Surpresa.

Era o que havia nos olhos de Jongin e sua mãe, sendo o primeiro a voltar a si, Jongin se pronunciou.

– Se houver amor por que não? Faça minha irmã feliz Chanyeol. - Disse batendo a mão no ombro do amigo enquanto se encaminhava até a porta, saindo da casa em seguida.

– Omma... - Eunhee chamou cautelosa com medo da resposta.

– Filha... Tem certeza que é com ele que você quer ficar? Tem certeza que isso é amor? Você pode arranjar um homem com condições melhores pra te sustentar, eu não permito! - Terminou sua fala desistindo de ser boazinha.

– Mas omma, eu o amo! Você sabe o que é isso omma.

– Amor pode se construir com tempo Eunhee! - Bradou à senhora Kim irritada - Foi assim comigo e seu pai e também pode ser com você!

– Omma!

– Esqueça! Você não vai se casar com Chanyeol! - Encerrou a conversa saindo do local batendo forte os pés no chão.

Eunhee estava às lágrimas enquanto Chanyeol encarava a amada estático, mas surpreendeu-se ao ver a mais velha que si enxugar as lágrimas e falar determinada.

– Nos vamos ficar juntos Chanyeol, para sempre.

– E o que pretende fazer Eunhee? - Perguntou Chanyeol.

– Uma loucura, vamos! - Falou segurando a mão do mesmo indo até a porta.

– Para onde? - Seguiu a amada que o guiava pela rua.

– Para um lugar onde ela não possa nos separar.

Andaram pelas ruas até chegarem à praça, onde viram Jongin e Kyungsoo sentados num banco conversando.

– Ei seus desocupados! - Falou Eunhee em deboche para ambos.

– Oi? - Falou Jongin para sua irmã.

– Venham, vocês são nossas testemunhas.

– Testemunhas de quê? - Perguntou Kyungsoo.

– Não sei. - Respondeu Chanyeol.

Foram necessárias mais meia hora para Eunhee encontrar com duas amigas, ambas gêmeas e assim entenderam o que iria acontecer.

– Benção padre. - Falaram todos em uníssono.

– Deus vos abençoe, a que devo a maravilha de ter todos vocês aqui há essa hora?

– Quero que me case com Chanyeol padre, agora. - Falou Eunhee determinada.

– Claro.

– Como? - Jongin perguntou estático - Vai casá-los mesmo? Pensei que fosse conversar com eles.

– Conheço a história deles, Deus já os uniu, ninguém mais separa.

E assim o casamento ocorreu sem problemas, Eunhee, agora uma Park, foi com seu, agora, marido para a casa onde ambos iriam morar e combinou com o irmão de pegar suas malas com ele. Ao chegar à casa da família Park, que amava a garota e a acomodaria até Chanyeol voltar, o mais novo a tomou nos braços e caminhou com a mesma até o quarto e naquela noite consumaram o casamento, a união de corpo, alma e coração.

~*~*~*~*~*~

A manhã veio fazendo com que todos acordassem, alguns mais cedo que outros, algumas casas da cidade estavam aos prantos, mães e esposas que não queriam ver os filhos e maridos partirem sem prazo de volta, e sem nem mesmo saber se os veriam de volta. Sehun já estava mais que acostumado com o horário militar e fora até a rodoviária despedir-se dos amigos, Luhan também fora, para se despedir de Kyungsoo.

– Seja forte ok? - Dizia Luhan às lágrimas enquanto abraçava o amigo - E volte vivo, por favor.

– Ficarei bem Luhan, e voltarei vivo sim. - Sorria Kyungsoo em meio às lágrimas.

Um pouco mais afastado Sehun se despedia dos amigos também.

– Você quase nunca sai do quartel Baek, mas estou feliz em te ver, boa sorte lá baixinho. - Apertava a mão de Baekhyun que resmungou em resposta - E não acredito que casou Chanyeol! - Falou virando sua atenção para o mais velho em seguida.

– Faço uma festa quando voltar e ai te convido, agora com licença, vou me despedir de minha esposa. - Falou indo em direção à esposa que lhe deu um beijo apaixonado, Jongin e Sehun viram a cena antes do mais novo falar.

– Você permitiu Kai? Está mudado. - Seu tom era de puro deboche.

