Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 97
Capítulo 97


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, loves. Eu quase não apareço aqui hoje graças ao meu celular e minha burrice, sério. Eu havia apagado o capítulo 97 do meu celular e não tinha no computador, mas graças a Deus e whatssapp, ele estava salvo em um grupo onde o salvo. Por pouco não perco tudo.



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   Me lembro de chorar antes de dormir, mal acordo e também começo a chorar. Não sei se é medo, ou se é raiva pelas circunstâncias da vida. Eu não estaria aqui se não fosse por causa de Amun e sua ideia absurda de querer o trono. Eu estaria no acampamento, talvez casada com Arão. Somente eu sei o quanto odeio Amun agora! O quanto odeio a minha vida! Somente esse risco de vida que está dentro de mim me faz apreciar os dias. Eu não sei se vou suportar me casar com Zion, mesmo eu tendo amado ele uma vez. Mas eu não posso pensar nisso agora. Eu não posso ser mãe solteira...

—Está chorando? —Ouço minha mãe perguntar e então me levanto da cama e enxugo minhas lágrimas. —Não pode esconder o que sente para sempre, Anippe.

—Claro que posso. —Falo e então sinto a mão de minha mãe em meu ombro e logo em seguida em meu rosto. —Os sentimentos não são nada.

—Não deve ser tão dura com você mesma. —Ela fala e então me levanto. —Você sempre foi assim. Sempre fugindo de todos, Anippe. —Minha mãe acaba falando a verdade. —Mas eu nunca te ensinei isso.

—A senhora estava ocupada demais com Djoser. —Falo sem pensar e então vejo o olhar entristecido de minha mãe. —Eu não queria falar isso.

—Queria sim. —Minha mãe fala e então se lamenta. —Me perdoe. —Ela pede e então segura a minha mão. —Me perdoe por esconder tantas coisas de você. —Minha mãe pede com um sentimento de culpa, vejo isso nítido em seu olhar.

—Esconder? —Indago curiosa.

—Um dia eu irei te contar uma coisa... —Minha mãe fala com dificuldade devido ao choro. —Muito grave.

—Fale de uma vez mãe. —Peço ao ver que minha mãe está totalmente infeliz. —É algo relacionado á Radamés?

—Não. —Minha mãe nega. —Radamés vai embora um dia, vai desistir disso.

—Somente se ele ver que...

—Estou comprometida, eu sei. —Minha mãe fala por mim. —Quando você e Djoser se tornarem soberanos do Egito, eu vou voltar para a Núbia. —Minha mãe revela. —Vou criar Lyanna longe daqui. Longe de tudo isso...

—Das lembranças do meu pai? —Minha mãe demora a responder a minha pergunta.

—Sim. —É a única coisa que responde e então olha unicamente para mim. —Espero que você seja feliz ao lado de Zion. —Ela deseja. —Nunca esperei isso de você, mas isso as vezes acontece. Aconteceu comigo, mas eu não concebi nenhuma criança.

—Como assim? —Indago confusa.

—Eu me entreguei ao seu pai antes de me casar. —Minha mãe revela e então fico completamente desnorteada. —Fiquei com medo de que ele não se casasse comigo depois, mas ele casou. —Minha mãe fala e então sorri. —Mas você foi diferente. Você era pura e agora está esperando um filho de Arão. —Sinto o gosto da culpa novamente. —Acredita que seu pai teve ciúmes de mim com Arão?

—Não pode ser. —Falo.

—Você e seu pai... Ciumentos até o último fio de cabelo. —Minha mãe brinca e então sorrio. —Ele ficaria incrédulo ao saber que você espera um filho de Arão.

—É uma pena ele ter morrido sem conhecer os netos que estão para nascer. —Falo. Minha mãe me olha com uma certa dúvida, mas logo sorri.

—De onde ele estiver, vai saber disso. —Ela fala com certeza e me entrega um sorriso que jamais deu para ninguém. Minha mãe não está louca, nem cega pelo poder, ela apenas está diferente. Algo mais aconteceu depois que fui embora do Egito. Até tento desvendar o que há no olhar de minha mãe. E tenho certeza que é algo forte.

—Fale de uma vez o que tem para me dizer. —Peço intrigada. —Sabe muito bem que vou descobrir de um jeito ou de outro.

