O quê Jéssica fez foi por amor? escrita por P B Souza


Capítulo 3
3º Capítulo – 30 Horas atrás.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora em atualizar... Preguiça com várias coisas pra fazer, uma correira danada e vários problemas com bichinho de estimação! Mas aqui está o capítulo novo.
Espero que gostem desse capítulo, ele é bem.... picante. :x
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Boa leitura!
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Ps. O link no começo (nas notas musicais) é para Conductor, Florence+The Machine. Importante apenas depois da imagem, a letra da música está estritamente relacionada a relação entre os personagens. :)



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Pelas notas.

–-----♫♫♫♫–-----

— Isso… AAAin, vai…

Plaf. Um tapa estralou.

Mais gritos, mais gemidos de homem e de mulher.

Tem jeito pior de acordar de ressaca, do que com os gemidos do casal mais apaixonado do ano?

— AAA… AAA, Deus, nossa. — Claire parecia não se importar em fazer um grande espetáculo final.

— Gata, que delicia. Foi incrível — Ouvi Elijah elogiando.

Olhei para o lado, e a cama estava vazia e arrumada, Jane já tinha acordado. Enfiei a mão no bolso caçando meu celular, então me debrucei na cama, lá estava o iPhone, caído para o bicho-papão pegar.

A bateria estava para acabar, coisa de trinta por cento, era onze e meia da manhã, vinte e quatro de dezembro.

— Se soubesse que isso era tão bom…

— Eu falei, não falei! — Aquilo estava começando a me dar nojo.

Lembrei que Claire havia comprado um consolo de trinta e cinco centímetros movido a quatro pilhas comuns. Só de pensar no que eles falavam eu me arripei – de forma negativa –.

— FECHEM A MALDITA PORTA QUANDO FOREM TRANSAR! — Berrei para os dois, realmente nervosa.

— Ela acordou. — Ouvi Elijah tentando sussurrar, mas parecia estar chapado, porque a tentativa não passou disso, uma tentativa, longe de obter qualquer tipo de sucesso, ele quase berrava as palavras.

— TAPE OS OUVIDOS! — Claire retorquiu seguido por uma risada alegre, então BLAM. A porta se bateu.

Levantei a contragosto sentindo as dores no corpo como se tivesse sido atropelada por um caminhão.

A casa, tirando os gemidos, que haviam diminuído, estava quieta. Jane e Rarim não estavam. Era manhã ou começo de tarde, e o sol invadia pelas janelas, o dia parecia ser um dia quente e agradável, mas tinha certeza que isso era só impressão devido a temperatura da casa.

Eu voltei para o quarto para me trocar, mas no processo me deparei com o livro “111 casos de racismo na história”, era uma leitura para o começo do ano que vem, e Oliver, nosso outro professor, estava exigindo um resumo com os 11 melhores casos na nossa opinião, e como eles poderiam ter discorrido caso fossemos nós o juri, os advogados, os réus ou a corte. Então era só reescrever o mesmo caso de 4 formas distintas a partir do nosso ponto de vista levando em conta a leitura de um livro de 973 páginas que trazia na capa “Edição resumida” quase como se fosse uma piada de mal – péssimo – gosto.

Eu ainda estava na página 241 e nenhum caso tinha me soado interessante para defender – já que seria muito errado atacar, ainda mais com Oliver sendo um professor afro-americano –, então peguei o livro e me sentei na cama, na intenção de deslizar algumas páginas, talvez dez ou vinte, então voltar ao meu dia.

Assim que comecei a ler meu olhos viam o texto, mas minha mente compreendia outra coisa; “O alvo, vitima de agressão familiar por… Sexo, gemidos, Elijah, Claire… Familiar por ter trazido uma namorada branca… Claire, gemidos…”.

Estudar ali estava impossível.

Marquei a página, batendo os pés desci as escadas com o livro na mão e fui para a varanda.

O pior que a semelhança entre o caso e minha realidade me fez atentar para a história própria de Elijah, a história que, embora triste, tenha sido importantíssima para a carreira política de seu pai – Como um homem pode se aproveitar da maior desgraça que aconteceu na sua família para beneficio próprio? – Era simplesmente terrível a menor possibilidade que Elijah um dia se tornasse igual ao pai.

