Assassin's Creed: Omnis Licitus escrita por Meurtriere


Capítulo 57
O Bom Filho a Casa Torna


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Mais cedo do que eu planejava porque eu não sei segurar capítulos completos rs. Mas esse é bem pequeno porque eu simplesmente não consegui escrever mais nele. Não há muito a se dizer... Apenas entendam a minha tristeza... Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661108/chapter/57

Londres, Novembro - 1753

 

Amy estava a cuidar dos ajustes finais de um vestido branco, com bordados e rendas. Uma obra prima em sua opinião, mas que infelizmente seria usado para uma ocasião pouco agradável. Uma jovem de quatorze anos logo seria tomada como esposa por um homem que podia muito bem ser seu pai devido à idade. A menina era graciosa como poucas e seu pretendente um comerciante rico que fez fortuna com a venda de especiarias. A costureira não o conhecia e não poderia julgá-lo pelo seu caráter, mas a pobre noiva lhe confessara aos prantos que amava um jovemum pouco mais velho que ela e que por causa dos conflitos entre a Inglaterra e a França fora obrigado a servir como soldado, um rapaz chamado Charles Lee. Ela prometeu que lhe esperaria, mas seu pai traçou outros planos para a própria filha, sem nunca se importar a lhe perguntar qual era sua vontade.

O laço de seda estava devidamente preso e já cansada, a costureira suspirou. Já era tarde da noite, seu sobrinho dormia tranquilamente em um dos quartos acima da loja e ela não deveria se demorar a deitar também. Antes de se pôr de pé, a mulher esticou as costas e os braços. Nesse instante a porta se abriu repentinamente e a fez cair no chão de susto. Todavia, era seu marido que estava a chegar na calada da noite e diferente do que a maioria das mulheres faria em tal cenário, a costureira correu e lhe abraçou fortemente.

— Oh Miko, fico tão feliz em te ver.

Sua voz transbordava de alegria, mas logo uma confusão lhe tomou a face quando viu a expressão de dor do homem. Então seus olhos perceberam o braço do Assassino repousando em uma tipóia por debaixo do casaco pesado.

— Céus! O que houve meu marido?

— Eu fracassei. – Ele lhe respondeu de maneira tão depressiva que sua esposa se viu sem palavras. – O rapaz a qual eu deveria proteger foi levado pelos Templários. Eu... Eu... – O homem olhou para o teto a fim de ter coragem para concluir suas palavras. – Eu encontrei Haytham e ele me deixou assim.

Amy levou as mãos até os lábios que se separaram em vista da surpresa daquela notícia. – O irmão de Jenny?

Seu marido lhe assentiu e continuou. – Edward tinha razão, ele não tinha potencial para ser melhor do que ele, Haytham é indiscutivelmente melhor do que ele. Eu tive sorte de ficar vivo.

— Então ele continuou com os Templários... Pobre Jenny.

— Ela não pode saber. – Miko adentrou ainda mais em sua casa para encontrar uma cadeira e se sentar. – Se ela descobrir virá no mesmo instante atrás do irmão e eu não posso permitir que os filhos de meu estimado amigo se matem um ao outro.

— Mas e se ele for atrás dela?

— Permanecerei aqui, atento e atrás de qualquer informação de movimentação de Haytham. Farei o que estiver ao meu alcance para impedir que ele a encontre. Mas preciso alertar Achilles, o garoto que ele levou era um tradutor.

— Por que esse jovem é tão valioso assim? – Questionou sua mulher já aflita após ouvir tanto.

— Porque ele não é um tradutor ordinário. Sua família teve a posse de alguns manuscritos antigos. – Miko olhou no fundo dos olhos de sua mulher e complementou. – Manuscritos que tratavam de artefatos.

O Assassino levou a mão direita até o pingente do cordão que permanecia todo o tempo consigo.

— Jenny havia dito que seu irmão não tinha interesse nisso.

— Bem, ele estava muito empenhado em levar o jovem, suponho que ele possa ter mudado seus conceitos nos últimos anos.

— Achas que ele sabe sobre a sua chave?

— Acredito que se soubesse já teria tentado algo para pegá-la. Mas não posso garantir que ele não irá descobrir um dia.

Amy, tão preocupada e atenciosa como era, sentou-se no colo do marido e lhe abraçou forte, como se quisesse com seus braços proteger o Assassino de qualquer coisa naquele gesto. – Por favor, Miko, não digas isso. Por favor.

 

 Nova York, Janeiro - 1754

 

Jenny observava a lebre a saltitar inocentemente próximo a armadilha que ela havia preparado, escondida parcialmente pela vegetação baixa que resistia ao inverno. Seus músculos começavam a doer graças ao período que estava imóvel, apenas observando. Por detalhes como este que a loira não gostava de caçar, mas ainda sim preferiria isto a ter ir até o centro da cidade para comprar comida, pois sabia que cada passo seu seria prontamente vigiado por algum noviço de Hope e Achilles.

— Jenny!

O chamado de Liam espantou o pequeno animal que correu para longe da armadilha e enfureceu a Kenway que desceu da árvore de galhos nus.

— Liam! Veja o que fizeste. Estive a quase uma hora esperando por uma presa e tu simplesmente a espantou.

O rapaz se aproximou com a face dura, em seus olhos era nítida a raiva e sua voz apenas confiou o estado dele. – Temos que conversar, agora.

