Am I a Nerd? escrita por JP


Capítulo 5
Capítulo 5 - Hangover


Notas iniciais do capítulo

Jpedro aquii!!
Postando mais cedo por outros motivos.. :))



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PDV - Freddie

Já me acordei com uma forte dor de cabeça e, além disso, também fiquei com uma certa preguiça para me levantar da cama, mas outra coisa me impedia de levantar. Foi, justamente, quando senti um forte abraço por trás.

– Sam!? - perguntei, mas ela não me respondeu de volta.

Quando me virei para ver o que estava acontecendo, me deparo com uma mulher diferente.

– AH! - gritei, assustado, olhando para uma ruiva. O meu susto foi tão grande que acabei caindo da cama. - Quem é você!?

Ela sorriu de uma maneira bem maliciosa.

– Dayane - disse ela, me fazendo levantar. - Não se lembra de mim, 'Fre'?

"Fre"!? Ninguém nunca me chamou dessa forma. Embora, não pudesse negar que estava começando a gostar dessa intimidade, mesmo não a conhecendo tão bem.

– Não estou lembrado! - falei, enquanto tentava me afastar da ruiva. - Cadê a minha mãe, em!? MÃE!!

Mas ela não apareceu, talvez tenha saído para fazer uma consulta no hospital ou algo do tipo.

– Chamando a mamãe? - zombou Dayane, sorridente, ainda deitada na minha cama. - Nossa, você é mesmo hilário, Fre!

– Não estou brincando - falei, de maneira séria. - O que a minha mãe pensou quando eu cheguei tarde da noite? E com você?

– Não sei... Não a vi. O apartamento estava vazio quando chegamos - Dayane tentava se aproximar, mas eu só me distanciava. - Eu também não sabia que um cara, como você, ainda convivia com a mamãe.

Antes que eu pudesse me defender das atitudes persistentes da mulher, ouço o meu Pear Phone tocar e rapidamente o atendi. Era o meu amigo, Gibby.

Gibby: Oi, cara! Onde você se meteu ontem? Te procurei em todos os cantos.

Eu: Não sei... Eu estava com você, certo?

Gibby: Estava... Mas... Você sumiu quando uma ruiva se jogou nos seus braços! Até o seu cavalo branco sumiu...

"DROGA!" - falei, mentalmente. - "Esqueci totalmente!"

Teria que devolver o cavalo dentro de 24 horas ou teria que pagar uma multa ou talvez seja preso por maus-tratos e abandono de incapaz.

Eu: Gibby, preciso desligar agora, mas ainda vou precisar da sua ajuda! Então, venha o mais rápido possível, okay?

Gibby: Okay!

Após desligar o Pear Phone, viro-me para a ruiva, que estava a minha espera.

– Ei! - Me aproximei dela, sem nenhum medo. - Você se lembra do meu cavalo!? Sabe onde ele está?

– Sim e... Não - disse ela, andando pelo meu quarto. - Lembro que você entregou o cavalo para um senhor da balada...

– Quem!? - perguntei, desesperado. - Eu preciso devolver o animal ainda hoje na loja!

– Não sei quem era ele, mas você o conhecia muito bem. - disse ela, tentando descrevê-lo: - Ele era um homem de meia-idade, meio careca, zangado...

Bufei, chateado.

– Eu não conheço nenhum careca-de-meia-idade! - exclamei, também andando pelo quarto. - Bom... Acho melhor você ir embora. A minha mãe pode chegar a qualquer momento e se ela ver você aqui... Não vai acabar nada bem.

– Está bem... - disse Dayane, triste, olhando para um porta-retrato meu com a Sam, na prateleira. - Vê se me liga depois!

– Ah, vou tentar! - menti.

Levei Dayane até a porta e no exato momento em que eu estava observando a ruiva seguir o corredor, me deparo com a Carly, me fuzilando com o olhar - não percebi quando ela abriu a porta do seu apartamento.

– Que susto!

Ela veio na minha direção e deu um tapa na minha cara, mas não doeu muito, talvez pela delicadeza da Shay.

– Por que fez isso!?

– Ah, não está lembrado de ontem a noite!? - questionou ela, de braços cruzados, enfurecida. Eu respondi que não, então ela me contou todos os detalhes. - Você foi rápido, hein? Mal terminou com a Sam e já 'tá' por aí se esfregando com qualquer uma...

Me senti um total idiota.

– Eu preciso falar com a Sam! - disse, quase invadindo o apartamento da Carly, mas fui impedido a tempo.

