Saga Halfmoon escrita por Cyn


Capítulo 17
Dezesseis




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660739/chapter/17

……………………………

Os Ignorados

……………………………

História.

Odeio história!

Quero morrer!

–A segunda metade do séc. XX foi severa para os Italianos. Depois de passados os anos de luxos e abundância, a pobreza voltou a reinar a Europa.

–Mulher secante!- Jamie resmunga ao meu lado deitando cabeça na mesa.

Quase todos estava assim. Meus olhos queriam tanto se fechar. Só faltava mais um bocadinho, mais um bocadinho, mais um bocadinho…

Sinal toca.

–Graças a Deus!- Digo levantando-me da cadeira.

Jamie esfrega os olhos e se levanta como um caracol. O ajudo a chegar á porta e andamos até aos armários. Vi Nicky e um rapaz que nunca vi na vida.

–Quem é aquele?- Jamie me pergunta e dou de ombros.

Antes que nos aproximemos, Nicky aparece com um olhar irritado. Nunca a tinha visto assim tão furiosa.

–Nick? O que aconteceu? Quem era aquele?- Pergunto.

–Um idiota qualquer!- Resmunga.- Esbarrei com ele na boate e agora pensa que só porque tropecei nele, me interessei por ele! Vê se pode isto!

–Rapazes são assim, Nick.- Jamie ri.

Ela bufa e andamos até á cantina. Estranhei foi os olhares constante de Nick e do garoto. Ela estava bem furiosa, mas isso apenas parecia o divertir ainda mais.

Quem sabe Jamie não passa á história.

–Onde está Mia?- Pergunto a minha mãe.

Ela estava sentada no sofá lendo alguma revista de moda, ou sei lá o quê. Eu e Josh víamos uma série nova de bruxos.

–Não sei. Ela saiu quando fostes para a escola e ainda não voltou. Disse que ia ficar com uns amigos.

–Amigos? Ela chegou anteontem.

–Ela sempre foi uma rapariga que fazia amigos rapidamente.- Minha mãe dá de ombros e franzo minha testa olhando a TV.

Mia apenas voltou quando eram quase horas de jantar. Ela entrou e sentou-se no sofá ao meu lado. Ela parecia calma, mas seus olhos castanhos nunca enganavam.

–Estás bem?- Pergunto e ela me sorri assentindo.

–Sim. Porquê?

–Ficaste o dia todo fora.

–É eu… tive com uns amigos.- Dá de ombros olhando a TV.

–Que amigos?

Ela me olha e franze a testa.

–Amigos. Eu conheci-os ontem quando fui correr. Queres saber mais alguma coisa?

–Apenas estou preocupada, Mia.- Digo e ela suspira fechando os olhos um pouco.

–Eu sei. Desculpa. Mas tu até os conheces. Um deles é o Jim Surren.

–Jimy? Sério?- Ela assente e sorri-o.- Oh. Ok, então. Ele é um bom garoto.

–É sim.- Sorri.

Durante o resto da semana, e da próxima, Mia desaparecia sem dizer muita coisa. Apenas sabia que ela estava a ficar muito amiga de Jim. Por um lado estava feliz por isso, mas havia algo estranho. Ela parecia preocupada. Eu vi-a olhar-me quando pensava que eu não a via. Aquilo estava a deixar-me estranha.

–Acabámos!- Digo deitando-me na cama de Jamie totalmente cansada.

–Estou farto de letras por um tempo.- Jamie diz e ri-o sentando-me e espreguiçando-me.

–Bom, eu vou indo. Minha mãe daqui a nada está a telefonar-me para ir jantar.

Levanto-me pegando minhas coisas para dentro da mochila.

–Tudo bem.

Jamie arruma o computador e saímos de seu quarto.

–Ei, mãe! Vou deixar Deb e casa.- Ele grita e uma mulher de cabelos loiros aparece e nos sorri.

–Ok. Não voltes tarde. Adeus, Deb.

–Adeus, Dona Ju.- Sorri-o de volta.

Eu e Jamie saímos de casa dele até seu carro.

–És a única pessoa que ela não se importar em lhe chamar “Ju”. Todos da minha família apenas a podem chamar de Juliana.

–Que pensas? Eu sou especial!- Deito meu cabelo para trás dramaticamente e ele ri.

Chegamos a minha casa e abro a porta do carro.

–Ei, queres o CD dos Nirvana agora?

–Claro. Não te importas?

–É na boa.

Saímos do carro. Abro a porta e oiço vozes a mais na sala. Eramos poucos e geralmente Josh está calado. Então é apenas minha mãe e Anthony, já que Mia quando chega se tranca no quarto.

