Se eu chorei? Talvez.

Se eu morri? Sim, eu morri.

Eu a amava e isso não era segredo.

Eu amava como ela sorria de canto quando lia algo engraçado na internet ou como ela sabia de cor a falas do Harry Potter. Eu amava como ela ficava nas suas roupas do seu time favorito ou como ela se irritava quando o filme não era igual ao livro.

Não sei direito quando eu comecei a amar ela. Acho eu foi em uma tarde de verão, quando ela saiu da sua casa de cercas brancas e varanda amarelo claro, com seu vestido florido e joelho ralado segurando um copo azul de limonada.

Ou naquela manhã de inverno, quando ela saiu com seu casaco verde escuro e deixou seus livros caírem na neve. Ela ficou vermelha de raiva por deixar seus “preciosos” caírem no chão, você então os juntou e me viu no outro lado da rua e acenou. Eu nunca fui tão feliz.

Mas eu posso ter me apaixonado por ela no dia em que se formou. Eu vi você na sua bata azul escura e fita amarela, como você estava feliz! Tinha se formado em cinema e iria se mudar para Los Angeles, como você sorria! E Meu Deus, que sorriso! Ela poderia acabar com toda a violência do mundo somente sorrindo.

Você me viu do outro lado da rua e sorriu. Você sorriu para mim! Eu fiquei tão vermelho e isso te fez gargalhar, uma melodia tão linda, eu podia ouvir você gargalhar o dia inteiro. E eu fiz isso.

Tomei coragem e fui em sua direção, tudo se remexia dentro de mim, o mundo parecia de uma forma mais colorido, sem mortes e violência. O universo era somente eu e você. Continuei a andar até a casa mais linda da rua, a casa amarela de cercas brancas e jardim na frente.

Mas ele chegou. Ele parou seu carro preto e abaixou a janela. Ele te falou algo e você sorriu, e foi aí que ele te levou para longe de mim. Para alguma festa que eu não fui convidado e que eu raramente me importava, mas essa foi diferente. Pedi aos sete ventos que por um milagre eu fosse nesta festa.

Mas esse milagre nunca aconteceu.

Te esperei do outro lado da rua, esperei a noite toda pela minha donzela.... Mas você não voltou.

Agora eu pergunto, você estaria disposto a ouvir minha história?