1000 Reasons To Live escrita por Lana Swan


Capítulo 4
With You


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me não ter postado ontem. Passei muito mal e acabei não conseguindo me arrastar para pegar o notebook!

Gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando, que favoritaram e aos que comentaram. Vocês são minha fonte de inspiração. Não há nada melhor do que ver que há pessoas que gostam do meu trabalho. Bom, aí vai mais um capítulo quentinho para vocês :)

Música do Capítulo: With You - Chris Brown



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“Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”

– Confraternizando em horário de trabalho, Swan? – A voz fria e cortante de Regina se fez ouvir no cômodo. Emma fitou-a, passando a língua pelos lábios secos. Os olhos de Regina estavam presos em Killian, que permanecia calado, com a cabeça baixa.

– Desculpe Srtª Mills... Uh, Killian e eu estávamos conversando. – Tentou explicar-se.

– A senhorita já ouviu falar em algo como câmeras de segurança? – Indagou com o cenho franzido. Emma levou seus olhos a encarar Regina, que assentiu. – Sim, eu vi o que estavam fazendo. Mas aqui não é um lugar para desabafos pessoais, Swan, então sugiro que volte ao trabalho. – A voz de Regina saiu um pouco mais baixa, com um toque de pena. Emma sentiu-se envergonhada por sua chefe tê-la encontrado daquela maneira logo no primeiro dia de trabalho. Com certeza havia perdido pontos. Abaixou sua cabeça e saiu dali, voltando para a área de trabalho encontrando com uma Tinkerbell extremamente preocupada. Evitou ao máximo os detalhes do porque havia desaparecido por aquele tempo. Contou apenas que precisou tomar um ar, e voltou aos seus afazeres. Durante todo o dia Emma atendeu mesas, limpou a sujeira dos clientes, cobriu Tinkerbell no caixa. Ela ficou tão desligada que se esqueceu de almoçar e passou o dia com o estômago vazio. Depois daquele encontro com Regina, a loira não a viu mais. Seu pensamento estava voltado unicamente para a morena. Esqueceu até mesmo de Killian ou de como ele havia ido embora. Regina não pareceu estar realmente brava ao vê-la bebendo tequila. Pelo contrário, ela pareceu ficar penalizada. Em seus olhos, Emma pôde enxergar algo quase como compreensão. Por volta das quatro da tarde, Emma foi liberada por Tinkerbell, que afirmou já estar no horário de fechamento do local. Pegou suas coisas, que não eram muitas e saiu porta a fora depois de se despedir de Tinker que disse estar extremamente feliz em tê-la como ajudante. Novamente voltaria para casa a pé. Estava já atravessando a rua, quando um carro preto parou à sua frente. Emma assustou-se e se preparou para correr, mas foi parada pela figura de Regina, que desceu os vidros do carro para encara-la.

– Que tal uma carona? – Afirmou. Um rastro de um sorriso brincava em seus lábios.

– Não precisa, eu vou andando! – Retrucou tentando sorrir. Mas sem muito sucesso. A verdade é que a morena estava habitando os pensamentos de Emma o dia todo, e a loira temia que isso se intensificasse caso houvesse outra aproximação.

– Entre no carro, Swan. – Pediu em um tom autoritário. Emma percebeu que seria perda de tempo discutir com Regina. Deu a volta no que Emma viu ser uma BMW e entrou. A loira não estava acostumada com tanto luxo e sentiu-se deslocada dentro daquele carro. Imaginou que Regina teria muito dinheiro. Afinal, não faria jus a uma mulher como ela ter menos do que aquilo. A morena ligou o carro e seguiu em frente. – Diga para onde devo ir. – Pediu.

– Vire na próxima direita e continue seguindo em frente. – Explicou. Emma sentiu seu celular vibrar com uma mensagem de texto. Era August.

A: Em, sua mãe sofreu um acidente. Acredito que não tenha sido realmente um acidente. Pode me encontrar?

Emma sentiu seu coração saltar dentro de seu peito. Será que iria começar tudo de novo? Percebeu que Regina a olhava de canto de olho, a preocupação evidente em seus olhos. Provavelmente havia lido a mensagem.

– Podemos mudar de trajeto? – Perguntou. A morena apenas assentiu e retornou com o carro. – Me leve para a saída de Storybrooke. – Pediu e foi atendida.

E: Encontre-me na saída de Storybrooke.

A: Ok!