– A Sam não está aqui! - disse ela, ainda segurando o meu braço, e antes que eu perguntasse "onde?", ela disse: - Eu não sei. A loira acordou mais cedo que todos e não deixou nenhum recado. Já estou ficando preocupada, porque ela não atende as minhas ligações.

E por falar em ligações, ouço o meu telefone tocar mais uma vez. Olhei rapidamente para a tela e vi a imagem do Gibby.

Eu: O que foi, Gibby?

Gibby: FREDDIE! Já estou na entrada do Bushwell... VOCÊ PRECISA VER ISSO!

Eu: Ver o quê?

Ele poderia muito bem responder de uma vez, mas ele optou por desligar a ligação.

– O que o Gibby queria? - quis saber Carly.

– Não sei - falei, meio pensativo e curioso. - Ele me pediu apenas para ver algo na portaria... Parece importante.

Carly sorriu.

– Tudo para o Gibby é importante - disse a morena, meio convencida.

(***)

Carly e eu corremos até o térreo do prédio, onde encontramos o Gibby bem risonho por descobrir algo insano.

– Qual foi, Gibs? - perguntei, olhando em volta.

Reparei que Lewbert - o porteiro com a imensa verruga - não estava presente. Tive esperanças de que fosse encontrar o cavalo branco ou a Sam na portaria, mas não havia ninguém, além de nós três.

– Vocês não vão acreditar no que eu vi!

– Fala logo! - Carly e eu dissemos, apressados e em sintonia.

– Tá bom! - concordou Gibby, em um tom calmo e baixo. - Me sigam, crianças.

Gibby fez um sinal para que fossemos ao depósito, na portaria, local onde o Lewbert dormia e fazia suas necessidades. Lembro-me muito bem da vez em que a Sam entrou no tal depósito e roubou os itens pessoas do Lewbert.

– Não podemos entrar aqui! - reclamou Carly, num tom extremamente baixo, olhando para o Gibby.

– Silêncio! - sussurrou ele, antes que entrássemos no deposito. - Ouçam os roncos!

Claro que o ronco pertencia ao porteiro. Não vejo nada de mais em roncar, mas quando o Gibby abriu a porta do depósito notei algo inadmissível.

– Senhora Beson!? - exclamou Carly, surpresa.

A voz da Carly acabou acordando a minha mãe, que estava dormindo nos braços do Lewbert - e sua terrível verruga.

– Oh, que nojo! - indaguei, olhando para os dois.

Os meus dois amigos caíram na gargalhada, enquanto eu encarava aquela situação.

– O que significa isso, Marissa Benson!? - questionei.

– Nada de mais - respondeu ela, se afastando do porteiro. - Freddie, ontem à noite, eu vim apenas entregar um prato de comida para o pobre Lewbert e acabamos...

– Não quero ouvir! - falei, tampando os ouvidos. Agora sim estava explicado o 'verdadeiro motivo' dela não estar no apartamento quando cheguei com a ruiva.

Carly e Gibby não conseguiram conter a risada em nenhum momento.

– Chega! - dei um basta, puxando o Gibby para fora do depósito do Lewbert. - Vamos, Gibs, temos outros problemas para tratar.

(***)

Quis perguntar como o Gibby descobriu que a minha mãe estava com o Lewbert, mas fiz o máximo para esquecer aquela cena e focar no meu problema.

– Por que me chamou tão cedo? - perguntou ele, enquanto esperávamos um ônibus na 'parada'.

– É sobre o cavalo branco - falei, triste. - Eu o perdi...

– Como assim perdeu!? - questionou Gibby, desesperado. - Aquele cavalo significa muito para mim! Você não podia perder o nosso cavalo, Freddie!

Ignorei a dramatização exagerada do Gibby e mandei a real:

– Nem tudo está perdido - Olhei para os lados na esperança de pegar o primeiro ônibus. - A ruiva com quem sai ontem, me disse que entreguei o animal a um velho e careca...

– Velho e careca?

Concordei com a cabeça.

– Ela ainda me disse que EU conheço o cara. Mas, eu não o conheço! Não faço a menor ideia de quem seja! - falei, quase gritando. - Você tem alguma ideia?

Gibby não respondeu de imediato, pois, talvez estivesse pensando seriamente em quem.

– Acho que sim...

– Quem!?

– Tem o Ken - disse ele. Se bem que o Ken era budista e morava no apartamento de baixo, embora tivesse total certeza de que não entreguei o cavalo a ele, até porque o Ken se mudou para a Ásia. - E tem também o...

– Você me conta no caminho! - falei apressado, interrompendo o meu amigo. Isso porque o nosso ônibus havia chegado. - Vamos! Você me indica a casa do indivíduo.