E mesmo assim essa era uma possibilidade. O pai dele, um dos poucos políticos negros, tinha conseguido sucesso na carreira sendo firme e cruel e aproveitando cada oportunidade, até mesmo o estupro e assassinato da própria filha para alavancar sua política a respeito das leis criminais. E eu não sabia se isso era bom ou ruim, mas sabia que Elijah tinha um pouco disso em si mesmo também.

Ali não tinha som algum além dos pássaros. Retomei minha leitura sobre um jovem de 19 anos que foi espancado até a morte pela mãe por ter trazido uma branca para casa, o caso datava de 1899 nos subúrbios de Nova Iorque.

Só então, depois de ler quase trinta páginas, das quais lia um parágrafo e pulava dois – Quem nunca fez isso? – Percebi como estava fedendo. Aquele cheiro de maconha estava impregnado nas minhas roupas, com as quais tinha dormido. O cheiro de maconha nem mesmo protagonizava, ainda tinha o cheiro de pizza e de álcool, tudo em uma mistura digna de despertar ânsia de vômito em qualquer um.

Deixei o livro encima da mesa da varando e fui para o quarto me trocar. Os gemidos tinham parado, agora o que ouvia eram elogios sobre a proficiência de Elijah na cama. Eu não podia me dar ao luxo de dizer que nunca imaginei como ele é nessas horas, afinal, eu tenho olhos, e ele é o tipo de homem que faz uma garota se molhar… Não devia pensar essas coisas, normalmente não pensava, mas de vez em quando acontecia.

Mas então por que eu nunca fiquei com o Elijah? Simples, eu conheço o Elijah! Tirando o corpo escultural, os olhos que encantam e a fama de bom de cama – e as calças de moletom sempre salientando o que não preciso nem comentar – Ele é muito galinha, preocupado com tudo que pode ser abusivo demais para sua companhia, e, afora isso, adora contar pra todos os amigos sobre seus feitos na cama, embora evite dizer nomes, mas sempre descobrem. Ele, no entanto, é um ótimo amigo, quase um irmão. E depois de tanto tempo sendo amiga dele as coisas meio que esfriaram nesse sentido, ainda mais depois da história que ele me contou, hoje em dia eu admito que ele é bonito, mas não vale a pena pagar o preço!

Troquei-me sem enrolar muito, uma calça jeans azul clara de cintura alta e uma camisa branca, meu sutiã era branco também, então não vi problemas. Por cima um casaco de lã penteada bege para esquentar, ainda estava frio lá fora, mesmo com o sol, nos pés calcei minha bota ugg, e para disfarçar até eu tomar banho passei um pouco de perfume… O fedor se foi!

O casaco fofinho servia quase como um abraço alheio. Apertei-me à lã enquanto descia as escadas novamente.

Então antes de sair vi pelos vidros da porta alguém em pé ao lado da mesa. Tá de sacanagem comigo!

Abri a porta, atravessei e fechei em seguida atrás de mim, meu rosto mudando de tédio pela enfadonha leitura para nervosismo.

— O que raios você tá fazendo aqui? — Perguntei para Anthony, braços cruzados, de novo, batendo um dos pés como uma mãe nervosa.

— Vim ver você. — Ele respondeu com um sorriso amigável e inocente, mas eu sabia que a única coisa que Anthony não era, era inocente.

Anthony se virou para mim, encarando-me profundamente enquanto sorria e eu congelei encarando-o de volta.

— Então é verdade? — Ele perguntou, só então percebi que estava com o livro na mão. — Está mesmo estudando?

Eu estiquei o braço e tomei o livro da mão dele, mas nisso ele agarrou meu pulso e me olhou de cima para baixo.

— Cadê a sua esposa, professor? — Fui indulgente puxando meu pulso, mas ele não soltou.

— Ver a mãe do outro lado de Provincetown. — Informou puxando-me pelo braço para perto dele enquanto se inclinava para frente e eu inclinava a cabeça para cima… O que estou fazendo? Empurrei ele para trás com minha mão em sua barriga, e ele sorriu deslizando a língua pelos dentes na boca entreaberta enquanto olhava ao redor, me soltou. — Precisa temperar as carnes com um dia de antecedência. — Terminou, então fez um gesto indicando a rua. — Já esteve em Pilgrins Monument? Tenho certeza que viu quando estavam vindo, mas já foi lá?