–Cheguei!- Digo e surpreendo-me ao ver a sala repleta de garotos.

Josh estava deitado no chão como de costume. Minha mãe e Anthony estavam no sofá de dois lugares de cabedal abraçados. Eles viviam abraçados agora. Mia estava no sofá maior com Jim, Lucas e Logan. Harry, Ethan e um homem que não conhecia no restante.

–O que se passa?- Pergunto ignorando os olhares de Lucas.

–Os rapazes vieram falar com Tony e decidi convidá-los para jantar.- Minha mãe responde e assinto.

–Deb já chegou. Pudemos ir comer agora?- Josh pergunta sentando-se.

–Joshua.- Minha mãe repreende.

–O que disse de mais?- Meu irmãozinho pergunta confuso e minha mãe revira os olhos.

–Jamie, querido, ficas para jantar connosco?- Minha mãe pergunta a Jamie e o olho.

Ele sorri colocando as mãos nos bolsos das calças.

–Obrigado, Dona Marleen, mas minha mãe está á minha espera em casa.

–Fica para outra vez.

–De acordo.- Ele assente.

–Eu vou buscar-lhe uma coisa no meu quarto.- Digo e ela assente sorrindo. Pego Jamie pelo braço e o puxo escadas acima.

Deito a mochila na cama e vou até á estante. Pego no CD e lho entrego.

–Perfeito! Entrego-te quando acabar de ouvir.

–Descansado.- Sorri-o e ele o guarda no bolso.

Descemos de volta.

–Então, até amanhã.- Jamie se despede.

Todos se despedem e o levo á porta. Ele para e se vira para mim.

–Vais á festa de Erin amanhã?

–Se não for ela é bem capaz de me vir buscar á força.- Ele ri.

–É, tens razão. Então presumo que ela também te obrigou a ir ao Baile de Inverno.

–Presumes bem. Ela não se calou a semana inteira.- Gemo deitando minha cabeça na porta.- Nicky quase a esfolou na aula de português.

Ele ri e ri-o junto.

–Stuart está parecido. Ele fartou-se de falar qual o fato que vai levar e que tem de ir a combinar com Erin e não sei quê… Eles os dois estão realmente bem juntos!

–E no entanto parece que gostam de se fazer de cegos.- Resmungo.

Stuart e Erin ainda estavam no enrola e enrola. Não eram namorados, mas sim “amigos” com benefícios. Foi a semana toda assim!

–Não, eu acho que eles gostam mesmo é de nos encher.

Ri-o assentindo.

–Até amanhã, Deb.- Beija meu rosto e aceno.

–Até amanhã, Jay.

Fecho a porta e vou até á sala de jantar. O único lugar livre era entre Josh e Logan. Bem em frente a Lucas. Que coincidência tão linda!

Odeio coincidências.

Durante o jantar ignorei todos ali, principalmente o rapaz sentado á minha frente que não parava de me olhar. Apenas queria que aquilo acabasse e pudesse ir para meu quarto.

– Estava maravilhoso, Marleen!- O homem que descobri chamar-se Seth, fala.

–Obrigado, Seth.

–Eu vou jogar. -Joshua diz levantando-se.

Vejo aí a minha fuga e me levanto com ele. Ele vai para seu quarto e eu deito-me na sua cama. Fico o ver a jogar e meus olhos acabam se fechando me deixando ficar por ali mesmo.

Na manhã seguinte, Josh dormia quase no chão da cama. Ri com isso e o deitei mais para o centro. Desci até á cozinha. Mia estava comendo na bancada. Quando me viu, sorriu.

–Bom-dia.

–Dia.- Digo sentando-me num dos bancos.

–Deb?

–Oi?

–Porque saíste ontem da mesa daquela maneira?

–Como assim? Eu comi, levantei-me e saí. Fim.- Dou de ombros.

–Porque pareceu que os estavas a ignorar?- Pergunta e a olho.

–Eu não estou a ignorar ninguém. Apenas foi um dia cansativo e quis ir me deitar.- Dou de ombros de novo e levanto-me levando uma maça.

Deito-me na cama olhando o teto.

Eu nem sabia que estava magoada com Mia, mas estava. Ela tinha-se tornado muito amiga de Jim e dos rapazes e isso era estranho para mim. Porque eu sei que há algo que ela não me conta.

No final do dia, tomei banho e vesti um vestido azul pálido de mangas cumpridas. Vesti umas meias de licra por baixo e calcei uns botins de salto beges. Deixei meu cabelo cair liso pelas costas e vesti um casaco cumprido rosa.