Emma não sabia exatamente o que deveria fazer. Ela era apenas uma bêbada deprimida e sem futuro. Desejou ter Neal ao seu lado. Ele saberia o que fazer e a instruiria. Um desejo insano de ingerir mais algumas doses de álcool lhe ocorreu e Emma começou a retorcer as mãos para se acalmar.

– Já pensou em procurar por ajuda? – A voz de Regina soou pelo ambiente e Emma prendeu a respiração. Fora aquela a última frase que ouvira de seu pai, aquela frase que fechou toda uma relação e Emma odiava todas as vezes que alguém dizia isso. Ela não precisava de ajuda. Tinha total controle sobre tudo.

– Eu não preciso de ajuda. – Cortou rispidamente. A morena percebeu o quanto a pergunta havia a abalado e sua mão voou para a de Emma, que estava repousada sobre sua perna.

– Desculpe, não foi o que eu quis dizer. – Emma puxou sua mão da de Regina e a morena se recolheu, abalada com a reação exagerada da loira. Na verdade, Emma sentiu uma descarga elétrica enorme ao ser tocada por Regina e isso a deixou extremamente assustada. Sentiu-se culpada ao ver a expressão no rosto de Regina.

– Não, não precisa pedir desculpas. – Afirmou tentando sorrir. A morena apenas assentiu retribuindo a tentativa de sorriso. Logo elas chegaram à saída da cidade e lá estava August, andando de um lado para o outro em sinal claro de nervosismo. Emma virou-se para Regina, os olhos demonstrando gratidão. – Obrigado, Srtª Mills. – Pediu, tocando seu ombro.

– Apenas Regina, por favor. E não há de quê Emma. – Sorriu ternamente para a loira. Emma desceu do carro e correu até August, que agora tinha as mãos na cabeça e olhava para Emma.

– Finalmente, Em! – Exclamou. Parecia nervoso. Deu um abraço mais apertado que o normal em Emma, que se sentiu deslocada. August não era tão a favor de abraços, mas retribuiu na mesma proporção. Olhou para trás e viu o carro de Regina desaparecer na esquina. Voltou sua atenção para o moreno que tinha os olhos grudados nela, como se não quisesse de forma alguma perde-la de vista.

– Gus, porque está assim? – Emma perguntou em tom preocupado. August não tinha costume de ficar tão nervoso. Geralmente era ele o mais calmo em certas situações.

– É o Gold Em. Ele me ligou hoje e me ameaçou. Não sei como conseguiu meu número, mas foi por ele que soube do acidente com sua mãe. Ele disse que talvez ocorresse um acidente com você qualquer dia desses se não tomasse cuidado. Eu fiquei louco! – Confidenciou. Emma enrijeceu. Ficou estática, encarando August que parecia angustiado. Depois de todo aquele tempo, lá estava ele novamente, voltando para atormentar a vida já atormentada de Emma. E ainda pôr em risco a vida das únicas pessoas que Emma amava. Ela não fazia ideia do que ele queria desta vez, mas sabia de uma única coisa. Ninguém iria se meter com sua família. Nem que Emma tivesse que se esquecer dela.

– Calma Gus, nada vai acontecer. Eu não vou deixar nada acontecer. – Disse mais para si mesma do que para o moreno, que agarrava sua mão ferozmente. – Vou dar um jeito nisso. – O abraçou novamente. – O que aconteceu com Mary? – Indagou. Emma não conseguia mais se referir aos seus pais como “mãe e pai”. Eles eram apenas “Mary e David”, apesar de que ela os amava. Eles foram injustos com ela, e aquilo deixara uma ferida incurável em seu coração.

– Ela está gravida Em, de cinco meses. – Emma entrou em estado de choque. Sua mãe estava grávida havia cinco meses e ela ao menos havia mandado um cartão avisando. Aquilo fez um corte ainda maior na ferida que não fora cicatrizada e que talvez, nuca cicatrizaria. A loira piscou, saindo de um transe.

– Grá-grávida? – Gaguejou ainda sem acreditar. August assentiu.

– Sim. Gold disse que ela tropeçou em um degrau da escada de sua casa e caiu. Ele sabe que eu não acredito nisso. – Explicou-lhe. Emma ainda estava travada na parte em que sua mãe estava grávida. Desde que seus pais se mudaram para Boston, Emma ainda não os havia visto. E saber que Mary estava grávida de outro filho fora um grande choque. – O bebê está bem e Mary também. Emma, como você está?

