A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 14
Salva por Ofídio e Alexandre


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aqui está!



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NOS ARREDORES DO CIRCO

Eu já estava bem perto do circo, mas resolvi pegar uma trilha no bosque que dava exatamente com a ponte do riacho. Não queria arriscar entrar pela frente para não correr o risco de Larten estar lá me esperando como da outra vez. Quando cruzei a ponte e vi as tendas até me senti mais forte, cheguei a pensar que não chegaria nunca ao circo e comecei a correr, embora um tanto zonza, em direção a minha tenda.

–Bia! –parei bruscamente quando alguém gritou meu nome. Era Alexandre e vinha na minha direção apressado. –Onde você estava? Eu e o Ofídio te procuramos em todos os lugares há um tempão!

–Eu... Me procuraram? O que houve? –eu tinha certeza que ele diria que Sr. Crepsley estava me procurando.

–Larten acordou mais cedo hoje e...

–O quê? Mais cedo que horas?

–Tipo quase umas seis da tarde...

–Heim? –logo naquele dia ele tinha que acordar mais cedo?!

–Pois é, e ele pediu para o Ofídio avisar que queria que você o esperasse lá na tenda dele e como você não foi ele foi procurar você lá na sua tenda!

–Mas são quase oito da noite e... Vou morrer!

–Acho que ele tem visitas e deve ter se distraído, por isso não notou antes sua ausência , mas o Ofídio teve uma ideia para ganhar tempo e temos que ir logo!

–O que vamos fazer?

–Vem comigo.

NA TENDA DO OFÍDIO

–Como assim ela foi me encontrar? –perguntou Larten desconfiado.

–Já tem um tempo, Sr. Crepsley! –respondeu Ofídio.

–Mas eu não a encontrei... Você disse que eu queria falar com ela?

–Sim!

–E por que ela não foi?

–Ela disse que estava a caminho, de repente alguém a chamou para ajudar em alguma coisa ou ela foi tomar banho, sei lá... A Bia não pode ver água!

–Ofídio está mentindo para mim? –perguntou Larten erguendo uma sobrancelha.

–Não, Sr. Crepsley! Por que eu faria isso? –respondeu Ofídio usando de todo o seu talento teatral.

–Escute com atenção! Beatrice não está bem e admiro se você estiver tentando protegê-la, mas se ela tiver saído pode estar em perigo, então eu sugiro que diga a verdade! –disse Vancha.

Ofídio preocupou-se depois do que Vancha o dissera, pois ele já tinha visto Beatrice passando mal algumas vezes e notou que ela poderia estar em perigo. Então quando ia começar a falar a verdade Alexandre apareceu todo coberto de tinta azul.

–Ofídio, você viu o Larten? A Bia está... Ah! Oi Larten! –Ofídio suspirou discretamente, a chegada de Alexandre significava que Beatrice estava no circo e que o plano tinha dado certo, pelo menos até ali.

–Alexandre, o que estava dizendo? –perguntou Larten, sem abandonar a expressão desconfiada.

–Carmen e eu acabamos atrasando a Bia quando ela estava indo encontrar com você e tivemos um acidente com umas tintas...

–Por isso que você está todo azul? –perguntou Ofídio para reforçar a farsa.

–Pois é... Então ela foi tomar um banho e está te esperando lá na sua tenda.

–Ela está na tenda agora? –Perguntou Gavner.

–Sim! Mas parece que vocês se desencontraram e ela me pediu para avisar que está te esperando caso eu o encontrasse, Larten!

–Ah claro... Ofídio acertou na mosca, não é mesmo? –disse Larten com um sorriso de lado e olhando para Ofídio pouco convencido.

–Sou irado! –sorriu Ofídio.

–Bem, muito obrigado aos dois! Vou encontrar Beatrice. –despediu-se Larten, seguido de Vancha e Gavner.

–Não tem de quê!

–Agradece a ela mais uma vez por me ajudar!

–Pensei que você não fosse aparecer nunca! –Ofídio começou a rir nervosamente.

–Assim que você entrou na tenda ela apareceu!

–Que sorte! Você acha que eles acreditaram?

–Não, mas vamos manter a história...

NA TENDA DE LARTEN

Eu seria eternamente grata a Ofídio e a Alexandre pelo que fizeram por mim naquele dia. E que bom que Truska estava na tenda senão eu não sei como seria para tomar banho e trocar de roupa tão rápido. Eu ouvi vozes se aproximando e uma delas eu tinha certeza que era de Sr. Crepsley. Ela estava acompanhado e eu comecei a pensar o porque dele querer falar comigo depois da nossa briga e também como eu iria pedir desculpas. Várias coisas começaram a passar pela minha mente e eu comecei a ficar meio nervosa e enjoada também. Mas eu não podia demonstrar que estava me sentindo mal, caso contrário ele iria começar a me assolar com a história chata de beber sangue humano outra vez. Sentei-me na sua poltrona e fiquei esperando meu mentor chegar.

–Aí está você! –disse ele abrindo a porta da tenda e me encarando com uma expressão estranha. –Boa noite.

–Boa noite! –respondi tentando examiná-lo. Não conseguia saber se ele estava chateado ou se o plano dos meus amigos tinha dado certo. –Eu estava com Alexandre e...

