Não Me Deixe Ir escrita por Juliane Bee


Capítulo 1
Destino ou coincidência?


Notas iniciais do capítulo

HELLO, IT´S ME!
I´m back, bitchesss! Que saudades de vocês, de postar uma história nova, de me empolgar com uma ideia :) Eu já falei 1 milhão de vezes o quão importante é o apoio de vocês, muito obrigada por tudo! Espero de verdade que vocês embarquem comigo nessa nova história (que já tem 7 capítulos prontos, yey!), e que se apaixonem pela Claire.
O que era para ser uma oneshot inspirada na música Hello da Adele acabou virando uma shortfic que tomou um rumo, nem conto pra vocês! A ideia inicial era uma coisa bem melancólica mesmo, sabe, mas parte de mim é romântica e ainda está indecisa. AH! Eu e esse dom (ou não) de criar personagens secundários que se destacam e viram protagonistas. Na hora certa vocês perceberão quem é o tal personagem, homem, claro kk
Confesso que será difícil responder certinho todos os comentários - se eles existirem kkk - mas tentarei ao máximo. Minha aula vai até dia 15, e logo volto para minha casa (PR). Minhas leitoras amadas que me acompanham há anos, espero ve-las por aqui!
PS: CURTIRAM A CAPA? :)
Se emocionem comigo!
Obrigada pelo voto de confiança, e nos vemos nos comentários!
Até lá!
Boa leitura!
Beijão~
ps: lembram que eu falei que teria computador a semana toda para colocar tudo em dia? Então, a bonita aqui esqueceu o carregador do not kkk e está editando com o computador do irmão que não tem teclado. O virtual é horrível! Tentarei usar o do meu Papis :)



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"Existe uma linha tênue entre coincidência e destino."

(...) 

— Senhorita Walsh? - Helen bateu na porta, me fazendo voltar de meus devaneios.

— Sim? - continuei olhando os papéis em minha mesa sem dar importância. Eram contratos iguais a tantos outros, eu assinaria mais tarde.

— A reunião foi transferida para daqui a pouco. - ela estava com a voz trêmula, acuada.

Não sou o tipo de chefe estressada, sempre tratei meus funcionários com respeito, mas minha fama de exigente me fez crescer nos tribunais e por isso não desminto esses rumores.

Já dizia Maquiável "é melhor ser temido do que amado".

— Ok, Helen. Obrigada. - sorri gentilmente, pegando o tablet de suas mãos para analisar o caso em que estávamos tratando. Mais um empresário que perdeu sua fortuna na crise de 2008.

Senti um arrepio na espinha.

Aquela sensação era tão familiar, parecia mesmo que o destino estava brincando comigo.

Fitei o post it neon cravado em meu computador.

"Jenny Nelson - (xx) 706-294-490"

Eu não queria falar com ela, não depois de todos esses anos.

Confesso que a curiosidade me fez discar os primeiros dígitos, mas não fazia sentido. Eu nunca mais falei com ela, por quê agora? Não mantive contato com ninguém daquela cidade.

Ninguém.

Jenny havia me ligado há alguns dias, mas eu estava em reunião. Não pude atender e também não quis ligar de volta.

Levantei da cadeira passando a mão sobre minha camisa de seda - que estava amassada por conta da posição em que estava sentada - peguei os papeis, o tablet e meus materiais. Seria a primeira a chegar na sala, como sempre.

— Senhorita Walsh! - senti dedos cutucando minhas costas. Não, Helen. Isso não. - É a tal Jenny Nelson de novo. - sua cara ficou pálida. Ela notou como fiquei da última vez que ouvi esse nome e sabe que não quero falar sobre isso.

Respirei fundo.

— Eu vou atender na minha sala e não quero interrupções. - entreguei tudo a ela.

— Mas e a reunião? - franzi o cenho.

— Eu sou a vice presidente, posso muito bem faltar uma reunião a qual não fui designada pelo presidente. Alguma objeção? - ela negou com a cabeça - Lembre-se, nenhuma interrupção, Helen.

Voltei até a sala trancando a porta, como se isso fosse adiantar alguma coisa, parecia uma forma de manter Jenny longe.

— Alô? - peguei o telefone com as mãos um pouco trêmulas.

É você mesma, Claire?— disse com o sotaque carregado - Não acredito que se deu ao trabalho de me responder, que gentileza.— senti sua ironia.

— Me desculpe, Jenny. Eu tive muitos compromissos..

Claro, agora você é uma mulher de negócios, não tem tempo para nós.— suas palavras foram afiadas.

— Não é isso, Jenn. - senti minhas bochechas corarem, estava com vergonha.

Por que você nunca mandou notícias, Claire? Não ligou, não mandou nenhuma carta.. Éramos amigas, melhores na verdade.— sua respiração estava ofegante.

—Eu sinto muito.. - me senti encurralada.

Isso não importa.— me cortou seca - Eu estou ligando por que vou me casar e... gostaria que você estivesse aqui.— a voz estava mais calma - Sempre imaginei que você estaria ao meu lado nesse dia, e não acredito que não nós falávamos há mais de 10 anos. Você foi embora tão rápido..

