Assassin's Creed: Omnis Licitus escrita por Meurtriere


Capítulo 53
Uma Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Tema do Capítulo de Hoje: Shape of you rs



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O sol estava competindo espaço com as nuvens e o orvalho da manhã reascendia o aroma de terra molhada. Haveria mais um dia fresco pela frente e Jenny aproveitava a calmaria para ter seu desjejum, pela primeira vez​ em semanas, sozinha. Seus pensamentos iam longe, hora em Londres e hora em Liam. Demoraria algum tempo até sua carta chegar à Miko e mais algum tempo para receber a resposta, o que lhe renderia semanas até uma possível partida. Contudo não era a espera que lhe tirava o sono e sim a dúvida. Seu bom senso dizia que não havia nada mais ali para ela, mas seu coração clamava para que ficasse e ela sabia perfeitamente bem qual era a principal razão disso... O'Brien. Seus olhos estavam fixos na cadeira onde ele costumava ficar, de frente para a lareira e foi com grande surpresa que repentinamente​ alguém puxou a mesma para se sentar.

Um rapaz com não mais de vinte anos se sentou diante de si. Seus cabelos eram castanhos e com os fios um pouco longos, em sua face um ralo bigode estava sendo cultivado acima de um sorriso maroto. Jenny segurou o riso e aguardou para saber quem era aquele jovem e certamente o que pretendia.

— Bom dia, Srta. Kenway. – Ela arqueou a sobrancelha e se inclinou para frente.

— Bom dia... Como deveria chamá-lo?

— Meu nome é Shay Cormac e vim até aqui a pedido de Liam.

— Cormac?

— Sim.

— Quantos anos você tem? Quinze?

— Dezoito.

— Passei perto.

— Por que a pergunta?

— Oh, é que já conheci uma Cormac antes, há alguns anos. Mas me diga a quê se deve sua visita?

— Infelizmente Liam não poderá te levar até Boston.

— O que houve?

— Ele teve que partir para Nova York para uma missão de última hora, ele me pediu para me desculpar por ele.

Jenny arqueou a sobrancelha e se endireitou na cadeira. – Isso me cheira à Achilles.

— E Hope também. – Houve uma pausa em que ambos permaneceram em silêncio, apenas analisando um ao outro.

— Bom, se é assim irei pegar o que é necessário para partimos.

— Irei te esperar lá fora, com os cavalos.

— Bom saber que há mais de um.

Ambos se ergueram e rumaram até o saguão de entrada, lá a Assassina subiu os degraus até o nível dos quartos enquanto Shay deixou a estalagem dos Jones. Já em seu quarto alugado, a loira pegou a carta para Miko e também sua Hidden Blade. Antes de partir deu uma breve olhada no espelho e suspirou por ter se arrumado para alguém que não a veria.

Ao sair da estalagem, ela se deparou com Shay já montado em um cavalo que ela não conhecia, havia também outra montaria ao lado e foram justamente as rédeas desse equino que ele ofereceu à Kenway. A loira as acatou e montou logo a seguir, com Shay a lhe observar todo o tempo. Eles iniciaram o avanço lentamente e em poucos metros o jovem lhe abordou verbalmente.

— Liam tinha razão, não se parece com os londrinos.

— Provavelmente porque não sou londrina, eu nasci em Bristol e vivi por alguns anos em Londres.

— E o que estás achando da vida nas Colônias?

Jenny o olhou por um instante, estudando a eminente curiosidade do rapaz, tentando se decidir se aquelas perguntas foram de alguma maneira orquestradas por Liam ou não.

— Liam já me falou muito de você. Sempre o elogia quanto ao treinamento... Há quanto tempo és aluno de Achilles?

— Há uns dois anos. Liam me recrutou depois que meu pai morreu.

— Oh... Alvo de Templários?

Cormac soltou um riso e a encarou. – Ele era um homem do mar e morreu no mar.

— E por que então se juntou à Irmandade? Apenas por Liam?

Shay não a respondeu e ela estranhou o repentino silêncio proveniente do jovem que até há poucos minutos estava tão curioso.

— Eu posso entender quem se une aos Assassinos por laços sanguíneos, como no meu caso. Mas é realmente intrigante ver pessoas​ como vocês dois entrarem nessa guerra por livre espontânea vontade.

— Você não acredita em nossa causa?

— Lutar pela liberdade? Certamente, mas não vejo Achilles com o mesmo intuito.

— Ele está lutando para manter a colônia livre do domínio inglês.

— Envolvendo mais inocentes do que deveria... Ele certamente se esqueceu de manter a lâmina longe dos inocentes como diz juramento.

