A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 33
Possibilidades


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, gente, está difícil com o computador aqui :/ Mas aí está mais um capítulo! Aproveitem!



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— Tawer! –exclamei surpresa.

Eu tinha certeza, apesar dos pequeninos serem todos iguais à primeira vista, que aquele era Tawer Clesfek . o jeito de andar e a maneira como mexia a mão esquerda ao andar. Era como se achasse que se a balançasse muito ela cairia! Pelo menos era essa a minha impressão.

Ele entrou lentamente na tenda, olhando para todos nós com seus grandes olhos verdes quase florescentes e parou o olhar sobre mim, que deveria estar mais pálida do que um  vampiro completo e morto!

—É a pessoinha do circo! –disse Gavner.

—Sim, eu acho que sim! –concordou Larten.

Eu imediatamente olhei para Harkat que o encarava curioso.

—Creio que meu pai já falou que alguém estaria esperando por vocês aqui!

—Sim! –respondeu Vancha.

—Pois bem, antes de conversarmos sobre a tal profecia acredito que queiram saber o motivo que traz Sr. Clesfek até aqui!

—Certamente! –disse Larten.

—Bem, já conhecem a história de Harkat Mulds, e digamos que assim como ele, Tawer, precisa descobrir quem foi antes de ser uma pessoinha e a chave para essa descoberta é Beatrice!

—Como assim? –perguntou Sr. Crepsley.

—Assim como Felipe era a chave para que eu descobrisse quem eu era, Beatrice é quem, de alguma forma, guiará Tawer Clesfek até o seu verdadeiro eu! –explicou Harkat.

—Beatrice, o que você acha disso? –perguntou-me Larten.

—Eu não sei! –respondi francamente –Sempre quis saber o motivo de Tawer estar sempre por perto e agora as coisas estão fazendo sentido! Você já sabia disso, Tawer? –perguntei a pessoinha.

O pequenino fez uma coisa que eu jamais o vi fazer. Tirou o capuz e logo a máscara que o ajudava a respirar –o ar é veneno para as pessoinhas, por isso Sr. Tino dá a elas máscaras-filtros de respiração – e então disse:

—Sim... des...de... ante... tes... do se... questro... de... Da...Da...niel! –ele falava com muita dificuldade e parando para tomar fôlego toda hora, mas falava!

Foi o bastante para o meu queixo cair!

—Você fala! Por que nunca falou comigo antes!?

—Porque... não... e...er...ra...pre...ci...i...so! –respondeu simplesmente. Harkat riu e perguntou.

—Foi o Tino quem lhe avisou sobre Beatrice, correto?

O pequenino assentiu com a cabeça e colocou a máscara de volta.

—Típico! –murmurou Harkat.

—Típico? Sério? –indaguei –Isso está estranho!

—Muito mais do que estranho –disse Larten –Me cheira a armação!

—Nã...não... faço...par...te de... nen..huma...tro...ça...do...sr... Tino! –disse Tawer.

Depois de um tempo de silêncio entre nós eu disse:

—Eu acredito nele!

—O quê? –perguntou Larten estupefato.

—Ele só descobriu que eu era a chave antes de Daniel ser sequestrado, mas tentou me avisar e me salvar do Tino antes disso. Acredito nele!

—Isso é verdade! –disse Gavner e Sr. Crepsley logo o dedicou um olhar fuzilador.

—Então, o que decidem? Levarão Tawer com vocês? –perguntou Evanna –Ou devo pedir que ele se retire para que possamos continuar?

—Por mim tudo bem ele vir conosco! –adiantei-me.

Gavner e Vancha concordaram juntamente com Harkat. Sr. Crepsley que não gostava muito da ideia, mas logo concordou deixando claro que se ele notasse que estavam sendo enganados ele tomaria providências “radicais”.

—Que ótimo! –disse Evanna –Tome assento, Tawer, vamos tratar de algumas coisas.

Tawer concordou e se sentou ao lado de Harkat. Evanna continuou.

