Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

E é com muito orgulho que posto o vigésimo capítulo de Coração de Seda em pleno dia de sexta-feira para todos vocês. Muito obrigada a cada um que me fez e faz seguir em frente
Agora vamos de Moisés e emoções no capítulo vinte.



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"Está na sala do trono com o rei."

O meu filho está no palácio? Moisés está perto de mim e eu não consigo acreditar! O tão esperado dia, o dia em que eu teria Moisés de volta! Eu ainda não posso acreditar no que Leila me contou. Parece que após saber que Moisés está de volta, tudo ganhou cor, tudo agora tem seu cheiro, tudo agora está vivo. Meu Moisés está vivo,e está aqui! Está no lugar de onde nunca deveria ter saido.

—Você tem certeza do que diz, Leila? —Pergunto sem acreditar na ideia de que Moisés esteja de volta.

—Certeza absoluta, senhora. —Leila fala entusiasmada. Eu me comporto como uma adolescente que não para de sorrir para todos, demonstrando toda a minha felicidade. Sinto meu coração palpitar de tanta alegria por saber que Moisés está de volta ao Egito.

—Será que meu filho casou? Teve filhos? —Pergunto sem parar de rir.

—Certamente, senhora. Falta muito pouco para a senhora conhecer seus netos. —Leila faz com que eu sorria ainda mais. Eu mal posso acreditar, preciso ver Moisés para ter certeza de que tudo isso não passa de um sonho. E se for eu pretendo nunca mais acordar.

Flash Back On

Era um dia extremamente quente no Egito, mas eu caminhava lentamente pelo jardim real pousando minha mão entre as plantas e sentindo suas texturas, sentia a delicadeza de cada flor acariciar a minha mão enquanto a outra mão acariciava o meu ventre.
Era Anippe quem crescia cada dia mais em meu ventre, reclamando de espaço, prestes a nascer.

Foi neste mesmo jardim que arranquei Moisés de Joquebede, o dia em que me deixei levar pelo meu egoísmo e a minha dor. Eu realizei o meu sonho de ser mãe, mas destruí todos os sonhos de Joquebede.

Gritei ao sentir dor e rapidamente Leila me amparou. —O que foi, senhora? —Leila pergunta assustada pela a minha expressão de dor.

—Eu acho que meu filho vai nascer. —Falo sem ter certeza do que estou sentindo, ou se tenho certeza estou insegura em dar a luz novamente.

Sofri terríveis dores ao dar a luz á Djoser, em um momento cheguei a pensar que morreria com o meu filho. Foi horrível saber que meu filho não se encontrava na posição correta, isso me afetou ainda mais. Mas o que mais me deixou abalada foi saber que possívelmente eu não daria um filho para Hur, ele estava feliz demais para no final receber a notícia de que nosso filho havia morrido por causa da minha fraqueza. Eu me senti péssima, senti toda dor que eu tinha sentido quando perdia os meus bebês todas as vezes que Yunet me envenenava. Mas daquela vez foi muito pior!

Eu não estava sendo envenenada por Yunet, eu mesma estava matando Djoser, os deuses me fizeram temer pela minha vida e pela a vida do meu filho. Eu se quer poderia imaginar a minha morte e a morte do meu filho naquele dia. O que seria de Hur ao saber que a esposa grávida morreu durante o parto?
Por isso me recuso a acreditar que o momento chegou. Novamente serei mãe, terei meu segundo filho...

Flash Back Off

Ao me lembrar do dia em que Anippe nasceu, minha visão embaça por causa das lágrimas que insistem em cair de meus olhos. Se uma pessoa é capaz de morrer de saudades por outra pessoa, então estou morrendo lentamente por causa de Anippe. Mesmo com toda a raiva que ela ainda sente por mim, eu não deixo de me preocupar com ela um minuto se quer.

—O soberano não se encontra. —O guarda fala para Leila.

—Para onde Ramsés foi com Moisés? — Pergunto preocupada e Leila parece se divertir com isso. Mas logo vejo que ela não estava rindo por causa do meu desespero, mas sim pelo o que iria acontecer comigo.