— Não, não fui. — Respondi de forma sincera e seca.

Estava nervosa, ele me segurou e me puxou, contra minha vontade… Me lembrei da irmã de Elijah, do escândalo, do final trágico. Anthony não é isso!

— Que tal irmos? É um lugar bonito, e tem uma boa vista…

— Não! — Respondi, firme.

E em vinte minutos ele abria a porta do carro para eu descer, no estacionamento de Pilgrins Monument. Aparentemente eu não era tão firme assim.

— É só uma torre estúpida. — Afirmei enquanto subíamos os degraus intercalados com rampas cruzando os quatro cantos em uma subida em forma de caracol até o topo.

— Na verdade, essa torre foi erguida em homenagem aos exploradores que vieram colonizar a América. É também a maior construção inteira feita em granito nos Estados Unidos, as pedras vieram de Maine, e o desenho é inspirado na Torre Del Mangia, na Itália.

— Parece um guia de turismo chato. — Ele sorriu em resposta enquanto a escada acabava, e a subida também, cruzava rumo à sacada.

— Na verdade, decorei esse discurso porque toda vez que trago meu sobrinho aqui ele pede para ouvir a história e a guia conta como se fosse a primeira vez, ele sofre de uma doença que atrapalha a retenção de memórias, então para ele é sempre a primeira vez. — Nesse momento eu me senti uma idiota. Apoiei na balaustrada e olhei para baixo, no interior do monumento, uma enorme torre. Podia sentir vertigem, mas a sensação era boa.

Só tinha nós dois ali em cima. Aparentemente o frio tinha espantado muito dos turistas, e a única criança lá em baixo que queria subir estava acompanha do avô, que não parecia querer subir nem um degrau.

— Sabe o que aconteceu aquele dia? — Ele perguntou, sua voz distante.

Quando eu olhei para trás vi que Anthony tinha ido até o balaústre oposto, e olhava para a costa de Provincetown.

— Que dia? — Perguntei me fazendo de desentendida.

— No meu escritório. — Eu então olhei para os lados, me certificando que ninguém nos ouvia. E ninguém ouvia, não tinha ninguém ali.

Então com uma onda de calor percorrendo meu corpo eu respondi da pior forma possível, dado o tom de voz que Anthony estava usando.

— No primeiro, ou nos outros? — Disse, apoiando as mãos nos ombros dele, por trás, e massageando-o.

Anthony quem recuou dessa vez, ele me puxou ao seu lado, e me olhou nos olhos.

— Eu realmente gostei de você, Jéssica. — Normalmente era apenas sexo, apenas prazer, apenas isso. Mas Anthony tinha mudado… E eu também.

— É errado, professor. — Eu respondi tentando manter a integridade, mas a verdade é que eu o desejava cada dia mais, e isso simplesmente não podia acontecer.

Anthony rolou os olhos e por fim, olhando para a vista, voltou a falar.

— Não tem nada que proíba nas leis…

— O código de conduta da universidade proibi. — Ele deveria saber… Claro que ele sabia disso! Só estava jogando. Anthony adora jogar.

Do nada sua mão agarrou minha cintura, os dedos fortes contra minha pele por debaixo do casaco, mas não da camisa. Ele se virou, os olhos se fechando e eu consenti, fechei os meus olhos e deixei que ele se aproximasse, e me dominasse, e me beijasse.

Senti sua barba contra meu rosto enquanto seus lábios quentes encostavam contra os meus, ele era mais experiente, e sabia aproveitar-se disto, suas mãos me seguravam pela cintura, mas uma delas deslizou pelas minhas costelas no contorno do seio esquerdo e subiu para meu pescoço, onde os dedos entrelaçaram-se na minha nuca, na raiz do cabelo, e eu estava simplesmente perdida, desarmada.

Quando ele recuou um pouco, mordeu meu lábio inferior e sorriu-me com malícia de forma que apenas ele sabia fazer.