A loira franziu o cenho e se calou. Estava deveras curiosa com a atitude incomum de O'Brien. Ele que sempre chegava cheio de saudades após seus períodos em alto mar com Shay, estava agora furioso e Jenny não podia nem ao menos imaginar o motivo de tal comportamento.

Ele tomou o caminho de volta para casa e a Kenway o seguiu de mãos vazias, teria que arranjar outra coisa para jantar naquela noite. O vento salpicado de cristais de gelo tingia as vestes de ambos no mais puro branco e repuxava os mantos com sua voz estridente. Mas o casal estava em silêncio.

Tão logo a Assassina fechou a porta de sua casa para manter o frio do lado de fora, Liam a encarou seriamente.

— O que houve com tu? Por que estás assim?

— Por que não me contou sobre o seu irmão?

— Do que estás falando?

— Por que não me disseste que seu irmão é um Templário? – Ela não lhe respondeu, mas antes que o pudesse fazer, Liam lhe estendeu a mão com um papel entre os dedos. –Esta carta de Miko chegou há alguns dias para Achilles.

Jenny pegou o papel para si e o abriu para que pudesse lê-lo imediatamente. A grafia de Miko era bonita, deveras melhor que a de seu pai e por isso tornava-se inconfundível. Ele narrava os acontecimentos de Corsica, o ataque do exército Genovês antes da partida dos rebeldes e Haytham raptando o jovem tradutor. Por fim ele alerta que os Templários podem chegar às colônias a qualquer momento e entre eles seu irmão.

Quando a loira reergueu a fcse Liam estava a lhe encarar e não somente isso, a lhe julgar e condenar com seus olhos claros. – O que pensou que eu faria se soubesse de seu irmão? Achou que eu não fosse permanecer ao seu lado?

— Eu tive esperanças que ele deixasse a Ordem após nosso encontro na Espanha... – A Kenway lhe respondeu em voz baixa. – Pensei que após saber a verdade a respeito de nosso pai e descobrir que Birch o enganou por todos os anos ele mudaria de ideia.

— Isso não justifica nada Jenny. Eu teria entendido se tivesse confiado em mim. Agora Hope e Achilles possuem todos os motivos para desconfiar de tu. - O'Brien se aproximou, ficando tão próximo a ponto de sentir a respiração dela sobre sua face. – E eu também.

A Kenway se desviou dele e sem lhe responder nada seguiu para as escadas a passos apressados, Liam a seguiu no mesmo ritmo para o segundo nível de vossa casa. Ela foi diretamente até o quarto que ambos compartilhavam, sacou suas velhas malas de dentro do armário de madeira e retirou diversas peças de roupas dos cabides.

— O que estás fazendo? – Liam a observava intrigado, mas ainda seriamente.

— Não posso deixar Miko sozinho em Londres sabendo que meu irmão pode encontrá-lo a qualquer instante.

— Miko é um Assassino experiente, sabe se cuidar sozinho.

— Não conheces meu irmão e não gostaria de conhecer.

— E o que te faz pensar que és melhor do que eu?

A Assassina cessou o que estavas a fazer e encarou o jovem ao seu lado, sua face estava tão rígida que ela mal podia reconhecer o americano de descendência irlandesa que tinha sempre uma piada na ponta da língua. Uma desculpa para lhe tirar as roupas e as juras de amor mais fajutas que um dia ouvira, mas ainda sim foram as que te conquistaram o sorriso.

— Eu sou a única que posso detê-lo. Sou uma Kenway como ele, a última de nossa família e se o Haytham não me ouvir, ele não teria motivos para ouvir qualquer outro Assassino.

— Então vejo que nunca confiaste em mim mesmo.

Com isso o rapaz se virou e a deixou sozinha no quarto. Seus passos barulhentos ecoaram até o grave som da porta a bater violentamente após ele sair de casa. Jenny permaneceu estática, ouvindo seu amado se distanciar até o baque final da porta. Ela engoliu a seco e só então tornou a arrumar as malas. Precisava retornar o mais rápido possível para Londres e impedir que seu irmão encontrasse Miko.

Naquela tarde ela desceu com sua bagagem até o porto e comprou uma passagem para um navio comerciante que possuía partida marcada para aquela noite. Suas roupas, armas e todo o seu dinheiro estavam arrumados em baús de madeira e malas. A loira ficou de bom grado observando Nova York do convés da fragata St.Mary enquanto seus dedos ocupavam-se no anel dado por Liam ainda a repousar em seu anelar esquerdo. Ela não iria tirá-lo nunca mais.

Com o coração apertado ela se despediu de Nova York, de sua vida simples e pacata ao entardecer quando as cordas foram recolhidas e a âncora suspensa. Parte de si queria ficar e correr de volta para os momentos felizes ao lado de Liam e Shay. Mas sentia-as também na obrigação de impedir que seu irmão fizesse alguma besteira e mais ainda, impedir que ele visse até às colônias como um Templário e tomasse a irmandade de Achilles como sua algoz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Juro que sofri muito separando esse casal... Eu nem tenho o que dizer. Bom, Jenny está voltando para a boca do leão, determinada a parar o seu irmão.

Liam irá seguir com Shay e a irmandade, falta um pouco mais de um ano para tudo literalmente ruir.

Espero que estejam gostando, o próximo cap já está em andamento de criação. Beijos e até depois.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Assassin's Creed: Omnis Licitus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.