Quero Matar Meu Chefe escrita por ICLP


Capítulo 5
Strangers on a Train


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora... Fim de período, tive muitas provas e depois viajei... Agora estou de volta com capítulos nas quartas e domingos, a não ser que ocorra imprevistos u.u

Este capítulo não foi revisado, então relevem os erros hahahah



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Sakura Haruno

O loiro imbecil, o moreno imbecil e eu estávamos no supermercado para comprar as coisas necessárias para o plano. Eu estava na seção dos pesticidas e tinha obrigado o Sasuke a segurar a cesta de compras. Ele não parecia estar muito satisfeito.

– Qual combina mais com o Hiashi? – Perguntei. – Ratos, baratas, formigas... Ah, olha só! Que tal de vermes?

– Qual o mais barato? – Ele perguntou.

– Larga de ser mão de vaca, Sasuke! – Revirei os olhos.

– Escolhe esse aqui. – Sasuke pegou uma caixa qualquer de rodenticida e colocou na cesta. Devo alertar que ele pegou o mais caro? Não, deixa quieto. – Agora vamos procurar equipamentos para espionagem!

– Em um supermercado? – Ergui uma sobrancelha enquanto o seguia.

– Tem uns binóculos por aqui, estavam baratos... Ali estão! – Ele apontou quando chegamos no local.

O moreno pegou um dos binóculos e olhou por eles, dando um sorrisinho sacana logo depois. Revirei os olhos novamente. Definitivamente, ele não deve ir à casa da Mei.

– Legal... – Ele falou em meio a um sorriso, mas depois o desfez.

Olhei para onde ele estava olhando e tinha um cara com uma bunda bem feminina, até calça feminina ele estava usando.

– Gostou do que viu, Sasuke? – Sorri irônica.

– Em minha defesa, aquele jeans é feminino. – Ele falou.

O moreno colocou o binóculo dentro da cesta.

Fomos procurar o Naruto... Na verdade, nem precisamos procurar.

– Ei! – Ele gritou atrás da gente. – Terminei... Isso deve ser suficiente.

Sasuke e eu olhamos para a cesta do loiro idiota. Quinze vidros de amendoim. Exagerado.

– Dobe... É um assassinato, não um coquetel! – Sasuke reclamou.

– Mas está em promoção! Três por um, cara. – Naruto se explicou. – Vamos pagar apenas... – Ele olhou para a cesta, contando. – São três por um, parceiro! Não dava para perder!

– Certo... Vamos logo pagar isso. – O moreno se dirigiu ao caixa.

Após pagarmos – o Sasuke pagar – a conta, saímos do estabelecimento.

– Certo, vamos repassar o plano. – Falei. – Naruto, você vai até a casa do Hiashi, a Hinata vai te dar acesso, certo? – Ele concordou com a cabeça. – Sasuke, você vai à casa do seu primo e...

– Não posso, ele não vai me aceitar lá. – Sasuke falou.

– Espera ele sair, ué! – Exclamei.

– Hoje é sexta, ele vai levar companhias para lá... Se é que me entende. – Ele falou.

– Como faremos para colocar o veneno no pó dele? – Perguntei.

Os dois imbecis olharam para o meu corpo de cima a baixo e depois sorriram sacanas.

– Nem pensar! Fora de cogitação! Ele é repugnante! – Comecei a gritar. Um casal ia passando e olhou para a gente como se fôssemos extraterrestres. – Não me passarei por garota de programa, seus dois imbecis. – Abaixei meu tom de voz.

– É a nossa melhor opção. – Ele comentou.

– Ele me conhece! – Indaguei.

– Ele é um idiota, use uma peruca e ele jamais te reconhecerá. – Sasuke sorriu.

Suspirei pesadamente.

– Certo! Mas, se ele tentar me beijar, eu raspo seu cabelo, Uchiha! – Ameacei.

– Meu cabelo não!

– Não diga que não avisei... E se você transar com a Mei, depilo suas partes íntimas com cera! – Falei em tom ameaçador, o olhando nos olhos.

Ele engoliu em seco e concordou com a cabeça.

...

Quando anoiteceu fomos para nossos postos. Naruto foi jantar na casa do Hiashi, junto com a Hinata. Sasuke foi para a casa da Mei, colher informações sobre ela e eu... Bem, estou me sentindo ridícula.

