Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Se preparem para fortes brigas *__*



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—O que vai acontecer com todos nós? —Uri me pergunta escandalizado com a atitude de Ramsés.

—Estamos protegidos aqui no palácio. —Respondo um pouco tonta. Talvez seja o meu medo por ouvir tantos trovões.

—Eu não achei Amenhotep em lugar nenhum! —Djoser fala ao entrar eufórico e acompanhado por Leila.

—Onde esse garoto foi? —Pergunto aflita. —Acha que ele saiu do palácio?

—Eu não quero nem imaginar. —Leila fala ainda mais aflita do que eu. —E Karoma?

—Ela pediu para ficar com o filho e eu deixei. —Falo. —Onde está Hur? E Anippe?

—Minha irmã não estava com a senhora? —Djoser pergunta confuso. —Eu pensei que estivesse.

—Vá atrás de Anippe, Leila. —Ordeno e então dou as costas para todos.

—A senhora precisa se acalmar. —Uri pede. —Não vai conseguir nada ficando tão nervosa.

—Você não viu o que eu vi, Uri. As estátuas que ficam de frente para o palácio não existem mais e está chovendo pedras e fogo! —Minha voz só não foi mais branda que os travões e raios.

—Está uma ventania imensa lá fora! —Anippe fala ao entrar em meu quarto acompanhada por Amenhotep.

—Você saiu do palácio? —Uri pergunta tomando Anippe pelo braço.

—Me solta! —Anippe pede tentando se soltar das garras de Uri.

—Você está louca? Sair do palácio em meio a uma praga?

—Não sabíamos de nada! —Amenhotep tenta defender Anippe.

—Não importa. —Uri ressalta. —Onde você estava, Anippe?

—Não é da sua conta. —Anippe fala sendo grossa com seu irmão mais velho. —Você não é meu pai!

—Calem-se! —Ordeno impaciente ao ver Anippe e Uri brigarem. —Briguem depois!

—A culpa não é minha, mas sim do meu irmão que o insiste em fazer seu papel de pai comigo. —Anippe então deu as costas para Uri.

—Eu apenas estou cuidando de você, Anippe... —Uri fala.

—Não preciso de você e nem de ninguém, Uri! Não preciso que cuidem de mim como se eu fosse uma criança ou uma pobre coitada só porque meu pai me odeia! —As palavras de Anippe chocam até mesmo Amenhotep. —Cuide de sua vida que da minha cuido eu!

—Anippe! —Djoser chama a atenção da irmã mais nova.

—É isso mesmo que você ouviu! Eu não preciso dos cuidados de Uri!

—Cala a boca! —Amenhotep pede impaciente com a prima. —Deixe de ser arredia pelo menos uma vez ao dia!

—Tentem se a acalmar todos vocês! —Ordeno e por fim todos se calam. —Não é hora para discutir!

—A senhora definitivamente está sem paciência! —Djoser fala estarrecido pelo meu tom de voz autoritário. —Onde está o meu pai, afinal?

—Ele não faz falta. —Anippe nos surpreende com sua amargura.

—Quem não faz falta? —Hur pergunta ao ouvir Anippe assim que entra em meu quarto.

—O senhor. —Anippe responde e enfrenta Hur. Olhei para Uri amedrontada mais uma vez. Anippe por fim vai falar tudo o que tem para falar para Hur.

—Como se você fizesse alguma falta para mim. —Hur rebate agressivamente contra Anippe. Minha filha fica em choque com o que Hur fala, mas não deixa barato.

—Então o que está fazendo aqui? —Anippe pergunta no momento que Hur vem até mim. Mas então meu marido volta a olhar para Anippe ao invés de olhar para mim.

—O que pensa ao falar comigo dessa maneira, Anippe? Perdeu o juízo? —Hur pergunta indo até nossa filha. É então que Amenhotep vai para perto de Djoser e tenta não olhar para Anippe.

—Se eu perdi ou não o juízo não é da sua conta. —Anippe enfrenta Hur mais uma vez. —Aliás, nada da minha vida lhe diz respeito.