— Foi melhor assim, sabe disso. - balancei a cabeça.

Eu nunca acreditei que você tivesse traído ele, sei que foi um boato maldoso.

Ele.

Estremeci.

Toda vez que vejo Rachel McCallister no supermercado a julgo mentalmente. Tenho certeza que foi ela quem espalhou tudo.— rimos juntas. Parecíamos duas garotas de 15 anos fofocando sobre Rachel no corredor da escola. - Ahh.. a senhorita coração de pedra ainda sabe rir?

— Então minha fama chegou até aí?

Todas as matérias em que você saiu, as revistas, tudo foi bastante comentado aqui. Nunca perdemos contato realmente, sabíamos que você tinha conseguido uma boa colocação no mundo corporativo.— fiquei surpresa com seu linguajar - Pois é, tenho um pequeno escritório de advocacia. Nada grandioso como o seu,— ela riu - mas meu noivo e eu nos saímos bem. Como disse, vou me casar.

— Isso é incrível, Jenn. Parabéns de verdade. - podia imagina-la sorrindo do outro lado - Eu o conheço?

Sim.— fez uma pausa - É o Sam Michaels.

— Não! O Sam guitarrista? - ela assentiu - Jenn!

Eu sei, eu sei. Você sabe que eu tinha uma paixonite pelo Sam desde a escola, mas foi quando ele abandonou aquele cabelo até os ombros que eu pude ve-lo de verdade por detrás daquela franja.— riu - Ele é um cara legal, Claire. Vai gostar de conhece-lo.

— Jenn..

Não diga que você não virá. Já se passou tanto tempo, por favor..— sua voz saiu chorosa - É o mínimo que pode fazer depois de todas as colas que te passei na aula de biologia. 

Ri do outro lado. Sempre odiei biologia.

Pensei por um instante em recusar, eu não me sentia pronta para ve-los. Por outro lado, agora é diferente, sou uma mulher adulta de 28 anos, vice presidente da maior consultora de advocacia da Califórnia (terceira maior do país), e bem sucedida. Tenho tudo que sempre imaginei, e não me envergonho de ter saído de lá em busca de crescer na vida.

— Eu vou. - cuspi as palavras antes que meu cérebro pudesse processar a informação.

Jura? Nossa!— deu um gritinho - Você promete, Claire?

— Sim, prometo. - balancei a cabeça.

O que eu havia feito?

O casamento é daqui há quatro dias, mas faremos um jantar no sábado a noite. Ah, na sexta será meu chá de panela, você tem que ir!

— Tão cedo assim? - eu definitivamente não estava preparada.

Eu mandei um convite pelo correio, mas a sua confirmação não veio. Assim como foi difícil para você aceitar, foi difícil tomar coragem para ligar. - Lembro que Helen havia me dito que algumas cartas vieram com com endereço de Madison, mas mandei que ela jogasse fora. Nem me dei ao trabalho de ler.

— Eu sei, fique tranquila. Eu prometi, não prometi?

Sim.— ficou em silêncio - E Claire Walsh sempre cumpre suas promessas.— ri do jeito que ela disse isso.

— Deveria usar como meu slogan, não acha? - continuou quieta.

O ex prefeito Cameron faleceu anteontem.— senti dúvida em sua voz, como se ela não tivesse certeza se deveria tocar nesse assunto.

Eu já sabia disso.

Bruce era um homem conhecido no meio, influente no agronegócio. Vi uma nota em um jornal digital e logo reconheci o nome. Não quis saber mais sobre ele, mas não contive o impulso de telefonar para ver como ele está. Não somos mais nada, mas mesmo assim não consigo deixa-lo.

— Nos vemos na sexta, Jenny. Foi muito bom falar com você. - sorri - Prometo que darei um presente bom para compensar tudo isso.

Não quero seu dinheiro, Claire. Queremos você aqui, na sua casa.— ela estava errada, mas não quis discutir. Jenn deve estar uma pilha de nervos. - Até breve.

— Até. - desliguei o telefone, notando que ficamos mais de 30 minutos conversando.

Foi o máximo que consegui em 10 anos.

Bem, foi mais do que eu consegui com ele.

Depois de ver a nota no jornal, peguei o telefone e disquei o número cravado em meu pensamento como uma tatuagem. Não sabia se ele continuava morando com os pais - provavelmente sim - então liguei. O telefone chamou algumas vezes, e no quarto toque ele atendeu.

— Alô?— paralisei.

Minhas mãos enrijeceram, e não consegui desligar. O que eu estava fazendo? Por que tinha ligado? Eu era uma estranha e provavelmente ele ainda me odiava.

Burra.

Burra.

Mas.. ele acabara de perder o pai.

 Alô?— falou mais uma vez.

A voz continuava a mesma, só que um pouco mais rouca. Ele deve ter envelhecido alguns anos, mas nada além disso. Sempre gostou de esportes, acho que talvez isso não tenha mudado. Por que eu estava pensando nisso? 

Desliguei sem pestanejar.

