Am I a Nerd? escrita por JP


Capítulo 3
Capítulo 3 - The Hungry Friend


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Jpedro aqui!!
Espero que estejam gostando da história e agradecemos muito pelos comentários de vocês rsrs..



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PDV - Freddie

Na mesma noite, voltei para o Bushwell Plazza, local onde eu convivo.

– Ei! - protestou Lewbert, o porteiro do prédio. - Você não pode entrar com esse animal aqui!

Ele continuou reclamando, mas não dei a mínima - por estar muito deprimido com o fim do meu relacionamento.

– Está me ouvindo, garoto!?

– Argh! - murmurei, descendo do cavalo. - Não enche o saco!

Se ele dissesse mais uma palavra, eu teria uma grande oportunidade para desfrutar o meu novo sabre de luz.

(***)

Quando cheguei no meu apartamento, 8D, noto algo surpreendente, pois, naquele horário, ainda rolava o jantar do Dia de Ações de Graças. Havia uma mesa na sala de estar e, além da minha mãe (Sra. Benson), havia a presença do meu grande amigo, Gibby.

– Gibby!?

– E aí, Freddie! - exclamou ele de boca cheia. - Como vai cara!?

Eu não sabia que o Gibby fosse passar o feriado no meu apartamento, ele nem se quer me avisou que estaria lá.

– O que houve, Freddie? - perguntou minha mãe, preocupada. - Achei que fosse demorar mais um pouco na casa daqueles delinquentes.

Já não me importei de contradizer a minha mãe sobre a família da Puckett.

– O jantar foi uma droga - contei dos fatos. - A mãe da Sam não parava de dar em cima de mim e a Sam permaneceu emburrada o jantar inteiro.

– Aconteceu mais alguma coisa? - perguntou ela. - Porque você está com uma carinha triste.

–É que... Sam e eu terminamos...

Mal terminei de contar a novidade e a minha mãe já se levanta da mesa.

– Que notícia maravilhosa, Freddie! - gritou ela, animada, aplaudindo o meu sofrimento. - Isso sim é um milagre do Dia de Ações de Graças.

– Tem molho suíço? - perguntou Gibby, interrompendo a nossa conversa.

Corri para o meu quarto, para por uma roupa seca e casual. Minutos depois, ouço algumas batidas na porta, justo quando tento ter um momento sozinho - sentado na cama.

– Sou eu! - exclamou uma voz amigável. - Gibbehh! - Esse era o velho bordão do Gibby.

– Pode entrar. - falei, sem nenhuma animação na voz.

E ele entrou, trazendo até o seu prato com uma pequena porção de coxas de galinha, e se sentou na minha cama.

– Ah, não, Gibs! - reclamei por ele estar comendo no local onde eu durmo. - Assim você vai derramar gordura na minha cama... Vai sujar tud...

Antes que eu pudesse terminar a minha frase, o fato previsto acontece: Gibby derruba o prato na minha cama.

– Eu dou um jeito! - disse ele, se levantando e pegando o meu lençol. - Não se preocupe! Eu limpo...

– Esquece - Eu estava preocupado com outra coisa.

Retirei do meu bolso o anel jogado pela Sam e o observei, pensativo.

– Estou em choque até agora, 'migo! - disse ele. - Por que vocês terminaram mesmo?

Suspirei fundo.

– Porque eu sou um idiota que faz tudo errado - me lamentei. - Sou apenas um "nerd" tentando se gabar de romântico intelectual.

Ele voltou a se sentar na minha cama, com uma expressão de desentendimento e disse:

– Não entendi.

Eu já esperava que ele não fosse entender os meus argumentos, aliás, ninguém entende.

– Sou realmente um nerd!? - perguntei em voz alta.

– Mas que pergunta idiota - disse Gibby, sorridente. - Você mesmo acabou de admitir isso!

– Estou falando sério! - Levantei da cama, encarando o anel. - A Sam sempre reclamou do meu jeito inteligente para as coisas. Essas minhas atitudes pareciam incomodá-la tanto...

Andei ao redor do quarto, olhando para o anel, como se quisesse decifrar algo muito óbvio. Quado desviei minha atenção para o Gibby, reparei que ele estava lambendo o meu lençol engordurado, mas não o questionei por isso.

Dei mais um longo suspiro antes de voltar a andar pelo quarto.

– Cara - Gibby também se levantou da cama. - É melhor você tirar esse anel de compromisso - aconselhou ele, tentando retirar o objeto do meu dedo, contra a minha vontade. - Vai por mim, isso só vai te fazer mal...

– Eu não quero tirar! - reclamei enquanto ele agarrava a minha mão. - Tenho certeza de que o meu namoro não terminou para valer... Foi só uma briga boba... Você vai ver...

Mas o Gibby ignorou a minha decisão e tentou tirar o anel a qualquer custo.

– Ei! - Ele finalmente conseguiu remover o objeto e o esconder em uma das mãos. - Devolve!

– Não!

Fui para cima dele, na tentativa de recuperar o anel, mas ele teve a brilhante ideia de engoli-lo.

– AH! - gritei desesperado. - Ficou louco!?

Minha mãe foi até o meu quarto para saber se estava tudo bem conosco e quando ela saiu, retomamos a nossa discussão.

– Foi para o seu próprio bem!

Peguei o meu mais novo sabre de luz e o desafiei com um sinal geek.

– Uau! - disse Gibby, imóvel. - Você é mesmo um nerd.

Eu o ataquei com um golpe na barriga e ele estremeceu de dor.

– E agora!? - perguntei, chateado. - Como vou conseguir reconquistar a Sam sem o anel!?

– Esquece a Sam, cara! - Gibby alisava a barriga. - Você precisa conhecer outras pessoas, sair mais com os amigos...