—Eu sou o seu pai! —Hur esbraveja me assustando. —Eu exijo respeito!

—O senhor pode ser meu pai, mas não é na prática! —Anippe deixa Hur incrédulo com suas palavras. —Portanto, não venha exigir respeito. —Ela fala no momento em que Amenhotep sai do quarto envergonhado.

—Parem com isso! —Peço aflita pela forma como Hur e Anippe se enfrentam. —Parem já!

—Deixa ele, mãe. Talvez agora ele saiba a espécie de pai que é! —Anippe enfrenta Hur mais uma vez. É então que Hur levanta a mão para bater em nossa filha, mas eu interfiro com a ajuda de Uri.

—Não faça isso, Hur! —Peço ao segurar a mão de Hur com toda a minha força.

—Calma, meu pai! Não bata em Anippe! —Uri se põe na frente de Hur enquanto Djoser puxa Anippe para perto de si. Eu choro ao sentir a mão de Hur tremer de raiva por nossa filha.

—Não bata nela, Hur! Não bata na nossa filha! —Eu peço abraçada á Hur. Meu marido olha fixamente para Anippe, que mesmo assustada com a situação, não se acanha. Eu olho para Uri e Djoser tentando achar uma solução para o que está acontecendo, mas nem mesmo eles sabem o que fazer.

Hur então abaixa sua mão direita lentamente, mas segue com o olhar fixo em Anippe. Não sei o que está acontecendo com minha filha! Ela agora está enfrentando Hur sem medo e sem respeito. Eu não quero nem imaginar o que vai acontecer a partir de agora.

—Se acalmem. —Uri pede aflito. —Estamos em meio a uma praga e não é hora para brigas. —Meu enteado mal terminou de falar e o barulho causado pelo fogo aumentou. Relâmpagos e mais relâmpagos não paravam de rasgar o céu negro que cobre o Egito.

O barulho das estátuas erguidas em homenagem a Ramsés sendo destruídas pelas bolas de fogos me deixavam ainda mais tensa. Porque Deus enviou uma praga tão tenebrosa como essa? Será que é dessa última praga que todos nós iremos morrer?

—Controle sua filha. —Hur pede ríspido. Anippe então é amparada pelos irmãos, coisa que não posso fazer por ela agora.

Por um momento Anippe abre a boca para falar, mas se cala ao ver o meu medo nítido em meu rosto. Djoser e Uri então a tiram do quarto e saem de mãos dadas.

—Não me olhe assim. —Hur fala ao ver o quanto estou brava pela cena que acabo de presenciar.

—Tentarei convencer Ramsés. —Falo antes de sair do meu quarto. Sei que se eu ficasse no mesmo local que Hur depois de ter visto ele e Anippe brigarem, certamente eu voltaria a brigar com Hur. Em meio as pragas, o ódio que Anippe sentia pelos hebreus e seu egoísmo, a morte de Nefertari e a minha coroação como rainha do Egito, estou confusa demais! Confusa ao pondo de não saber mais quem eu sou e muito menos de entender o meu marido.

(...)

—Eu não vou libertar os hebreus! Não vou! —Ramsés grita do alto de seu trono.

—E prefere ver o Egito desaparecer? Todo o reino está queimando! —Rebato a contra gosto de Ramsés. Meu irmão está se deixando levar pelo poder como sempre fez. —Prefere morrer?

—Talvez assim eu fique ao lado de Nefertari! —Ramsés esbraveja magoado. Então se trata de mágoa, ou seja, meu irmão não se vê sem ter Nefertari ao seu lado.

—Mas eu não quero morrer, Ramsés! Por muito pouco eu quase morri! —Falo ao me aproximar ainda mais do trono. —Deixe essa discórdia infame entre você e Moisés de lado e pense um pouco em todos nós!

—Eu não me importo com ninguém, Henutmire! —As palavras de Ramsés quase fizeram com que eu caísse dos degraus.

