1000 Reasons To Live escrita por Lana Swan


Capítulo 3
All of The Stars


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de pedir perdão por não ter cumprido com minha palavra ontem. É que fiquei sem acesso a internet e por isso não pude postar, mas cá estou eu com mais um pra vocês. Eu tentei não soar confusa nesse capítulo, porém não sei se consegui. É que há toda uma história por trás da morte de Neal (Irmão da Emma), e ainda há a relação dela com os pais. Logo teremos alguns flashbacks. Espero que apreciem.
Musica do capítulo: All of The Stars - Ed Sheeran



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And I know the scars will bleed

(E eu sei que essas cicatrizes irão sangrar)

But both of our hearts believe

(Mas os nossos corações acreditam)

All of the stars will guide us home

(Que todas as estrelas irão nos guiar para casa)

Dia 1

Hoje será meu primeiro dia como auxiliar de gerente no café Mills. Minhas expectativas estão boas, afinal, Tinkerbell é a gerente e ao que parece nos demos bem. Então, item 1 da lista:

Abraços.

Sim, este é um bom motivo para viver. Ao sentir o abraço acolhedor de Tinker, senti-me em nuvens. Era como se fosse um abraço de mãe. Tão aconchegante que desejaríamos habitar lá para sempre.

Emma guardou sua agenda embaixo do fundo falso que havia na gaveta de seu criado mudo, pegou suas coisas em cima do balcão de sua cozinha minúscula e saiu às pressas, temendo que se atrasasse já que teria de ir a pé. Caminhou praticamente correndo até a Avenida e quando estava próxima ao café seus olhos pararam em uma figura masculina que adentrava as portas do estabelecimento acompanhado de uma ruiva pendurada em seu braço. Emma sentiu o ar se esvair de seus pulmões e teve de se controlar ao máximo para que seu corpo não rolasse para o chão. Forçou seus pés a entrarem no café e sem olhar para qualquer lado que fosse, seguiu para o balcão, onde encontrou uma Tinkerbell bastante animada.

– Olá Emma! Pronta para o primeiro dia? – Perguntou a pequena loira. Emma apenas assentiu. Estava tensa, mas tentava mostrar um sorriso. – Ótimo, pois temos muito que fazer. Começando por você atender as mesas. Agora pela manhã o Mills enche por conta do café e é o que nós servimos. – Ela disse e riu de sua própria piada. Ao que parecia, a tensão de Emma havia passado despercebida pela garota.

– Uh... Ok! – Pegou o bloco de notas junto com a caneta que Tinker lhe estendeu e virou-se, dando de cara com o olhar penetrante de Killian e a surpresa de Ruby ao vê-la ali. Por ironia do destino, talvez, a mesa que escolheram para se sentarem era de frente para onde Emma se encontrava estática, fitando Killian sem expressão alguma. A loira pensou que se sentiria ainda mais quebrada ao vê-lo novamente, o que a deixou surpreendida o fato de que nada lhe ocorreu. Nem mesmo um arrepio. Apenas o desprezo pela pessoa que agora a encarava sem ao menos disfarçar. Emma finalmente desviou seus olhos e andou até as mesas mais distantes, atendendo as pessoas com um sorriso nos lábios e escrevendo seus pedidos com rapidez, até chegar à mesa de Killian. O moreno ainda tinha seus olhos vidrados nela, que sentiu vontade de arranca-los. Ele estava com sua nova namorada bem ao seu lado e ainda assim não deixava de observa-la.

– Bom dia, o que vão querer? – Indagou sem ânimo algum para o casal. Ruby parecia alheia ao evidente desconforto de Emma e lhe lançou um sorriso gigante.

– Emma! Que bom te ver. – Exclamou alegremente, deixando Emma confusa. A loira decidiu apenas ignora-la. Depois de alguns minutos de tensão, Killian finalmente tomou a iniciativa de fazer seu pedido.

– Gostaria de um café expresso com chantilly e um donuts. – Aquele era o que o moreno sempre pedia quando iam a uma lanchonete ou um café como aquele.

– E você? – Perguntou para Ruby, após anotar o que Killian queria. A ruiva já não tinha mais o mesmo sorriso de antes. Agora era mais contido, quase sem graça.

– Quero o mesmo que ele. – Disse apontando para Killian que secava Emma com os olhos. Emma anotou e virou-se saindo sem proferir mais nenhuma palavra. Mas pôde ouvir um sussurro de Ruby para Killian. “Parece que agir normalmente não funcionou, Kill”. Emma suspirou. Não estava se sentindo à vontade com a presença de seu ex-namorado no mesmo ambiente em que ela estava. Emma precisava de uma dose de tequila. Assim que entregou todos os pedidos na cozinha, Emma retirou de sua bolsa sua garrafa de “água” que sempre carregava consigo, correu para os fundos do café e se acomodou em um dos degraus de uma escada que havia ali no canto. Retirou o lacre que havia posto para que não derramasse e virou uma boa dose de uma só vez. Sentiu o ardor de o álcool lhe invadir o organismo e uma súbita tranquilidade apossou-se de si. Aquilo para Emma era como um calmante, uma terapia. Sempre que o álcool entrava em contato com seu organismo Emma se acalmava, e aí ingeria mais e mais até estar total e completamente bêbada. Continuou sentada ali dando pequenos goles até que um pigarro se fez ouvir. Emma, que estava com a cabeça apoiada nos joelhos, levantou seus olhos se deparando com Killian a olhando com um semblante nada feliz. Emma suspirou e nada disse.