—A Guerra das Cicatrizes ainda nos assola e muitas coisas ainda estão por vir, mas com essa nova profecia, acho que as coisas podem acabar se tornando mais complicadas! De qualquer forma, qualquer coisa que atrapalhe o fim dessa guerra é um problema em potencial! –fez uma pausa –Não posso dizer quando ou quem se levantará para se opor, mas posso, no momento certo, dar pistas de quem tem a chance de impedir essa pessoa.

—E onde, exatamente, nós...seis nos encaixamos?

—Simples, se a profecia for real, o que eu acho que é, entre vocês está uma das peças fundamentais da equação!

—Quer dizer que um dentre nós vai causar destruição... –começou a perguntar Gavner

—Ou impedi-la! –cortou-o Evanna.

Sr. Crepsley parecia tenso. Eu ainda estava muito surpresa comTawer para me assustar com tudo aquilo e estava com fome!

—Mas isso está ficando ainda mais obscuro! –disse Vancha –Quer dizer que agora temos motivos para desconfiar uns dos outros!

—Não, de maneira nenhuma! –garantiu Evanna –Ainda é muito cedo e as coisas ficarão mais claras antes de seguirem viagem! Agora comam e descansem, ainda têm de decidir o que farão a partir daqui!

Evanna se levantou, pediu licença e disse que tinha algumas coisas para fazer.

—Estarei de volta à noite! –disse –Descansem!

Aquilo foi o suficiente para deixar o clima sob tensão em nossa caravana. Mas o pior de tudo foi descobrir uma mesa digna de um banquete preparada para nós, mas apenas com pratos vegetarianos! Larten riu bastante da minha decepção e eu, por outro lado, comi o que havia, mesmo desejando carne mal passada. A maioria dos vampiros come carne crua, eu ainda sim sempre preferi a mal passada.

Enquanto eu comia, os vampiros e Harkat discutiam sobre o que Evanna dissera e sobre que rumo tomar.

—Não sei se um de nós causaria tal atrito! –disse Vancha –Eu e Gannem estamos trabalhando para implantar uma proposta de paz entre os clãs! Como já sabem...

—Eu não sou contra, Vancha, apenas não tenho muita fé que isso vá acontecer! –disse Crepsley  francamente –Espero estar errado!

—E quanto a que caminho seguir? –perguntou Harkat –Voltaremos à Montanha?

Enquanto eles discutiam, Tawer se aproximou de mim. Notei que não tinha dado a menor importância para o pequenino até aquele momento e me senti mal por isso!

—Ah... Tawer! –eu disse, desviando minha atenção do grupo.

Ele olhou para mim.

—Nunca pensou em me dizer antes que precisaria de mim na sua busca?

Ele tirou a máscara para responder.

—Na... ver..dade...eu...nã...o...po...di...a di...zer...nada...an...tes!

Ele parava o tempo inteiro para tomar fôlego e pronunciar cada palavra. Harkat disse que no inicio ele era assim também.

—Por causa do acordo com o Tino? –perguntei.

—Sim.

—E você não tem a menor ideia de quem você foi?

—Não...mas...pen...so...que...nã...o...de...vo ter...si...do um...bom...ti...po!

—Por que pensa isso?

—Mi...nha...al...ma...nã...o...de...deve...ter...fi...ca...do...pre...sa...à...toa

—Entendo! Bem, não faço a menor ideia de como te ajudar, mas espero poder! E, bem, se você só soube que precisaria depois de já ter me ajudado várias vezes, por que razão se importou em me ajudar antes?

—Eu...nã...o...se...sei! –respondeu francamente –de...re...pente...já...er...era...um...pres...senti... men..to!

—É, pode ser...

—O que acha disso, Beatrice? –perguntou-me alguém de repente.

Era Gavner, então eu percebi que as coisas pareciam mais acaloradas.

—Oh... desculpe, o que eu acho do quê?

—Ir para a Montanha por agora! –disse.

—Ah, sim, a Montanha! –olhei para Sr. Crepsley e para Vancha e logo notei que Gavner estava argumentando contra a minha ida, mas Sr. Crepsley parecia firme –O que o meu professor decidir está decidido! –disse simplesmente.

