Eu andava de um lado para o outro nervosa. Será que o príncipe nunca me chamaria para sair?
     Eu sabia, pelas nossas conversas no Salão de Mulheres, que Marina Mattedi sairia com o príncipe hoje e Nancy Herney havia saído ontem.
     Saí andando pelo palácio. Precisava ver ameaças. Vi Marina Mattedi beijando o príncipe.
         Ameaça um detectada.
       Depois voltei até meu quarto, fiquei brincando de transfigurar as coisas, pensando em como meu irmão estaria. Ele tinha sete anos, e fazia um ano que não o via. É difícil quando se tem família em dois lugares.
     Ninguém sabia que eu me importava. Ninguém. Não podia mostrar minhas fraquezas, se não as pessoas poderiam usá-las contra mim.
         Alguém bateu na porta.
       - Veronica Hernandez, certo? - perguntou o príncipe, quando abri a porta.
     - Meio óbvio, não, Alteza? - respondi, apontando para o meu nome na frente do quarto.
      Então ele me convidou para sair. O encontro foi engraçado, com discussões sobre quadribol bem acirradas. Descobri que, assim como eu, era fã de quadribol.
     Na verdade, eu não era tão fã assim, mas gostava de assistir. Jogar não era para mim.
      No final do encontro, me deu um beijo. Ficamos nos beijando, e, de canto de olho, vi Marina e Nancy parecendo bravas e magoadas.         Sorri. Elas já não eram uma ameaça tão forte assim. Só continuei o beijando até que o ar faltou.
         - Seus olhos são lindos - foi a única coisa que falou antes de sair.
           E o resto do dia foi ótimo.