Desci e vi minha mãe e Anthony na sala conversando sorrindo. Vendo-a daquela maneira, ela nunca tinha sorrido com aquela intensidade para meu pai. Ela aprecia mais feliz. Completa.

Mas se ela não era totalmente feliz com meu pai, porque casara com ele? Porque tivera 3 filhos com ele? E qual era o problema de meu pai? Ele era um bom homem, fiel, dedicado, sincero e muito amável. O que mais ela queria?

–Estás linda, meu amor.- Ela me diz.

–Azul é a tua cor.- Anthony me diz e apenas os olhos antes de assentir, agradecer e sair de casa.

Meu humor estava péssimo, eu sei, mas tudo me fazia confusão. Eram muitas perguntas.

Porque minha mãe era feliz com Anthony mas não com meu pai?

Porque foi preciso 20 anos de casamento e 3 filhos para ela ver a verdadeira felicidade?

E se meu pai não tivesse morrido? Eles estariam juntos ou ela o deixaria por Anthony?

E então havia Mia.

O que tanto a preocupava? O que tanto escondia?

E como se não bastasse, havia Lucas e tudo o que ele me fazia sentir.

Eu precisava de uma pausa. Precisava de um tempo para deixar as perguntas de lado.

Cheguei em casa de Erin e toquei na campainha. Stuart me abriu e sorriu como apenas ele sabia fazer.

–Deby!

–Ei, Stu.

–Entra. Está frio aí.

Entro e realmente o calor se faz sentir lá dentro. Havia gente por todo o lado. Garotos da escola e outros que nunca vira na vida. Stuart me leva até nossos amigos.

Jamie estava sentado num sofá conversando com uma garota. Nick estava sentada em cima da mesa de snooker com Erin. Haviam alguns alunos da nossa turma e seus amigos supostamente. Eu apostava que Erin não conhecia nem metade.

–Olhem quem achei!- Stuart diz e meus amigos se viram para mim.

Vou até ás meninas.

–Deby.- Erin me abraça animada.- Já viste a quantidade de gente que aqui está?

–Já e tenho uma vaga impressão que tua casa não vai sobreviver.

Erin dá de ombros. Sento-me na mesa com Nicky enquanto ela e Stuart vão pegar bebidas. Passado um tempo, Jamie deixa a garota e vem até nós.

–Cansaste-te.- Pergunto.

–Bué.- Suspira.

–Ei, Monick.- Uma voz diz atrás de nós e viro-me para ver o fã número um de Nicky.

–Vou dar uma volta.- Nicky resmunga saltando da mesa e saído da sala. O garoto a segue.

–Danças?- Jamie me pergunta estendendo-me a mão.

Dou de ombros e aceito. Saímos da mesa e andamos até ao centro da sala. I knew you were trouble de Taylor Swift estava a tocar na aparelhagem. Jamie era um bom dançarino e um bom amigo.

Parámos de dançar e as poupas pessoas á nossa volta aplaudiram. Ri. Eu apostava que elas estavam tão bêbedas que não se lembrariam de nada amanhã.

–Nada mau.- Bato no ombro de Jamie.

–Eu sou incrível, baby e tu sabes.- Gaba-se e ri-o com ele.

Olho para porta e meu sorriso se vai. Lucas estava me encarando com Jim e Harry ao lado. Seus olhos castanhos estavam mais escuros que o habitual e suas mãos cerradas em punhos ao lado do corpo.

–Chegámos!- Erin aparece gritando tirando meus olhos de Lucas para a olhar.- Aqui. Tomai.

Pego um copo e Jamie outro. Oiço Erin perguntar por Nicky, mas eu olho de novo para a porta. Lucas já não está lá. O procurei olhando em volta, mas não havia sinal dele.

Estou a ficar louca.

–Deb, anda. Vamos procurar Nick.- Erin me puxa e saímos da sala de convívio.

Procuramos na cozinha, na sala, mas não havia sinal dela. Subimos até ao segundo andar que era restrito para as pessoas ali em baixo, mas Nicky já era da casa. Ao chegarmos ao quarto dela ouvimos vozes.

–É Nicky?- Pergunto.

–E um rapaz!- Erin saltita e se aproxima da porta lentamente.

Aproximo-me também e pela vesga da porta podíamos ver Nicky sentada na cama com o garoto ao lado. Eles conversavam calmamente. Sem gritos. Sem berros. Sem respostas grossas de Nick. Ele sorria largamente e mesmo ela tinha um pequeno sorriso nos lábios.

