Oh, vã cobiça! escrita por Eduardo Marais


Capítulo 25
Capítulo 25




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Vasco cobre o corpo da filha com o seu, tentando protegê-la dos efeitos da explosão, impedindo de ser ferida. Mas o que ele percebe é algo que nunca tinha visto: Zelena, Regina e Yasemine estavam paralisadas após a explosão.

– É tinta de lula! – grita Nicolas jogando-se no chão e fugindo da fumaça escura que havia tomado conta da sala. Outro grito é libertado, quando uma seta atinge seu ombro.

Cesar salta na direção de Cosima e é golpeado por sua espada afiada, deixando para Smila, a missão de lutar para a defesa de seu grupo. As duas mulheres lutam, mas Smila não era páreo para a destreza de Cosima.

– Leve nossa filha! – Regina ainda consegue gritar e vê Vasco levantar a garota nos braços e começar a correr para fora da sala.

Galeano ainda estava zonzo e naquele momento percebe que possuía algum tipo de magia, pois estava paralisado também pelo vapor da tinta de lula. Sente-se feliz e vitorioso, porque conhecia a durabilidade do efeito da tinta e em breve estaria movendo-se.

Smila é derrotada cai semi-consciente e Cosima sai correndo atrás da terceira bruxa. Ela apanha um pequeno chifre de carneiro que estava dentro de sua mochila e começa a soprar nele, produzindo um som de chamado de ajuda. Poucos segundos depois, os vidros do telhado são estilhaçados e três de homens alados entram no ambiente.

– Encontrem a bruxa menor! – Cosima mostra-se descontrolada.

Cesar passa a mão sobre sua ferida e levanta-se furioso, vendo Nicolas fazer o mesmo.

– Você consegue correr, cigano?

– Para salvar minha princesa bruxinha, consigo até voar!

Os dois saem correndo, depois que o cigano praticamente obriga o macaco a usar o pó contra sua ferida. Seguem na mesma direção que Cosima e seus homens alados. Todos atrás de Yasemine e Vasco.

Um dos homens alados retorna para a sala e desembainha uma espada. Sorri e caminha na direção de Regina e Zelena, com passos firmes.

– Seu reinado de crimes está no fim, criaturas infames! Com prazer eu irei exibir a cabeça da Rainha Má e da Rainha Verde! Depois, Cosima exibirá a cabeça da bruxa menor e tudo estará acabado!

– Ela combate magia com magia? – diz Regina.

– Nossa magia surgiu devido ao excesso de monstros como vocês duas. Agora, tudo estará finalizado!

– Não, mesmo... – ferida e usando suas forças escassas, Smila envolve o homem por trás e crava sua adaga no pescoço do mutante, que se debate e alça voo, levando a mulher presa em suas asas.

Lá em cima, os dois se debatem e minutos depois, despencam de lá, chocando-se violentamente contra o soalho de pedras. Não se movem.

Noutro ponto, Vasco consegue esconder a menina em um dos cômodos daquele palácio imenso, daquele labirinto inútil, sua antiga prisão. Corre para o corredor e depois de alguns passos, depara-se com Cosima e dois de seus homens alados.

Como todo guerreiro nato, Vasco não nega a sua essência. Embora aquela mulher que havia salvado sua vida, e precisava agora ser detida! Ela vinha com a ânsia de matar Yasemine. E isso, ela não conseguiria!

Os dois começam a duelar de forma selvagem e naquele instante, todas as fibras do corpo de Vasco gritam para fortalecer seus músculos acostumados com exercícios físicos da modalidade de luta que estava aprendendo em Storybrooke. Precisava evocar todo seu conhecimento e preparo de atleta, para conseguir bloquear os golpes daquela guerreira insana e feroz.

Cosima se mostra expert em esgrima e seus braços eram potentes como se tivessem a explosão muscular de um homem. Não perderia a oportunidade de ceifar a vida daquela bruxa iniciante e depois retornaria a tempo de recolher a cabeça das outras criaturas mágicas. Ela sorri. Vasco avança e os dois não cedem em sua luta.

Atrás deles, prontos para o ataque, os dois homens alados são surpreendidos com o retorno de Nicolas e Cesar, agressivos e sedentos por vitória. O som de gritos, ofensas e urros se tornam a sonoplastia para aquele momento tenso e assustador.

A espada de Vasco é arrancada de sua mão. Ainda fragilizado pelo período de clausura, pela inanição sofrida e pela queda dentro do rio, o homem não consegue manter a espada firme em sua mão trêmula. Porém, clama pela sua força interna e consegue um objeto para chocar contra a lâmina da mulher. Ela titubeia e é suficiente para esmorecer o braço, abrindo espaço para um chute alto de Vasco, contra seu ombro.

Girando, ele avança e imobiliza a mulher por trás, com o conhecido mata-leão, também cruzando suas pernas em torno da cintura dela. Mas a mulher era forte demais e em poucos segundos consegue escapar do golpe, derruba-o e corre para apanhar a espada caída no chão.

Voando em lembranças, sentindo que sua vida e a vida de Yasemine estavam por um fio, a mente de Vasco procura alguma solução mais rápida que seus movimentos corporais. Resolve apelar e grita com toda a força que estava dentro de seu desespero:

– “Est capris! Est capris!”

Algo acontece e congela a alma do homem. Impressionado com que vê, ele permanece sentado no soalho, incrédulo com a visão da cabra que surge diante dele. Apavorado, sofrido e dolorido, Vasco sente a queimação das lágrimas que insistiam em subir aos seus olhos. Levanta-se e apanha a espada, colocando-a contra o pescoço da cabra.

– Olhem como está a sua líder! Vejam no que ela se transformou!

Os homens alados, assim como Nicolas e Cesar ficam estáticos olhando para a cabra que usava o colar de Cosima. Tudo fica em silêncio por segundos, até que um dos homens alados esconde suas asas e caminha ereto até Vasco, atirando sua espada no chão. Inclina-se a apanha a cabra em seus braços, observando as roupas e pertences de Cosima espalhados pelo chão. Sem virar as costas para Vasco, ele se afasta e é acompanhado pelo outro homem alado. Os dois voam para longe dali.

– Papai... – a voz lerda de Yasemine é ouvida e Vasco se vira para apanhar a garota em seus braços.

– Estou aqui, meu amor.

– Onde está mamãe?

A mesma pergunta estava estampada nos olhos dos três homens. Não haviam percebido que dos três homens alados, somente dois deles estavam naquele corredor. E naquele momento, a mesma resposta surge na alma e na mente dos homens: o terceiro homem alado havia ficado para trás para matar as pessoas paralisadas pela tinta de lula.


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