— O que você quer dizer?

— Que Achilles é tão estúpido quanto meu pai fora há quase trinta anos. Assim como tudo é permitido significa mais do que liberdade, manter nossa lâmina longe dos inocentes significa mais do que não matar um civil. Nossas lâminas podem ser responsáveis mesmo pelo sangue derramado pelo fio de uma espada. Ele não devia envolver os nativos na briga entre Inglaterra e França.

— Bom, ao menos sobre tu ele certamente estava errado.

Jenny gargalhou ironicamente e com o semblante divertido o fitou. – Achilles não sabe de todas as coisas e muito menos é o dono da verdade. Lembre-se disso no futuro, Shay.

Cormac acompanhou seu riso, as palavras dela ecoaram em sua mente, mas ele ainda era muito jovem para compreendê-las e ainda mais para aceitá-las como verdadeiras. A loira, porém, tornou a falar, desta vez de um assunto muito diferente.

— Conhecestes tua mãe?

— Por que perguntas?

— Como eu disse, conheci uma Cormac há alguns anos. Uma mulher que ganhou meu respeito e admiração.

— Minha mãe morreu quando eu era um menino, ela ficou muito doente e não resistiu.

— Então parece que somos mais parecidos do que eu podia imaginar, Shay. Minha mãe teve destino semelhante.

— Bom, sinto muito por nossas perdas.

No fim das contas, uma conversa amigável sobre o mar se firmou entre os dois, onde ambos contavam suas próprias experiências. Cormac se alegrou em conhecer a mulher que era responsável pela ausência de Liam na fazenda, era de fato uma sem igual e não somente pela sua aparência requintada, mas principalmente pelo seu distinto modo de pensar.

 Eles chegaram à Boston e seguiram para as docas, rumando para o mesmo prédio que Liam a levou da última vez. Jenny se enfiou na aglomeração de pessoas e procurou por Jimmy até encontrá-lo em um canto a separar correspondências. Ele estava distraído, mas quando percebeu a aproximação da Kenway ajeitou rapidamente a postura e alinhou as vestes tal qual pôde.

— B-b-b-bom dia... – O rapaz tinha pouco mais de vinte anos e sempre ficava nervoso na presença de mulheres bonitas.

— Olá Jimmy, como estás?

— B-b-b-bem. Os livros ch-ch-chegaram?

— Sim, fico muito agradecida por isso Jimmy, mas preciso de outro favor seu.

— P-p-pode falar.

— Tenho outra carta para Londres, uma tão importante quanto à anterior. – Ela enfiou os dedos entre os seios, deixando Jimmy mais corado que um tomate maduro, de lá retirou um envelope dobrado e estendeu a ele. – Aqui está.

O rapaz ainda estava um pouco embasbacado e pegou o envelope como se nunca tivesse visto um na vida.

— Consegue despachar hoje?

— S-s-sim, claro.

— Quanto tempo até chegar à Londres?

— Acho que q-q-quatro se-se-semanas.

— Obrigada Jimmy. – Jenny aproveitou e se curvou por sobre a mesa onde as cartas estavam sendo separadas e deu um beijo na testa do rapaz.

O jovem ficou estático, sua boca entreaberta fora incapaz de se despedir da Kenway. A loira lhe deu as costas com um rápido aceno de mão e se rendeu ao riso enquanto voltava para as docas. Quando ela deixou o prédio encontrou Shay, todo sorridente para uma moça que lhe olhava de igual forma. Ela se aproximou silenciosamente dele e com certa pitada de crueldade lhe interrompeu.

— Tens sorte que eu não seja Achilles, tenho certeza que ele é bem rigoroso com esse tipo de coisa.

Sobressaltado, Cormac se virou e manteve o sorriso maroto. – Eu faço a minha própria sorte. E não, a princípio ele nunca se importou comigo e Liam a respeito de nossas... – Ele pausou sua frase e buscou uma palavra melhor para nomear as “fugas libidinosas” que ambos praticavam. – Noites.

— Ele parece bem preocupado agora. Aposto um vintém que ele não sabe que estás aqui comigo.

— Sinto em não ter um vintém para lhe dar, mas estás certa. Ele não sabe. Aliás, é melhor que voltemos antes que ele dê por falta dos cavalos.

Jenny lhe anuiu e juntos retornaram para o estábulo onde deixaram os animais. Desta vez, partir de Boston não fora tão complicado quanto da última e em poucos minutos estavam fora da cidade novamente, avançando sobre trote lento pela estrada de terra que serpenteavam por toda a fronteira. Ambos chegaram à estalagem a tempo de receberem uma boa refeição da Sra. Jones.

