A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 13
Perdendo a hora




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–Então me deixe ver se entendi. Você sangueou Beatrice porque viu que o maluco do Tino demonstrou muito interesse nela e por conta da estranha satisfação dele com desastres, principalmente envolvendo os clãs. É isso? –perguntou Vancha, analisando a história de Larten como um perito.

–Resumindo é isso mesmo. –disse Larten.

–Mas Beatrice não sabe disso? –perguntou Gavner.

–Ela não sabe de tudo ainda, mas vou contar na hora certa. Estamos enfrentando alguns problemas como eu disse e...

–Ela não quer tomar sangue humano , é rebelde , odeia você e tudo mais... Admira-me você sendo tão paciente com esses comportamentos, Larten!

–Talvez ela sinta que não está lhe dizendo a verdade e ache que não deve confiar em você! –disse Gavner.

–Eu a tirei da família contra a vontade, e ainda tenho que ver como vai ficar a situação com o clã do qual ela ainda não sabe muito também.

–Não se preocupe com o clã agora. –disse Vancha tomando mais um copo de cerveja numa golada só. –Está tudo uma desordem ainda, mas vou intermediar esse caso para você.

–Vincent e Felipe enfrentaram o clã antes de toda essa guerra e deu tudo certo! –disse Gavner.

–Quase tudo certo, não é Gavner? –disse Larten em tom obscuro.

–Larten...

–Tudo bem, meus amigos! Apenas sinto não tê-la visto antes que... –respirou fundo e logo abandou aquela expressão triste. –Enfim... Acho que devo lidar primeiro com a resistência de Beatrice em tomar sangue humano.

–Sim, é claro! Você disse que desde que a converteu ela não encostou em sequer uma gota? –perguntou Vancha surpreso. –Mas isso tem quatro meses, quase cinco!

–Larten, ela vai morrrer! –disse Gavner.

–Eu sei, e ela também sabe!

–Mas então...

–Aí que está, Vancha: não me diz muita coisa a não ser quando estamos discutindo. Não sei o motivo dela não ceder de modo algum. Na verdade não sei nem como ela ainda está andando!

–É realmente impressionante! –disse Gavner. –Você tem alguma coisa em mente?

–Tenho sim, mas é bem radical!

–Bem, ela vai agradecer quando notar que está salvando a vida dela! –disse Vancha, -Mas então, quando vamos conhecer Beatrice?

–Na verdade, agora que perguntou, disse para Ofídio que era para ela me esperar aqui na tenda antes de encontrar vocês! –disse Larten como se tivesse levado um susto de quando se esquece de algo. –Por que ela não está aqui?

–Deve ter visto Vancha de longe e se assustou! –riu Gavner.

–A inveja é uma coisa venenosa, Gavner! –respondeu Vancha. –De repente Ofídio esqueceu de avisar...

–Hum... Vou chamá-la, vocês vêm comigo ou preferem...

–Eu não tenho muita coisa para fazer mesmo, vou junto. Vancha?

–Vou sim, quero ver se encontro Truska por aí... –riram os três e seguiram em direção à tenda de Ofídio e Beatrice.

NO CAFÉNET DA CIDADE

–Nossa que lugar legal! –disse encantada com aquele estabelecimento que mais parecia o ponto de encontro dos jovens da cidade. Era um cafénet, tinha computadores e algumas máquinas de jogos.

–Pois é... Cidade pequena não tem muita coisa, mas aqui é bem legal! Então você nunca veio aqui?

–Nunca! Como eu disse estamos na cidade de passagem. Meu pai está resolvendo umas coisas e logo iremos embora!

–Mas então não vamos mais nos ver? –perguntou Daniel desanimado.

–Bem, acredito que vai dar para aproveitar um pouco ainda. –disse-lhe. Na verdade eu nem deveria estar ali, mas eu gostava da companhia de Daniel e ele da minha.

Conversamos bastante sobre muitas coisas, claro que a maior parte da minha vida foi uma mentirada, não podia dizer-lhe a verdade. Mas era tão bom que eu nem vi o tempo passar. O tempo... Espera! O tempo!