–É desta que ela esquece Jamie.- Erin me sussurra e assinto sorrindo.

–Vamos. Eles precisam de privacidade.

Descemos de volta, sorrindo. Nick merecia.

–Deb.

Olho Mia, surpresa.

–Mia? Que fazes aqui?

–Vim á festa com os rapazes, mas perdi-os. Não os viste por acaso?

–Os rapazes?

–Sim. Jim, Lucas e Harry.

–Afinal eles estão mesmo cá.- Digo aliviada por não estar vendo coisas.

–Viste-os?

–Na sala de convício, mas desapareceram.

–Vou á procura deles. Vens comigo?

–Eu?- Pergunto e ela assente.- Porquê? Eles vieram contigo, não comigo.

–Anda lá, Deb.- Revira os olhos e puxa minha mão me obrigado a ir e deixando Erin para trás.

–Onde estás a ir?- Pergunto quando a vejo abrir a porta do jardim.

–Eles devem estar aqui.

–Com uma temperatura destas? Porque eles estariam aq…- Calo-me quando os vejo.

Jim estava olhando Lucas que estava sentado no chão encostado a uma árvore. Harry estava de costas para nós. Os 3 nos olharam quando nos aproximámos.

–Aqui estais vós! Procurei-vos por todos o lado.- Mia fala, irritada.

Era estranho ver aquela coisa pequena irritada.

–Lucas precisava… respirar.- Jim diz olhando o amigo que mantinha seus olhos em mim.

Senti desconfortável com aquele olhar. Não só porque eram os olhos de Lucas em mim, mas pela dor que vi neles.

Viro-me para Mia.

–Já os encontrastes. Vou indo.- Tentou virar-me, mas Mia segura meu braço e me puxa de volta.

–Espera. Eu, Jim e Harry vamos buscar umas bebidas e já voltamos. Porque não ficas a fazer companhia a Lucas até então?

Ela não me deixa responder e já está puxando Jim para dentro. Harry passa por mim e me pisca o olho sorrindo. Fiquei confusa.

Cruzei os pés e abracei-me com o frio que estava ali fora. Procurei olhar para todos os lados, menos o rapaz sentado no chão. Tinha medo que se o olhasse, me deixasse ir. E quando uma pessoa vai, custa a voltar. E eu não sabia se tinha forças para o fazer.

Não sei quanto tempo ficámos ali assim, mas pareceram horas!

O ouvi suspirar e então levantar-se. Meu corpo se colocou em alerta e vi seus pés se aproximarem. Eu estava nervosa. Estava assustada. E nem sabia porquê! Era só um rapaz. Só Lucas.

O estúpido nome que não me saiu da cabeça por duas semana.

–Deborah…

Meu nome foi superado pelo vento até mim. Meu coração acelerou e nunca meu nome me soou tão bem. O olho, mas logo desvio os olhos para a pequena mesa posta no quintal.

–Olha para mim.- Pede e o faço… por 2 segundos e volto a desviar par algum lado.- Deborah, importas-te de olhar para mim por mais de 2 segundos?- Pergunta irritado e suspiro ganhando forças.

O olho.

Haviam muitas coisas passando por seus olhos. E foi disso que tive medo. Da maioria dos sentimentos ali contidos. Eu não os queria ver. Não queria acreditar neles. Minha cabeça estava confusa. Meu coração estava confuso. Eu estava confusa.

Ele se aproxima mais e novamente meu corpo fica em alerta observando todos os seus passos.

–O que se passa?- Sua respiração bate em meu rosto e me arrepio um pouco.

–Nada.- Murmuro tentando parecer calma.

–Nada?- Pergunta com um riso frouxo. Ele passa a mão pelos cabelos e olha para a minha esquerda antes de me olhar de volta.- Porque me estás a ignorar?

–Eu não te estou a ignorar.- Retroco, mesmo sabendo a mentira que aquilo era.

–Não me estás a ignorar.- Assente esfregando o queixo.- Só mais uma coisa. Quanto tempo mais vais continuar a negar? É que assim, eu espero, e passamos logo para a parte em que me contas a verdade.

Engulo sentindo meu coração acelerar.

–Estás a ignorar-me á duas semana, Deborah!

–Não estou! Não é como se falássemos todos os dias.

–Não falávamos, mas era diferente. Porque eu sabia que não me estavas a ignorar. Achavas mesmo que eu não iria reparar que nem ao parque tens ido com Josh? Achavas mesmo que Amie e Sarah não iam reparar? Não sei se percebeste, mas elas gostam de ti.