—Mãe. —Poderia ser Djoser me chamando, não poderia ser Anippe. Até por quê minha filha está longe e a voz é masculina. É uma voz tão firme, mas ao mesmo tempo tão calma, voz essa que me transmite calma. Talvez seja paz o que eu sinto agora. Paz por saber a quem esta voz pertence, infinita paz que deixa o meu coração mais leve e responde a pergunta que sempre me fiz durante tantos anos.

Eu não estou sonhando, os deuses não estão brincando com minha lucidez e se estiverem estão conseguindo me deixar louca. Mas quem vejo em minha frente é real e está mais vivo do que todas as minhas lembranças. Moisés está bem em minha frente e acompanhado por Ramsés.
Está tão mudado! Está com os cabelos crescidos e alguns fios de cabelos grisalhos por conta da sua idade, meu filho já não é mais um adolescente, agora já está mais velho. Seu rosto já não transmite mais o frescor da sua juventude, mas eu o admiro mesmo assim. Está tão mudado que me recuso a acreditar que seja o meu filho! Mas é ele! É o Moisés que encontrei na beira do rio Nilo.

—Oh meu filho! —Falo emocionada após abraça-lo com fervor e sinto toda a minha dor ir embora. —Eu pensei que nunca mais fosse te ver! Onde estava? Por quê não voltou para nós?

—Eu responderei todas as suas perguntas, minha mãe. Mas antes eu preciso saber sobre a senhora... —Moisés fala extrovertido e sorri para Ramsés. Presumo que Ramsés já tenha contado tudo o que aconteceu em minha vida durante a ausência de Moisés.

—Sem querer falei de Anippe para Moisés. —Ramsés fala risonho e eu fico sem voz diante do olhar curioso de Moisés. Como eu senti falta deste olhar...

—Moisés... —Falo seu nome mais uma vez e o observo com mais cautela, seguro os seus braços pensando que talvez tudo isso seja um sonho. Mas não é! Ele está vivo e está bem na minha frente, sorrindo de alegria ao me ver.

—A família cresceu tanto assim? —Moisés pergunta extrovertido ao ver minha insegurança em contar sobre os filhos que tive.

—O mais velho se chama Djoser e a mais nova se chama Anippe... —Revelo sorrindo de tão nervosa que estou e meu filho acha graça.

—E onde eles estão? Quero conhecer meus irmãos! —Moisés fala empolgado e eu olho para Ramsés em sinal de reprovação. Eu não sei como contar para Moisés que Anippe é temperamental demais para mim e que agora está destinada ao sacerdócio.

—Anippe não está mais no palácio, Moisés. —Ramsés fala por mim e faz o sorriso de Moisés desaparecer. —Ela decidiu se tornar uma sacerdotisa e agora está com a grande sacerdotisa aprendendo os valores e conceitos para der a esposa de Seth.

—Eu entendo. —Moisés fala um pouco triste ao saber que não conhecerá a irmã mais nova.—Mas e Djoser? Como ele é? Onde ele está?

—Você vai conhecê-lo em breve, meu filho. Teremos muito tempo juntos agora... —Falo, mas noto uma certa incerteza no olhar de meu filho. —E você? Casou? Teve filhos?

—Me casei e tive dois filhos, dois meninos. —Eu quase explodi de tanta alegria ao saber que Moisés me deu netos. Por Osíris, eu já sou avó! —Gérson e Eliezer.

—Belos nomes! —Falo contente. —E como minha nora se chama?

—Zipora. Aliás, me tornei pastor por causa dela. —Levei um susto ao saber que Moisés agora é um pastor de ovelhas, mas não mostro o meu espanto.

—E onde eles estão? —Pergunto com a maior curiosidade em saber como minha nora e meus netos são.

—Eles não vieram. A viagem era muito longa para eles...

—Eu entendo.

—Então todos nós tivemos filhos, é isso? —Ramsés pergunta com ironia e sorri para Moisés.

—Você nunca mais ouse sair de perto de mim, você entendeu? —Pergunto para Moisés e faço ambos rirem.

—Não se preocupe, Henutmire. Farei um decreto onde Moisés não poderá mais sair do Egito. —Ramsés fala por trás de Moisés e eu vejo meu filho sorrir com um certo incômodo.

—Quer conhecer Djoser? —Pergunto mudando de assunto e Moisés se alegra.

