PDV - Freddie

Assim que entrei naquele hospital com a Sam reparei olhares nada discretos, o que deixou a Sam bem irritada, pois ela também reparou os olhares sobre mim. Todos créditos vão para a minha regata - Não tive tempo de me aprontar e também não tivemos tempo para avisar aos nossos amigos que a Pam estava internada nesse hospital. 

— Qual o quarto 82? - Sam perguntou para um enfermeira, que passava por um longo corredor.

— Fica... - A enfermeira, também loira e com jaleco branco, desviou o olhar da Sam para mim, esbanjando um sorriso fraco. - Naquele... Naquela direção... - Ela apontou para um lado contrário, meio tensa. 

— Valeu! - Sam, irritada, percebeu o "olhar impuro" da mulher e puxou o meu braço. 

Ao chegar na porta do quarto 82, Sam ficou paralisada, como se faltasse força no corpo. 

— Eu te espero aqui fora - falei, enquanto segurava seus ombros. 

— Não - disse Sam. - Eu quero que fique ao meu lado e, além disso... Eu não vou deixar você aí fora com esses 'urubus' olhando para você, como se fosse o último pedaço de carne no deserto.

Eu sorri.

— Não confia em mim, Puckett? 

— Essa não é a questão, Benson - ela murmurou. 

(***)

Encontramos Pam deitada numa maca espaçosa e de frente para uma bela vista de Paris. Ela certamente estava desacordada no momento em que fizemos a visita.

— Ela irá ficar bem - abracei a Puckett, que não pronunciou uma palavra sobre o fato. 

Pelo que a Sam me contou, Pam foi encontrada com altos níveis de desidratação, o que faz muito sentindo, pois ao lado da Pam havia uma bolsa de soro.

Sam ficou ao lado da mãe a tarde toda, sem comer nada e sem dizer nada a respeito. Eu respeitei o momento dela e aproveitei para ligar para a minha mãe - Marissa - que está em Seattle.

Mãe (Sra. Benson): FREDDIE! 

Eu: Oi, mãe...

Mãe: POR QUE NÃO ATENDEU AS MINHAS LIGAÇÕES!? SE ESQUECEU QUE EU POSSO APARECER AI!?

Eu: Desculpa, mãe... É que aconteceu muita coisa em tão pouco tempo...

Mãe: Freddie... Eu estou sentindo que você está diferente... Hmmm... Você não fez nada inapropriado, não é?

Eu: Inapropriado? 

Daí me lembrei da minha noite com a Sam naquela cabana abandonada. Olhei para a loira por um momento e dei um sorriso.

Mãe: Freddie? Você ainda está aí, meu filho? 

Eu: Ah... Estou! E não, mãe, não fiz nada de... Inapropriado. 

Procurei mudar de assunto o mais rápido possível ou pelo menos desligar o telefone. 

Eu: Apenas liguei para saber como a senhora está...

Mãe: Estou ótima, porém, sinto a sua falta. Freddie, quando você volta, hein?

Eu: Em breve... Agora, eu tenho que desligar... 

Mãe: Tudo bem... Ligarei novamente mais tarde!

Depois que falei com a minha mãe procurei ligar para o Gibby, Spencer ou Carly, pois eles poderiam estar preocupados com Sam e eu.

(***)

Mais tarde, voltei a receber ligações da minha mãe, eu a atendi e até que tivemos uma conversa rápida. 

Logo depois dei mais atenção a Sam, que permanecia silenciosa, olhando para a mãe. 

— Como vai a Sra. Benson? - Sam quis saber.

Arregalei os olhos, porque era difícil de acreditar: Sam se importando?

— Ela vai bem... - sussurrei. - Disse que está cuidando da verruga do Lewbert...

— Do Lewbert? - Ela desviou o olhar da mãe para mim.

— Pois é... - quase suspirei. - Eu não ligo mais, sabe? Pelo menos ele está deixando ela fez e me deixando de lado.

Segurei firme a mão da Sam quando ela voltou as atenções para a Pam, ainda desacordada.

— Valeu, nerd - ela agradeceu, também apertando a minha mão. - Valeu por ter ficado ao meu lado.

— Sam, não precisa me agra... - fui interrompido pela Sam, que largou a minha mão e se levantou da poltrona de visitante.

Reparei que a Pam finalmente acordou e se assustou quando viu a Sam.

— Sam!? - disse Pam. Eu não sabia se ela estava alegre ou triste em vê-la.

— Oi, Pam...