– Eles se amam, é o que importa - Suspirou cansado das brincadeiras do mais novo - Eu queria poder ser assim tão louco quanto eles foram sabe... Pra assumir o Soo sem me importar com a opinião do povo.

– Kai eu preciso te contar algo... - Disse Sehun ja escolhendo as palavras, nesse momento o ônibus que os levariam até o quartel chegou.

– Fala quando eu voltar ou então me escreve. - Falou Kai já apressado procurando por Kyungsoo para sentarem juntos.

– Ok, tchau amigo. - Falou Sehun batendo no ombro do mais velho de leve.

E não demorou muito para que todos se fossem, restando apenas os "irmãos" que estavam sentados de mãos dadas olhando o teto.

– Eu contei para Kyungsoo sobre nós, disse que se ele quisesse podia contar para Kai, disse também que Chanyeol já sabe e pedi que ficasse só entre os três. - Falou o chinês surpreendendo Sehun, que logo sorriu aliviado.

– Que bom, por que eu tentei e não consegui contar pra Kai.

– Vamos pra casa?

– Sim meu amor. - Falou o coreano.

~*~*~*~*~*~

A chegada ao quartel foi rigorosa, apenas uma parte das roupas que todos os novatos trouxeram foram junto com os mesmos aos quartos, objetos de valor foram confiscados e tudo seria devolvido as famílias depois. Como chegaram pela noite foram todos dormir, e com uma falcatrua de Baekhyun, Chanyeol, Kai e Kyungsoo ficaram no mesmo quarto, onde foram dormir assim que chegaram, para Kyungsoo aguentar o dia seguinte.

Era 5:30 quando todos despertaram ao ouvir a sirene irritante, o sol ainda nem dera sinal de vida, mas teriam que treinar, Kai e Chanyeol, já acostumados levantaram juntos e o moreno fora acordar o mais novo.

– Estou acordado Jonggie, eu só estou lerdo.

– Desculpe Soo, mas trate de perder logo essa lerdeza, os treinadores vão vir te buscar primeiro. - Disse ajudando o menor a se levantar - E lembrando, aqui não pode me chamar de Jonggie.

– Entendi, Kai. - Falou o garoto de jeito frio, mas o moreno percebeu que havia tristeza naquelas palavras, não seria fácil.

Para alívio dos mais velhos, o treinador era Baekhyun e então seria mais fácil, pois ele não pegava pesado como os outros, mas eles sabiam que mesmo que o treino não fosse espartano, o pequeno não iria facilitar só por que Kyungsoo era amiguinho do Kai, afinal ninguém ali sabia deles dois, já no pátio, o primeiro tenente Byun começava seu discurso.

– Bom dia maricas, dormiram com os anjos? Pois hoje eu acordei com o cão! O treino de vocês é diferente dos outros por que vocês são novatos, mas só por causa disso não quer dizer que não vou pegar pesado, e só pra lembrar, eu não quero só músculos! Eu quero inteligência para desenvolver estratégias, quero mentes habilidosas! Então não pensem que vou arriar os pneus vendo um bíceps desenvolvido, eu não sou mulherzinha! As mariazinhas que vocês são hoje serão os generais e coronéis de amanhã, por isso eu quero cada um treinando. - Pausou para respirar e logo voltou a falar - Agachamento, agora!

– Mas agachamento? - Alguém perguntou.

– Sim. Agachamento. - Falou Baekhyun e Kyungsoo estava com medo do rapaz que parecia amigo, mas estava se demonstrando carrasco - A mulherzinha que falou essa merda pode vir aqui?

O rapaz era franzino e um pouco maior que Kyungsoo, se aproximou de Baekhyun receoso.

– Nome!

– Park Jungho senhor!

– Idiota! Vinte marinheiros agora!

– Q-Quê?

– Quarenta marinheiros!

E o rapaz fez, e Kyungsoo teve tanto medo que decidiu nunca contrariar Byun Baekhyun, assim como todos os outros que assistiam o rapaz sofrer ao ser imprensado ao chão pelo pé direito do tenente.

– Levanta inútil! - E assim o rapaz fez, voltando ao grupo. - Agachamento! Mas antes, alguém contra? - Perguntou com um sorriso fofo, escondendo seu demônio e Kyungsoo engoliu em seco, não seria nada fácil viver 5 anos ali.

