Mamãe, eu sou gay escrita por Caroline Dos Santos


Capítulo 9
08 — E o tempo vai passando


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas que estão acompanhando, fantasminhas, e quem desapareceu no final do ano :v Tudo bom?

Bem, eu sei que estou postando capítulos num período de tempo muito curto, mas é que quero deixar essa fic adiantada até o ano novo, porque vou viajar e para onde eu vou fica IMPOSSÍVEL ter um pouco de paz para escrever, ainda mais tendo uma família um tanto quanto... preconceituosa.

Enfim aqui lhes trago um capítulo com passagem de tempo, e o próximo também será assim :3 Tem uma surpresa no final, que eu sinceramente espero que gostem XD



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Mamãe, eu sou gay

E o tempo vai passando

13 de Abril de 2016

13h18

— Sério Thalita, pare de usar drogas.

Quase um mês depois desde que meu primo quase estragou meu relacionamento e que minha mãe o ameçaou de morte, o aniversário dele, o homem que roubou meu coração — que clichê, eca — estava para chegar. Sim, o Leo é um ariano, o que não podia ser pior, já que eu sou leonino — Leo, leonino... Haha... Sacaram? Tsc, vocês não tem senso de humor.

E eu estava andando pelo shopping da cidade para escolher um presente com o dinheiro de mainha, já que eu sou uma vagabundo que não trabalha. E me acompanhando veio minha melhor amiga, que disse que talvez não iriamos encontrar algo que ele gostaria ali, e pediu para que a acompanhasse em outra loja.

Agora essa louca está segurando uma lingerie sexy cor de rosa e me mostrando. Amor, isso não tapa nem a cabeça do pau. Ah, onde nós estamos? Num sex shop perto das lojas de departamento que eu sequer sabia que existia.

Pra entrar aqui não tinha que ser maior de dezoito anos? Como assim essa travesti conhece o vendedor? Como assim ela tem cartão? Como assim ela diz que aquilo vai ficar bem em mim? S-o-c-o-r-r-o!

— Ah Gabe — fez bico. Miga, seu batom tá borrado. — vai ficar maravilhoso em você... E tenho certeza de que vai levantar o astral do Leonardo.

Vou levantar o que de quem? Mulher, menos. E pare de assistir filme para maiores de idade, que tu ainda tem apenas dezesseis.

— Thalita, eu não vou usar uma cueca dessas! — nem morto. — Ela tem rendinhas.

— Ué, quem disse que isso é uma cueca? — arqueou uma sobrancelha, descrente do que eu havia falado. Comecei a refletir sobre a resposta dela quase cai pra trás. Que diabos é isso então? Não, não me responda... — Isso é uma calcinha. — eu disse para não responder, maldita.

Espera, uma calcinha? Por acaso ela esqueceu de que, apesar de ser gay, eu me identifico com o cromossomo y?

— Eu não vou usar uma calcinha! Isso nem deve tapar meu pênis! — falei um pouco alto demais, tanto que o vendedor até riu. Cuidar da vida ninguém quer, né? — Você está ficando louca?

— É claro que tapa. — deu de ombros. Hello, você está prestando atenção na minha revolta? — Eu até estou usando uma dessas, e sabe que eu sou bem melhor dotada que você. — joga na cara mesmo, filha de chocadeira. — Quer ver?

— Não garota, eu não queri ver seu instrumento. Se quisesse ver algo desse tipo tinha pedido pro meu namorado, não é? — dã — Aliás, e por que diabos eu compraria uma calcin... Cueca — me recuso — para mim se o aniversário é dele?

— Gabriel. Você não é tonto. — claro que não sou, bem. — Pra que serve algo sexy no seu corpo? Isso seria só o embrulho, mas o presente é você... Aí vocês dois transam loucamente a noite inteira.

Até que a ideia é ideia.

Mas não.

De jeito nenhum.

13 de Abril de 2016

16h11

— Ai Gabriel, eu não sei o que você quer da sua vida. — nem eu sei, para falar a verdade. — A gente vai comprar uns jogos, aí diz que não é bom que e o loiro cretino — olha como fala do que me pertence — não vai gostar, vamos ver uma camiseta e não tem dinheiro pra comprar, vamos o sex shop e você não quer a roupa sexy — era uma calcinha. C-a-l-c-i-n-h-a! — então pegamos a droga de um ônibus com o passe estudante e viemos para centro e você decide levar um tomate? TOMATE Gabriel?

Mas ele deve gostar de tomate, quem não gosta de tomate? O Leonardo não seria tão retardado, certo? Certo?

— É... É que... Eu gastei o deinheiro com o lanche e com o sorvete...

Não me julguem, quem nunca fez algo assim? Não a parte de comprar um tomate, isso é coisa do homossexual idiota aqui... E também é culpa do sorvete, que é muito bom. O lanche também tem um gosto incrível e... Ah, vocês entenderam!

