarou e levantou no mesmo momento.

— O que você quer aqui? 

Eu levantei logo em seguida e empurrei Cameron.

— Eu não quero brigar, só quero me desculpar. De verdade, você sabe que é como um irmão pra mim, não queria perder sua amizade. Mas infelizmente a vida é assim....

— Tudo bem, esquece essa história. Só não quero mais contato com você - Disse Cameron com um tom de voz alterado.

— Pode deixar... Saiba que quero a felicidade de vocês - Respondeu e saiu logo em seguida.

Cameron riu com ironia.

— Que cara de pau - Resmungou.

— Esquece isso amor.

— É fácil falar...

Fomos interrompidos pelo sinal.

— Hoje, no consultório contamos para minha mãe - Disse enquanto nos encaminhávamos para sala. 

— Hoje... - Afirmou confiante.

Quando entrei na sala vi Karla e Adam dando um sorriso para mim, me analisei para ver se eu estava suja ou algo assim.

— O que foi? - Perguntei a medida que me aproximava da minha carteira.

— Já estou sabendo - Comentou Adam.

— Desculpa amiga, não consegui segurar. 

— Karla, se medíssemos sua língua ela seria maior do que o Empire State.

— Trouxa - Disse sorrindo.

— Enfim, isso não importa - Interrompeu Adam - O fato é que estou feliz por vocês anã, e caso não saiba Karla e eu seremos os padrinhos - Completou me dando um abraço aconchegante.

— Eu amo vocês! - Exclamei.

— Gente, vai chover, o mundo vai desabar. Alexia falando essas coisas.

— Vê se me erra, meus hormônios estão bagunçados. É apenas isso - Comentei sorrindo.

— Você não existe - Afirmou Adam.

***

12: 45 PM

 

Cheguei em casa e almocei rapidamente, troquei de roupa, coloquei a camiseta do consultório e escutei a buzina da moto de Cameron.

Peguei meu celular sobre o criado-mudo e desci de pressa.

— Não cansa de viver correndo pela casa Alexia? - Gritou Carmen da cozinha.

— Não tenho outra escolha. Tchau Carmen, talvez até nunca mais.

— Para de falar besteira menina - Disse sem entender porquê havia dito aquilo - Vão com Deus.

— Amém! - Gritei já do lado de fora de casa.

Estava sentindo que era hoje que minha mãe ia me matar.

Quando chegamos no consultório, não vi Carina. Na mesa dela estava uma outra moça, me deu um sorriso simpático e eu retribui.

Entrei na sala da minha mãe e por mais que não queria papo com ela, a curiosidade estava me matando.

— Oi filha - Disse folheando uma revista, estava aguardando o próximo paciente.

— Cadê a pu.... quer dizer Carina?

— Ela se demitiu, disse que ia voltar para a casa dos pais no interior. 

O sorriso de vitória foi inevitável.

— Por que a pergunta?

— Nada, só estranhei ao ver outra pessoa em seu lugar.

Como sempre eu estava organizando a lista de paciente e atendendo o telefone durante toda a tarde. Enquanto Cameron auxiliava minha mãe dentro da sala.

— Ei, psiu.

— Me chamo Alexia, pode me chamar de Lexi se quiser. 

— Me chamo Karolayne. Aquele garoto é um gato né?! - Comentou na maior inocência.

— É né? Ele é mesmo. Por isso é meu namorado.

— Me desculpa, meu Deus, me desculpa. Eu não sabia... - Gaguejou, ficou vermelha na mesma hora.

Ficou tão sem graça que eu fiquei até com dó, não parava mais de me pedir desculpa. Ela ficou perdida, perdida em meio aos papéis.

— Tá tudo bem, sem problemas. Não se preocupe - Sorri amigavelmente.

Ela retribuiu o sorri, me parecia mais aliviada.

— Amor, sua mãe pediu os exames do Sr. Ricardo - Disse na beira da porta.

— Aqui está senhor - Brinquei, entregando-o.

Karolayne só faltou se enfiar em baixo da mesa quando Cameron apareceu. Tentei mas não contive a risada diante daquela situação.

O fim da tarde se aproximava juntamente com um frio na barriga e o nervosismo. Principalmente quando vi o último paciente saindo e logo em seguida a nova recepcionista se despedindo.

Minha mãe estava na sala arrumando suas coisas. Cameron disse apenas mexendo os lábios "é agora". Balancei a cabeça positivamente.

Quando ela apareceu na porta com sua bolsa e disse:

— Vamos?!

Senti minhas mãos suarem.

— Mãe... Cameron e eu precisamos conversar com a senhora. Melhor sentar aqui - Disse empurrando ela levemente até a cadeira na sala de espera.

— Fala logo Alexia, estou ficando nervosa.

Cmeron e eu ficamos em pé, na sua frente.

— Eu.... eu ... - Gaguejei.

— Alexia está grávida! - Disse Cameron.

— O que????? Vocês só podem estar de brincadeira com a minha cara. Fla que é mentira Alexia, fala!!! - Gritou estérica.

— Não mãe, não é.

Ela começou a puxar meu cabelo com muita força e me deu uns tapas no braço. Comecei a gritar pra ela parar, Cameron entrou no meio e apanhou por mim.

— Vocês não podiam fazer isso comigo, não podiam... - Gritou chorando a medida que escorregava até o chão - Eu odeio minha vida, o que eu fiz de errado Alexia? O que?

O silêncio tomou conta da sala.

— Me responde sua filha da puta, te fiz uma pergunta - Gritou.

— Eu que errei, mas errei assim como você errou quando tinha minha idade, ou se esqueceu que me teve aos 17 anos?

— Exatamente, sei quanto é difícil ter um filhos nessa idade e não queria essa vida pra você. Te alertei tanto em relação a isso, disse tantas vezes para que tivessem cuidado - Desabafou chorando incessantemente - E você Cameron, estou completamente decepcionada, não esperava isso de você. Seus pais vão ficar sabendo disso. Engravidou minha filha, minha menininha...

— Mãe, ele não tem culpa. Fizemos isso juntos... - Defendi.

— Não interessa!! - Gritou com um tom de voz agudo que quase me deixou surda.

Cameron ouvia tudo em silêncio.


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Notas finais do capítulo

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