Estou em meu carro, vestindo uma saia preta colada e curta que quase mostrava o meu útero – presente da Porca, nunca tinha usado antes –, uma cropped branca e scarpin azul marinho. Estou usando o batom Ruby Woo da MAC, que, de acordo com o Sasuke, me deixa extremamente sexy e desejável. Resumindo: Me sinto uma puta!

Liguei para o Uchiha.

Fala!

– Como está a espionagem? Já descobriu algo sobre a Mei? – Perguntei.

Sim! Descobri que vou mudar de dentista. Ela é muito gostosa... Ela é ruiva, cabelo ruivo é lindo... E ela tem olhos verdes. Tem cor de olho mais bonita? – Olhos negros são legais. – Já está com o Tobi?

Olhei para a porta da casa do primo do Sasuke, de onde saiam algumas garotas mais vulgares do que eu estava no momento.

– Não. Como será que o Naruto está no jantar? – Perguntei.

Com certeza sendo um idiota. – Sasuke riu.

...

Naruto Uzumaki

Suor másculo escorria por meus olhos. Hinata e eu estávamos assistindo o fim da oitava temporada de Grey’s Anatomy... Sim, estamos atrasados... Cara, o Mark e a Lexie nem estavam juntos. Shonda Rhimes é destruidora mesmo!

– Por que aconteceu isso? – Hinata estava chorando ao meu lado.

– Eu queria os dois juntos... – Falei com a voz embargada, enquanto enxugava meu rosto.

Ouvi alguém descendo as escadas e me ajeitei melhor no sofá, disfarçando o meu choro... Digo, meu suor másculo.

– Hinata! – Meu sogro soou extremamente irritado.

– Sim, pai? – Ela se virou para ele.

– Sabe quem é este cara? – Ele perguntou e mostrou um celular.

Arregalei os olhos assustado. É o celular que o Sasuke roubou do primo dele.

– Não é um dos irmãos Uchiha? Filho do Madara? É primo do seu amigo, não é, amor? – Hinata me olhou.

– Q-q-q-que am-m-migo? E-e-eu não s-sei de n-n-nada, amor! – Minha voz saiu aguda e eu dei um sorriso amarelo.

– Ora, o Sasuke. – Ela arqueou uma sobrancelha.

Hiashi me segurou pelo colarinho da camisa e me encarou com raiva.

– Você o conhece? Se mentir, nunca mais vai se aproximar da Hinata!

– P-pai! – Hinata tentou o acalmar.

– É-É o Tobi... Ele é primo do meu amigo... – Minha voz continuava esganiçada e meu xixi estava quase escorrendo.

Ele soltou minha camisa, me fazendo cair no chão, e saiu pisando duro.

Ferrou!

– N-naruto... V-você molhou o chão... – A Hina comentou, corada!

Droga!

Me levantei e peguei minha mochila. Sempre trago calça e cueca extra para reuniões com a família da minha noiva.

Me dirigi ao banheiro social, mas parei antes de entrar e fui para o quarto do Hiashi. Fui para o banheiro dele.

Deixei minha mochila na bancada da pia e peguei o vidro de amendoim que eu havia trazido. Entrei no box, peguei o xampu do sogrão e fiquei encarando os dois recipientes.

...

Sakura Haruno

Finalmente criei coragem para entrar na casa do Tobi, coloquei a porra da peruca loira, peguei minha bolsa, verifiquei se o veneno estava dentro dela e iria sair, se não fosse o meu celular tocando. Vi no visor que era o Naruto e revirei os olhos.

– O que foi? – Atendi.

Acho que não consigo fazer isso... Sei que odeia o Hiashi, eu também odeio... Mas, cara, ele é o pai da Hina, não posso continuar com isso.

– É, sei como é... Andei pensando a mesma coisa. Não quero me passar por prosti...

Olhei pela janela e arregalei meus olhos. Me encolhi mais no banco do carro. Meu Deus! Meu Deus! Fodeu totalmente!

Sakura?

– Que merda! – Exclamei. – Será que fomos descobertos? – Perguntei sussurrando.

Por quê? O que foi?

– É o Hiashi, ele está aqui!

Na casa do Tobi? Por q...? – Naruto se interrompeu.

Suspirei... Lá vem merda... Naruto com certeza fez alguma besteira!