— Você é magro de ruim, comeu três lanches e dois sorvetes. — resmungou minha cacheada e eu apenas encolhi os ombros. É a trsite verdade sobre o meu corpinho delicioso, afinal, eu preciso de gordura para manter essa gostosura aqui, bem.

Acreditem se quiserem, mas essa rapariga ficou nosso caminho inteiro de volta reclamando — uns vinte e cinco minutos de ônibus, e mais uns três a pé. Ai meus pézinhos... —. Senhor, como mulher consegue arrajanr tanta coisa para reclamar? Ela deveria se oclocar no meu lugar, eu, gay, odiado pela sociedade, apoiado — apoiado? — apenas pela mãe e irmã mais velha — oi? Gabriel, cê usou drogas — e com um namorado que não me compreende, uma vítima dessa sociedade homofóbica.

Mas tudo bem, o viadinho aqui não var reclamar de nada porque é vitimismo e blá, blá, blá...

Eu mereço, viu?

14 de Abril de 2016

9h14

Naquela manhã não fui para o buraco do inferno... Digo, para a escola por motivos super especiais: ia fazer uma bolo para presentear o Leo, já que não consegui achar nada que prestasse para o louro fresco. Acreditam que ele não gosta de tomates? Quem em sã consciência não gosta de tomates? Jesus, tomates são tomates, são criações divinas!

Até minha mãe teve coragem de dizer que eu era um retardado de ter comprado a fruta. Eu? Um retardado mainha? Como consegue dizer isso a mim? Seu menininho? Seu doce e amável caçulinha? Como sou incompreendido dentro dessa casa que chamo de lar. Algum dia a senhora ainda vai precisar de mim, fica vendo.

Só que esse dia não será hoje.

— Mãe, quanto tempo isso tem que ficar no forno? — perguntei, e a mulher negra revirou os olhos, cansada da minha presença.

— Até ficar pronta, Gabriel. — respondeu, e deu uma pequena olhada no forno. A massa estava bonitinha. — Enquanto isso, vá fazer seus trabalhos da escola. Acha que só porque faltou vai ficar sem estudar, é? De jeito nenhum, eu não crio vagabundos.

Mas criou o Vitor.

— Aquelas fórmulas são muito difíceis... — fiz um biquinho muito fofo, e recebi apenasum olhar de repreensão tipo "Se tu não for agora eu vou arrancar seu piupiu", e como preciso muito dele, obedeci.

Apenas nós dois ficamos em casa. Thainara foi para a faculdade, e o senhor Vitor Hugo... Nunca mais nem ligou para a casa. Mamãe também não liga pra ele porque sabe que está bem. Eu não deveria me importar com ele por ter me tratado daquela maneira há quas eum mês, mas... Porra, apesar de não ser de sangue, ele é o meu irmão. Vivemos anos e anos juntos na mesma casa.

Queria ter coragem para pegar o telefone e mandar uma mensagem para o mais velho no Whats — já que por um milagre não fui bloqueado pelo filho da puta —, no entanto sempre que clicava no contato acabava jogando o celular em cima da cama e não voltava a tocar nele por um bom tempo. Vitor me odeia agora e simplesmente preciso aceitar isso.

Aham, senta lá Gabriel. Atá parece que logo você vai desistir assim tão fácil.

— Gabriel! — ouvi minha nega gritar. Ops. — Quantas vezes eu já falei para pendurar essa toalhas e não deixar jogadas? Vem aqui agora ou eu vou subir com o meu cinto e te garanto que vai doer muito!

Ai, como eu amo essa mulher...

14 de Abril de 2016

19h22

— Feliz aniversário, amor. — beijei os lábios macios do meu boymagia assim que cheguei a casa dele, aproveitando que a tia Teresa havia saído. Aliás, eu só fui lá a essa hora porque sabia que o loiro estaria sozinho. Para mamãe, disse que iriamos comemorar os dezoito aninhos dele na casa da Thalita.

Não me olhem assim, foi uma menitirinha saudável.

Leo piscou, provalmente consufo com a minha presença ali, sequer tinha avisado que iria visitar o meu ariano nesse dia tão especial. Pff, até parece que eu ia perder uma bela oportunidade de transar a noite inteira, né?

Nem esperei que o mais velho me chamasse para entrar, apenas driblei seus braços na frente do portão — o lado bom de ser menorzinho —e fui entrando com o delícioso bolo que fizemos em casa em mãos. E aquele lá nem pra me ajudar, apenas ficou olhando e depois de uns segundo resolveu me seguir fazendo uma das perguntas mais bestas do mundo:

— O que veio fazer aqui?