— Obrigada Shay, foi uma boa companhia. – Ela lhe sorriu quando Beatriz retirou os pratos da mesa.

— Mas não a que você desejava. – Cormac se levantou e retribuiu o sorriso.

— Oh não digas isso, foi uma grande satisfação conhecer o famoso Shay.

— Tenho certeza que sou mais interessante do que o Liam.

— Não com esse bigode ralo.

A Kenway caiu no riso enquanto o Cormac encarava o fraco reflexo dele no vidro da janela, mas ao perceber o divertimento dela terminou por sorrir também. – Agora sei porque Liam tem estado tão preocupado com a aparência ultimamente. E eu diria que o mesmo provém de você.

Jenny se acalmou e ajeitou a postura tal qual fora ensinada há tantos anos. – E por que achas isso de mim?

— Porque sei reconhecer quando uma mulher se arruma mais do que o comum. Não sou tão inexperiente quanto achas. – Patrick notou a face dela se ruborizar, ainda que sua expressão em nada tenha se alterado. – Bom, preciso voltar à fazenda.

Shay se virou e afastou-se dela, seguindo para a saída da estalagem, contudo antes que ela lhe perdesse de vista, a Assassina lhe chamou.  – Espere. – Jenny estava de pé e desta vez seriamente lhe dirigiu a voz. – Quando ele irá voltar?

Cormac inspirou profundamente antes de ceder-lhe a resposta. – Eu não sei, ele e Hope foram enviados para recrutarem mais gente e treiná-los. Será demorado...

A Kenway anuiu levemente com a cabeça e com isso ele partiu definitivamente.

 

Novembro, 1749 – Londres

Amy fechava as portas de sua loja naquele fim de tarde frio, o inverno estava chegando rapidamente e as chuvas constantes de Londres apenas deixavam a cidade mais melancólica, mas era o lar dela e a costureira já estava mais do que acostumada. Quando ela trancou a porta duas batidas ecoaram do lado de fora. Ela arqueou a sobrancelha com a repentina batida que se repetiram segundos depois. Por fim ela destrancou as portas e abriu uma das placas de madeira. Havia um menino de uns dez anos todo ensopado pela chuva e com o rosto sujo de poeira, ele retirou de dentro das vestes duas cartas e as estendeu a Amy.

— Espere um instante pequeno.

A mulher fechou a porta e após poucos minutos retornou com um pedaço de bolo e um pão que fizeram os olhos do pobre garoto se arregalaram de alegria.

— Muito obrigado senhora!

Ele pegou a comida e correu eufórico assim que Amy tomou as cartas para si. A costureira ficou a lhe observar até que se perdesse em meio à neblina noturna, tornando a fechar as portas logo após. Uma rápida olhada nos envelopes foi o suficiente para identificar uma como sendo de Jenny e outra sendo de sua irmã, Abigail.

— Miko, recebemos outra carta de Jenny.

Passos apressados ecoaram sobre o teto e logo o Assassino descia as escadas com nítida empolgação estampada no rosto. Ele se aproximou e pegou a correspondência que sua esposa lhe expôs. Sem delongas, seus dedos rasgaram o envelope e ergueram o papel com as novas informações diante de seus olhos. Era uma carta grande por estar codificada, caso fosse extraviada, mas em silêncio ele a leu avidamente.

Amy o assistia curiosa, sabia o porquê de tamanha expectativa por parte dele e foi com certa preocupação que ela se apercebeu que seu marido adotava pouco a pouco tristeza em sua expressão. Todavia, um fraco, mas sincero sorriso desenhou-se em seus lábios quando pôs a carta de lado.

— O que houve? Jenny está bem?

Seu marido sentou-se na cadeira destinada aos seus clientes e após um suspiro pesaroso lhe respondeu. – Ela não encontrou nada relacionado à chave. – Sua mão direita instintivamente segurou o artefato pendurado ao seu pescoço. – Nenhuma pista e Achilles não a aceitou na Irmandade.

— E por que ele faria isso?

— Ele foi aluno de Ah Tabai, um aluno muito disciplinado pelo que sei e a conheceu em Tullum, antes de desobedecer ao antigo mentor e fugir junto com Anne Bonny e Sexta-feira... Ele não a vê como um bom exemplo.

— Oh Miko, eu sinto muito por vocês dois. Mas e agora? Jenny ficará sozinha nas Colônias? – O singelo sorriso dele se apresentou novamente e deixou sua mulher com uma face intrigada.