—Quero saber de tudo o que aconteceu enquanto estive fora, mãe... —Moisés para de falar ao escutar alguém se aproximar de nós. Quando olhei para o meu lado me deparei com Djoser. Meus filhos se observaram por alguns instantes até eu os apresentar.

—Este é Djoser, Moisés. —Revelo. Djoser se aproxima sorrateiramente, com um pouco de receio ao se deparar com Moisés. Meu filho mais novo olho para o tio que assente risonho confirmando que o homem que está de mãos dadas comigo é Moisés.

—Acho que somos irmãos. —Djoser fala com um pouco de ironia e sorri para Moisés. —Até que em fim você voltou! —Ele fala emocionado. Meus filhos se abraçam e riem juntos ao se conhecerem, ao terem o primeiro contato.

—Você é extremamente parecido com a nossa mãe. —Moisés fala orgulhoso e emocionado ao conhecer o irmão. —Você só não deve ser melhor que eu com a espada.

—Você ainda não sabe de nada! —Djoser provoca Moisés.

—Por quê não um treino? Assim saberemos se Moisés está enferrujado ou não. —Ramsés dá a idéia e os meus dois filhos aprovam. Ramsés me faz lembrar de quando me preocupava enquanto Djoser crescia e a hora de vê-lo manusear uma espada se aproximava.

—Não, nada de espadas agora! —Falo me pondo entre Moisés e Djoser. —Vocês terão tempo o suficiente para isso. Mas agora não é hora...

—Não precisa se preocupar, mãe. Certamente Moisés já deve ter se esquecido de como manusear uma arma. —Djoser provoca e olha para Moisés.

—Você ainda é um garoto para me diminuir tanto, Djoser...

—Me lembro de quando você pegou na espada pela primeira vez, Moisés. Henutmire ficou louca no harém ao te ver com uma espada na mão pela primeira vez! —Ramsés fala me fazendo lembrar do episódio mais sufocante de toda a minha vida. —Eu me lembro bem da cena... —Meu irmão fala achando graça.

—Eu mal entrei no harém com a espada em minhas mãos e minha mãe cobrou explicações do meu pai. —Moisés fala e eu noto o olhar preocupado de Ramsés para mim. Moisés ainda não sabe o que aconteceu com Disebek, todavia dou continuidade ao assunto e faço com que Moisés não fale de Disebek.

—Não brinquem assim! —Falo de mãos dadas com Moisés e Djoser. —Eu quase fui para o mundo dos mortos com medo de ver cada um de vocês pegarem em uma espada. Vocês não sabem o que eu senti! —Falo e os três riem. —Eu não entendo por quê vocês sentem prazer em manusear uma espada e irem para uma guerra.

—Eu ainda não fui em nenhuma. —Djoser fala fazendo questão de me deixar nervosa.

—Fiquei enlouquecida ao ver Moisés partir para uma guerra pela primeira vez. —Falo ao me lembrar de Disebek levar Moisés e Ramsés para guerra pela primeira vez. Foi por muito pouco que não enlouqueci com medo de perdê-los. — Portanto, nada de espadas no momento! —Falo séria, mas os três riem.

—Não sabe como senti falta da senhora. —Moisés fala emocionado e eu tento conter as lágrimas. Meu filho está de volta, está vivo e ao meu lado. Por quantos anos eu sofri com a dúvida de sua existência? Vários. Árduos anos que pareciam se passar com lentidão com sua ausência, anos que foram bons, mas que seriam melhores com ele ao meu lado.

(...)

—Você não se cansa de olhar para eles? —Ramsés pergunta irônico e sorri ao me ver imóvel, observando Moisés e Djoser conversarem animadamente em uma certa distância de nós.

—Eu não consigo desviar o olhar deles. —Falo orgulhosa ao ver o quanto meus filhos se dão bem. —Não vê? Parece que se conheceram desde crianças.

—Moisés me trocou por Djoser. —Ramsés fala fingindo ciúmes. —Mas foi uma boa escolha. —Ele fala enquanto meus filhos se aproximam de nós.

—Amenhotep vem para o banquete? —Djoser pergunta curioso.

—Eu pedi para Paser trazê-lo e também avisar para Nefertari de que Moisés está aqui. —Ramsés fala. Eu acabo me lembrando de quando Moisés e Nefertari eram namorados, mas trato de esquecer esta lembrança o mais rápido possível. Hoje Nefertari é rainha do Egito, está casada com Ramsés.

