Antes que Eu Me Perca escrita por Emilly


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Alguma sugestão? (:



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Estou sem fôlego. Tento enxergar Parker á minha frente, mas minha visão está nebulosa e sem foco. Acho que estou tendo um ataque de pânico. Não tenho um desses desde que mandei a vida ir se ferrar. Mas agora, com o irmão do cara que me atacou á minha frente, não consigo respirar, me mover ou enxergar direito. E é agora que percebo que sou fraca demais.
–Dana, eu preciso falar com você. -Parker sussurra, inquieto.
Sua voz... Tão parecida com a de Lucas. Tenho vontade de vomitar.
–Se afaste! - eu rosno, recuando.
Parker levanta as mãos acima da cebeça, para me mostrar que não é uma ameça. Está errado. Ele é uma ameaça á minha sanidade.
"Você vai morrer, garotinha." Ouço Lucas falando em meu ouvido, seu hálito quente fazendo meu pânico aumentar. E como naquele dia, sinto suas mãos em minha coxa, nos meus cabelos. Ele está em todos os lugares. Não tenho escapatória, eu irei morrer.
–Dana! Fique aqui, não surte. -Parker diz, mais alto.
Então eu corro. Vejo vultos de pessoa me encarando, alguns estudantes que presenciaram a cena sussurram entre si. Mas eu corro. O tanto quanto posso. Tenho que ficar longe de Parker. Por que ele está aqui? O que ele quer? Veio terminar o que seu irmão começou?
Quando alcanço meu carro, me atrapalho para conseguir abrir o carro. Minhas mãos tremem, minha cabeça gira.
"Que linda você é. Eu iria pegar apenas seu dinheiro, mas agora quero mais. "Ele sibila, como uma cobra. Pressiona meu rosto contra a parede de tijolos do beco, me provocando um corte na bochecha.
Viro para a calçada bem nada hora em que vomito, engasgando-me com meu choro. Preciso permanecer na realidade.
Por favor, Dana, não se perca... Choramingo comigo mesma, abrindo a porta do carro.
–Você está bem?- uma menina que passa pergunta, inclinando-se em minha direção.
Eu faço um movimento com a cabeça e entro no Pontiac, suando frio. Quando agarro o volante, minha mão está escorregadia. Tento dar a partida duas vezes, mas o carro morre. Obrigo-me a acalmar, e respiro repetidamente.
Na próxima vez que giro a chave e passo a marcha, Jenny liga, e estou pronta para sair. Dirijo como uma maluca pelas ruas, e estou quase parando na porta no prédio quando penso em Kyle.
Ele não pode me ver dessa forma. Eu nunca irei o deixar me ver assim, sem controle. Sei que ele deve lutar consigo mesmo todos os dias para não perder a cebeça, e eu sou fraca demais. Ele sempre está tão sereno e calmo, e eu aqui, sentada em meu carro, chorando desesperadamente. Kyle já passou por merda demais, não irei o arrastar para a minha.
Dou meia volta, me sentindo um pouco mais calma. Vou até o centro e estaciono na rua de um bar universitário, com a intenção de encher a cara e esquecer o que aconteceu hoje.
O barman não pede a minha identidade quando me sento em um banquinho. Em vez disso, me oferece uma dose de tequila e uma garrafa de cerveja. Viro o líquido na minha garganta, feliz por ter alguma distração. Sinto a queimação descer até meu estômago, e decido que irei beber mais dessas.
Nada disso teria acontecido antes de Kyle. Quando eu dou espaço para sentur algo por ele, fico menos resistente. Eu quase pensei que poderia ser alguém normal quando ele sorriu para mim em seu apartamento. Quase. Eu simplesmente não acredito que surtei em frente a metade da faculdade. Durante dois anos eu batalhei para construir uma muralha em minha volta, e com menos de um dia, um cara conseguiu destruí-la.
Parabéns, Dana.
Alguns garotos conversam do outro lado do bar e eu os ignoro. A música que passa na jukebox é uma droga, a luz é muito clara, minhas mãos tremem e a borda do copo está suja de poeira, mas eu ignoro tudo isso.
–Outra, por favor. -digo ao homem do outro lado do bar, levantando a cerveja.
Então eu bebo. Uma atrás da outra, até perder a conta. Até a tarde de hoje não passar de um borrão em minha mente.Quando me dou conta, já é quase sete horas da noite e o bar está cheio de universitários.
–Tudo bem?- alguém se aproxima.
Olho para o lado e vejo um garoto alto e loiro, parecendo muito familiar. Sim, é Liam. Seus olhos focam em mim, e de repente, estou o achando bem atraente. Pelo menos para hoje, ele vai servir.
–Você está bem?- ele repete.
Balanço a mão no ar, dispensando esta questão. Não estou bem, estou viva. E quer saber? Isso é uma droga.
–O que faz aqui? -pergunto, arrastando as palavras.
–Vim beber com uns amigos. -Liam responde, indicando a mesa atrás de si. - E você?
