PDV - Freddie

Os planos mirabolantes da Carly começaram a ficar obscuros e estranhos. Onde já se viu, encher a casa da ex-namorada de comida gordurosas!?

Bom, depois das aulas, fui para a casa da Sam, pois sabia que a loira iria para o apartamento da Carly. Estava tudo "armado"... Nem tudo.

– Freddie? - diz Pam, mãe da Sam, quando me viu na porta da casa dela. - O que faz aqui? A Sam não está...

Eu fiquei sem reação.

– É... - gaguejei, escondendo as mãos. - Eu sei que a Sam não está. Ela foi para o apartamento da Carly.

Pam estreitou os olhos para mim e lançou um sorriso bobo.

– Ah, Freddie - Ela pôs as mãos no meu ombro. - Já entendi tudo!

– O quê? - perguntei, confuso.

– Você veio me ver... - disse ela, sorridente. - Tentar ficar comigo... - completou ela, no mesmo momento. "Mas de onde ela tirou isso?", pensei. - Bom, eu não vou cair na sua. Agora, estou comprometida com o Wallace - assim que ela mencionou o nome do "novo namorado", noto a aproximação do cara deste, abraçando-a pela cintura. - Ele é o meu Pão-Francês.

O Wallace parecia mesmo um pão velho, mas quem liga para as escolhas amorosas da Pam!? Acho que ninguém.

– Será que eu posso ficar na sua casa? - perguntei, envergonhado, para a Pam. - É um assunto importante.

– Claro - disse Pam, animada. - Para falar a verdade, Wall e eu vamos passear e também iremos para uma agência de turismo, para comprarmos uma passagem para Paris. Viajaremos amanhã cedo!

– E vamos de primeira classe - disse Wallace, num sotaque francês.

Pam vibrou com a informação do namorado.

– Vou precisar de alguém para tomar conta da casa - disse Pam. - Então você pode ficar a hora que quiser.

Sorri, agradecendo a bondade da Pam.

– Mas não mexa no meu armário e nem olhe de baixo da minha cama ou vai se ver comigo! - avisou Pam, séria. - E... se a polícia bater na porta, não atenda!

– Ok! - falei, assustado com tanta informação.

Pam e seu namorado francês foram embora, me deixando sozinho na residência dos Pucketts.

Enquanto os caminhões de Bolo Gordo não chegavam, aproveitei o tempinho que me restava para andar pela casa e refletir nas palavras da Carly:

"Terá que encher a casa da Puckett de Bolo Gordo e sair. Mas, antes, deixe um recado carinhoso para ela".

Meu momento de reflexão teve uma pequena pausa por conta de um terrível barulho de buzina. Eram os caminhões.

– Olá! - fui atender a porta.

(***)

Pronto. A casa da Sam já estava cheia de guloseimas rosas e, por isso, não consegui sair da sala de estar para o banheiro.

Enfim, muitas horas depois, ouço ruídos na maçaneta da porta. Só poderia ser a Sam, bem, não consegui identificar a pessoa, pois estava muito escuro - Eu havia desligado as luzes da casa.

Coloquei uma música agradável de fundo e esperei que a pessoa se identificasse.

– Pam! - pela voz, só poderia ser a Sam.

Ela acendeu a luz e olhou para mim, surpresa.

– Freddie!? - gritou ela. Naquela hora eu já deveria ter saído da casa, como a Carly me pediu, mas era quase impossível de se movimentar com tantos Bolos Godos pelo chão.

Me encostei na bancada da cozinha e sorri.

– Por que...?

– Porque eu te quero Sam!

Estava tudo indo muito bem... Até o momento em que a Sam desmaiou por cima dos Bolos Gordos. À princípio, pensei que ela estivesse de brincadeira, mas a forma como ela caiu no chão...

– Sam! - corri para conferir. - Sam! Fala comigo.

Ela continuou mole no chão.

– Vamos, Sam! - Tentei acordá-la.

Rapidamente saquei o Pear Phone do bolso e liguei para a ambulância de um hospital popular em Seattle.

(***)

Sam fora levada para o hospital mais próximo. Por sorte, não foi nada grave, mas ela continuou sonolenta por alguns instantes.

Fiquei sentado numa poltrona ao lado da maca da loira, lendo uma revista sobre tecnologia da informação.

– O que houve? - perguntou ela quando despertou. Larguei a revista de lado e fui ver como ela estava se sentindo.

– Você desmaiou.

Sam pôs as mãos na cabeça, talvez com dor de cabeça.

– Não quero que fique do meu lado - disse ela, sem certeza na voz. - Chama a Carly ou... a minha mãe.

Revirei os olhos.

– Já falei com as duas - informei, segurando a mão da loira. - A Carly vem amanhã de manhã, ver como você está e a sua mãe... Bem... Ela me prometeu que vinha ainda hoje, porém, ela irá viajar amanhã para a França.

Sam largou a minha mão.

– Ah, ótimo! - resmungou ela. - Aposto vinte pratas que ela não vem. Pam nunca ligou para mim... Mas se fosse a Melanie...

A enfermeira apareceu no quarto, trazendo uma bandeja com: um pote de sopa, um copo de suco e uma maça verde.

– Demorou, hein! - reclamou Sam, pegando a bandeja. - Eu já estava morrendo de fome.

– É bom você comer mesmo. - falei, chateado, quando a enfermeira foi embora. - O médico, que lhe examinou, me disse que você deve não ter se alimentado bem...

Sam bufou, entediada.

– Lá vem você, tentando me passar lição de moral.

– É, isso porque você - apontei para a loira. - aparenta não ter juízo nessa cabeça. Parece até que gosta de provocar um 'draminha'...

– Ah, claro, Freddie - disse Sam, zombando de mim: - Eu amo desmaiar e acordar numa maca para receber a comida do hospital. Mas não se preocupe, você não precisa pagar pelo que eu comi hoje.

Suspirei, sentando-me na poltrona.

– Dinheiro não é o problema - falei, exausto. - Há algumas horas atrás, eu estava na sua casa, recebendo dois caminhões com Bolos Gordos e eu tive que pagar todo o estoque.

Sam cruzou os braços, me ignorando.

– Às vezes eu me pergunto: 'por que você é tão rude comigo?'