— Então acho que vou ter que arrumar um jeito de tirar você da faculdade, porque não pretendo ficar sem você! — Ele disse, tão perto que podia ouvir seu coração batendo, tão intenso que podia sentir cada palavra…

O que ele disse? Só então entendi. Mas claro, era brincadeira, coisa do momento, tinha de ser.

— Nem brinque com isso, professor. — Eu respondi enquanto dávamos as mãos.

Por que não podíamos ficar juntos? Ele me quer, e eu quero ele! Parece nada menos que justo.

***

Quando o carro parou, não parou na frente da casa que Elijah tinha alugado, mas isso não era problema, eramos vizinhos ali, Anthony e eu.

— Quer entrar? — Ele me perguntou, antes de abrir a porta e eu a minha.

Poderia ter saído do carro, agradecido e ido para a casa, beber e fumar e talvez estudar, mas ao que parece sou muito burra para isso!

— É melhor eu ir andando. Se sua esposa chegar… E eu tenho que estudar para não perder o semestre…

Vi um olhar de reprovação em Anthony, quando falei sobre a esposa, mas em seguida esse olhar sumiu, o casamento dos dois não ia bem, ela era uma mulher controladora e chata e feia, e ele era exatamente o contrário, além das discussões serem tão constantes que o campus todo sabia que eles não estavam bem. Então ele se inclinou no banco, como tinha feito na varando, sua mão na minha coxa, deslizando para cima lentamente.

— Existem maneiras mais fáceis de não perder o semestre, Jéssica. — Ele me respondeu e eu sabia exatamente sobre o que Anthony estava falando, e não podia negar que desejava. Já não era mais pelo semestre, era porque eu queria!

— Não quero fazer isso pelas notas! — Eu respondi, mas era mentira? A primeira vez tinha sido pelas notas, é verdade, mas Anthony era muito mais que isso, ele era… Especial!

— Então significa que você quer fazer isso? — Ele concluiu, a mão estava entre minha coxa e cintura, os dedos no zíper da minha calça, e eu estava corada, colada ao banco, torcendo para não perder o controle e fazer algo estúpido, nem percebi que quem tinha o controle era ele, não eu. — Porque eu sei que eu quero! — Ele terminou recuando, tirando a mão.

Mas naquele momento alguma coisa me fisgou, e eu segurei ele pelo braço, me aproximei subitamente, ouvi alguma coisa caindo no chão do carro aos meus pés, mas não me importei. Nos beijamos de novo e ele puxou minha cabeça para trás pelos cabelos, beijando meu pescoço enquanto eu arfava de prazer em antecipação. Mas ele só estava usando uma mão a outra estava…

A porta se abriu e ele apontou para a casa com a mão livre.

— No carro não é lugar! — Disse, e saiu.

Corri atrás dele, descontrolada, como podia estar assim tão perdida em mim mesma a ponto de ignorar todos os riscos que aquela ação impunha?

Legalmente falando eu poderia dizer que estava fora de mim. Existem recursos para afirmar que mulheres agem de forma descontrolada quando sobre efeitos da TPM, podia usar essa desculpa até ser provado medicamente que não estava em TPM. Talvez algum transtorno? Por que eu agiria assim? Que tipo de controle Anthony exerce sobre mim?

Ele subiu entrou na casa ignorando minha existência atrás dele, subiu as escadas e eu fui atrás… Era errado… Imoral… Desonesto… Indigno… Mas ele é tão… Bom!

Subindo a escada, sai em um corredor, todas as portas menos uma estavam fechadas. Quando olhei para esta uma aberta, lá estava Anthony, em pé, desabotoando a camisa que usava enquanto me olhava com aqueles olhos famintos, e os lábios vibrantes.

Usando um pé para ajudar o outro eu tirei as botas ugg enquanto abria o zíper da calça. Ele puxou o cinto que usava na cintura e jogou no chão ao pé da cama enquanto abria o zíper da própria calça, que caiu aos seus pés.