—Eu sei. —Minha mãe fala conformada. —Mas eu não posso falar nada agora.

—Porque? —Pergunto ao segurar suas mãos com firmeza, logo somos interrompidas por Djoser.

—Eu imaginei que estivessem juntas. —Djoser fala ao se aproximar de nós. Meu irmão beija o rosto de minha mãe e logo em seguida o meu. Não faz muito tempo que Djoser assumiu o papel de homem da família, mas eu me nego a acreditar. —E é assim que deve ser. —Meu irmão fala e então posso ver o quanto ele está feliz pela nossa união. —Logo avistamos Lyanna entrar e ir até Djoser. Sorrio ao ver o quanto Lyanna é apegada ao nosso irmão mais velho, e o quanto isso faz minha mãe feliz.

—Como está a minha irmã? —Pergunto fazendo Lyanna sorrir e olhar tímida para nossa mãe procurando uma resposta.

—Vocêa vão me desculpar, mas Lyanna é a minha favorita. —Djoser fala em tom de brincadeira para que Lyanna sorria. —Nenhuma de vocês duas são páreo para Lyanna.

—Sabemos disso. —Falo irônica. Noto o quanto minha mãe está emocionada por ter os três filhos juntos e perto dela. —Olhem bem para a mamãe. —Peço e então Djoser e Lyanna olham. Minha mãe logo fica envergonhada, a prova disso são suas lágrimas. —Ela não é... Própria. —Falo ao sentir uma alegria enorme no coração.

—Não chora, mãe. —Lyanna pede ao ficar de frente para nossa mãe. Djoser então olha para a menina com uma certa tristeza. Lyanna é tão doce e carinhosa como nossa mãe, mas também tem um pouco da personalidade de nosso pai. Ver essa menina crescer é como ver meu pai se reinventar em outra vida. —O papai não está aqui para enxugar suas lágrimas. —As palavras de Lyanna me fizeram tão mal que por um momento pensei que fosse chorar até minhas lágrimas me afogarem.

—Mas eu estou. —Djoser fala e então fica ao lado de minha mãe, fazendo ela rir. —Nós estamos aqui juntos como a família que somos. E vamos cuidar uns dos outros. —Meu irmão fala ao deixar claro que, como único homem da família, vai cuidar de todas nós.

—Vamos passear? —Minha mãe pergunta sugestiva para Lyanna. Minha irmã parece gostar da ideia e então ela olha para Djoser. —Leve sua irmã na frente. —Minha mãe pede e então Djoser e Lyanna saem de mãos dadas.

—Djoser é quase um pai para Lyanna. —Falo ao ver que a única figura masculina que Lyanna tem próxima de um pai é Djoser, o nosso irmão. —Acho que supre a falta do meu pai na vida da minha irmã.

—Pode até ser.—Minha mãe fala pensativa.

—Soube que está criando leões em cativeiro. —Falo sem pensar. —Desde quando faz isso?

—Alguns anos. —Minha mãe revela. —Gab achou um casal de leões faz um pouco mais de três anos. Eles rondavam a cidade durante a noite. Como o leão é simbolo de Ramsés I e da tribo de Judá, pedi para que Gab caçasse os animais e trouxesse eles vivos. —Minha mãe fala pensativa. —A fêmea teve dois filhotes. Logo eu estava perdendo o controle da situação, mas então deixei que os quatro ficassem nas masmorras do palácio. As grades iriam segurar eles por muito tempo, e seguraram.

—Vi apenas três leões adultos e um filhote. —Falo.

—A leoa mais velha teve um filhote faz pouco tempo. O leão mais velho morreu faz pouco tempo também. —Minha mãe revela. —A primeira ninhada dela foram um macho e uma fêmea. Lyanna sempre achava que você era a gêmea da leoa.

—O leão morreu durante a gestação da leoa? —Indago e minha mãe afirma. —Que irônia. —Falo ao lembrar que meu pai morreu enquanto minha mãe estava grávida. —O filhote é...

—Uma leoa. —Minha mãe revela. —Uma vez Lyanna quase morreu quando foi para a masmorra sem ninguém ver. Ela voltou assustada e eu perguntei porque ela estava tão assustada. Foi quando sua irmã me disse que tinha ido ver o filhote de leão e que estava brincando com ele até que a mãe dele avançou. Se não fosse as grades da masmorra, sua irmã teria morrido.