–Sim, eu sei. Os rapazes me contaram! –disse ele entrando servindo-se de um copo de uísque de costa para mim. –Parece que teve um dia cheio! –disse ainda de costas para mim, com uma mão apoiada na cintura e segurando o copo com a outra.

–Pois é... O trabalho dobra perto dos espetáculos. –disse sentindo que ele estava tramando alguma coisa.

–E pelo visto fez mais do que as tarefas que deixei para você fazer... –ele devia ter notado que eu estava querendo pedir desculpas ou estava achando que fiz mais do que mandara porque aprontei alguma. Era a minha chance de pedir desculpas.

–Eu... eu... Na verdade, eu... –qual era a dificuldade em dizer ‘’me desculpe’’? Eu nunca tive tanta dificuldade em pronunciar aquelas palavras na minha vida. –Bem, é que eu...

–Estou ouvindo! –disse ele semicerrando os olhos e notei um sorriso discreto nos lábios.

–É que, Sr. Crepsley , eu estava querendo conversar... Não conversar, na verdade era mais dizer... Quer dizer eu ia pedir que...

–Sim...? –ele já estava se perdendo na minha confusão. Então respirei fundo e tomando coragem comecei a dizer de uma só vez...

–Larten? Acho que Vancha encontrou Truska e esqueceu-se de nós! –na verdade eu não disse nada, pois bem na hora entrou um homem de cabelos negros, curtos e meio ondulados, forte e com algumas cicatrizes. Vestia-se bem e me lembrava de alguém.

–Vancha não pode ver mulher... –disse Sr. Crepsley ainda me olhando com confusão. –Já que ele não está aqui, Gavner , essa é Beatrice, minha assistente. –claro! Gavner era o vampiro que vi conversando com Larten na noite em que roubei madame Octa. –Beatrice esse é Gavner Purl, meu amigo.

–Olá, criança! –disse Gavner com cortesia e cumprimentou-me acenando com a cabeça. –É realmente bem jovem, Larten.

–Olá, Sr. Purl! –ele parecia preocupado e eu não gostei muito daquilo, mas nada era pior do que o terrível enjoo que eu estava sentindo. Fiquei um pouco chateada por não consegui pedir desculpas, mas a prioridade era sair dali antes que eles notassem que eu não estava bem.

–E o que queria me dizer, Beatrice? –perguntou Larten.

–Ah... Nada de importante! Vai precisar de mim para alguma coisa?

–Nada mesmo? –perguntou-me levantando uma sobrancelha.

–Nada mesmo!

–Eu só queria que conhecesse Gavner e Vancha, mas pelo visto Vancha vai ficar para depois! –os dois riram e eu fiquei sem entender direito o que estava acontecendo. –E dizer que vou deixar meu colete e minha calça da apresentação de depois de amanhã no armarinho e gostaria que fizesse a gentileza de buscá-lo quando estiver pronto!

–Claro! Tudo bem! –respondi prontamente.

–Claro? Está tudo bem, Beatrice? –ele não estava escondendo a desconfiança.

–Sim! Por que não estaria? –eu tinha que fingir que estava tudo bem.

–Tem certeza?

–Tenho sim!

–Ok! Pode ir agora! –disse sem largar a expressão de ‘’não acredito em uma palavra do que disse e estou esperando você levar um tombo’’.

–Boa noite! –despedi-me dos dois vampiros e segui para a tenda onde Ofídio estava. Eu tinha muito o que agradecer e o que explicar...

NA TENDA DE LARTEN

–Acreditou nessa história toda? –perguntou Gavner assim que Beatrice deu as costas.

–Em nenhuma só palavra. –disse Crepsley acariciando a cicatriz e com um olhar distante. –O que achou dela?

–Não me pareceu uma menina tão difícil...

–Não falava disso, perguntei sobre sua saúde!

–Ah sim! Bem, ela não está bem definitivamente. –disse Gavner sério.

–Está ainda mais pálida do que ontem e duvido que tenha conseguido engolir alguma coisa hoje!

–O que pretende fazer, Larten?

–Não sei ainda como fazer, mas ela vai beber sangue humano! Tino está atrás dela e estar doente não vai ajudar muito.

–E você só se importa porque o Tino está atrás dela? –perguntou Gavner com certa ironia.

–Mas é claro que sim! –respondeu Larten . –Não entendi o seu tom irônico!

–Bem, se fosse apenas para que Tino não pusesse as mãos nela era mais fácil deixá-la morrer! Mas não é isso o que quer. Admita! Você se afeiçoou à Beatrice.

–Não seja ridículo! –disse Larten dando as costas para o amigo. –Eu me afeiçoar à uma criança insolente, respondona e inconsequente como Beatrice! Devo estar pagando algum pecado e sim, ela é uma menina muito difícil, Gavner! –disse Larten com irritação.

–Tudo bem, meu velho! Então você se afeiçoou à uma menina muito difícil! –disse isso rindo e saiu da tenda antes que Crepsley respondesse.


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Notas finais do capítulo

Beatrice não conseguiu pedir desculpas e parece que só vai se enrolar mais! E a presença de Gavner e Vancha vai ter alguma repercussão?



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