E agora cá estou eu, dois dias antes de vê-lo novamente - só que dessa vez cara a cara. 

Abri a porta de novo, destrancando-a, e surpreendi Helen me bisbilhotando. Sua cara enrubesceu ao ser descoberta.

— Senhorita..

— Sei que você deve ter ouvido tudo, então já sabe. Providencie o que for necessário para minha partida. Quero estar lá na sexta feira de manhã, o mais cedo possível. - ela assentiu.

— Na sua agenda diz que a senhorita tem um encontro com um cliente em especial, Geoffrey Raymond. - revirei os olhos.

— Ele é um idiota com mania de perseguição. O único motivo pelo qual é nosso cliente é por minha causa, ele é apaixonado por mim. - disse seca, ela arregalando os olhos - Faça o que te pedi, vou embora mais cedo hoje. - olhei no relógio, 6 horas da tarde.

— Sim, senhorita. - anotou tudo na agenda.

— Helen, - me fitou - hoje você completa um mês como minha assistente, e se vamos continuar com isso você precisa parar de me chamar de senhorita. É Claire, me chame de Claire. Eu não sou melhor do que você por ser sua chefe, e também já fui uma menina do interior na cidade grande. Eu não mordo, você já percebeu isso. - sorri tentando acalma-la - Você é competente, e está cursando uma faculdade. Se continuar nesse ritmo, sei que vai longe. Tente fazer tudo certinho, okay? Essa viagem é muito importante para mim. - ela assentiu - Ah, e não comente com ninguém sobre isso. Diga que fui ver algum cliente que pediu atendimento especial, não sei. Estamos de acordo?

— Sim, Claire. - respondeu firme - Farei tudo como pediu, fique certa disso. - sorriu - Tenha uma boa noite.

— Tchau, Helen. Até amanhã.

Saí do prédio o mais rápido possível, procurando abrigo no meu carro. Travei as portas da BMW preta, escorando a cabeça no volante. Isso está acontecendo de verdade.

É real.

Mesmo com a cabeça latejando, dirigi até o shopping mais próximo. Tinha pensado em algumas ideias para presente, mas nada que fosse a cara de Jenny e Sam - que eu não fazia ideia de como está fisicamente. Será que ele removeu aquela sereia deformada no braço? Acho que não, ele "perderia sua essência".

Andei silenciosa pelo estacionamento escutando apenas o barulho do salto no concreto. Eu gostava do som, me sentia poderosa, importante. Uma mulher de negócios, segundo meu cabeleireiro Félix.

Depois de andar por uma hora, encontrei alguns utensílios para casa que seriam usáveis, mas quando passei na frente de uma agência de turismo tive um lapso de memória. Jenn sempre quis conhecer o Caribe, e seria um ótimo destino para uma lua de mel, isso se eles já não tivessem decidido outro lugar.

— Se ela quiser mudar a data e o destino é sim possível, essa passagem serve como um cartão presente. - a vendedora sorriu. Eu estava fazendo o mês dela ficar colorido.

— Vou levar duas, por favor. - estendi meu cartão.

Se eu tenho condições de proporcionar essa felicidade para minha amiga, porque não? Não quero acabar como aqueles velhos ricos e sozinhos.

Não sou o Tio Patinhas.

Cheguei em casa exausta do trabalho e ainda tive que lidar com outro telefonema indesejável.

Oi, linda. - falou com uma voz que achava ser sedutora.

— Olá, Sebastian. - tirei meus sapatos, deitando na cama.

Você nunca mais me ligou, achei que nossa noite tinha sido especial para você.— revirei os olhos - Quando vamos nos ver de novo? Conheço um restaurante japonês maravilhoso, podemos ir nesse final de semana, o que acha? Depois a gente pode estender no meu apartamento ou no seu..— ri fraca.

— Eu não como peixe. - disse seca - Nossa noite foi bacana, sabe disso. Eu gostei, você gostou, mas foi apenas sexo, Sebastian. Não vamos ter nada além disso, sinto muito. - ele riu.

Eu já tinha escutado isso sobre você, Claire.— interessante - Que usa os homens, os deixa apaixonados, e depois some. Não acredito que vai ser assim com a gente.— fiquei espantada com seu otimismo, ele era persistente.

— Deveria escutar mais os conselhos alheios, acho. - sorri - Foi bom falar com você, Sebastian. Nos vemos no tribunal um dia desses.

Claire..

— Tchau. - o interrompi.

Não queria pensar mais nesse assunto, que para mim estava acabado. Sebastian pode ser muito bom na cama, mas não passa de um advogado metido a besta que se acha o fodão.

Ele mesmo se intitula assim, "fodão". Não tem como levar a sério.

Tomei um remédio para enxaqueca que me fez dormir como uma pedra.

Ótimo.

Falta menos de um dia para voltar pra casa.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, espero de verdade que tenham gostado :)
Dependendo da recepção, ainda essa semana volto com mais.
(esse teclado é horrível!)
Não esqueçam de comentar, hein!
Uma ótima semana,
Se cuidem, e até breve!
Beijão~