A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 24
Um amigo por outro?




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Quando voltei, a comemoração pós-show ainda estava acontecendo, mas Sr. Crepsley não estava mais entre eles.

—Ofídio, -encontrei-o perto de Carmem membros com um cachorro quente na mão. –Você viu o Crepsley?

—Ah...Não. ele saiu com o Gavner e o Vancha tem um tempinho.

—Oh meu Deus! –sussurei. O que eu faria sem ele?

—Qual é parada? O que houve? –Ofídio notou que tinha algo errado.

—Eu... –interrompi-me e lancei-lhe um olhar que dizia que não dava pra falar ali. Ele entendeu e me acompanhou.

Eu lhe contei tudo depois que chegamos à tenda de Sr. Crepsley e vimos que ele não estava lá.

—Mas e se ele já tiver matado o Daniel? –perguntou tenso.

—Eu não sei, Ofídio! Pensei que ele estivesse morto. A culpa é toda minha!

Bati com a mão na mesa, com certo ódio.

—Eu não deveria ter envolvido ele nisso, eu...

—Ei, calma, volta pro chão! Foi esse Victor que envolveu o moleque nisso e não você!

—Eu sabia do risco que era fazer amizade com Daniel, estando na mira do Tino!

—Mas você nem sequer sabia o que era estar realmente na mira do Sr. Tino...

Não tive muitos argumentos naquele momento para continuar o embate.

—E agora com Sr. Crepsley fora o que é que eu vou fazer?

—Você acha que ele vai demorar muito?

—Não sei, ele não diz nada do que costuma fazer quando sai!

—E aquele lance com a mente que vocês têm?

—Eu não consigo usar essa habilidade ainda, só quando for uma vampira completa! Ele tinha que sair... Espera, Ofídio,  e se o Victor já pegou o Sr. Crepsley?

—Não viaja, Bia!

—Viajar? Não, ele não veio até aqui por causa do Sr. Tall, mas se o Larten está fora do circo...

—Saquei... Mas ele é muito esperto para ser pego por esse Victor e está com mais dois vampiros também!

Fazia sentido.

—E tem outra coisa na qual você não pensou!

—O que?

—Se ele quer muito o Crepsley porque ele iria só pedir e sumir? Ele deveria te dar uma dica do que fazer caso mudasse de ideia!

—Claro! Algo para que eu o pudesse encontrar caso quisesse fazer um acordo! Você é um gênio!

Ele sorriu concordando. Comecei a buscar na memória algo que me servisse de dica e até olhei os ingressos que Victor me entregou. Nada por escrito! A única coisa a qual me prendi foi ele ter mencionado o cafénet.

—Mas você acha que ele estaria lá?

—Talvez sim, é um lugar público e muito frequentado pelos jovens. Provavelmente ele pensou nisso por sua própria segurança, pois se eu levasse Crepsley até lá não poderíamos fazer nada que chamasse atenção, portanto ele não correria riscos.

—Mas você pretende ir até lá?

—O que quer que eu faça?

—Acho que deve esperar o Crepsley!

—E se ele não voltar hoje? Cada minuto conta!

—Concordo e entendo, mas o que você vai fazer se encontrar com esse cara?

—Não penso em encontrá-lo, penso em segui-lo até o seu esconderijo!

—Não acredita mesmo isso vai dar certo, né?

—Não! Mas o que eu posso fazer? Eu só posso fazer isso, ele só disse o que eu já repeti para você um monte de vezes e me entregou os bilhetes de entrada para... –me detive.

—Bia?

—Claro! Os bilhetes...

—O que?

—Olha, a tenda para o espetáculo foi armada aqui perto, mas fora do acampamento!

—Sim, e...?

—Ele me devolveu os ingressos da entrada!

—É...

—Daniel estava indo para o show!

—Eu ainda não saquei!

—Ofídio, tenho que voltar até a entrada da tenda. É onde vou encontrar alguma pista ou informação sobre o paradeiro do Daniel!