—É impressionante como o Egito prosperou, Ramsés. Ele se tornou ainda maior. —Moisés fala fazendo com que o ego de Ramsés aumente ainda mais. Mas antes que eu fale alguma coisa, somos surpreendidos por Nefertari.

Quando Nefertari avistou Moisés imediatamente seu sorriso se desfez. Ela caminhava séria, mas não demonstrava nenhum sentimento rancoroso ou de raiva por ter Moisés de volta ao palácio. Ela foi para o seu determinado lugar, ao lado do faraó.

—Quanto tempo. —Nefertari fala um pouco envergonhada ao ver Moisés novamente.

—Fico feliz que tenham se casado, eu já imaginava isso. —Moisés fala sem nenhum rancor.

—E você? Também se casou? —Nefertari pergunta curiosa.

—Sim, eu me casei após sair do Egito. —Moisés responde com o olhar voltado para Nefertari.

—E tem dois filhos. —Ressalto repleta de orgulho.

—E onde sua família está? —Nefertari pergunta olhando em sua volta, mas nota que não tem mais ninguém além de nós.

—Não puderam vir. A viagem seria muito cansativa para eles, principalmente para os meninos. —Moisés responde e notamos que Nefertari o observa da cabeça aos pés.

—Você mudou muito, Moisés. —Nefertari fala pausadamente. —O que andou fazendo durante todo este tempo longe?

—Além de construir uma família, acabei virando pastor de ovelhas. —Moisés fala e todos riem.

—Que horror. —Nefertari fala risonha enquanto todos nós a olhamos envergonhados. —Quer dizer, não foi exatamente o que quis dizer...

—Eu entendo, Nefertari. Sei que os egípcios menosprezam os pastores de ovelhas, cresci sabendo disso. —Moisés fala deixando claro que não se ofendeu com o comentário de Nefertari.

Djoser me olhava com curiosidade e com um pouco de receio por estar tão calado diante da ofensa de Nefertari para Moisés. Meu filho está agindo de forma estranha, talvez esteja vendo algo que eu não esteja vendo. —Aliás, além de não conhecer a irmã. Moisés não teve a oportunidade de conhecer Gab. —Ramsés enfatiza e me lança um olhar irônico.

—Gab é primo de Jahi. —Falo para que Moisés entenda sobre quem estamos falando.

—Vamos nos servir? —Nefertari pergunta simpática por causa do banquete.

(...)

—Antes que eu me esqueça, gostaria de avisar que vou te nomear meu conselheiro, Moisés. Aliás, o principal conselheiro. —Ramsés quebra o silêncio e faz Moisés rir de nervoso. —Aliás, já mandei preparar um quarto para você descansar...

—Enquanto as vestes, a barba, deixem que eu mesma cuido. —Falo animada e Moisés sorri em forma de agradecimento.

—Desculpe, Ramsés. Mas voltarei para a vila. —Moisés fala nos deixando em choque. Até mesmo Djoser que estava mais calado que todos, acaba se engasgando com seu aperitivo e começa a tossir.

—Como assim? Você vai para a vila? —Djoser pergunta assustado.

—Têm pessoas me esperando, não quero preocupar ninguém. E depois de passar tantos anos vivendo humildemente, não sei se me sentirei tão bem com tanto luxo e conforto. —Moisés fala com simplicidade e faz Ramsés rir.

—Luxo e conforto são coisas as quais nos adaptamos com rapidez, Moisés. —Ramsés fala e todos riem da sua graça.

—Em dois dias estará curado da pobreza. —Nefertari fala com graça antes de beber o seu vinho.

—Agradeço a hospitalidade, mas não quero preocupar as pessoas da vila. —Moisés insiste em voltar para a vila.

—Antes disso venha comigo até meus aposentos. Você precisa saber de algumas coisas, meu filho. —Falo e Moisés me ajuda a levantar.

—Você vem conosco, Djoser? —Moisés pergunta ao ver Djoser se levantar.

—Eu irei procurar pelo o meu pai. Darei tempo para que você e a nossa mãe conversem. —Djoser fala totalmente animado.

(...)

—O que a senhora tem para me dizer, mãe? —Moisés pergunta ao entrarmos em meus aposentos.

