– Olá meu amor. – Gilbert sorriu ao abrir a porta do apartamento.

Nesse momento já morávamos junto, e eu já me chamava senhora Grissom. Minha mãe havia voltado para a cidade natal depois de alguns problemas na família, principalmente com minha avó e como Gil estava comigo, ela acabou cedendo o apartamento para não precisarmos comprar algo tão cedo. Ele era grande e comportava muito bem dois adultos e duas crianças.

– Que bom que veio para o almoço. – Sorri correndo para ele e abraçando-o ao pescoço, lhe enchi de beijos na boca.

– Quando disse que iria fazer você mesma o almoço eu não poderia perder, sua comida é a melhor do mundo. – Ele piscou maroto para mim.

– Não vá se acostumar! – Disse séria. – Sabe que só cozinho quando estou de bom humor, e ultimamente estou de ótimo humor. Você não sabe quantas vezes irei lhe agradecer! – Enchi a bochecha de Gil de beijos.

– Sabe que não precisa me agradecer, eu estou muito feliz também.

– O almoço está pronto. Vamos comer?

Gilbert então largou suas coisas sobre o sofá e começou a beijar o meu pescoço sussurrando em meu ouvido: - Prefiro fazer outra coisa antes.

Afastei-me rapidamente rindo muito contente.

– Ei não amor, as crianças. – Pisquei. – Falando nelas. – Inspirei ar para gritar: - Crianças a comida está pronta.

Avistei então meu ruivinho lindo pegando Julia, minha princesinha linda, pela mão e ambos correndo em direção à sala.

– O que tem de bom, mãe? – Disse Julia com sua voz infantil e ainda atropelando as palavras por conta da idade.

– Surpresa. – Pisquei para Julia. – Você também está querendo saber o que tem para comer Lorenzo?

– Claro Sar. – Disse entusiasmado.

O meu sorriso morreu por alguns segundos. Não fazia muito tempo que Lorenzo começara a morar oficialmente com a gente, e sabia que ainda ia demorar para que ele me chamar de mãe, assim como ele se incomodava quando eu o chamava de filho. Lorenzo até então morava em um orfanato da região, e quando fui levar roupas para a campanha do agasalho e o vi lá isolado das demais crianças chamei-o para conversar e logo ganhou minha simpatia. E assim as minhas visitas para Lorenzo começaram a ficar mais frequentes.

Conversando com a diretora do orfanato fiquei sabendo que Lorenzo já havia sido adotado várias vezes, porém por ser muito arteiro não se adaptava as famílias. Conversando com Lorenzo descobri que não era assim, e que ele achava que era o filho que “nenhuma mãe queria ter” já que nem a sua própria o quis. Foi quando decidi que queria adotá-lo, e Gil apesar de relutante inicialmente de adotar uma criança de quase sete anos, depois de conhecê-lo, sabia assim como eu que ele era o nosso filho, assim como Julia. Ele era um presente, já que eu não podia mais engravidar. Sentia-me em uma família completa desde que a adoção foi aprovada e Lorenzo entrou para nossa vida, embora todo o processo de adoção tenha sido desgastante, valeu muito a pena todo o esforço.