— Sexo, ué. — dei de ombros e ele revirou os olhos castanhos com um longo suspiro. — Antes que pergunte se eu só penso em sexo, saiba que a resposta é sim.

Claro que, na realidade, não são todos os gays que pensam em trasar todo o momento, claro que não gente, isso é um estereótipo homossexual muito feio. As pessoas gostam de viver suas vidas, de romantismo, nem tudo é so sexo. Menos eu, eu amo fazer oba-boa.

—Não sei porque ainda pergunto. — e revirou os olhos de novo. bem, quer parar com essa mania, é irritante. — Sua sabe que está aqui?

Sorri com a ingenuidade dele. Às vezes o Leonardo é tão bobinho.

— Claro que sim. — claro que não. — Você acha que eu sairia sem a permissão dela? — estou aqui sem a permissão dela, dã.

Ele pareceu ponderar um pouco, e lá no fundo torcia para acreditar em mim. Depois de um tempo apenas se proximo de mim e me beijou, colocando aquelas mãos frias por dentro de minha camiseta. Fiquei molhadinho.

— Se é assim, vamos comemorar o meu aniversário.

15 de Abril de 2016

7h08

Acordei com meu celular tocando, enquanto meus olhos e minha partes baixas doiam pela noite anterior. Não me lembrava de muita coisa do que havia acontecido, já que roubei umas cervejas da geladeira do Leo — é a vida — e sou meio... Fraco para bebidas. Ou seja, não lembro da noite maravilhosa que tivemos, mas pela dor na meu... Vocês sabem onde, pude crer que foi muito bom.

Leo estava demaiado ao meu lado, sem sequer se incomodar com o barulho do despertador, os cabelos loiros jogados lindamente pelo travesseiro — ao contrário do meu, que parecia uma juba — e os lábios brancos entreabertos. Não resistir e beijar de leve as bochechas coradas dele.

E finalmente me atentei ao barulho infernal do despertador, e que apenas naquele momento percebi ser o do meu celular. O procurei com os olhos azuis e achei do criado mudo ao lado, juntos com minhas roupas perfeitamente dobradas.

Sorri. Leonardo e sua mania de organização.

Peguei o aparelho e só nesse momento me toquei de que não estava despertando, e assim alguém ligava, então meu sangue gelou. Quem ligava? Mamãe. Agora eu notei que simplesmente não dormi em casa. Quantas vezes será que ela me ligou?

Acho que serei assasinado.

— Alô? — receoso, me sentei na cama e senti o mundo girar com a dor que me abateu. Gente, será que é isso que chamam de ressaca?

Alô nada, Gabriel. — respondeu, firme. Pelo tom estava muito irritada. — Se já acabou de transar, vem pra casa.

E desligou.

Sinto que quando chegar vou apanhar muito. Respirei fundo e olhei para o lado, pensando em acodar meu namorado para visar que iria voltar, mas não o fiz pois percebi uma outra coisa: estavámos numa cama de casal, e essa não é a a cama do Leo.

Senhor, nós transmaos na cama da tia dele. Gabriel, você não fez isso.

Me apressei para levantar, e quase cai vomitando com movimento que fiz. Primeiro pela tontura, depois por um baita enjoo; Quanto será que eu bebi? me vesti mo mais rápido que pude e deixei um bilhete para o loiro, para quando acordasse e sai, não sem antes passar pela sala, claro.

A tia Teresa tinha dormido ali.

15 de Abril de 2016

12h33

Minha situação agora é o seguinte: estou jogado no sofá, comendo um miojinho bem leve e ouvindo mainha reclamar e gritar comigo, dizendo que da próxima vez que chegar de ressaca em casa vai me capar. Minha nossa senhora, não faz isso mulher, preciso muito do meu instrumento.

Mas sinceramente, acho que minha cabeça vai explodir. Ainda mais depois que a Thainara entrou em casa batendo a porta com força. Oh desgraça, seu irmão mais novo tá morrendo aqui! E o pior foi que a desnaturada nem olhou para mim, apenas foi diretamente até mamãe, complatamente séria.

Por que será que eu acho que lá vem merda?

— Mãe, a senhora acha o nome Ricardo bonito. — perguntou, sem expressão alguma e foi até a geladeira, pegar um copo de água.

— Acho. — deu de ombros. — Por quê?

A chacheada demorou um pouco para responder, como se estivsse formulando uma resposta, ou criando coragem para dá-la. Acredito mais na segunda opição, pois tudo já parecia planejado.

— Porque vai ser o nome do seu neto.

Sabia que lá vinha merda. Legal, era só o que me faltava, Thainara grávida, mereço...

Espera, o quê?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse aqui ♥ Se der tudo certo, vou postar mais dois antes do fim do ano, mas não prometo nada, okay? :3

Beijinhos, e até os próximos, mores ♥