– Eu preciso de álcool. Muito álcool. – Afirmou sem olha-lo nos olhos. Sabia o que encontraria ali.

– Emma... – Começou, mas foi interrompido pela mão da loira.

– Por favor, não fale nada. Eu vou nessa, qualquer coisa me liga. – Disse. Ajeitou sua mochila nas costas e deu meia volta. Iria para o primeiro bar que encontrasse. Quando estava próxima à esquina, viu o carro de Regina estacionado e a mesma em pé do lado de fora com os braços cruzados abaixo dos seios. Emma passou a língua pelos lábios, e andou até a morena que não desviava o olhar.

– O que está fazendo aqui? – Perguntou visivelmente confusa. Imaginou que a essas horas Regina estaria em sua casa fazendo sabe-se lá o que, não na esquina de uma rua onde havia a deixado quase uma hora atrás. Regina descruzou os braços e se aproximou ainda mais.

– Eu não sei por que fiquei aqui esse tempo todo. Mas algo me dizia que você iria querer ingerir álcool e eu acho que acertei pelo modo como você está. – Ela falava baixo e pausadamente, quase que como se estivesse explicando a uma criança o que estava fazendo ali.

– Não, eu não quero. – Mentiu em um tom cansado. Tudo o que a loira queria era encher a cara até se esquecer de quem era. Regina semicerrou os olhos, demonstrando que havia percebido a mentira.

– Então me deixe leva-la para casa. – Desafiou. Novamente cruzou os braços, mostrando como não se daria por vencida tão facilmente.

– Não precisa Regina, você já fez demais. – E novamente Emma tentou persuadi-la, sem sucesso. A morena era irredutível.

– Não, eu não fiz quase nada. Vamos, entre no carro. – Sua voz era autoritária, o que fez Emma suspirar. Ela não queria ir para casa, muito menos na companhia de Regina. A morena causava algum tipo de reação estranha em Emma e isso a deixava assustada. Finalmente dando-se por vencida, Emma entrou no carro com uma carranca. Ao chegarem em frente ao apartamento que a loira morava, ela saiu pisando duro, como uma criança birrenta sem ao menos dar tchau para Regina, que riu da forma que Emma reagiu. Emma sabia que ela não iria embora enquanto não soubesse que estava dentro de casa e que não iria sair, por isso, ao entrar em casa deixou a porta aberta para que Regina a seguisse para dentro. Logo depois de entrar a figura morena apareceu em sua porta, os braços cruzados e um pequeno sorriso no rosto.

– Pronto. Já estou em casa Regina. – Emma disse abrindo os braços para mostrar onde estava.

– Eu estou vendo. – Respondeu, passando os olhos pela casa. O apartamento de Emma era minúsculo. O quarto era conjunto à cozinha, havia um banheiro ao lado e uma escada que provavelmente dava para algum quarto menor. Emma torceu o nariz ao ver que a morena analisava sua moradia.

– Então já pode ir. – Disse, despertando a atenção de Regina.

– Está me expulsando, Srtª Swan? – Perguntou, a sobrancelha arqueada. Emma não queria que Regina visse onde realmente morava. A mulher estava acostumada com o luxo e certamente não se sentiria confortável naquela casa. Ao invés de respondê-la, Emma apenas deu de ombros. Regina então se sentou no banco de frente para o balcão. – Ótimo, me sirva um café. – Emma riu com a ironia. Mas permaneceu parada de braços cruzados. – Vai negar um café a sua chefe? – Emma suspirou. Em um dia convivendo com Regina, Emma percebera o quanto ela era mandona e gostava de ter o controle sobre a situação. Mas a loira havia gostado. Parou para pensar que durante todo o dia havia pensado apenas em Regina. Toda vez que a morena a tocava, Emma sentia uma descarga elétrica enorme que fazia todos os seus pelos se eriçar. Aquelas sensações eram desconhecidas para a loira até então. Descruzou os braços e foi fazer o café para a mulher mandona à sua frente. Sabia que Regina estava ficando para garantir que Emma não fosse para nenhum bar, ou pelo menos tentando garantir. Àquela altura, a loira não iria mesmo ir para lugar algum que fosse. A presença de Regina foi suficiente para acalma-la.


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Notas finais do capítulo

Digam-me, o que acharam? O que acham que devo mudar? Critiquem, deem suas opniões!



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