— Parece que ela não está sozinha, um dos alunos de Achilles lhe ajudou a encontrar com uma nativa que lhe levou a um local sagrado. O nome dele é Liam e eu diria que enfim algum rapaz chamou a atenção dela

— Então Jenny e esse Liam estão juntos? Como um casal? Céus, que alegria em saber. Deus sabe o quanto procurei um bom rapaz para ela.

— Sim, também estou feliz por ela e anseio mais do que podes imaginar para que Jenny tenha sua própria família, como o pai teve. – Sua voz soou em um tom sombrio enquanto seus olhos recaíram sobre a carta em cima da mesa onde estavam linhas e agulhas.

— Tenha fé Miko, certamente fizeste tudo o que podia para mantê-la longe do irmão. – Amy se aproximou e tomou as mãos do marido por entre as suas, cedendo-lhe um olhar complacente.

— Os Templários continuam a crescer em poder e tenho indícios para suspeitar que Haytham esteja aqui, em Londres.

— Mas Jenny não, e é isso que importa.

— Eles não podem se encontrar estando em dois lados diferentes novamente ou temo que algo drástico aconteça. Sinto-me culpado por isso... Eu devia estar aqui, devia ter cuidado dos dois.

— Não se martirize tanto, venha vamos ler a carta de minha irmã. Decerto é algo sobre meu sobrinho, estou ansiosa para que conheças Duncan.

 

Dezembro, 1749 – Fazenda Davenport

Liam observava o simplório cais da fazenda no horizonte, foram poucos dias de viagem, mas ele nunca esteve tão desejoso de pôr os pés em terra firme. Não porque se sentia incomodado em alto mar ou por desgostar das águas, mas sim por causa dela. Ele não sabia se a encontraria ainda na hospedagem dos Jones, e nem mesmo se ela o receberia bem depois de tantas semanas, mas ele simplesmente não podia deixar de ter esperança.

Hope se aproximou dele, na proa da escuna, contudo Liam mal notou sua presença ali até ouvir sua voz.

— Tenho certeza que Achilles ficará bastante satisfeito com o nosso trabalho. – Ele apenas confirmou com a cabeça, ainda com os pensamentos ocupados demais para lhe responder qualquer coisa.

— Sente-se melhor? Dos enjoos?

— Sim, ver nosso lar me renovou a saúde. – Ela o fitou concentrado sempre a frente, quase que sem piscar. – Shay deve estar animado com seu retorno.

— Eu diria que ele estará mais com o seu. - O'Brien enfim a encarou com um sorriso maroto no lábios enquanto ela corava levemente. – Devia dar uma chance a ele.

— Shay é só um jovem conquistador e não deveríamos ter esse tipo de distração. Inclusive tu. Sei por que estás tão ávido por nosso retorno. Devias esquecer aquela mulher.

Ele ficou em silêncio, seu sorriso se fora, pois estava cansado de ouvir aquele tipo de conselho, fosse de Hope ou mesmo de Achilles, todavia para seu contentamento, ela não insistiu no assunto e se foi tão repentinamente quanto viera. Na hora seguinte eles estavam desembarcando no sopé da colina já alva que sustentava a mansão Davenport. Alguns alunos vieram lhe cumprimentar pelo percurso até a casa do Mentor, mas Shay aguardava no topo da subida, ostentando seu sorriso jovial de sempre. Quando O'Brien se aproximou recebeu um abraço do amigo e um cochicho próximo à sua orelha.

— Há um cavalo selado fora do estábulo.

Liam sorriu em cumplicidade, lembrando-se dos velhos tempos em que ele e Cormac aprontavam artimanhas mirabolantes quando ainda crianças. Tão logo se separaram, Shay foi até Hope, falando feito um papagaio adestrado enquanto sorrateiramente Liam se afastava em direção ao estábulo. Lá estava Valete já preparado para partir até a estalagem dos Irmãos Jones.

— Liam!

Fora a última coisa que ele ouvira Hope dizer quando passou acelerado pela estrada, poucos metros à frente dela, deixando apenas uma nuvem branca de neve e terra para trás. A viagem fora rápida, considerando a neve que começava a se acumular pelo caminho, mas para ele nunca foi tão demorada, a ponto que ele deixou o cavalo logo a frente da entrada da simples construção de dois andares. Ben estava atrás da bancada que guardava as chaves e algumas bebidas para vender aos forasteiros, quando este ergueu os olhos cansados para ver quem adentrava sua estalagem viu um mero vulto de Liam passar igual uma flecha.