– Sério isso Emma? Vai mesmo se embebedar no primeiro dia de trabalho? – Emma arregalou os olhos. Como Killian sabia que era seu primeiro dia de trabalho?

– Como sabe que é o meu primeiro dia? – Emma quis saber. Sua fala já estava alterada devido às doses de álcool que havia ingerido, mas ainda encontrava-se sóbria. Por enquanto. – E como me encontrou aqui?

– Simples. Eu e Ruby tomamos café aqui todos os dias e este é o primeiro que a vejo aqui. E bom, te achar foi fácil. Eu disse para aquela loirinha lá que precisava ir ao banheiro, me mandou vir por esse lado e eu parei aqui. – Ele disse, sorrindo e tomando a garrafa de suas mãos. Emma queria quebrar algo na cabeça daquele cretino. Ele a traiu, a deixou por telefone e ainda fez questão de ressaltar que comia uma de suas “amigas”. Emma não o amava, mas queria uma relação verdadeira com ele. Mas tudo fora por água abaixo. A loira sabia que em parte, aquilo havia sido sua culpa.

– Me devolva a garrafa. – Pediu em tom autoritário. Killian não a obedeceu ao que acendeu sua fúria. Emma queria descontar a raiva que sentia de si mesma e da vida em alguém. Nada melhor do que o traidor à sua frente. Num instante Emma estava em pé, socando o corpo de Killian, desejando que ele nunca tivesse aparecido em sua vida, desejando que Neal voltasse para que seus pais ficassem felizes, desejando que aqueles episódios de sua adolescecia que desencadeou a morte de Neal não houvessem acontecido. Mas desejando principalmente, a morte dele. Killian não reagiu ou fugiu. Apenas ficou ali, parado, esperando que Emma se acalmasse. E foi o que ela fez, depois de muitos minutos socando-o fortemente. Emma caiu em lagrimas e Killian a abraçou. A loira enlaçou seu pescoço com os braços e deixou toda a agonia escapulir em forma de choro. Ela chorava compulsivamente, com altos soluços. Emma queria que sua vida fosse menos complicada. Mas já que não aconteceria, ela iria mudar seus planos. Naquele momento, Emma tomou uma grande decisão. Nada de achar motivos. Aquilo era perda de tempo. Felicidade não existia para Emma, paz tão pouco. Emma fora destinada a sofrer e apanhar da vida, não sorrir e ser alegre. Acabaria com aquilo tudo em breve. Sua agonia iria se findar, junto com sua vida. Depois do que pareceram horas, Emma se desprendeu dos braços de Killian, finalmente se acalmando e secando as lágrimas que haviam ficado presas em seu rosto.

Killian tinha um olhar de pena. Apesar de querer e quer muito, ele não conseguiria manter seu relacionamento com Emma. Ele não conseguia ver um futuro com alguém que possuía a alma tão atormentada. Killian gostaria de poder voltar no tempo, na época que se conheceram e se mais atento. Ele gostaria de tê-la protegido de tudo o que aconteceu. No fundo, ele sabia que não poderia, mas ele queria. Seu coração se apertava cada vez que via Emma ainda mais afundada e temia que algum dia ela pudesse fazer alguma besteira. Killian conhecia a loira o bastante para dizer que Emma poderia e talvez até faria algo como aquilo. O moreno não conseguia nem pensar naquela possibilidade. Aquilo doía como nunca. Ele a amava. Não como uma mulher, mas como um ser que precisa de proteção e amor. Killian havia sido um babaca ao terminar com Emma por telefone e ainda por cima contar daquela maneira que estava com uma de suas amigas. Sabia que Emma não o amava, mas ela tinha esperanças que um dia aquela magia toda que um dia tiveram voltasse. E ele apagou qualquer vestígio daquela esperança quando a traiu. Mas Killian não pôde evitar. Estava apaixonado por Ruby. Contra sua vontade, a ruiva entrou em sua vida e balançou todas as suas certezas. Killian deixou-se levar, e só naquele momento, vendo o quando Emma parecia ainda mais afundada, é que percebeu o erro que havia cometido. Porém, agora não tinha volta. Emma jamais voltaria com ele. A conhecia bem o suficiente para dizer que Emma era irredutível em relação a decisões. Bom, era o que ele pensava.


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Notas finais do capítulo

Emma é bastante atormentada. Digam-me, quais são seus palpites sobre as coisas que aconteceram que a deixaram dessa forma? E Killian, acham que ele sabe de alguma coisa?



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