A primeira vez em que vi Edward, algo em mim disse que ele seria meu. Se não fosse, eu faria de tudo pra ser.

Pelo pequeno período que ficamos juntos, ele me deu uma vida. Uma vida que nunca soube que poderia ter.

Forks foi uma grande surpresa. Quem diria que a cidade que jurei odiar, me daria tanta alegria? Os amigos que fiz, com certeza, carregarei comigo pra sempre. Ou até o fim, como foi o meu.

Dizem que antes de sua vida terminar, ela passa na frente de seus olhos; e é ali em que você sabe que está indo, porque assim como esses momentos, ela é uma só, e quando quer, se vai.

Sem aviso, sem piedade, sem compaixão.

Antes de ir, eu vi minha mãe. Sorrindo com meus primeiros passos, meu primeiro recital de balé, minha formatura. Logo depois, vi meu pai. No dia em que me mudei para Forks. Ele pode negar, mas estava radiante.

Em pequenos flashs, vi minha primeira visita a praia, em La Push. Meus pais estavam juntos ainda, e eu brincava com as crianças da família Black. Rachel, Rebecca e o pequeno Jacob comendo a areia da praia.

Vi Jessica e Angela em nossos ensaios malucos para entrar nas cheerleaders. Jessica e Angela também foram outra grande surpresa. Eu, que nunca fui de me enturmar, fiz duas grandes amigas. Quem diria, não é? Mike, Eric, Tyler... Todos sorrindo no refeitório, fazendo piadas.

Por último, vi Edward. Lindo, misterioso, e naquele momento, aterrorizado. Nenhum momento com Edward passou em minha mente. Acredito que por ele estar ali, na minha frente. Por ele ser meu melhor momento, toda vez que estamos juntos.

Seus olhos pediam misericórdia. Seus lábios, cerrados, sem pronunciar uma palavra sequer.

Eu sabia que ele nunca quis isso que acontecesse. Sabia que ele se culpava. Eu queria dizer que estava tudo bem, que a culpa era inteiramente minha. Que ele me deixasse partir vendo seu sorriso. Mas ele não sorria. Ele não podia.

Edward jurou que me amava. Ele não precisava dizer, pois eu já sabia.

— Ninguém nunca o amou como eu te amei. — sussurrei, tropeçando em minhas próprias palavras.

Por um momento, vi seus olhos se iluminarem com o que eu havia dito. Eu sorri por saber que ele ainda estava ali.

Toquei seu rosto macio e gélido. Se ele pudesse chorar, estaria chorando. Ele me abriu o sorriso torto pela última vez, relutante. O meu sorriso torto.

— Eu te amo. — sussurramos juntos.

E eu sorri também, como um ato de despedida. Antes da escuridão me alcançar.