Eu não queria ir, na verdade tinha medo do que aconteceria conosco e sei que Larten não me levaria pelos cabelos, mas eu não queria me esconder também, parecer covarde.

—Larten, não sabemos como vão recebê-los, correm riscos... –disse Gavner.

—Eu sei disso, Gavner, estou disposto a responder pelo meu erro, mas estamos em uma época complicada, não tenho tempo!

Houve um silêncio desconfortante e então Vancha o quebrou.

—Gannem e eu vamos nos encontrar daqui a três dias, podemos discutir melhor essa decisão enquanto estivermos aqui, se desejarem. Agora, acho que devemos descansar.

—Eu concordo! –disse Larten. –Beatrice, vamos, é melhor aproveitar o tempo de descanso enquanto o temos!

Eu me levantei e quando passei por Gavner, dediquei-lhe um sorriso discreto como que para dizer que ficaria tudo bem, embora eu mesma não acreditasse!

Havia algumas cabana em volta da grande tenda de Evanna, com banheiras e camas. Larten me deixou em uma e quando ia saindo retornou.

—Beatrice...

—Sim?

—Espero que não pense que quero lhe ver em maus lençóis com minha decisão de levá-la à Montanha!

—Não penso isso. É só que...

—O quê?

—Estou preocupada com o que pode lhe acontecer!

—Não pense nisso,  agora descanse, vai precisar!

Eu fiquei um tempão acordada e resolvi, como já era de minha natureza, tomar banho! Acabei dormindo na banheira e tive um dos meus típicos pesadelos. Dois homens brigando, morte, dois garotos brincando, guerra, Des Tino,  dois homens brigando num telhado, dragões, DARREN!

Acordei agitada, saí da banheira, me vesti e fui dormir. Não consegui, esses pesadelos sempre me deixavam perturbada. Lembrei-me do livro que comprei no hotel e resolvi lê-lo.

Era um livro classificado como ‘’ficção gótica’’ e me interessou pelo seu nome, ‘’O circo dos horrores’’, a sinopse era interessante e devo dizer que era excitante ler aquela história, até as coisas ficarem estranhas!

Eram dois amigos que resolveram ir escondidos à um show de horrores, até então eu estava achando estranha a semelhança entre a história e a minha história com Jhon. Então as descrições foram ficando mais estranhas e familiares, e no momento em que chegaram ao show eu pude, sem sombra de dúvida, ver o Cirque Du Freak naquelas páginas! A descrição de Sr. Tall e do Homem-Lobo, Truska e então, no ápice da minha leitura, uma personagem que se apresentaria com sua tarântula adestrada, raríssima e perigosa. Um homem com voz penetrante, uma cicatriz no rosto e vestido de vermelho, com uma aranha chamada Octa! Era Sr. Crepsley!

Eu já não lia mais no meu estado normal, aquilo tinha me assustado muito. O que significava tudo aquilo? Continuei lendo, e então ele descreve a apresentação de um garoto cobra, mas não de Ofídio, Evra Von! Esse era pai de Ofídio! Fiquei muito envolvida e assustada. Fechei o livro e o coloquei sobre a cama. Fiquei encarando-o por um tempo como se fosse uma grande ameaça estar com ele ali, não conseguia pensar em nada. Então vi novamente o nome do autor. Darren Shan! Darren! O nome que assola meus pesadelos.

Quem era Darren Shan? Como ele sabia tanto? Será que foi apenas alguém que visitou o Cirque e resolveu escrever? Fazia sentido. Poderia ser isso sim! Fora que o nome do protagonista também era Darren, nesse caso poderia ser só uma estranha coincidência. Não consegui resistir e continuei a ler, e pelo o que eu li, notei que esse Darren Shan deveria saber muito mais do que eu imaginava.

Não, ele não era um visitante do Cirque, ele sabia o que estava escrevendo, ele sabia quem era Sr. Crepsley, e a história contada era muito parecida com a minha! Eu não dormi, terminei o livro em pouco tempo, e fiquei aterrorizada com a possibilidade de estar diante de um grande problema! O que Larten faria se lesse aquele livro?


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