Eu admirei-o, só de cueca, camisa aberta e meias, enquanto ele avançava contra mim, agarrando minha camisa branca e puxando-a para cima, ergui os braços e casaco e camisa saíram juntas despencando ao lado, então suas mãos agarram meus seios e as minhas agarram seus glúteos e nossas línguas se encontraram pela terceira vez aquele dia.

Rapidamente ele me segurava pela cintura e eu me apoiei nos ombros dele, e pulei, as pernas cruzadas em volta da cintura de Anthony, sentia entre minhas pernas o volume surgindo, quente… Prazeroso.

Ele mordiscava minha orelha enquanto me girava para a cama, a cama onde Anthony e Evelyn haviam dormido na véspera, onde Anthony e Evelyn vão dormir após nós terminarmos… Estranhamente, enquanto ele tirava minha calcinha e a própria cueca e se preparava para me penetrar, eu não senti nada que se assemelhasse a culpa ou remorso, Evelyn não merecia Anthony, ela era uma mulher fraca para ele, nunca tinha sequer dado um filho a ele. Eu o faria, Anthony teria em mim o que Evelyn sempre foi incapaz de dar a ele, para começar eu daria prazer! Anthony é um animal louco por prazer… Prazer que parece nunca ter tido, prazer que lhe foi negado, que ela negou. E que eu, e apenas eu, posso oferecer.

***

— Não é como se ela fosse uma pessoa ruim. — Anthony afirmou, enquanto eu deslizava os dedos sobre seu peitoral. — Evelyn endureceu muito com o passar dos anos. Foram várias coisas, vários detalhes… Coisas que destroem uma relação, entende?

— Entendo. — Respondi espontaneamente, mas, na verdade, quase nem prestava atenção no que Anthony falava, e ele, mesmo assim, continuava falando. Diferente das vezes no escritório, quando terminávamos e ele me mandava embora, apressado para que ninguém nos visse, ali ele parecia calmo… Um Anthony ainda desconhecido. Ele gosta de se abrir depois do sexo. Percebi.

— Ela ficou tão complexa nos últimos tempos que tem sido difícil até mesmo jantarmos juntos… As vezes, desde o mês passado na verdade, eu penso que se não tivesse mais Evelyn no caminho nós dois poderíamos até ficar juntos. — Ele estava falando sério? Ou será que era apenas mais uma brincadeira como a de me tirar da faculdade para ficar comigo?

— Mas vocês estão juntos. — Eu respondi, percebendo que aquela conversa estava tomando um caminho que eu não queria. Ao passo que Anthony após o prazer do sexo se tornava um livro aberto eu gostava de pensar que eu me tornava um fechado. — E, falando nisso, acho melhor eu ir antes que ela chegue.

Sem mais despedidas eu juntei minhas coisas, me vesti e me arrumei como pude e sai. Desci as escadas buscando meu celular nos bolsos, mas não estava comigo, pensei em voltar para o quarto, mas teria que debater mais com Anthony, então me virei e continuei andando. O relógio na parede marcava pouco mais de cinco da tarde.

Quando entrei na casa que tínhamos alugado, Rarim estava preparando uma carreira na mesa da cozinha, e na sala o “Verdade ou Desafio” estava preparado.

— Finalmente apareceu. Depressa, vem jogar. Onde estava que não viu as mensagens?

Meu celular… Onde deixei?

— Eu começo. — Claire girou a garrafa que tínhamos esvaziado na véspera.

Elijah olhou para a namorada e me ignorou, assim não precisei responder, e evitamos mais uma discussão. Tinha certeza que ele seria contra a ideia de eu e Anthony juntos.

As rodadas de verdade eram limitadas por três para cada um, sendo assim os desafios logo se tornaram a única opção, e valia tudo!

Entre o jogo parávamos para beber um pouco, para alguém ir no banheiro…

Rarim pediu para cortar o cabelo da Jane, mas ela disse que ia cortar as bolas dele fora, então conseguimos chegar a um acordo e cortamos dois dedos, a muito contragosto. Se fosse o meu cabelo, agora Rarim seria um indiano eunuco.

Elijah tinha que virar quatro doses de fada verde, eu quem pedi.

Claire deu uma carreira de trinta centímetros no pó, em cima da barriga de Elijah, e ela terminou beijando-o no umbigo para baixo até puxar a calça dele e começar a beijar-lhe a cueca.