Sinto seu olhar em meu decote, e me endireito na cadeira. Umedeço meus lábios e inclino a garrafa de cerveja na minha boca.
–Bom, eu não sei, mas acabei de pensar em algo interessante para fazermos. -sussurro, cruzando as pernas lentamente.
Liam se aproxima, e murmura algo em meu ouvido. Não entendo o que é, só consigo pensar no cheiro de Kyle. E é assim que sei que preciso desesperadamente voltar a seu eu mesma.
–Você quer sair daqui?- ele pergunta, quando se afasta.
Concordo e pulo do banco, tropeçando um pouco. Talvez eu me arrependa disto amanhã, penso, mas eu preciso fazer alguma coisa para evitar de pensar em Kyle. Jogo uma nota de cinquenta na bancada e não espero o troco, enganchando minha mão na de Liam. Nós saímos do bar assim, juntos.
Não pergunto se ele está de carro, simplesmente entro no meu e jogo a chave para ele. Não ligo de dirigir bêbada, mas tenho certeza que Liam não quer morrer hoje.
–Para onde vamos? -ele pergunta, ligando Jenny.
–Para onde tenha uma cama... -murmura, me aproximando dele. Beijo seu pescoço e a linha do seu maxilar, deslizando minha mão pelo seu abdomen. Quando abaixo minha mão mais um pouco, escuto um gemido grave vindo da sua garganta, e continuo meu trabalho, entretida com seu corpo. Eu sou realmente boa nisso.
Os cinco minutos seguintes passam como um borrão. Só percebo que estamos chegando no nosso prédio quando vejo a portaria familiar. Ótimo, Zack irá surtar.
–Está tudo bem, podemos ir para algum outro apartamento. -Liam diz, com a voz mais rouca do que o habitual.
Assinto e saímos do carro. Liam me pega no colo, suas mãos apoiadas em minha bunda, e eu começo a beija-lo. Envolvo minhas pernas em seus quadris e pressiono meu corpo contra o dele. Sou carregada até o hall de entrada, e assim que chegamos até a porta do elevador, Liam me prensa na parede.
Seus lábios se arrastam pelo meu pescoço, lentamente. Um arrepio percorre minha pele, e eu me sinto tão bem... Afundo meus dedos em seu cabelo e mordo seu lábio inferior, rosnando baixinho. Quando nós entramos no elevador, tiro a camisa de Liam, passando minhas unhas pela suas costas.
–Zack... Ele vai... -Liam começa, se afastando.
Coloco meus lábios nos seus novamente, o calando. Não quero saber de Zack. Foda-se. Eu só quero esquecer. Tiro minha própria blusa, e Liam beija meus seios. Seu quadril pressiona o meu, lentamente, e eu suspiro fundo.
É quando a porta do elevador se abre.
Liam é puxado para trás e eu caio no chão de pé. Ainda estou bêbada, de modo que tenho que me apoiar para conseguir ficar ereta.
Vejo Liam sendo atingido por um punho, e tento entrar no meio dele e de seu agressor.
Kyle olha para mim, seus olhos semi cerrados. Suas mãos estão ao lado do seu corpo, e ele ainda encara Liam com raiva. Quando percebe que estou sem blusa, ele pega a peça de roupa no chão e empurra para mim, evitando de olhar para o meu corpo.
– Ela queria, Kyle! -Liam grita, as mãos em seu nariz, que jorra sangue.
Kyle se concentra em seus lábios, mas logo olha para mim. E é nesse exato momento que uma ânsia de vômito de atinge, e eu solto tudo que está no meu estômago pela segunda vez em um único dia.
Kyle avança para Liam novamente, ao perceber que estou bêbada. Seu braços se flexionam quando ele soca o garoto que eu estava beijando. Eu deslizo pela parede, fraca demais.
–O que está acontecendo? -ouço Zack gritar.
A porta do nosso apartamento está aberta, e ele sai para o corredor como um furacão. Quando ele me vê, seu rosto se contorce em uma carranca.
Deus, eu quero tanto dormir.
Kyle solta Liam, que cai como um peso morto. Ele explica para meu irmão o que aconteceu, por meio da linguagens de sinais. Seus movimentos são tão lindos, tão fluidos...
Eu não ligo mais. Para nada. Estou anestesiada.
–Droga. Leve ela para seu apartamento, Kyle. Tenho que largar Liam no hospital. -meu irmão diz.
Ouço o som de outro golpe, e sei que agora quem o desferiu foi Zack. Liam geme.
–Ela está bêbada, seu idiota!- ele grita.
Fecho meus olhos, cansada. Parem de gritar.
–Por que você fez isso Dana? -ouço-o perguntar. Suas mãos repousam em meu rosto, e sinto o calor se espalhar por minha pele.
Estou longe, já. Mas por alguma maldição do destino consigo reunir força o suficiente para murmurar:
–O irmão dele está aqui... Seus olhos...
Eu sinto alguém me erguendo do chão, os braços fortes ao meu redor. Sinto o cheiro de canela, e sei que é Kyle quem me segura. Me aconchego contra seu peito, já me esquecendo do meu orgulho.
Então eu caio no sono


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