Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra escrita por Glenda Leão


Capítulo 8
A noite mais sombria


Notas iniciais do capítulo

Abaixo uma surpresa sobre Suna ♥



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— Mas o que aconteceu aqui? – Kadda e eu falamos juntos. Ainda bem que Suna ainda esta inconsciente, odiaria que ele visse essa cena horrível. Kadda e eu descemos das costas de Zena e deixo Suna deitado. Um homem sai dos escombros do prédio e logo que nos vê corre até nós.

— O que aconteceu lá? Onde estão os outros? O que houve com Suna? – lembro quem ele é, o seu nome é Luka, um dominador de terra, Suna me disse que ele é o segundo em comando logo após ele.

— É uma longa historia. – os olhos de Kadda estavam marejados, não sei se por causa da fumaça ou por que realmente essa cena da vontade de chorar. – Fomos emboscados, Zorrin e Zaila morreram, perdemos Ivy e Yuka, quando tentamos encontra-las descobrimos que elas eram radicais infiltradas e Yuka ainda por cima é uma das lideres, Ivy atravessou a barriga de Suna com uma espada de gelo, ele quase morreu, os olhos da Tara começaram a brilhar e ela entrou em estado avatar e matou Ivy, depois curou Suna, Yuka conseguiu fugir, mas não sem antes explodir o prédio, Zena apareceu, Tara me empurrou do prédio e nós chegamos aqui. – ele gesticula muito quando fala.

A explicação de Kadda deixou Luka e até mesmo eu tontos. Luka também explicou o que havia acontecido lá. Disse que tinha ocorrido um vazamento de gás na cozinha e que um dominador de fogo que com certeza era um traidor se suicidou para que o prédio fosse destruído e que todos nele fossem mortos, mas graças há alguns outros dominadores de fogo e alguns do ar que conseguiram abafar as chamas nem todos morreram.

— Se não fossem por eles a tragédia seria ainda maior. – Luka para de falar quando vê que Suna está acordando. Ele abre os olhos e uma coisa que eu nunca imaginei ver acontece, lagrimas saem de seus olhos. Eu o ajudo a descer das costas de Zena, sem dizer nada ele caminha até a frente do prédio e se senta.

—Vou falar com ele. –Seguro Luka pelo pulso e o impeço de ir.

— Melhor não, deixe-o sozinho um pouco... Enquanto isso me diga no que eu posso ajudar. – Luka suspira. Observo suas costas curvadas pelo cansaço e pela esperança frustrada, a desilusão com a vida.

— Vá com os outros dominadores de terra, eles precisam de mais ajuda para enterrar os mortos.

Vou na direção que ele me indicou. Depois de um bom tempo enterrando todos os mortos eu volto para frente do prédio, não vejo Kadda, Luka está tentando inventar alguma historia falsa para os policiais, Suna ainda esta no mesmo lugar. Decido que já é hora de falar com ele. Sento ao seu lado. Hesito, pensei que as palavras sairiam fácil da minha boca, mas eu não sei o que dizer em uma hora dessas.

— Oi – ele diz com um tom natural na voz, ele esta sorrindo. Me surpreendo, pisco algumas vezes tentando conter a surpresa. Não tenho palavras.

— Olá. – eu respondo. Ele me encara, analisa cada detalhe meu. Meus olhos, cabelo, até meus pés descalços, ele volta a olhar o prédio destruído.

— Você devia usar sapatos. – diz sem olhar pra mim.

— E você devia cuidar da sua vida. – ele olha pra mim mais uma vez, fingindo surpresa com uma cara cômica. Ele tenta fingir, mas sei que ele esta fazendo graça para não voltar a chorar. Depois de um longo momento ele deixa escapar um suspiro e passa o braço por meus ombros me arrastando para mais perto de si. Confusa, sou apenas capaz de encarar meus pés sujos. Seus olhos me encaram, a luz dos postes eles brilham um dourado, ele parece ter uma pequena chama de fogo acesa em cada olho. – Nós vamos pega-la.

— Eu sei. – ele tira o braço dos meus ombros e se levanta. – Não esta esperando que eu te levante não é?

— Seria esperar de mais. – sorrio pra ele e me levanto sozinha. – Boa noite! – aperto de leve seu braço e me viro para procurar Zena e dormir um pouco.

— Vai me deixar sozinho? – ele pergunta indicando ao redor, realmente todos já se foram, Luka disse que levaria os feridos para um posto de cura, Kadda deve ter ido junto.

— Por quê? Esta com medo? – pergunto, cruzando os braços em tom de chacota. Incrível como ele esta colocando a tristeza de lado. O alivio que seu sorriso me dá é surpreendente.

— Nãããoo, só não quero te perder de vista caso seus olhos comecem a brilhar de novo. – Nós começamos a caminhar juntos. – Então, como é ser filha do presidente? – Depois que ele diz isso sinto meu rosto formar uma expressão triste involuntariamente.

— Não sei se ele ainda me considera sua filha. – O observo enquanto andamos até o final da rua. – E seus pais? – é a vez de ele fechar a cara. – Tudo bem, desculpe perguntar. Não esta mais aqui quem falou.

Zena está deitada embaixo de uma varanda na esquina da rua, nós nos sentamos e apoiamos a cabeça nela, seu pelo serve muito bem como travesseiro.

— Tem o meu pai. – ele murmura, mais pra si mesmo que pra mim. – Nunca nos demos bem. Também tenho dois irmãos. – Fico intrigada com sua confusão mental.

— Sorte a sua, sou filha única. Minha mãe morreu durante um ataque, dois anos depois que nasci, ela estava gravida.

— Sinto muito. Não sei se tive sorte, eles tiveram, eu não. Desde pequeno que eu me comporto assim, sabe... Esse meu jeito.

— Sei. – eu sorriu ao lembrar do seu jeito psicótico, nem parece o mesmo que esta aqui comigo agora. Ele retribui o sorriso.

— Meu pai era policial e tentou me “adestrar” varias vezes, quando tinha uns quatorze anos eu fugi para me unir aos heróis. Não aguentava mais Cidade Republica.

— Espera, você nunca me disse que era de lá.

— Porque tinha que dizer? Não suportava viver bem enquanto grande parte da cidade não tinha o que comer, e meu pai parecia não ligar pra isso, apenas para o seu trabalho policial, ele se preocupava em mandar prender pessoas que roubavam por que sentiam fome. O que era hipócrita já que por muito tempo ele viveu nas ruas, ele mais que ninguém devia lutar e tentar mudar a cidade.

— Talvez as coisas estejam diferentes agora. – tento conforta-lo

— haha, eu duvido. – ele solta um riso sarcástico. – pensando bem, talvez você esteja certa já que o conhece melhor que eu.

— Como assim? Eu não conheço seu pai.

— Conhece. Conheceu. Em outra vida. – fico intrigada.

— Qual o nome dele?

— Mako. – Alguns flashes de memoria me vêm à cabeça e eu fico tonta. – Acho melhor dormimos.

— Sim, é melhor. – me aconchego ao pelo de Zena e caio no sono.


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