Escrito em Escarlate escrita por Bella Black


Capítulo 2
I - Casos de Família


Notas iniciais do capítulo

Oi amores ^^
Primeiramente: Feliz Ano Novo!!! Espero ver vocês muitas vezes por aqui neste ano de 2016 ^^
E para começar o ano com o pé direito resolvi postar o primeiro capítulo da minha fic ^^
Siim eu demorei para postar, me desculpem :C
Mas agora eu juro juradinho que vou postar regularmente a cada 15 dias ^^ Ou seja, semana que vem não tem cap (onomatopeia de decepção, please), mas na outra sexta neste mesmo horário (16:15h aprox) sai mais um capítulo direto do forno ^^
Gente eu estou me esforçando MUITO nessa fic então, por favorzinho, não deixem de comentar ^^

Boa Leitura ♥



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— Juliana, quando que você vai falar com o seu pai?   

  — Não sei mamãe... Quanto eu tiver tempo, sei lá...   

    — "Quando eu tiver tempo" - Disse ela com a voz esganiçada imitando a minha - até parece, nem trabalhar você trabalha, imagina se não vai ter tempo...  

  — Eu trabalho sim! Eu escrevo e ganho bem por isso, okay Dona Mirian? – Certo, eu bem sabia que estava muito longe de "ganhar bem", mas esse era o único argumento capaz de convencer mamãe de que eu realmente tinha um emprego.   

—Tá, tá, mas, por favor, vá no máximo amanhã falar com o seu pai, é o mínimo que você faz por mim, já que me abandonou aqui sozinha.  – Ela me olhava de lado, seus olhos castanhos, iguais aos meus, apertados em uma expressão rancorosa. 

  — Eu não te abandonei! Eu larguei o meu emprego e a minha vida na cidade grande para voltar pra esse fim de mundo, sem contar que eu venho aqui quase todo dia! Eu só preciso de um pouco de espaço e de privacidade para escrever em paz!  

  — "Privacidade para escrever", e eu nasci ontem Juliana? Sei bem o que você faz com o professor ruivo que precisa de tanta privacidade, E VOCÊS NÃO ESTÃO NEM NAMORANDO, JULIANA!   

— Mamãe, você não precisa levantar a voz, tá bem? Ninguém mais precisa proteger a joia rara até o casamento, sabia?  E não começa a me encher o saco que eu não vou nem falar com papai...   

  — Por favor Juliana, eu te imploro! — As juntas dos dedos dela ficaram brancas quando ela apertou com mais força ainda o encosto da cadeira retro que estava ao seu lado. Mamãe tinha 53 anos, mas parecia ter oitenta dentro daquela casa antiquada e com as janelas todas cobertas por cortinas coloridas. 

  Pronto, lá vinha ela fazendo drama novamente... Eu já conhecia tão bem a peça...   

Tem pessoas que nascem com o dom de falar em público, tem pessoas que nascem com o dom de escrever, tem pessoas que nascem com o dom de cantar, a minha mãe nasceu com o dom de convencer as pessoas por via da pena. O negócio era que ela exagerava tanto na coisa que convencia qualquer um a fazer o que ela queria. Alias, foi assim que ela me convenceu a abandonar Rio Grande (cidade dentro do estado de Rio Grande do Sul), o meu emprego bem remunerado e o meu apartamento espaçoso e voltar para Antônio Prado, a cidade minúscula onde eu nasci e me vi louca para sair logo que fiz 18 anos.   

   Ela só não conseguiu fazer papai voltar.   

E nesse caso, nem eu conseguiria, então não valia a pena tentar... Certo, estava tentando evitar ao máximo o momento, mas eu não queria ter que ver o meu próprio pai com uma mulher 20 anos mais jovem que ele, ou seja, apenas 3 anos mais velha que eu mesma. Aparentemente eles passaram muito tempo degustando massas juntos na empresa de papai, e o pior de tudo é que ela era a secretaria dele! Quer algo mais óbvio que isso? E desde que papai largou mamãe, ele não atende os telefonemas dela e mal atende aos meus, parece estar preocupado demais com os dois filhos da sua secretariazinha vaca.   

A principio, logo que eu voltei para Antônio Prado eu tinha a intenção de resolver isso e me mandar logo, e só quando eu vi que o negócio era sério que eu aluguei um apartamento aqui e desocupei o meu de lá. Mamãe nunca me perdoaria se eu a deixasse aqui sozinha. Só que voltar para o Pradinho (apelido usado frequentemente pelos moradores da pequena cidade de descendência italiana) nunca esteve nos meus planos, ser jornalista numa cidade onde nada acontece é a maior cagada que alguém pode fazer, e, definitivamente, não estava nos meus planos trabalhar em qualquer outra coisa.   