—É sobre a morte de seu pai. —Falo e Moisés me dá a sua mão.

—Arão me disse que meu pai morreu, mas não me disse a causa. —Moisés fala esperando uma explicação. —Eu imagino que tenha sido em uma guerra. Me desculpe por fazer a senhora desenterrar toda essa história...

—Seu pai foi morto na casa de Senet. —Minha revelação choca Moisés. —Já tínhamos nos separado após saber de toda a verdade. —Paro de falar e noto que Moisés quer que eu continue a contar toda a história. —Seu pai e Yunet tiveram um caso antes e depois mesmo dele trazê-la para o palácio. E desse caso nasceu uma criança...

—Então Nefertari tem um irmão? —Moisés pergunta ingênuo.

—Nefertari é esta criança. Yunet chegou ao palácio grávida de Disebek. —Meu filho fica ainda mais abismado com cada revelação minha. —Yunet me envenenou durante antes, me impediu de gerar filhos e este foi um dos motivos que fez com que ela fosse expulsa do palácio.

—Eu não consigo entender... —Moisés fala abismado. —Meu pai sabia disso?

—Ele se quer imaginava que sua descendência tinha sido assassinada pela a amante. —Falo me lembrado do escândalo que foi a cerimônia de Ramsés e Nefertari.

—Eu sinto muito por tudo isso, minha mãe. Meu pai não devia ter feito tudo isso com a senhora. —Moisés fala totalmente desapontado com Disebek.

—Apesar dele ter sido um crápula você não deve odiá-lo. Disebek foi um ótimo pai para você e te amava. Você não deve manchar a imagem dele como pai. —Falo e Moisés concorda.

—A senhora tem toda razão. Só lamento por não tê-lo visto antes de fugir do Egito. —Fala com tristeza, mas sorri feliz para mim. —E Hur? Ele trata a senhora como deve ser tratada? —Meu coração quase saiu pela boca ao ser questionada por Moisés.

—Hur me amparou após te perder, perder meu pai e até mesmo quando seu pai morreu. Tive que enfrentar as más línguas para poder tê-lo ao meu lado. —Falo sem ânimo algum.

Começo a pensar que todo o meu esforço para ter Hur ao meu lado foi em vão. Eu disse para ele nunca mais me dirigir a palavra, mas em alguns momentos trocamos algumas palavras. Eu não sei o que eu sinto. Ou melhor dizendo, eu sei sim. Eu sinto uma grande decepção, grande por causa do amor e devoção que eu tenho por Hur. Chego a pensar que eu devia ter largado minha batalha contra todos para realizar meu casamento com Hur, eu não devia ter pedido ajuda para a minha mãe, não devia ter enfrentado Ramsés e todos os outros nobres. Mas eu fiz tudo isso por Hur para que no final tudo fosse em vão.

—Então não devo me preocupar com a senhora. Vejo que está vivendo uma verdade e não uma mentira. —Moisés fala com toda a sua paciência de sempre. —Mas agora eu preciso ir. —A primeira coisa que imaginei foi Moisés debaixo do mesmo teto com Miriã. —Mas eu prometo voltar.

—Você não pode mais ir embora, Moisés. Eu passei todos esses anos me perguntando se você estava bem e onde estava...

—Eu estive ao seu lado o tempo todo. Estive nos seus pensamentos e no seu coração, assim como a senhora esteve comigo. —Moisés me abraça após falar com emoção. —Eu só me entristeço por não conhecer a minha irmã. Mas Djoser me disse que ela é extremamente parecida com a senhora.

—Em algumas coisas... —Falo ao me lembrar da forma arrogante de Anippe. Minha filha iria se envergonhar ao ver Moisés como um pastor de ovelhas e não como príncipe. —Você volta para mim? —Pergunto com minhas mãos sobre o rosto de Moisés. Eu sinto que meu filho quer me revelar algo, mas sente receio e um pouco de medo em me contar.

—Eu sempre voltarei para a senhora...


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Notas finais do capítulo

Moisés voltou, Anippe está longe, Henutmire e Hur ainda estão brigados... Essa história ainda tem rendimento e muitas emoções por aí.
Estão prontos para as pragas? Quem leu minha fanfic (Blue Heart) deve estar roendo as unhas por causa da primeira praga...
Aguardem!



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