(***)

Gibby e eu fomos parar numa rua esquisita, meio silenciosa e com alguns becos sem saída.

Paramos numa casa grande, com um cercado de madeira. Rapidamente, tocamos a companhia, mas ninguém atendeu.

– Quem mora aqui!? - perguntei, olhando para o Gibby.

– O Sr. Howard. - respondeu ele, tranquilo.

– Sr. Howard!?

O Sr. Howard era o nosso professor de história no Ridgeway, colégio onde estudamos.

– Gibby! Ficou maluco!? - chamei a atenção dele. - Sinceramente, não acho que o nosso professor de história esteja com o nosso cavalo. Certo que ele é careca, meio velho e ranzinza, mas ele não tem cara de quem vai para a balada.

– Você também não tem cara de quem vai para a balada e, nem por isso, eu estou reclamando, estou!? - observou ele, ainda tocando a campainha sem parar. - Acho que ele não está em casa.

Queria muito perguntar como ele conseguiu o endereço do Sr. Howard, mas não fiz tanta questão assim.

– Vamos embora, então. - falei, dando meia volta.

– Espera! - gritou Gibby, olhando além do cercado. - Estou vendo o Clovis.

– Quem!?

– O nosso cavalo! - disse Gibby, se preparando para pular o cercado, que não era tão alto. - Esse foi o nome que eu dei para ele.

– Cara! - Tentei não reclamar do "momento bobagem" de Gibby. - Não podemos invadir a casa do professor! Isso é crime!

Mas ele não me ouviu e decidiu pular o cercado assim mesmo, porém, acabou quebrando parte da madeira, com o pulo que ele deu. Eu não podia ficar parado ali, então decidi segui-lo.

No gramado do Sr. Howard havia um anão de jardim e, bem no fundo, havia uma árvore.

– Estamos encrencados! - murmurei para o Gibby, que corria.

Clovis, o cavalo, estava amarrado nessa mesma árvore e quando percebeu a nossa presença, abanou a cauda, como um cachorro.

– Ele nos reconheceu! - disse Gibby, tentando afastar o animal da árvore.

Antes que eu pudesse ir ajudar o Gibby na retirada do animal, sinto algo melequento atingir as minhas costas.

– Ei! - virei-me para trás, para tentar identificar quem me atingiu e vi uma garota loira, segurando uma bandeja de ovos com as mãos. - Sam!?

Ela aparentava não estar muito feliz em me ver ali, apesar de estar bem surpresa com a minha presença. Logo corri para abraçá-la.

– Fiquei muito preocupado! - falei, enquanto a abraçava, mas ela não retribuiu o meu ato. - A Carly está desde manhã te procurando e...

Não consegui completar a frase. Tudo por causa da Sam, que me derrubou no gramado e arremessou cinco ovos no meu rosto.

– Nerd idiota! - xingou ela, ainda arremessado os ovos. - Você estragou tudo!

– O quê!?

– Eu ia jogar ovos na casa do Sr. Howard, mas, me parece que você é um bom alvo para as cadelas-de-plantão! - gritou ela, irritada. Gibby decidiu não se intrometer, pois o assunto era bem pessoal. - Cafajeste!

Quando ela finalmente terminou o estoque de ovos, ouço a porta da casa se abrir. Era o Sr. Howard.

– Que baderna é essa no meu quintal!? - gritou o professor, de forma autoritária. Ele ainda observou todo o estrago que fizemos na sua casa.

– Viemos pegar o Clovis! - disse Gibby, alisando o cavalo.

Levantei me do gramado e falei cara a cara com o professor:

– Desculpe o incomodo, senhor, mas eu vim apenas pegar o cavalo de volta. Fiquei sabendo que o senhor levou o animal, depois da... balada...

– A balada!? - perguntou Sam, sorridente. - O nosso professor de história estava na balada com vocês!?

– Sim - confirmou o próprio professor, zangado, como sempre. - Eu estava... Havia brigado com a minha esposa, na noite passada, então eu fui até uma das baladas de Seattle e já que eu não podia dirigir naquelas condições, você... - Ele apontou para mim, sem nenhum orgulho. - Decidiu me entregar o seu cavalo.

– É, preciso levar o cavalo de volta para a loja de animais.

– Então levem o animal e sumam da minha frente! - determinou ele, mas antes de voltar para a sua casa, ele deu um aviso: - Não quero ouvir "gracinhas do ocorrido" quando as aulas retornarem ou os três irão se ver comigo na detenção! - berrou ele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? '=='
O final pode ter sido um pouco corrido, mas espero que estejam gostando kk