Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra escrita por Glenda Leão


Capítulo 19
Batalha na ponte


Notas iniciais do capítulo

Ps: estava sem ideia pro nome do capítulo, desculpem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660797/chapter/19

Os olhos de Dao li fitavam o céu e os meus estavam fixos em sua cicatriz abaixo do olho. Deslizei meus dedos sobre ela. Ficamos assim por um momento até que ele finalmente decidiu quebrar o silencio entre nós.

— Sabe o que eu e minha tropa da guarda de metal viemos fazer aqui em Cidade Republica? — ele pergunta enquanto enrola uma mecha do meu cabelo com um dedo.

— Não, o que?

— Os radicais estão planejando um atentado terrorista contra a cidade, viemos aqui para impedi-los antes que a destruam mais uma vez. — não me surpreendo com o que Dao me conta, ataques a Cidade Republica são constantes.

— Esse tipo de ataque acontece de hora em hora por aqui Dao, o que esse tem de especial que precisa da interferência da guarda de metal? — a guarda de metal é o maior e mais poderoso exercito do mundo e todas as tropas excluindo as de Cidade Republica e Zao fu estão sob o comando de meu pai.

— Você não está entendendo, amor. Isso é uma coisa grande e se chegar a acontecer. — ele faz uma pausa. — Tenho certeza que Cidade Republica não será mais que uma cidade fantasma coberta por cinzas.

— E como vocês ficaram sabendo disso? — ainda me recuso a acreditar no que ele fala.

— Graças a um reforço de espionagem descobrimos que generais e lideres radicais estarão comandando pessoalmente esse atentado. Eles planejaram tudo minuciosamente, mas não contam com nosso serviço de inteligência e ataque para mandar o plano deles para os ares. — Dao faz um gesto de explosão com as mãos com um sorriso grande estampado no rosto.

— Lideres radicais estarão comandando o ataque? — pergunto e ele faz que sim com a cabeça. Penso que talvez Yuka esteja entre eles e uma ideia surge em minha mente. — Dao, você precisa me deixar ir junto nessa operação.

Ele se levanta com um movimento brusco.

— Enlouqueceu? Você não vai. — diz com convicção. Tento me conter sem sucesso. Sua resposta me irritou. Que autoridade Dao acha que tem para pensar que pode me impedir de fazer algo?

— Por que não? Já que sou uma dominadora de metal melhor que o comandante dessa tropa. — Dao tem uma expressão de magoa no rosto, mas logo se recompõe. — Desculpe Dao, não foi isso que quis dizer.

— Chega! Você não vai. Você pode ser uma dominadora melhor até que o presidente, amor. — ele aponta o dedo para meu rosto. — Mas tem que obedecer a suas leis.

— Você sabe quem eu sou Dao li? Eu sou o avatar...

Ele me interrompe.

— A ponte entre os dois mundos, eu sei e estou cansado de saber disso, amor. Mas enquanto seu pai, meu pai e eu tivermos que encobrir seus últimos assassinatos você tem que se manter longe de confusão para evitar mais no futuro. — suas palavras cortam como facas. Eu ia responder, mas me calei. Sempre soubemos como magoar um ao outro e acho que ele tem o direito de sair por cima dessa vez. Ele sai pisando forte e me deixa sozinha sentada no chão frio.

***

Adormeci na arena e de algum modo acordei em meu quarto. Kadda está sentado em uma cadeira ao lado da cama pronto para me defender de tudo e de todos.

— Está aqui para partir meu coração também? — pergunto e ele olha rápido para mim, não havia notado que acordei e ficou surpreso com minha pergunta.

— Do que está falando T?

— Nada. É só que... Suna e Dao me decepcionaram muito nos dois últimos dias.

— Ah, está falando de quando Suna te deixou de roupa intima a beira de um córrego e Dao li negou sua participação em uma operação militar?

— O que? Como sabe disso?

— Eu sei usar minha conexão espiritual muito bem ao contrario de você moça. — ele empurra minha testa com o dedo indicador. — Consigo ver e sentir tudo que acontece. — estou chocada enquanto Kadda ri da minha cara. — Não faça essa cara T, vamos tomar café.

Franzo as sobrancelhas e ele me beija na testa ainda rindo de mim. Deixo o dormitório ao lado de Kadda e antes de entrar para tomar café reparo que Dao esta na entrada da ilha trajando sua armadura impecável e acompanhado de dois soldados esquisitos que vestem a armadura típica da guarda de Cidade Republica. Por algum motivo fico em estado de alerta. Os soldados não me assustam, mas sinto algo estranho quando os observo. Deixo Kadda sozinho e vou andando sorrateira na direção deles para que não notem minha presença. Me escondo nos galhos de uma arvore próxima para assim poder escutar tudo que falam.

Dao contemplou o céu e segui seu olhar. O céu está cinzento. Vamos ter uma manhã chuvosa.

— Graças ao nosso reforço de espionagem sabemos todos os passos dos atacantes radicais e eles acreditam até o ultimo momento que seu plano será perfeito. — Dao conta aos soldados o que me disse ontem à noite. Reparei o breve momento em que os dois soldados trocaram sorrisos e fiquei ainda mais desconfiada. — Tara você pode sair dai quando quiser. — ele diz e respira fundo.

— Como sabia que eu estava aqui? — pergunto enquanto pulo da arvore.