—Mas eu me importo! E se você que é o rei não liberta o povo hebreu, eu que sou a rainha vou fazer isso! —Minha decisão assustou Ramsés. Mas eu não posso deixar todo o império de meu pai ruir nas mãos de Ramsés simplesmente porque ele está louco.

—Ora,ora,ora... Não é que Osíris deu asas à uma cobra! —Ramsés me irrita com sua maneira de falar, mas ele não para ao ver o quanto está me irritando.

—Se ele é capaz disso então Seth também pode trazer a sua sanidade de volta! —Esbravejo. —Você está louco, Ramsés!

—A única louca aqui é você que está casada com um hebreu! —Ramsés me deixa ainda mais indignada com suas palavras.

—Você querendo ou não eu sou esposa e mãe dos filhos dele, Ramsés! Aceitei isso de uma vez por todas! —Falo exaltada. Eu já não aguento mais saber que Ramsés odeia ter Hur como cunhado. —E nem você e nem qualquer outra pessoa vai me impedir de ter Hur comigo para o resto de minha vida!

—Não diga uma asneira dessa! Você é rainha do Egito e deveria estar casada com outro homem!

—Como Disebek por exemplo? —Minha pergunta faz Ramsés esmorecer rapidamente. —Que se estivesse vivo certamente iria tirar proveito de mim sendo rainha. E Gab? Prefere me entregar para um príncipe núbio como pretendia fazer? —Ramsés não respondeu a nenhuma de minhas perguntas. —Infelizmente eu trouxe o caos para o equilíbrio cósmico, meu irmão. Mas você nos levará á ruína!

—CHEGA! —Ramsés pede ao se assustar com a tempestade que cai lá fora. —Chega!

—Não! Eu não vou parar até você libertar os hebreus, Ramsés! —Minha atitude o assustou ainda mais. —ME OUÇA!

—NÃO VOU CEDER! —Ramsés grita ainda mais bravo comigo. Foi nesse exato momento que escutamos um estrondo causado pelo fogo que desce do céu. —Fale com esse deus, Henutmire!

—Você quem deve fazer isso, Ramsés! Faça alguma coisa antes que todo o Egito pereça! —Insisto e espero pela decisão de meu irmão.

—Está bem. Irei libertar os imundos...

(...)

—O que a senhora fez? —Moisés pergunta ao sair da sala trono após saber que Ramsés deu a liberdade para os hebreus.

—Eu não fiz nada, Moisés. —Respondo risonha. Meu filho, o libertador dos hebreus, me abraça emocionado.

—Deus com certeza mudou o rumo da história! —Moisés fala alegre.

—Eu lamento muito por Joquebede, meu filho. —Falo, todavia Moisés olha para Arão e os dois começam a rir.

—Graças a Deus ela está bem. —Arão me deixa mais aliviada ao saber que Joquebede não se machucou. —E Anippe? E Djoser? Eles estão bem?

—Sim, Arão. Ramsés não nos proibiu de adorar ao Senhor. —Falo para a alegria dos dois. —O que estão esperando? Vocês devem parar essa praga e preparar tudo para partirem!

—Eu sinto muito em não poder levá-la conosco. —Moisés fala entristecido e beija minha mãos em seguida.

—Eu já estou feliz por ter participado de tudo isso. —Falo e então volto a olhar para Arão. —Obrigada por ter cuidado de meus filhos, Arão.

—Arão cuidou de Djoser e Anippe como se fossem filhos dele. —Moisés fala orgulhoso pelo irmão mais velho.

—Eu não sei como agradecer!

—A senhora não deve me agradecer nada, soberana. —Arão fala com uma certa ironia. —Vamos, meu irmão!

—Me abrace antes. —Peço um abraço para Moisés. Meu filho então me abraça carinhosamente sabendo que isso se trata de uma despedida. Minhas lágrimas molham as vestes de meu amado filho, mas nem por isso ele se separa de mim.

—Não se preocupe, princesa. —Arão fala e então eu o olho seria. —Não me olhe assim. Para mim a senhora sempre será a princesa do Egito e não a rainha.