—E por que ele deixaria uma pista?

—Oras, por causa do Crepsley! Ele quer atraí-lo para fora do circo ou fazer com que eu o atraia!

—Mas ele não estaria se arriscando muito estando tão perto do circo assim?

—Sim, mas ele quer se vingar e é o que ‘’importa’’. Se eu for só é bem capaz dele não aparecer ou talvez eu possa fingir algum acordo...

—Mas você já disse que não vai entregar o Crepsley!

—Mas eu posso ter mudado de ideia!

—Estou achando arriscado!

—Ele é meu amigo, não tenho muita escolha!

—Então vamos até lá!

—Você fica aqui! E se ele te machucar?

—E se ele machucar você... outra vez?

—Não me arriscarei a perder você, Ofídio!

—E eu não vou ficar aqui, quer queira ou não!

—Não! Você fica e quando o Sr. Crepsley chegar relata tudo.

Fiquei pensando que se talvez Larten chegasse muito tarde Ofídio poderia não estar acordado para avisá-lo e resolvi deixar um recado por escrito, caso eu não voltasse o que era bem provável, deixaria alguma pista de onde estive.

Peguei caneta e papel na nossa tenda e deixei por escrito que eu tinha ido fazer e o que havia acontecido com Daniel. Uma breve explicação dos fatos e detalhes do que eu pretendia fazer. Procurei as adagas de meu mestre, mas ele era bom em esconder coisas, ou isso ou as tinha levado consigo quando saiu. Foi complicado fazer com que Ofídio me deixasse ir sozinha, até que enfim cedeu.

A comemoração já tinha cessado e eu só precisava não ser notada pelos artistas que ainda estavam acordados. Foi relativamente fácil. Quando cheguei ao local não tinha nada nem ninguém. Apenas um silêncio típico do campo e uma escuridão total. Dei a volta na tenda e quando pensei em voltar ouvi uma melodia baixa, que foi crescendo de volume. Era o toque de um celular!

Olhei em todas as direções até que vi uma pequena luz branca no chão. Era o pequeno aparelho vibrando e tocando aquele som enjoado. Peguei-o e vi que era descartável. Tinha um numero desconhecido chamando e abaixo dele estava o bilhete que eu devolvi a Daniel na noite anterior.

Hesitei, mas atendi o celular sem dizer uma só palavra.

—Alô, eu sabia que você iria captar a mensagem! –era Victor. –Mas peço desculpas por não estar presente, é que você disse veementemente que não trocaria o seu amiguinho pelo Crepsley que achei melhor não arriscar, sabe?

—Que tipo de jogo é esse?

—Vingança, querida, vingança!

—Olha, eu troco de lugar com o Daniel se for preciso, mas deixe-o em paz!

—Eu já disse quem eu quero. Mas acho que você precisa de um pouco mais de motivação...

—Alô! Alô ? Victor?

—Vamos lá, Daniel, dá um oi pra sua namorada!

—Beatrice –era Daniel e estava com a voz tremida.

—Daniel? O que ele fez com você? Onde estão? –que perguntas imbecis.

—Ele vai matar meu pai! –ele disse desesperado.

—Seu pai?

—Beatrice, não vem! -gritou

—Daniel...

—Opa! Parece que o tempo acabou! –disse Victor.

—O que está fazendo com ele seu monstro? Está ameaçando a família dele?

—Preste atenção! –disse com voz severa –A escolha é sua, me entrega o Crepsley e nada acontece ao Daniel ou fica com seu professor e eu vou descobrir onde esse pirralho mora e vou matar a família dele e mato ele por ultimo, entendeu?

—Quer que eu troque um amigo por outro? Que espécie de acordo é esse?

—Você tem até amanhã à noite para decidir, querida!

Desligou.

Apanhei o celular e o bilhete e voltei correndo ao circo, torcendo para Sr. Crepsley já estivesse lá.


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