—Lyanna parece gostar do perigo. —Falo sorridente.

—Quase enlouqueci quando soube. Minhas pernas ficaram bambas só de imaginar Lyanna sendo morta pela fera. Por isso fiquei mais atenta e fiz com que a jaula deles fossem mais seguras assim como a masmorra. —Minha mãe fala. —Graças à eles, os homens de Amun tem medo de invadir o palácio.

—É inacreditável que Djoser não tenha capturado Amun até agora. —Falo estarrecida. —Que vergonha, não é?

—Djoser é um homem agora. Está mais esperto, não é mais inexperiente. Quando ele se casar com Yaffa, Amun não terá outra alternativa a não ser se render. —Minha mãe fala.

—Já pensou na possibilidade de Amun não aprovar isso? —Pergunto e então minha mãe sorri.

—Ele quer pode. Uma filha rainha já é o suficiente. —Minha mãe fala cheia de si. —Mas ele não espera que eu torne a minha filha mais velha a rainha do Alto Egito, assim Yaffa vai ter seu poder limitado.

—E isso vai provocar ainda mais a raiva de Amun. —Falo.

—A nova coroa que você pediu já está pronta. —Minha mãe fala e então sorrio feliz em saber. —Vai ficar linda em você, meu amor. —Minha mãe fala carinhosamente ao acariciar o meu rosto. Seu olhar então vai até meu ventre, mas desta vez ela não fica tão brava como antes. —Me desculpe pela minha reação. Mas eu estava nervosa e preocupada não apenas com você, mas também com essa criança que você carrega aí dentro. —Minha mãe fala e então põe sua mãe em meu ventre. —Faz pouco tempo que você a concedeu, ninguém vai suspeitar. —Minha mãe fala mais tranquila. —Eu ainda não acredito que vou ser avó.

—Todos com a mesma idade. —Falo sobre os filhos de Djoser e essa criança que carrego. —Já é certo que essa criança tenha os olhos azuis. —Falo ao me lembrar dos olhos de Arão.

—Seu primeiro filho. —Minha mãe fala pensativa. —O primeiro filho é uma tempestade de sentimentos e descobertas. Eu perdi a noção do tempo e a consciência de onde vinha tanta força quando tive Djoser. —As palavras de minha mãe me fizeram rir. —Mas logo em seguida veio você. E quando eu e seu pai olhamos para você... —Lágrimas brotaram de seus olhos. —Eu e ele nos demos conta do quanto difícil seria criar você. Uma menina... Ver você crescer, falar, ter a primeira febre, passar noites em claro por sua causa agora não são nada. Mas quando você nasceu, eu me preocupei. Não tanto quanto com Djoser, com você eu já tinha mais experiência e não tinha medo. —Minha mãe fala e então paira suas mãos em meu ventre. —Djoser me fez ser mãe. Mãe de sangue. Uma mãe que não tinha experiência alguma. —Ela fala. —Mas você já nasceu quando eu já estava pronta. Eu era totalmente mãe... Já tinha amadurecido. —Minha mãe acaba me fazendo chorar. —Está com medo, não está?

—De tudo. —Respondo. —Da criança não ser saudável, de perdê-la de todas as formas, de perder a minha vida quando meu filho nascer e não vê-lo crescer. Eu tenho medo de que ele se machuque quando eu não o proteger dentro de mim.

—Pensa apenas nele? —Minha mãe pergunta e então sorri.

—Apenas nele. —Falo.

—Isso é apenas o começo. —Minha mãe fala convicta. —Eu fiquei brava quando soube que você estava grávida de Arão. Logo pensei que ele não iria assumir a criança. Mas independente do pai, eu sou a avó dessa criança. —Minha mãe fala me fazendo chorar. —Essa vida que está dentro do seu ventre carrega um pouco de mim, um pouco de seu pai, de você, de Arão... —Minha mãe fala. —Carrega um pouco de todos nós. —Ela fala e então seus olhos azuis perdem o foco. —Espero que você esteja firme nessa sua nova missão. Missão de ser mãe. E eu te garanto, Anippe. Não é fácil, mas nada sobre o amor é fácil.

(...)

—Lyanna! —Falo ao ver minha irmã correr até mim. —De onde vem?