  — Sim mamãe, amanhã eu vou falar com papai, e deu dessa história, okay?   

— Tá bom... Assiste comigo pelo menos a novela da tarde?   

— Eu até queria mamãe, mas não vai dar, eu tenho que t-r-a-b-a-l-h-a-r, e já vou indo. –Disse eu ressaltando a palavra.  

  — Juliana, eu sei que você pode "escrever" depois, não deixe a sua pobre mãe abandonada pelo marido totalmente sozinha em casa, nunca se sabe o que pode acontecer. - Aquilo estava num tom muito ameaçador, mas eu não podia me deixar abalar.   

     — Tchau mãe, se cuida, amanhã eu volto. - Dei um beijo rápido nela e saí quase correndo, antes que ela começasse com outra cena dramática...   

 O fato é que, realmente, eu não ia trabalhar, mas sim Rodolfo ia passar no meu apartamento para fazermos orgias fora do casamento, como mamãe gostaria de dizer.   

E, sim eu sei que esse não é um motivo nem um pouco nobre para abandonar a própria mãe, mas Rodolfo e eu tínhamos um trato: desde que nós terminamos o namoro combinamos de que quando um quisesse ver o outro, este deveria fazer tudo a seu alcance para estar disponível, era basicamente uma troca de favores.   

Entrei no carro e comecei a descer o morro quase totalmente vertical onde a casa de mamãe ficava. Esses morros enormes e muito inclinados são o relevo de praticamente toda a cidade que se localiza na serra gaúcha. Aliás, quando a gente usa a expressão “toda a cidade” não estamos nos referindo a muita coisa, para ser mais clara, esse fim de mundo conta com nem 13 mil habitantes e destes uma boa parte mora no interior o que não conta como “cidade”.  

Ao passar pelo centro, tive mais um deja-vú, coisa que desde que eu havia voltado passou a ser constantes. Dessa vez eu lembrei de uma das muitas vezes em que eu e alguns amigos, no auge da nossa adolescência, viramos uma madrugada de sábado, no inverno, num frio de 5 graus, na base de vinho de pêssego.  

O banco que ficava na parte frontal da praça, em frente à igreja Matriz, no outro lado da rua, era o mais disputado e sempre reunia uma galera ao seu redor. O velho bar, sempre cheio de velhos jogando canastra onde nós, menores de idade, pagávamos a alguém para comprar cerveja ou cigarros.   

As casas tombadas que nunca mudavam, característica que englobava a cidade inteira. Nunca mudar. Bem, principalmente o centro histórico, que era tombado pelo IPHAN e não podia ser modificado sob circunstancia nenhuma, em minha opinião um real atraso para a cidade, mas fazer o que...  

Estacionei o carro em frente ao meu apartamento e subi rapidamente as escadas. Era um prédio baixo, como todos na cidade — que por ser tombada não podia ter construções que passassem de x altura — e com corredores mal iluminados o que era compensado, e muito bem, pelo espaço do apartamento em si e a boa luminosidade deste.   

Eram três horas da tarde e eu sabia que Rodolfo chegaria depois das cinco e meia, horário em que acabava o expediente dele na escola onde ele lecionava como professor de história. Aproveitei esse tempo para dar uma arrumada na casa e tomar um bom banho.   

Coloquei um lingerie sensual e um vestido leve (vulgo fácil de tirar), passei um creme com um cheiro meio cítrico que eu amava por todo o corpo, escovei os meus cabelos castanhos que conforme secavam formavam ondas enquanto assistia canais aleatórios na televisão e esperava por Rodolfo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? ^^ Por favor deixem as suas opiniões, mesmo que não tenham gostado e não pretendem continuar. Essa é uma das primeiras fics que eu levo realmente a sério e a opinião de vocês é MUITÍSSIMA importante ^^
Nesse capítulo, EU SEI, não aconteceu nada de muito especial, mas calma gente hahaha ^^
Nos vemos nos comentários ;) E estou sempre aberta a mensagens caso vocês queira conversar sobre a fic ou qualquer outra coisa ^^
Beijões ♥
E muito obrigada a todos que comentaram no capítulo passado, vocês moram aqui ♥



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