—Vocês precisam ir. —Falo entristecida por saber que nunca mais irei vê-los. Moisés me abraça novamente com todo seu carinho e Arão passa a sorrir para mim. Eu espero do fundo de meu coração que meu filho saiba guiar todo o povo hebreu no deserto, ou caso contrário irei me arrepender de ter ajudado-o.

(...)

—E então? —Hur pergunta ao me ver entrar em nosso quarto.

—Ramsés libertou os hebreus. —Minha notícia deixa Hur um pouco espantado. —Espero que ele não volte atrás como da última vez.

—Vieram saber de você. —Hur muda de assunto. —Gab esteve aqui.

—Com a nova praga ele ficou incapacitado de sair do Egito. —Presumo insatisfeita.

—Eu e ele conversamos sobre tudo o que aconteceu no passado e sobre Anippe. —Hur fala me deixando surpresa. Desde quando Hur e Gab conseguem conversar? —E eu acabei o perdoando por tudo.

—Espero que também perdoe Anippe, Hur. O que aconteceu hoje foi um absurdo! —Falo ao relembrar a forte discussão entre Anippe e Hur.

—Anippe nunca me respeitou, Henutmire. Não é agora que vai me respeitar! —Hur insiste em não perdoar a nossa filha. Por um lado eu o entendo, mas levantar a mão para bater em nossa única filha...

—E nunca irei. —Anippe fala ao entrar no quarto. O olhar pleno de soberba e fúria de minha filha vai de encontro a Hur. —Não agora que irei partir com Moisés.

—Como? —Lágrimas brotaram de meus olhos ao saber que minha filha irá embora do Egito mais uma vez. —Anippe, não faça isso... —Tento mudar a decisão de minha filha.

—Eu vou para Canaã, mãe. Vou começar uma vida nova lá. —Anippe fala determinada e permanece olhando para Hur. —Eu sinto muito.

—Eu sinto muito mais. —Finalmente a minha filha olhou para mim e veio me abraçar. Hur saiu do quarto de cabeça baixa e sem sequer se despedir de Anippe, mas isso não comoveu a minha filha. —Anippe...

—Mamãe... —Anippe me interrompe mais uma vez. Pelo o que estou vendo não irei convencer Anippe. —Eu preciso ir arrumar minhas coisas.

—O que eu posso fazer para você ficar? —Pergunto. —Eu e seu irmão iremos ficar aqui...

—Eu vou com Leila e Bezalel, mãe. —Anippe fala e me deixa surpresa. Leila também vai me deixar? —Estarei com eles e agora que meu sobrinho irá se casar...

—Bezalel vai casar? —Pergunto surpresa. —Eu não sabia...

—Djoser tentou convencer Uri em ir para o casamento do filho, mas ele se recusa. —Anippe lamenta.

—Já que eu não posso ir para a terra prometida, você deve ir. —Surpreendo a minha filha mais uma vez. —Seja feliz com com Leila, Bezalel e Moisés. Espero que vocês cheguem sã e salvo em Canaã. —Falo.

—Mãe, a senhora me perdoa por tudo o que fiz? Por cada palavra que eu disse e feriu a senhora? —Minha filha pergunta e então começamos a chorar. Eu poderia não perdoar a mina filha, mas ela precisa disso para seguir em frente.

—Mas é claro que eu te perdôo, minha filha. —Falo ao abraçar Anippe com todo o meu amor. —Eu te amo e quem ama perdoa, não é? —Pergunto. Minha filha então me abraça ainda mais forte tentando guardar como lembrança o meu abraço.

—Nem sempre é assim. —O que Anippe fala não só me lembra a briga dela e Hur, mas também me lembra o perdão que meu pai tanto pediu para mim.

—Meu tio voltou atrás com sua palavra. —Djoser fala eufórico ao entrar em meu quarto.

—Ramsés não pode fazer uma coisa desse tipo. Não pela segunda vez! —Falo. —A praga já cessou e ele insiste em não libertar os hebreus.