– Naruto? – Murmurei entredentes. – Por que meu chefe, seu sogro, está na porta da frente da casa do Tobi?

Ele encontrou o celular do Tobi aqui.

– O que? – Quase gritei. – Sasuke deve ter derrubado quando saímos correndo daí.

Depois eu que sou o idiota!

– Você é! Por que não ligou avisando, seu imbecil? – Esbravejei em sussurros.

Ele fez eu mijar nas calças!

Olhei para a porta da casa do Tobi. Hiashi havia tocado a campainha e Tobi abriu a porta.

– O que é? – Deu para ouvir a voz do Uchiha. Quanta educação. – O que... – Ele iria perguntar novamente, quando o Hiashi sacou uma arma.

Meu chefe atirou no Tobi! Meu... chefe... atirou... no Tobi!

Me abaixei mais ainda – se é que é possível – no banco do meu carro. Eu já estava suando frio.

O que foi isso? – A voz do Naruto estava esganiçada.

– O Hiashi atirou no Tobi!

O que? – O loiro gritou.

Olhei para fora novamente. Foi quando o Hyuuga atirou novamente no primo do Sasuke.

– Caralho! Ele chegou, tocou a campainha... O-o Tobi abriu a porta e o Hiashi atirou no peito dele... Ele caiu e o Hiashi atirou na cabeça dele.

­- Meu sogro tem uma arma? – Naruto murmurou com a voz aguda. – Droga! Me molhei de novo!

Fiquei totalmente imóvel, sem falar nada, enquanto o Hiashi voltava para o carro dele, que estava estacionado atrás do meu.

Saky! Saky? Saky, Saky, Saky, fala alguma coisa! Sakura, o que tá acontecendo? Como está o Tobi? – A voz dele estava tão aguda que doía no meu ouvido.

– Morto! Ele está morto, Naruto! – Parei de falar quando o carro do meu chefe passou ao lado do meu. – Tenho que sair daqui antes que me vejam! Vai para o meu apartamento, vou ligar para o Sasuke.

­- Certo! Espera só eu vomitar que já vou para lá! ... O que eu digo à Hinata? – O loirinho parecia estar mais desesperado que eu.

Desliguei o celular e me ajeitei no banco. Sabe quando você puxa desesperadamente o cinto de segurança e ele não vem de forma alguma? Está acontecendo isso no momento! Que merda! Foda-se!

Dei a partida e saí dali em disparada, passei num cruzamento sem nem frear. Tenho quase certeza que o sinal estava fechado, alguns carros frearam quase em cima do meu! Isso ainda vai me render uma multa... Foda-se! Foda-se! Foda-se tudo! Meu chefe matou o primo do Sasuke!

...

Eu estava andando de um lado para o outro na sala. O chão vai afundar de tanto tempo que passei fazendo isso. Sasuke e Naruto estavam sentados no sofá.

– Ai meu Deus! Meu chefe matou o seu primo!

– Ai meu Deus! Eu vou assumir a Tsukuyomi!

– Ai meu Deus! Meu sogro matou o seu primo!

Falamos de uma única vez. Apenas o Sasuke parecia feliz... Eu presenciei o assassinato do primo dele, como ele pode estar animado? Quanto amor!

– Seu chefe? – Naruto me olhou em desespero. – Meu sogro matou uma pessoa! – Ele deu ênfase no “Meu sogro” – Ai meu Deus! Eu vou morrer.

– Relaxa, Dobe! Ele não mataria o próprio genro... Pelo menos não na frente da Hinata. – Sasuke tentou tranquilizá-lo inutilmente.

– Esse é o problema... Ainda nem contamos que estamos noivos! – O loiro se sentou na cama, puxando os cabelos.

Sasuke e eu o olhamos boquiabertos. Só pode ser brincadeira... Como assim não contaram?

– Tá brincando, não tá? – Perguntei.

– Dobe... Ele sequer te conhece? – Sasuke perguntou irônico.

– Claro que sim! Já falei para vocês... Agora sei porque no dia que a Hina foi me apresentar ele insistiu em ser na fazenda... – Naruto tremeu.

– Por quê? – Perguntei.

– Ele me levou para caçar. De vez em quando ele aponta a arma para mim... "Sem querer". – Fez aspas com as mãos.

– Tá ferrado... – Sasuke riu. – Ok! Vamos ficar calmos. Resolveremos isso, certo?