— Você não é a delicadeza em pessoa se quer saber. Ainda não mudei de ideia, você não está convidada a participar dessa operação. — ele diz firme, mas tocando meu braço com carinho.

— Tudo bem. — me desvencilho de seu toque e lhe dou as costas. Tomo o caminho pelas arvores e em poucos minutos estou sobre aquela mesma ponte de antes observando o rio passar.

Depois de meia hora ouço galhos de arvore se quebrando a certa distancia.

— Suna se eu vir sua cara feia aqui eu vou te fazer sangrar. — não tive nenhuma resposta e um calafrio percorreu minha nuca. — Kadda? Dao? — olhava para todos os lados, mas ninguém respondia. — Alguém ai?

Ninguém responde. Um zumbido vem de longe e algo se prende a minhas costas. Não tenho tempo de gritar quando sinto a eletricidade percorrer todo meu corpo, caio no chão sem poder me mover, sinto o cheiro de minha própria carne queimada. Mesmo com a visão turva consigo enxergar botas caminhando até mim, alguém segura forte meus punhos e me arrasta pelo chão.

— O que está acontecendo? — murmuro, mas ninguém dá importância.

— Traga ela aqui. — escuto uma voz e a reconheço como sendo a de um dos soldados esquisitos que acompanhavam Dao. — Precisamos ir antes que deem por falta dela.

Junto o que resta das minhas forças para acertar uma rocha na cabeça do soldado que me arrasta. Ele me solta e tropeça murmurando maldições com a mão sobre o lugar que foi atingido e que agora está sangrando. Tento me erguer, mas estou fraca e tudo que consigo fazer é gritar por socorro. Um jato de fogo me acerta e sinto a dor de ser queimada. Dessa vez sou arrastada por uma das pernas.

— Socorro! — grito chorando.

— Cale a boca. — o falso soldado aperta forte minha canela.

— Solte-a! — ouço três vozes ao mesmo tempo e as reconheço, suspiro aliviada e isso faz minhas queimaduras doerem.

— Merda! — o falso soldado que me arrastava joga minha perna no chão com força e ataca os garotos. Meu rosto está enterrado no chão de terra molhada, não consigo meche-lo por causa da dor, mas escuto o outro falso soldado se juntando a briga acompanhado de mais duas pessoas.

Pelas vibrações da terra sinto que os meninos estão encurralados. Kadda solta um berro e volta a atacar tentando chegar até mim. Suna e Dao derrubam alguém. Ouço Dao gritar e logo em seguida cair no chão. Onde estão Vaatu e Raava quando preciso deles?

Não consigo mais sentir as vibrações de Dao. Suna derruba o falso soldado que me eletrocutou e sai correndo atrás dos outros três. Kadda me pega no colo com todo o cuidado, mas ainda sim eu sinto uma dor intensa.

Acho que desmaiei porque agora estou na enfermaria da ilha e não lembro como cheguei aqui. Minha visão está voltando ao normal, não sinto mais a dor da eletrocussão e algo frio está aliviando minhas queimaduras. Kadda está sentado na cama ao meu lado com o braço enfaixado. Lembro que quando o conheci sua pele era imaculada, mas agora seu corpo está cheio de cicatrizes, algumas causadas por mim. Ele está com os olhos fixos no chão. Suna está sentado na ponta da minha cama sem tirar seus olhos de mim. Olho ao redor e sinto falta de alguém.

— Onde Dao está? — pergunto. Suna apertou os lábios, Kadda ainda com os olhos vidrados no chão, os dois permaneceram em silencio.

Olho para o relógio e já é uma hora da tarde. Jinora atravessa a porta acompanhada de meu pai e de general Kono. Meu pai corre até mim e verifica desesperado se estou bem.

— Pai, onde Dao está? — ele não me responde, encaro Kono que estava com a cabeça baixa. Suas expressões me desconcertaram. — O que aconteceu com ele? — dessa vez grito, minha voz sai rouca.

— Não se preocupe princesa, eu vou achar meu filho. — Kono diz finalmente olhando pra mim.

— Isso se ele já não estiver morto. — Kadda diz.

— Morto? — a sugestão me acerta como um choque.

— Sabe Kadda esse seria um ótimo momento para você ficar calado. — Kadda fala para si mesmo se repreendendo. A ideia de Dao estar morto me apavora, mas logo afasto o pensamento e me recomponho.

— Pai, preciso da guarda de metal emprestada. — peço e ele retribui meu olhar surpreso, mas logo entende o que quero fazer.

— Kono reúna os soldados que estão sob o comando de Dao no pátio da ilha. — meu pai pede.

— Sim, senhor. — Kono sai pela porta determinado e parece ter entendido meu plano.

Em poucos minutos o pátio externo da ilha do templo do ar está lotado de soldados, meu pai, general Kono e eu estamos em cima dos degraus de uma escada.

— Soldados, como já devem saber seu comandante foi sequestrado e agora o principal sentido de suas vidas é encontra-lo. Designei alguém para comanda-los nessa operação e esse alguém é minha filha, Tara Caol. — ouvimos alguns murmúrios de insatisfação dos guardas. — Sua lealdade a ela deve ser igualada a lealdade que tem a mim. Os que demonstrarem qualquer sinal de traição pagarão com as vidas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Tava morrendo de preguiça de escrever esse capitulo.
Se tiver erros de português concerto mais tarde.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.