—Ele nunca vai fazer isso! Meu tio sabe que todas esses sete pragas humilham cada um dos deuses egípcios e mesmo assim segue sendo um rei covarde! —Anippe deixa claro a sua fúria. Mas quem não ficaria furioso diante de tal situação?

—Então não adiantou de nada eu ter me tornado rainha. —Falo desapontada comigo mesma. —Nem mesmo assim meu irmão me dá ouvidos.

—Ele está cego. —Anippe fala pensativa. —Meu tio está cego e a senhora precisa fazer algo!

—Eu já fiz e não resultou em nada, Anippe! —Falo. Djoser e Anippe se olham amedrontados com a situação, mas também quem não ficaria? Tudo isso é abominante demais para mim.

—A senhora precisa ver o que restou da praga. —Djoser fala.

(...)

—Não é possível. —Falo ao ver todo o caos em frente ao palácio. Ando por entre escombros e pessoas mortas, alguns corpos estão carbonizados, o que me deixa um pouco enjoada.

—Tudo isso é vergonhoso. —Anippe fala ainda aterrorizada pelo caos. —Nem de longe parece ser o que era antes.

—E não é. —Falo tomada pela vergonha. —Por um momento eu pensei que até mesmo o palácio fosse ruir com a praga.

—Deus um dia vai enviar uma praga que talvez não transforme o palácio em pó, mas humilhe o rei. —Djoser fala olhando para os corpos que estão carbonizados em frente ao palácio.

—O que pensam que estão fazendo aqui? —Gab pergunta acompanhado por Ikeni e Bakenmut. —É perigoso a família real estar fora do palácio sem segurança alguma. Alguém pode atentar contra a vida de vocês.

—Acha que algum egípcio pode atacar um membro da família real? —Minha pergunta é respondida com o silêncio de Gab. Que tomado pela dor, faz questão de não olhar para os corpos carbonizados.

—Estamos em guerra com o deus dos hebreus. Mas se você olhar em sua volta... —Gab pede e então vejo a destruição ser ainda maior. —Há sede, fome, miséria... —Ele então olhou para a fachada do luxuoso palácio. —Éramos um reino intocável, superior aos outros. Mas agora...

—Agora estamos sumindo. —Ikeni fala e então abaixo a cabeça.

—Temos caos e mais caos pela cidade, Henutmire. Nada mais além de caos... —Gab fala com tristeza o que viu fora do palácio. —O rei precisa se decidir, precisa libertar os hebreus logo ou então...

—Ele fez isso, mas já voltou atrás. —Minha revelação causa espanto em Gab. —O que eu posso fazer se meu irmão está insano?

—Isso é inadmissível! —Gab esbraveja. —Ramsés está envergonhando o trono herdado do pai!

—A senhora não pode tomar o poder das mãos de meu tio? —Djoser pergunta bem perto ao meu ouvido. Com a pergunta de meu primogênito eu então sei o quanto ele é ambicioso, mas a ideia de Djoser não é tão ruim assim. Pensando bem, não se trata de ambição, mas sim de uma solução.

—O que a rainha irá fazer? —Bakenmut pergunta com seu semblante sério de sempre.

—A melhor saída ainda é usurpar o lugar de meu tio, mãe. —Djoser fala baixo para que somente eu escute. Eu olho para Gab esperançosa de que ele possa me ajudar com o que Djoser sugere, mas ao lembrar que Jahi ainda está no Egito levo em conta de que ele e Gab são uma ameaça.

—Diga a Paser que estou pedindo uma fórmula que faça alguém adormecer rapidamente. A quero antes do pôr do sol. —Falo para Djoser.

—Nervosa? —Gab pergunta pensando que a fórmula é para mim. Mal sabe o príncipe núbio que esta noite irei trair o meu irmão da pior maneira possível. Que meus pais e os bons momentos que passei ao lado de Ramsés me perdoem, mas hoje irei trai-lo da pior maneira possível. Hoje, ao anoitecer, farei algo muito pior que usurpar o trono de Ramsés.


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Notas finais do capítulo

Henutmire tá dando medo O_O



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