—Estava com a mamãe no jardim. —Lyanna revela. —O que fazemos para demonstrar que gostamos de outra pessoa, Anippe? —Minha irmã pergunta curiosa.

—Na maioria das vezes somos carinhosos. —Falo ao acariciar o rosto da minha irmã.

—Beijar é carinhoso? —Lyanna pergunta e então fico confusa com a pergunta da minha irmã.

—Não entendi. —Falo.

—Ele foi carinhoso com a mamãe. —Lyanna fala e então tento entender mais uma vez. —Radamés.

—O que ele fez? —Pergunto sem querer acreditar no que penso.

—Beijou a mamãe, Anippe. Da mesma forma que vi Djoser fazer com Yaffa. —Lyanna revela sorrindo e então tento não demonstrar o meu espanto. —O papai também fazia isso com a mamãe?

—Depoia eu falo sobre o papai, está bem? —Pergunto sugestiva e então a menina sorri. —Agora vá atrás de Leila e peça para ela cuidar de você até eu voltar. —Falo antes de beijar o rosto da minha irmã. Lyanna sai correndo a procura de Leila, logo eu vou até o jardim para ver com meus próprios olhos o que está acontecendo.

—Não deveria ter feito isso. —Ouço minha mãe falar indignada. Noto que ela está completamente desnorteada, sem ação. —Não deveríamos ter feito isso. —Ela nega brava com Radamés.

—Você fica ainda mais bonita quando está com raiva. —Radamés fala ao segurar o braço de minha mãe. —Você está esquecendo ele, não está?

—Jamais. —Minha mãe fala me assustando pelo seu tom de voz. —Hur é pai dos meus filhos, Radamés.

—Mas ele não está aqui. —Radamés fala ao segurar as mãos da minha mãe. —Eu estou. —Ele fala fazendo minha mãe sorrir. —Henutmire, casa comigo? —Ele dispara seu desejo. Sinto minhas pernas fiacrem bambas ao ver tal cena, mas logo trato de me acostumar. —Quer ser minha esposa e ser feliz de verdade? —Ele pergunta enquanto minha mãe fica sem reação.

—Não. —Falo ao ver que minha mãe está sem resposta.

—Não posso. —Minha mãe fala angustiada e então Radamés a abraça. —Eu estaria traindo Hur. —Minha mãe fala se sentindo culpada. —Radamés, não me peça mais isso. Estou ficando nervosa demais! Você está me deixando sem saída!

—Eu quero cuidar de você. De você e Lyanna. —Radamés fala e então sorri. —Eu vi você quase morrer depois que... Você sabe. Que tiramos ela de você naquela época. —Ele fala nervoso. —Você estava tão mal, mas foi só ter Lyanna nos braços novamente que você se levantou. —Radamés fala orgulhoso. —Não vai estar traindo Hur, Henutmire. Você vai estar sendo feliz. —Ele insiste me fazendo odiar sua pessoa. —Eu te amo, você sabe disso...

—Eu também gosto de você. —Minha mãe fala e então vejo um sorriso enorme estampar no rosto de Radamés. —Acha que com o tempo posso amar você?

—Claro que pode. —Ele fala convicto. —Ele quem deu esse anel, não foi? —Radamés pergunta ao olhar para o anel na mão de minha mãe.

—Hur me deu quando ficamos noivos. —Minha mãe fala e então sorrio. —Nunca tirei ele, nem mesmo quando nos casamos.

—Não quero que tire ele. —Radamés fala sobre o anel. —Nem que esqueça Hur. Quero apenas que retribua o amor que tenho por você, Henutmire. —Ele fala me deixando um pouco aliviada. Logo Radamés se aproxima de minha mãe com a única intenção de beija-la, aos poucos posso ver que minha mãe não tem saida, mas aos poucos se acovarda e se afasta. As mãos de Radamés seguram os braços de minha mãe enquanto ela tenta retirar as mãos dele de cima dela. Quando vejo que a insistência de Radamés está deixando minha mãe nervosa, faço menção de aparecer, mas logo me assusto ao ouvir uma voz firme.

—Mãe! —Djoser exclama bravo ao ver nossa mãe tão intima com Radamés. —Posso saber o que acontece aqui? —Meu irmão pergunta irritado e se coloca entre nossa mãe e Radamés. —Não acha que está ultrapassando os limites? Pare de cortejar a minha mãe! —Meu irmão ordena ainda mais bravo fazendo minha mãe ficar nervosa.