–Que horas são? –perguntei subitamente, caindo em mim.

–Deve ser umas sete e meia...

–Sete e meia? –perguntei já me levantando. –Tenho que voltar para casa logo!

–Por causa do seu pai? –Daniel levantou-se e veio atrás de mim.

–Sim. Ele não gosta que eu volte tarde para casa e...

–Opa, vai com calma. Como você é rápida!

–Eu? –nós já estávamos no meio do estacionamento, eu devo ter dado um pulo da cadeira no cafénet até ali de tão rápido que saí. –Ah sim! Desculpa, Daniel, mas eu tenho que ir mesmo e...

–Vou acompanhar você!

–Heim? –ele queria me acompanhar? Nem pensar.

–Sim! Aí qualquer coisa eu explico que você demorou porque estava comigo.

–Seria ótimo, mas meu pai não é muito compreensivo entende?

–Ele é assim tão controlador mesmo? –perguntou como se esperasse que eu estivesse exagerando.

–Sim e também é bem bravo! Eu não acho bom que ele saiba que a gente saiu.

–Mas então quando eu vou te ver outra vez?

Essa pergunta... Eu devia ter dito ‘’nunca’’ como resposta, mas não consegui. Simplesmente não consegui!

–Sabe onde nos encontramos hoje mais cedo?

–O riacho perto do bosque, claro!

–Amanha à tarde estarei lá.

–Nesse caso eu também!

Sorri e saí correndo. Torcendo para que meu mentor não estivesse sentindo a minha falta. Era só o que me faltava, vou querer arrumar uma besteira e faço outra. Em minha mente eu tentava arrumar várias desculpas para diversas situações com as quais eu poderia me deparar quando chegasse ao circo. E o que eu tinha feito? Tinha dito ao Daniel que ele poderia me encontrar no outro dia? Por que eu disse isso? Não poderíamos nos falar! Enquanto corria comecei a sentir uma sensação estranha de cansaço e fui parando aos poucos para respirar. Eu simplesmente não conseguia mais correr! Minhas pernas estavam bambas e eu estava zonza.

–Por favor, agora não! –disse para mim mesma. Eu não podia passar mal naquele instante! Tinha que continuar.

Ainda tinha bastante chão até o circo e a cada passo meu eu ficava mais tonta. Naquele momento tive muito medo do que poderia acontecer. Foi aí então que vi alguma coisa se mexer na minha frente. Forcei as vistas e vi um coelho cinza. Era um milagre? Não sabia, mas eu precisava de sangue e aquela era minha oportunidade. Pulei como uma fera em cima do pobre bichinho e até achei que não conseguiria pegá-lo, mas consegui. O sangue do coelho fez com que eu me sentisse melhor, mas não completamente. Pelo menos agora eu conseguiria chegar ao circo, mas minha cabeça doía muito e eu sentia uma fraqueza no corpo. Mesmo assim, o sangue do coelho foi a minha salvação, era estranho aquele bicho estar ali no meio da estrada ou talvez eu só tenha tido sorte mesmo.

NO CIRCO

–Caramba! Já procurei em todos os lugares e nada dela! –disse Alexandre Costelas ao Ofídio.

–Crepsley vai esganar ela. As coisas podem ficar mais tensas?

–Sabe Ofídio, eu acho que estão prestes a ficar!

–O que?

–Aquele ali não é o Larten indo até a sua tenda?

–Ferrou!

–O que a gente faz?

–Eu sei lá!

–Tem que saber logo!

–Por que só eu que tenho que pensar?

–Eu já estou ocupado pensando em outra coisa.

–Que coisa?

–Será que ela fugiu?

–Não está pensando mesmo nisso, está?

–Sim, estou.

–Ah fala sério! Assim você não me ajuda, Brow!

–Foi mal!

–Espera aí, tive uma ideia!


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Notas finais do capítulo

O que será que Ofídio está pensando em fazer para salvar a pele da amiga? Beatrice vai conseguir se livrar dessa?



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