– “Calmos”? – Gritei encarando o moreno. – Eu vi um homem ser baleado há menos de uma hora! Seu primo, diga-se de passagem!

– Isso mesmo, um cara que iríamos matar! – Ele falou como se fosse algo totalmente normal.

– Olha, acho que não! – Falei.

– Como assim? – Ele franziu o cenho.

– Não é a minha praia.

– Nem a minha... Entrei em pânico e fugi correndo de lá... Nem dei satisfação à Hina. – Naruto falou.

– O que? Não podem desistir no último segundo! – Sasuke esbravejou.

– Não sou um assassino! – O loiro se defendeu.

– Você acha que, na hora “H”, conseguiria matar a Mei? – Perguntei encarando o Uchiha.

– Não sei... Talvez tenha razão. Não dá mais para matá-la agora. – O Uchiha deu de ombros.

A raiva me subiu à cabeça. Maldito Uchiha!

– “Agora”? – Repeti.

– Como assim, cara? – Naruto perguntou.

– Transou com ela? – Cruzei os braços.

– Não... – Ele mentiu.

– Vocês só fazem merda! – Resmunguei.

– Em minha defesa, não foi minha culpa. – Ele ergueu os braços.

– Ah, claro! Você tropeçou e caiu com o pau duro nela? – Ironizei.

– Será o principal suspeito se matarmos ela! – Naruto colocou as mãos na cabeça.

– Eu estava a espionando...

– Não era para ter contato com ela! – O Dobe gritou.

– Ela é muito gostosa! – Sasuke falou em sua própria defesa.

– Como se eu não soubesse. – O loiro cruzou os braços.

– Então ela começou a tirar a roupa de propósito... Em frente à janela aberta, com a luz acesa, como se soubesse que eu estava ali...

– Como “de propósito”, Uchiha? – Perguntei.

– Devagar, sedutoramente, mexendo os ombros, os quadris, claramente dando um show de strip. Daí ela foi comer: um picolé, depois uma banana e depois uma salsicha. – Ele contou nos dedos.

– Não acredito em você. – Estreitei meus olhos.

– São três símbolos fálicos, Saky! Não podia ser coincidência.

– Então achou que isso era um convite para foder? – Naruto perguntou.

– Não! Eu achei que o convite era o convite... Ela abriu a porta e piscou para mim... O que eu podia fazer? – Sasuke me olhou.

– Ir embora! – Esbravejei. – Você é doente! Seu mulherengo, galinha, tarado!

Estapeei ele enquanto o xingava.

– Pelo menos o problema do Naruto está resolvido... Depois de me ter na cama, ela não vai querer um cara com o pinto tão pequeno quanto você, Naruto! – O Uchiha se gabou.

– Vamos ao que interessa! – Cansei da história do Sasuke com a Mei. – Vamos falar do que houve com o seu primo!

– Vamos fazer uma ligação anônima para a polícia e dizer que o Hyuuga matou o Tobi... Daí teremos o Hiashi preso, Tobi morto, Mei bem comida, eu dono da Tsukuyomi, Sakura trabalhando comigo e nossos problemas resolvidos! – Sasuke sorriu.

– Ei! E eu? – Naruto se levantou, gritando.

– Você... – O moreno pensou por um momento. – Pode trabalhar pra gente! – Apontando para si mesmo e para mim.

– Vocês sempre me rebaixam. – Naruto bufou e se jogou no sofá.

– Pode funcionar. – Resmunguei. – Podemos usar um telefone público para não nos rastrearem.

– Exato! – O moreno concordou. – Podemos ir agora.

Antes de sequer nos movermos para sair, bateram na porta do meu apartamento. Deve ser a Porca, em um momento tão inoportuno... Deve ser para cuidar do Inojin.

Fui atender e olhei pelo olho mágico.

Fodeu!

– É a polícia! – Sussurrei para os dois imbecis.

Sasuke ergueu uma sobrancelha e Naruto ficou estático me encarando com os olhos arregalados.

Abri a porta e olhei os dois homens corpulentos em minha frente, um moreno e outro loiro.

– Sim? – Falei.

– A senhorita é a dona do Corolla que está na vaga do 602? – O policial moreno perguntou.

– Sim, sou eu. – Respondi meio receosa.

– Recebemos um alerta para um Toyota Corolla prateado, placa 6MSH423.