Revirei os olhos, guardando o meu brinquedo numa prateleira especial.

– Tive uma ideia! - disse ele, animado. - Vamos para uma balada!

Sorri da sugestão maluca e meio inusitada.

– Não podemos ir para a balada. - falei, ainda sorridente. - Primeiro que não temos idade o suficiente para isso, segundo que eu não gosto desse lugares barulhentos, e terceiro que... que a minha mãe não iria deixar!

Ele sorriu de lado, como se tivesse um plano para enganar a minha mãe ou me enganar:

– Se eu convencer a Sra. Benson, você vem comigo.

Cruzei os braços, sorridente, pois era impossível driblar a minha mãe. Então aceitei a proposta:

– Fechado! - Gibby e eu demos um aperto de mão.

(***)

De volta a sala de estar, avisto minha mãe juntando as sobras dos pratos na mesa. No caminho até ela, tentei convencer o Gibby de que já era tarde da noite e que estava nublado, mas ele não deu muita importância.

– Olá, Senhora Benson! - começou ele, tenso.

– Digam logo o que vocês querem! - vociferou ela, sem paciência. - Estou ocupada pensando em como tirar as bactérias dos meus pratos.

Fiz o máximo para segurar o sorriso, afinal ele não iria conseguir.

– É que estava pensando... - Ele fez uma pausa dramática, apenas para chamar a atenção dela no assunto e funcionou. - Hoje é feriado, certo? E amanhã teremos muito trabalho para fazer...

– E!? - quis saber ela, olhando para mim.

– Será que Freddie e eu... - Ele apontou para mim. - Podemos levar o que sobrou do nosso jantar para as pessoas pobres de Seattle?

Ela ficou espantada com o pedido e rapidamente permitiu que nós fossemos:

– Claro! - disse ela, já embrulhando cinco pratos com uns guardanapos. - Nossa, estou orgulhosa da atitude de vocês, meninos! - Ela quase chorou naquela ocasião, enquanto eu duvidava da capacidade do Gibby para a mentira.

Ela colocou os pratos numa sacola plástica e entregou nas mãos do Gibby, que sorriu inexplicavelmente.

– Freddie! - Ela me puxou para um canto qualquer do apartamento. - Leve 20 pratas e doe para a caridade de lá. - disse ela me entregando o dinheiro. - Não se esqueçam de levar o guarda-chuva! Ah, e voltem antes das 22h!

(***)

Gibby e eu pegamos o elevador até o térreo do prédio.

– Não acredito que você mentiu para a minha mãe!

Ele pegou um prato da sacola e comeu sem nenhuma vergonha.

– Isso tá muito bom! - disse ele, ignorando o meu sermão.

– Eu me sinto culpado - desabafei, olhando para todos os lados. - Então, antes de irmos a tal balada, iremos fazer o que você prometeu a minha mãe.

– Claro! - concordou ele.

Mas ele parecia muito faminto - tão quanto a Sam fora no jantar -, então para evitar que ele comesse toda a comida, eu tomei a sacola das mãos dele.

E quando o elevador finalmente parou no térreo, pude ouvir o Lewbert gritando com o cavalo branco por ele ter feito coco no chão.

– Você! - Lewbert apontou para mim, assim que as portas do elevador se abriram. - Trate de limpar os dejetos do seu animal!

Gibby virou-se para mim.

– Uau! - exclamou Gibby, animado. - Esse cavalo é seu?

Concordei com a cabeça.

– Até o dia de amanhã... - acrescentei.

– Então iremos a balada de cavalo! - murmurou ele, bem baixinho.

Lewbert ficou calado, após eu oferecer um dos pratos feito pela minha mãe. Sei muito bem que ele teve um pequeno relacionamento com ela e que ainda sente falta das comidas dela.

Tive também que ajudar o Gibby a subir no cavalo - sorte que o animal aguentou o peso dele numa boa.

– Minha vez! - falei, subindo no cavalo.

Quando estávamos justamente saindo do Bushwell, entrou uma loira, trajando um casaco de couro - por conta do frio absurdo.

– Sam!? - falei, fazendo o cavalo parar há alguns metros da entrada principal. - O que faz aqui?

Ela me encarou sorrateiramente e escondeu as mãos no bolso da calça jeans.

– Eu não te devo mais satisfações da minha vida, lembra?! - Ela foi bem rude no início, mas ficou mansa quando decidiu contar o verdadeiro motivo: - Vim apenas visitar a minha amiga, Carly.

– Ah... tá - falei, sem graça.

– Por quê? - questionou ela, sorridente. - Achou mesmo que eu vim te ver?

"Sinceramente, achei!" - falei nos meus pensamentos profundos.

– Não! - bufei, olhando para o Gibby, que estava desconfortável - Nesse exato momento, estou indo para uma balada com o meu amigo.

Sam ficou surpresa.

– Você? Numa balada? E ainda montado num cavalo!? - perguntou, num tom de deboche. - Só pode ser uma piada - Ela deu uma gargalhada sinistra.

– É sério, Sam! - disse Gibby, se intrometendo. - Parece que fila andou...

Ela parou de rir para encará-lo, seriamente.

– Eu não falei com você, "Coisa-Estranha"! - Ela apontou para ele, que se calou. Depois voltou a falar comigo, normalmente. - Você nunca gostou de ambientes barulhentos!

– Agora eu gosto... Até porque sou uma pessoa mudada, sabia?

Ela estreitou os olhos.

– Para mim, você continua sendo o mesmo palerma e um... Nerdão nível 32! - caçou ela, furiosa.

– Que seja!

Fiz com que o cavalo andasse o mais de pressa, deixando a Sam para trás.


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Notas finais do capítulo

Será que isso vai acabar bem?? '---' rsrsrs