–Eu sei.- Sussurro sentindo-me mal. Eu não as ignorei de prepósito, apenas não me apetecia sair de casa correndo o risco de esbarrar com ele em algum lado.

–Eu apenas quero que me digas qual é o problema que tens comigo. Para eu o resolver! Mas não ignores minhas irmãs, Deborah, porque elas não têm culpa de nada.

–Eu nunca disse que elas tinham!- Retroco.

–Ótimo! Então para de as ignorar!

–Eu não as estou a ignorar! Apenas não me apeteceu sair de casa. Qual é o mal disso?!

–O mal é que tu não me dizes que porra aconteceu!- Grita me assustando um pouco.- Desde que saíste de minha casa nunca mais olhaste na minha cara! E não negues que não me estás a ignorar, porque estás, Deborah! O que aconteceu entre nós para me odiares tanto?

–Não aconteceu nada entre nós, Lucas! Nada! Isso está tudo na tua cabeça. Nós não temos nada!- Retroco irritada com aquela conversa.

Garoto teimoso!

–Não, pois não?- Pergunta aproximando-se fazendo-me sentir seu calor. Tive de levantar minha cabeça para o olhar.- Não há nada entre nós.

Engulo vendo o duplo sentido daquela frase. Ele se aproxima mais, o que achei impossível, e sua mão toca meu queixo me fazer tremer.

–Foram duas semanas de merda, Deb e a última coisa que eu quero é gritar contigo. Diz-me. O que eu fiz?- Pergunta e o desespero por aquela resposta fez meus olhos lacrimejarem e olhei para o chão.

–Nada, Lucas.- Sussurro sentindo um nó em minha garganta.- Tu não fizeste nada.

Eu é que sou uma idiota.

Sua cabeça abaixou-se até meu pescoço e senti sua respiração em meu ouvido. Fechei meus olhos apreciando tê-lo ali, tão perto.

–Então o que aconteceu? Porque estás assim, Deby?- Sua voz tão perto de meu ouvido me fez ofegar.

–Lucas…- Sussurro não aguentando todo aquele calor, não aguentando os batimentos de meu coração que parecia que ia explodir. Eu precisava dele.

–Deby…

Seu nariz toca em minha bochecha e foi minha gota de água.

–Oh, merda.- Sussurro antes de segurar seu rosto entre minhas mãos e juntar nossos lábios.

Eu pensei que ele me afastaria e gritaria comigo. Eu gostava que ele tivesse feito isso. Ele devia ter feito isso! Mas ele não fez.

Sua mão segurou minha cintura e me puxou para mais perto, enquanto a outra segurou minha cabeça esmagando nossos lábios com mais força. Eu não estava no controlo de meus movimentos, mas ele parecia igual. Sua boca estava furiosa sobre a minha, sedenta. E eu apenas consegui retribuir e retribuir e retribuir e retribuir

Eu precisava dele. Eu precisava dele tanto.

Havia um furacão dentro de mim. Parecia prestes em entrar em erupção e não me importei. Não me importei com as consequências. Não me importei com as destruições desastrosas que viriam depois. Simplesmente, não consegui me importar.

Eu estava ali.

Lucas estava ali.

Só.

Sua respiração tocava a minha no meio do caminho. Lambi meus lábios e abri meus olhos. Lucas estava de olhos fechados com um sorriso lindo nos lábios. Nossas testas estavam encostadas. Meu coração parecia tão quente, tão cheio.

Ele abriu os olhos e olhei fundo naquelas águas castanhas. Eles tinham um brilho intenso como apenas ele conseguia ter. Um brilho tão lindo.

Ele beijou meus lábios mais uma vez e me levantou me fazendo gritar e rir ao mesmo tempo. Segurei-me em seu pescoço.

–Lucas!

Ele riu e encostei minha testa de novo com a dele. Sua mão acariciou minha bochecha docemente. Apenas queria fechar os olhos e paralisar o tempo. Deixar tudo como está.

–Deborah?- Sua voz rouca me fez sorrir.

–Sim, Lucas?

–Não me ignores. Por favor, nunca faças isso.- Ele puxa meu lábio inferior para baixo com o dedo e beija meu lábio superior.- Não gosto da sensação. Ok?

–Ok.- Sussurro e ele sorri beijando meus olhos.- Lucas?

–Sim, princesa?

–Já me podes colocar no chão?- Pergunto e ele ri colocando-me de volta na erva do quintal.

–Desculpa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saga Halfmoon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.