– Por quê? – Naruto perguntou.

– Falei com você? – O policial olhou para o loiro.

– Não. – Ele se encolheu no sofá.

– É o meu carro, sim. Em que posso ajudar? – Mereço ou não mereço o prêmio de cara de pau do ano?

– Uma câmera flagrou seu carro fugindo do local de um crime hoje. – O policial loiro se pronunciou. – Sabe alguma coisa a respeito?

– Não. – Respondi.

– Por que ela faria isso? – Naruto se meteu novamente.

– O que aconteceu? – Agora sim, mereço o prêmio de cara de pau!

– Precisamos que nos acompanhem à delegacia. – O moreno falou.

– Nós três? – Sasuke ergueu uma sobrancelha.

– Sim, os três. – O policial respondeu.

– Não acredito que me meteram nisso! – Sussurrei entredentes para os meus dois amigos imbecis.

...

Sasuke Uchiha

Estávamos na sala de espera da delegacia, nós três e mais dois caras que tinham mais cara de criminosos que a gente. Talvez Naruto e eu não sobrevivamos ao olhar mortal que Sakura nos lançava.

– Sabe que estamos mortos, não é? – O Dobe perguntou.

– Por quê? – Perguntei sem encará-lo.

– Porque eles sabem tudo. Os policiais são espertos. – O loiro respondeu.

– Sabe que nem podemos citar o Hiashi agora? – A rosada se pronunciou.

– Por quê? – Naruto arregalou os olhos.

– Deveria ser uma denúncia anônima. – Ela explicou.

– E? – Perguntei.

– Quer que eu diga o que? Que a única razão de saber sobre o Hiashi era porque eu estava com o carro estacionado no local do crime? Na frente da casa do seu chefe e primo morto? – Ela esbravejou com a voz baixa.

Os dois caras nos encararam em estranheza. Com certeza não imaginavam que somos suspeitos de assassinato.

– Você estava na cena do crime... Foi mal! – Sorri em deboche. Ela vai me matar por isso.

– Ela entrou na cena do crime. Só isso já é um crime. – Naruto falou.

– Não deveria ter feito isso. Eu não fiz nada. – Me defendi.

– Invadiu a casa de duas pessoas. – O loiro falou.

– Você invadiu uma casa. – O acusei.

– Eu segui vocês depois que já tinham invadido. – Ele se defendeu. – Você roubou um celular, que meu sogro achou.

– Você cheirou cocaína... Espera, o Hiashi encontrou o celular onde?

– Você derrubou o celular do seu primo e o Hiashi encontrou, por isso ele matou o Tobi! – Sakura resmungou. – Imbecil!

– Eu usei cocaína sem querer, só pra constar. – O Dobe falou.

– O que vai fazer? Nos dedurar? – O desafiei.

– Talvez eu faça isso. – Ele bufou e cruzou os braços.

– Vai me dedurar também? – Saky arqueou uma sobrancelha.

– Eu deveria. – Ele mostrou a língua. Quanta maturidade! – Você! – Apontou para mim. – Roubou um Zenfone 2, invadiu duas casas e estuprou minha chefe.

– Não a estuprei. – Me defendi.

– Naruto, se não calar a boca, eu te mato aqui e agora! – A rosada cerrou os olhos.

Até os caras que não a conheciam estremeceram com o tom de voz dela.

– Senhores e senhorita. – Um homem de barba e com um cigarro nos chamou. Ele estava acompanhado de outro cara de cabelos castanhos com uma cicatriz no nariz. – Por aqui. – Indicou.

– Vamos lá. – Naruto exclamou.

Seguimos os dois caras para uma sala.

Depois de estarmos acomodados nas três cadeiras que estavam em frente a uma mesa, eles começaram a fazer perguntas.

– Pode explicar por que estava a 100 km/h numa área de quarenta, a uma quadra da casa da vítima, momentos após ter sido assassinada? – O de barba olhou para Sakura e mostrou a foto dela no carro.

Era hilária, vou pedir essa foto ao policial e guardar comigo.

A Haruno olhou a imagem. Sakura sempre raciocinou rápido, mas, dessa vez, acho que devido ao desespero, a resposta foi horrível.

– Eu participo de rachas. Estava em um.

Todos os homens presentes, incluindo Naruto e eu, a encararam com a sobrancelha arqueada.

