Já estava quase escurecendo quando Regina Mills caminhava devagar pela floresta. Não fazia muito tempo que ela estava ali, procurando por Emma, que a vira beijando Robin pouco tempo depois de ficarem juntas. É claro que ela devia uma explicação para a xerife.
Regina andou mais para dentro da floresta, e então avistou um cabelo loiro no meio de algumas árvores, ela deu um suspiro de alívio. Sabia que Emma estaria ali, mas vê-la a fez se sentir melhor.
Emma ouviu um barulho atrás dela e se levantou rapidamente. Ela viu Regina do lado de uma árvore, tomando coragem para chegar até ela.
– Como você me achou aqui? Deixa eu adivinhar... magia? - Emma se virou e sentou no chão novamente.
– Não. - Respondeu Regina, se aproximando. - Eu não precisei.
Regina sentou ao lado de Emma timidamente, como se estivesse com medo de algo.
– Por que está aqui?
– Por causa do que você viu hoje, quero dizer, eu e o Robin.
– Isso não é da minha conta.
– Claro que é. - Ela tocou no braço de Emma. - Eu só quero explicar pra você o que aconteceu.
– Regina, você não tem que me explicar nada! Eu nunca esperei nada de você, não estou esperando agora. É só que, quando você disse que terminaria tudo com ele, eu pensei que... bem, não importa mais.
– Importa! Olha, eu fiz o que disse que ia fazer, ele ficou chateado e me pediu um beijo como uma despedida. Eu achei que ele merecia isso, porque nem ao menos expliquei o motivo a ele.
Emma olhou um instante para Regina, mas logo desviou o olhar.
– Era só isso que você queria me dizer?
– Emma...
– Não! Eu não... eu não vou passar por isso. Já me decepcionei demais por amor, e eu não vou fazer isso de novo, não por você, não por sua causa.
Um olhar de desapontamento surgiu nos olhos de Regina, e ela não pôde esconder.
– O que isso quer dizer?
– Você devia ter me deixado em paz. - Respondeu Emma, baixinho.
– Emma! - disse Regina, chegando mais perto. - Por favor, não faz isso!
– Você está só confusa, isso vai passar.
– Não, eu...
– Regina, vai embora.
Regina se afastou lentamente e se levantou.
– Tudo bem.
Ela começou a andar devagar pra longe de Emma. Regina sentia um embrulho no estômago que não conseguia imaginar, uma das sensações mais horríveis que já sentira.
Chegando em casa, ela não parava de pensar em Emma nem um minuto que fosse. Pensava na noite anterior, em como Emma estava sofrendo por causa do que descobrira, sobre como ela mesma ficara espantosamente feliz quando soube que a Salvadora era sua alma gêmea, e em como se sentira bem ao estar com Emma.
Regina já conhecia Emma suficiente para saber que ela não confiava fácil nas pessoas, e que como tentava ser durona o tempo todo. Bem, aquilo devia significar alguma coisa. Considerando os acontecimentos das últimas horas, Regina pensara que na verdade Emma era sensível demais, e que ela estava sim de coração partido.
Era tão estranho pensar que há alguns anos atrás, Regina poderia facilmente matar Emma sem remorso, e agora ela estava ali, criando sentimentos que ela nem sabia que existiam. Se fosse qualquer outra pessoa, Regina provavelmente deixaria pra lá, já que não gostava de pessoas que "se fazem de difícil", mas alguma coisa nela queria apenas lutar por Emma, ela apenas queria, ter-lá a seu lado.

Enquanto isso na floresta, Emma pensava nas coisas que Regina dissera a ela. Por um lado, ela queria acreditar que Regina realmente gostaria de estar com ela, mas por outro, por que Regina iria querer estar com ela? Justo ela? Depois de todos esses anos, Emma tinha quase certeza que Regina a aturava apenas por causa do Henry e que ela estava apenas confusa sobre o que acontecera mais cedo.
– Não significou nada. - Disse a si mesma. - A prefeita é demais pra você, não seja idiota.
Durante a volta pra casa, Emma resolveu parar no Granny's e tomar algumas (muitas) doses de vodca para esquecer de tudo aquilo. Ela se sentou em uma das mesas, sozinha, e pediu uma garrafa inteira.
Na rua, Regina avistou Emma pela janela e sorriu determinada, quase maliciosamente.
– Não vai escapar tão fácil de mim, Miss Swan.