— Olá Ben! – Disse o rapaz sem retardar o passo para esperar uma resposta.

Ele subiu de dois em dois degraus até estar novamente no corredor dos quartos, seus pulmões inspiraram profundamente o ar quente e com passos cautelosos ele seguiu até a última porta à direita. Sua mão repousou sobre a maçaneta e a virou, um ato em vão, pois estava trancada. Contudo quando ele ergueu o pulso para bater por sobre a velha madeira, a porta se abriu e lá estava ela.

A princípio, tudo o que seus olhos conseguiram captar foi o espanto na face dela e assim eles ficaram por instantes, em pleno silêncio, apenas ouvindo a respiração um do outro.

— Ainda posso entrar?

— Tu sempre poderás entrar.

Foi o suficiente para responder a toda expectativa dele, trazendo seu sorriso à tona e tomando os lábios dela para si em um beijo caloroso. Mas Jenny o interrompeu abruptamente para recupera-se ainda da surpresa.

— Não sabia que virias. Shay não me disse nada. – A Kenway descolou o corpo do dele e segurou suas mãos.

— Eu não sabia se ainda estarias aqui. Pensei que Miko já poderia ter lhe respondido.

— E respondeu, a carta dele chegou há alguns dias.

— E então? Quando irás partir?

A loira abaixou o rosto e mordeu o lábio inferior antes de voltar a encará-lo com um sorriso. – Não vou​. Não voltarei para Londres e nem pra lugar nenhum. Miko quer que eu fique e continue suas pesquisas daqui.

— Isso merece uma comemoração.

O'Brien avançou quarto adentro, fechando e trancando a porta atrás de si para no instante seguinte dar continuidade ao beijo interrompido e matar toda a saudades que lhe tirou o sono nos últimos dias, saudades do corpo dela e de todos os prazeres que compartilhavam entre si.

[#]

Jenny encarava a pequena chama da lamparina arder, ela não fazia a mínima ideia de que horas eram, apenas que era noite lá fora. As últimas horas simplesmente tornaram-se minutos e ainda sim ela não sentia sono. Seus dedos passeavam pelo tórax despido de Liam e ela enfim tomou coragem para falar.

— Liam... Tu voltarás para Nova York?

O peito dele se inflou após uma demorada inspiração, ela estava deitada sobre ele e podia ouvir seu coração acelerar antes mesmo da resposta chegar.

— Não queríamos privar os alunos de passar o Natal com suas famílias e, além disso, a fazenda é meu lar, Shay está lá e ele é o que tenho mais próximo de uma família aqui. Há também os alunos mais antigos que treinam todos os dias lá, somos uma Irmandade não?

— Então retornarás após o Natal.

— Eu e Hope, voltaremos para a base de Nova York para continuar a treinar e recrutar mais membros. – Liam se sentou e agora eles se olhavam sob uma escuridão parcial, ele contornou todo o corpo dela com os olhos e teve plena certeza do que iria dizer a ela. – Esse tempo longe... Eu senti sua falta, como eu nunca havia sentido de ninguém. E eu não quero mais passar as noites em claro pensando no que poderíamos estar fazendo, por isso vim pedir para vir comigo para Nova York.

— Liam, sabes que Achilles não me quer em sua irmandade, imagine em uma missão.

— Não estou pedindo para ir como uma Assassina, estou pedindo para ir como minha mulher


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Notas finais do capítulo

E enfim Jenny e Shay se conhecera, é quase como se ela estivesse conhecendo o cunhado [?]. E ela não perde a oportunidade de plantar a semente da rebeldia... A treta foi plantada, só precisamos esperar. Obviamente Jenny nãopode ser responsabilizada pelo o que Shay fará no futuro, maaaaas Achilles com certeza vai colocar na conta dela, porque ele simplesmente odeia os Kenway.

Miko e Duncan? Haytham em Londres? Bem, vocês já sabem o que esperar...

E não é que o Liam voltou, literalmente, correndo para ela. Esses dois estão muito namoradinhos, apesar do termo não existir na época deles rs. E se eu fosse ela casava com esse homem e ia pra Nova York linda e bela pra esfregar na cara do Achilles.

Eu quero já deixar avisado que o próximo capítulo irá demorar. Por quê? Bem, temos poucos caps até o fim dessa fic, eu diria que uns cinco e por isso preciso fazê-los com muito cuidado para fechar tudo na medida certa. Espero que estejam gostando e que possam aguardar com um pouquinho de paciência os acontecimentos finais dessa jornada.

Até o próximo e obrigada por lerem.



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