– Estava em um racha? – O da cicatriz perguntou em tom de deboche.

Sakura afirmou balançando a cabeça.

– Em um bairro nobre? – O outro perguntou descrente.

– Eu me perdi. – Ela deu de ombros.

Caralho, ela nem parece estar mentindo... Se não fosse o fato de ser uma mentira horrível, daria pra acreditar.

– Com um Corolla? – Continuou.

Ela pareceu ter percebido só agora que a mentira dela foi horrível... Mas, como disse, ela raciocina rápido.

– Não costumo ganhar. – Suspirou, como se demonstrasse ser uma derrotada.

– O que não entendo é o seguinte: Você estava no local de um crime. Uma hora depois, vamos ao seu apartamento e você está acompanhada desse tarado, um predador sexual fichado. – O de barba apontou para o Naruto.

– O parquinho estava vazio. – O loiro resmungou ao meu lado.

– E desse cara que trabalha na Tsukuyomi, a empresa da vítima. – Apontou para mim. – Que, por coincidência, é primo dele, Tobi Uchiha.

Hora de fingir que não tenho nada a ver com essa porra toda.

– O que? – Me fingi de desentendido. – Meu primo foi assassinado? – Me virei para a Sakura. – O que fazia na casa dele, Saky?

Péssima ideia fazer isso. O olhar da Sakura quase explodiu a minha cabeça. Ainda bem que ela não é usuária da Força.

– Onde estava na hora do crime? – Ela me desafiou.

– Eu estava fazendo amor com uma mulher incrível. – Piorei minha situação. – Posso fazer uma pergunta? – Me direcionei aos oficiais e eles me olharam desconfiados. – Se um de nós conhecesse o assassino e quisesse entregá-lo a vocês, teria direito à imunidade, certo?

– Não. Teria direito a ir para a cadeia. Porque se conhecesse o assassino e não nos dissesse, seria obstrução de justiça. – O de barba respondeu.

– Ainda bem que nenhum de nós conhece o assassino. – Sorri.

– Se acham que vamos acreditar que tudo isso é uma coincidência, vamos ficar aqui por um bom tempo.

– Espera! – Naruto se pronunciou... Lá vem merda. – Quando disse “vamos ficar aqui por um bom tempo”, estão insinuando que não podemos ir embora, o que seria o caso se estivéssemos presos. Nós estamos presos?

Sakura e eu estávamos boquiabertos pelo raciocínio do loiro. A cabeça dele deve estar doendo de tanto pensar.

– Não, só os trouxemos para interrogá-los. – O de barba o olhou desconfiado.

– Bem... Então, ipso facto, vocês não tem provas suficientes que constituam motivo para um mandado de prisão. – Quem é esse e o que fez com o Naruto?

– Ainda não. – O de barba respondeu.

– Bem, então, de acordo com a Quarta Emenda, creio que estamos livres para ir.

– Sim, tecnicamente. – O de barba parecia tão impressionado quanto Sakura e eu.

– “Tecnicamente” é o suficiente para mim. – Naruto se levantou. – Estamos livres, pessoal. Vamos pra casa! – Ele nos chamou.

Saímos da salinha e fomos andando rapidamente até o elevador. Enquanto esperávamos, Sakura se dirigiu ao loiro.

– Você não é tão idiota quanto pensei... Onde aprendeu aquelas coisas?

– Assistindo Law & Order... Diferente de vocês dois, viciados em Game of Thrones, eu assisto coisas de futuro. – Ele se gabou.

– Acabamos com eles. – Fiz high five com o Dobe.

– Acabamos nada. Quase fomos presos por sua culpa, Uchiha! – Sakura socou o meu braço. – Lembre-se que eu vou depilar suas partes íntimas com cera.

Estremeci. Depilar com cera deve doer mais que um chute no saco. Acho que mulheres são masoquistas, afinal elas sofrem para ajeitar sobrancelhas, se depilarem, fazerem as unhas.

– Talvez quisessem que um entregasse o outro, mas não íamos cair nessa. – Naruto falou.

A porta do elevador já estava fechando, quando uma mão surgiu e a parou.