—Sua mãe sabe muito bem se defender, Djoser. —Radamés fala. —Ela é uma mulher feita, não precisa que um filho diga para ela o que fazer ou não.

—Djoser! Não! —Minha mãe fala ao segurar meu irmão.

—O que está acontecendo? —Indago fingindo que acabo de chegar.

—Saia daqui, Radamés. —Minha mãe pede nervosa. —Depois conversamos.

—A senhora não vai se aproximar desse homem nunca mais! —Djoser esbraveja e então abraço minha mãe. —Sabe que não pode se envolver com nenhum outro homem.

—Djoser, a nossa mãe é livre para amar quem quiser. —Surpreendo meu irmão com minhas palavras. —Deixem eles dois em paz.

—Cale-se! —Djoser grita bravo comigo e então me assusto. —Fora daqui! —Meu irmão ordena e então Radamés olha para minha mãe antes de sair. Logo vejo minha mãe chorar e a súbita raiva nascer em mim.

—Como ousa tratar ela assim? —Pergunto furiosa para meu irmão. —Perdeu o juízo?

—Você não sabe de nada. —Djoser fala convicto e então perco minha paciência. Minha mão fere o rosto do meu irmão com força, fazendo ele rir de tão perplexo que está agora. Seu riso acaba me descontrolando, por isso parto para cima dele com toda minha raiva. —Pare!

—Parem os dois! —Minha mãe ordena ao ver que Djoser me imobiliza em seus braços. —Solte sua irmã, Djoser. —Ela ordena e então meu irmão me solta. —Se machucou? —Ela pergunta preocupada pela minha gravidez.

—Meu braço dói um pouco. —Falo e então minha mãe olha para meu braço. —Você é um animal! Um selvagem! —Exclamo olhando para Djoser. —Como pretende ser pai com essa brutalidade?

—Não se meta! —Djoser fala ao levantar a mão para mim, mas não me bate. Logo espero o peso de sua mão, mas não a sinto. Meu irmão fecha o punho e então abaixa-o.

—Me bata! Vamos! — Incentivo fazendo minha mãe ficar ainda mais nervosa. —Quero ver se você tem coragem de me bater! Bata na sua irmã! —Ordeno e então minha mãe fica entre nós dois.

—Parem com isso! —Minha mãe pede nervosa. —Ninguém vai bater em ninguém. —Ela fala amedrontada.

—Foi um impulso meu. —Djoser fala e então vem até mim. —Me perdoe, eu não iria bater em você. —Meu irmão pede arrependido.

—Claro que ia, Djoser. —Falo. —Você pode até bater em mim, mas não vai destratar a nossa mãe. —Falo furiosa.

—Eu não te conheço. —Meu irmão fala. —De uns tempos para cá você mudou muito. Acaso o noivado lhe rendeu algum vestígio de compaixão?

—Me poupe. —Falo enojada.

—Eu me lembro muito bem que o nosso pai não gostava de você perto de Zion. —Djoser fala e então olho para nossa mãe. —Pensei melhor, Anippe. Você não vai casar com Zion. —Meu irmão fala com uma certa autoridade.

—Quem você pensa que é? Você é meu irmão, não meu pai. —Esbravejo furiosa. —Eu vou sim me casar e não vai ser você quem vai me impedir disso, Djoser. Cuide da sua vida com Yaffa e Halima.

—Sua irmã vai se casar com Zion, Djoser. Seu pai não está aqui para concordar com nada, eu estou. —Minha mãe fala seriamente para meu irmão. —O mais rápido possível. Assim como você e Yaffa, em seguida você vai tornar Halima sua segunda esposa e concertar o que você fez. —Minha mãe fala ríspida. —A última vez que um rei engravidou duas mulheres, o filho mais velho foi rejeitado e a filha mulher não. Não quero que o filho que Halima espera tenho o mesmo destino de Gab.

—Não vai ter. —Djoser garante.

—Mas é claro que não. Você é filho de Hur, não deve ser covarde. —As palavras da minha mãe diminuem meu irmão. —Um rei não deve ser covarde. —Ela fala e então olha para mim logo em seguida. —Uma rainha muito menos.

 


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaah corram! E então?
Alguém aí tá assistindo "O rico e Lázaro"?



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