— Ok, já deu. — Jane puxou Claire para trás e Elijah ficou caído no chão rindo e bêbado.

— Elijah sua vez! — Rarim disse, em risos. — Elijah…

— Ele já era. — Eu disse vendo que Elijah estava quase desmaiando de bêbado.

Quando olhei para Claire ela estava louca, balançando de um lado para o outro, sentada em perna de índio com um sorriso que não podia se desfazer em seu rosto.

O jogo continuou como pode, mas sobrou apenas eu, Jane e Rarim.

— Desafio você a deixar eu chupar seu peito! — Rarim disse, e Jane começou a rir.

Então puxou a camisa para baixo e abriu o sutiã, se debruçando por cima da garrafa.

Eu recuei dando espaço para eles enquanto Rarim finalmente conseguia o que queria e Jane finalmente fazia o que queria sem citar o episódio do banheiro como desculpa.

Me levantei, a alto custo, pois tudo balançava, e Elijah virou de lado, vomitando no pé de Claire.

— Que merda. — Disse olhando para os quatro, estavam quebrados.

Cambaleei até o sofá e peguei o celular da Claire, um iPhone de ouro rosa.

Desbloqueei e coloquei o número, mas para enviar a mensagem como “número privado”, então, pensando em evitar que meu professor tivesse problemas com a esposa, eu digitei “Perdi meu celular, se achar me avisa! Assinado; Cobson”, assim se a esposa chata e ciumenta que não sabia dar direito visse a mensagem, ela ia achar que Cobson é um homem, quando é só meu sobrenome mesmo.

Sentei no sofá enquanto assistia ao noticiário, sem entender muito além de que um atentado em Londres foi reivindicado pelo Estado Islâmico ou algo assim, então mudou para as notícias locais, falando sobre uma explosão em Nova Iorque e robôs nas ruas… Será que estava delirando devido a maconha?

Toda hora olhava para o celular esperando uma resposta.

— Os irmãos Faunt continuam desaparecidos. A guerra europeia aumenta… — Ouvia no noticiário.

Então não levei em consideração aquela demora, aquele silêncio, aquela falta de resposta, me levantei e sai.

Só ia chamar o Anthony discretamente e perguntar sobre o celular, Evelyn, a chata malcomida, nem ia me ver!

Lá fora já estava escuro… Bebemos e brincamos por muitas horas, pelo visto.

Quando pulei a grade que separa os quintais me lembrei do carro, do beijo, e de algo caindo no meio das minhas pernas… Corri para o carro, literalmente corri, feito um pinguim bêbado desnorteado.

Enquanto corria pequenas risadinhas rompiam da minha boca, involuntariamente, aquilo era divertido por algum motivo.

Mas quando cheguei perto do carro a porta da casa se abriu lá do outro lado.

Me joguei pelo capô para o chão, deslizei e bati a cabeça no farol como resultado. Nos filmes é sempre tão fácil fazer isso.

— Ai… — Reclamei olhando para a varanda do Professor Anthony safado.

Podia ouvir gritos, mas não distingui nenhuma palavra. Evelyn quem estava na porta, ela balançava os braços e berrava, eu ouvi “Vagabunda”, “de novo” e “Traição” entre as palavras dela, e “Paranoica” e “Burrice” nas de Anthony. Então Anthony foi até a porta e agarrando Evelyn pelos braços puxou ela para dentro, a porta foi batida e eu parei de ouvir a discussão deles dois.

Olhei pela janela para o interior do carro do professor e vi meu celular caído no chão do carro, coloquei a mão no vidro como se pudesse pegá-lo, mas só pude lamentar.

Então voltei para casa alugada na esperança que mais nada desse errado! Mas algo deu errado? Cara, eu realmente não sei, está tudo bem, não!? Claro que está!


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Notas finais do capítulo

Apenas isso, espero que tenham gostado, e o próximo capítulo vem em breve!!!
Já terminei de escrever, então agora é rápido!
Partiu matar o Elijah! haha.
Até o próximo capítulo gente bonita e elegante!
...
AAAA, não deixe de comentar! Vou adorar te responder! :)



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