– Esperem aí... Isto é para você, senhorita, por excesso de velocidade e avançar sinal vermelho. – O cara de barba, que já estava com outro cigarro, falou, estendendo o papel. Sakura pegou a multa e quase chorou quando viu o valor. – Os problemas de vocês não acabaram. Nossos peritos estão na casa do Uchiha, em busca de DNA e digitais. E, vou logo avisando, não escapa nada.

As imagens do momento que fiz o Naruto e a Sakura vomitarem no banheiro da casa do Tobi passaram em minha mente. Comecei a suar frio ali mesmo... Como dizer aos meus dois amigos que nossas digitais estão lá e seremos suspeitos?

Fiquei todo tenso... Sakura me conhece bem o suficiente pra saber que fiz merda e já foi estreitando os olhos lindos dela.

...

– Por que não nos levou para outro lugar, seu estúpido? Vocês dois só nos metem em problemas! – Sakura gritava, enquanto jogava os brinquedos da Arya em mim.

– Queria que eu arrastasse dois drogados pela rua? – Gritei de volta. A Arya pulou em minha cabeça e mordeu minha orelha. – Argh! Gata dos infernos! – Esbravejei afastando ela do meu rosto.

Maldita gata! Tem o mesmo temperamento explosivo da Sakura... Ela está me olhando feio, parece que quer que eu morra sufocado só com esse olhar... Sim, ainda estou falando da Arya!

– Porra, Sasuke! Achei que você era mais esperto. – A rosada jogou uma almofada na minha cara, fazendo eu derrubar a gata dela no chão... Claro que ela caiu de pé.

– Olha... É só contratarmos um advogado. – Sugeri.

– Não tenho dinheiro para pagar um advogado. Eu tenho mais nove prestações para pagar o anel da Hinata, paguei o motel e o prostituto e ainda dei dinheiro ao Pain! – Naruto choramingou.

– Eu tenho três advogados na família. Podemos... – Parei para pensar. – Não! Eles sequer podem saber que estamos metidos nisso! Ah, meu Deus, meus pais vão me matar! – Me sentei no sofá e coloquei as mãos na cabeça.

Estou morto!

– Tem a Porca... – Sakura deu de ombros.

– Por que não falamos com o Pain? – Falei.

– Ah, claro, por que não? Ele nos ajudou bastante! – A Haruno ironizou.

...

Naruto Uzumaki

Depois do casal brigar muito, convencemos a Saky a vir falar com o Pain. Avistamos ele sentado ao balcão e nos aproximamos. Sasuke ia na frente, se algo acontecesse, ele era o primeiro a morrer.

– Ei, olha só quem voltou. O plano deu certo? – Pain falou animado.

– Não funcionou, precisamos da sua ajuda. – O Teme respondeu. – Uma de nossas futuras vítimas matou outra de nossas futuras vítimas.

– Caralho! – Ele exclamou.

Sério, esses olhos com tatuagem sempre me assustaram. Vendo agora de perto no Pain, aí é que fico com medo.

– Nos ferramos! – Saky falou.

– O que? Tá de brincadeira? Vocês são gênios do crime. Viram como os três mil valeram a pena? – Pain ficou todo feliz.

– Obrigado, cara, mas não tivemos nada a ver com isso. – Me pronunciei. – Meu sogro achou o celular do Tobi e...

– Espera aí! Vocês iam matar Tobi Uchiha? – Ele nos olhou. – Vocês tão pegando peixe grande, heim? E, cara, seu sogro?

– Isso mesmo... Ai! – Esbravejei quando a Sakura pisou no meu pé.

Ela estava me lançando aquele olhar assassino que nem o maior vilão do universo seria capaz de dar.

– Bem, acontece que a polícia nos levou como suspeitos e tem nossas digitais na casa do Tobi, porque o idiota do Sasuke nos fez vomitar lá. – Continuei.

– Por que fez isso? – Pain olhou para o Teme.

– Isso não importa. Vamos aos negócios. – Sasuke falou.

– Certo... Preciso de mais três mil. – O nosso consultor nos olhou.

– O que? Nem pensar. – Sakura esbravejou.

– Que tal... – Ele ia negociar, mas a Sakura o segurou pelo colarinho da jaqueta que ele usava.

Louca! Ela não lembra que ele tem uma arma?

– Olha aqui, você nos enganou com a porra do dinheiro, e sequer foi fazer seu trabalho, apenas nos deu mais problemas do que já tínhamos. Ou você nos ajuda a sair dessa, ou nossa próxima vítima será você... E eu não vou me preocupar em fazer o trabalho sujo discretamente.

Sabe aquele momento que todos param para olhar para você? O único som que se ouvia era a música ambiente do bar. Todos estavam olhando pra Saky e pro Pain.

– Certo... – Ele falou em um fio de voz.

– Ótimo... – Sakura olhou para os lados. – O que estão olhando? Voltem a beber!

O pessoal obedeceu e todos voltaram a fazer barulho.

Morro de pena do Sasuke quando casar com ela... Eu tive sorte da Saky não me querer e a Hinata ser um anjo.

– O cara que vocês queriam matar que matou o outro cara que vocês queriam matar, a polícia está atrás dele? – Pain perguntou.

– Não, nem suspeitam dele. – O Teme respondeu.

– Então vão fazer o seguinte: façam-no confessar enquanto usam um gravador escondido.

– Isso é bem fácil... Podemos fazer isso. – Sasuke concordou.

– Foi como pegaram você quando matou uma pessoa? – Sakura perguntou.

O Pain lançou um olhar para cada um de nós.

– Eu nunca matei alguém.

Nós três olhamos para ele.

– O que? – Soltei.

– Nunca matei alguém.

– Mas você disse que tinha acabado de cumprir pena por assassinato! – O Teme esbravejou.

– Eu não especifiquei o crime! – Pain alertou. – Você me ouviu falar em assassinato, homicídio ou algo assim?

– Mas você insinuou! – Sasuke continuou.

– Se não foi assassinato, o que foi? – Perguntei.

Ele olhou para os lados e fez sinal com a cabeça para nos aproximarmos.

– Vocês conhecem o Mercado Metropolitano da Mercer Street? – Concordamos com a cabeça. – Eu fui fazer compras lá. Eu não ‘tava com muito dinheiro, então... – Ele fez uma pausa dramática. – Eu furtei alguns doces que ficavam perto do caixa.

Alguns segundos de silêncio se passaram, até que a senhorita estresse resolveu falar.

– Só isso? – Pain afirmou com a cabeça. – Qual é! Você cumpriu pena por furtar doces?

– Dois meses. – Ele especificou.

– Todo mundo já furtou doces na vida... Eu furtei várias vezes quando criança, ninguém nunca viu. Você é um péssimo criminoso. Quem nunca fez isso na vida que atire a primeira pedra.

– Eu nuca furtei, Sakura. – Falei.

– Olha só, temos uma criminosa no grupo! – O Teme debochou por sua vida em risco.

– Fala sério... Nem uma balinha? – Ela ficou indignada e nós dois negamos. – Vocês não tiveram infância.

– Correção, nós éramos ótimas crianças. – Sasuke debochou novamente. Ele não tem amor a própria vida.

– Argh! Que seja! Isso não vem ao caso, o que vem ao caso é que recebemos conselhos de assassinato de um ladrão de balinhas. Você nos enganou, Yahiko!

– Não me chama por esse nome! – Ele alertou já colocando a mão dentro da jaqueta.

Sasuke e eu nos sobressaltamos, mas nossa amiga louca não.

– Ah, qual é, se foi furto, por que anda com uma arma? Deve ser apenas uma barrinha de chocolate. – Ela esbravejou, se virou para o barman e perguntou se vendia Everclear.

Eu já disse que a Sakura é louca? Ela é! Que barzinho venderia Everclear? Everclear é álcool puro, quase...

– É meu celular. – Ele falou emburrado e colocou o aparelho sobre a mesa.

– Ótimo... – Sakura bufou e tomou um copo de Vodka que ela havia pedido, já que não vendia Everclear. – Vou para o carro, vadios.

– Você pega nele como se fosse um revolver e acaba nos confundindo. Me sinto um idiota. – Suspirei.

– Você é! Não se entra em um bar e paga três mil a um cara só porque ele tem piercings e tatuagens. – Pain debochou.

– Não foi questão de aparência, cara. – Resmunguei.

– Vamos embora, Naruto. – Sasuke saiu me arrastando.

– Vocês são loucos! – Pain gritou rindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^-^

Só a nível de informação, Everclear é considerada a bebida mais forte do mundo com 75,5% a 95% de álcool, é proibida nos EUA, local que se passa a fic. Serve para complementar drinks, preparo de pratos e acender fogueira u.u



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