~*~*~*~*~*~

– Recebemos cartas! - Gritava Chanyeol indo feliz até o grupo, logo Kai, D.O e Baekhyun olharam na direção do rapaz até que este sentasse.

– Quem são os remetentes? - Perguntou D.O.

– Baek, essa é de sua família e essa é de sua esposa. - Entregou as respectivas cartas ao mais velho do grupo - D.O, essa é da sua família. - Entregou a carta ao maknae - Kai, essa carta é de sua omma e essa é de Eunhee para nós dois, e por fim, a carta de minha família, minha esposa e uma conjunta de Luhan e Sehun, essa é pra nós três, segura D.O.

– Meu appa está doente. - Disse Baek com pesar - e meu filho já está com 5 anos. - Terminou com um sorriso triste.

– Minha omma me arranjou uma noiva. - Comentou Kai triste.

– Meu appa não quer que eu continue aqui, diz que eu devo assumir o restaurante da família depois que meus 5 anos aqui acabem. - Falou D.O.

– Calma D.O, faltam só mais 3 anos e você estará livre. - Riu Chanyeol.

– Com licença rapazes, vou tentar ligar para casa e falar com omma e appa. - Falou Baek se levantando.

– Diga-lhes que desejamos melhoras Baek. - Falou D.O levantando também e alisando as costas do amigo.

– Obrigado Soo. - Sorriu carinhosamente para o maknae que chamava de filho às vezes, por parecer-se tanto consigo em relação à determinação, com seus 30 anos de vida nunca vira alguém determinado assim e D.O, apelido dado carinhosamente por Chanyeol e Kai, tinha essa sua característica, mesmo com apenas 18 anos.

Afastou-se os deixando sós e assim Kai e D.O esqueceram que Chanyeol estava por perto.

– Noiva?! - Kyungsoo nem mesmo entendia como sua voz saíra coerente.

– O casamento já está marcado para quando voltarmos. - Falou Kai derrotado.

– Jongin... - Kyungsoo chamou com lágrimas nos olhos.

– Desculpe pequeno. - Falou e suas lágrimas também apareceram.

– Calma Kai, casamento não é o fim do mundo, é só dizer a sua omma que você prefere escolher. - Falou Chanyeol sem entender nada.

– Com licença. - Disse lembrando-se de Chanyeol e levantou-se indo embora cabisbaixo.

– E-Eu preciso ficar só Channie. - Falou Kyungsoo já chorando e se retirou também.

~*~*~*~*~*~

Era um dos depósitos do quartel, praticamente abandonado e o lugar preferido dos amantes Jongin e Kyungsoo, o menor conseguia ouvir o choro agoniado de seu amado e controlou os seus soluços até chegar lá e sentar ao lado do mais velho.

– Sabíamos que isso um dia iria acontecer... Mas é tão difícil... - Falou o mais novo deixando a frase morrer e chorando com mais intensidade agora.

– Eu quero que saiba que eu te amo pequeno, e nem esse casamento com essa criatura vai acabar com nosso amor. - Jongin falou levando as mãos ao rosto pequeno, segurando firme e o obrigando a encará-lo - Eu te amo Kyungsoo, meu pequeno... - Deixou a frase morrer ao finalmente tocar os lábios aos do amado, e em meio a lágrimas e promessas se uniram mais uma vez.

~*~*~*~*~*~

Ambos estavam curiosos, havia uma carta endereçada para Kai e D.O, o remetente era Sehun, mas esta só podia ser entregue a um dos dois citados destinatários. Todos já dormiam quando ambos decidiram abrir a carta.

Caros amigos,

Venho através de esta falar-lhes que sentimos saudades e conversar sobre coisas das quais preferimos não revelar a Chanyeol neste momento, por isso o conteúdo dessa carta é só para vocês.

Vocês já tem ciência do motivo pelo qual Luhan vive aqui, mas nós estamos escondendo algo de vocês, na verdade escondemos isso de todos. Nesses dois anos em que Luhan vive aqui, nos aproximamos e estamos num relacionamento, estamos em igual situação a vocês, namorando as escondidas, mas creio que minha mãe desconfia de nós, não queríamos, (principalmente eu), que Chanyeol soubesse disso agora, preferimos contar para ele quando vocês vierem para cá.

Kai já está ciente de que, após dois anos e meio o quartel é obrigado a deixar seus soldados irem para casa para ficar por no máximo um mês, pelas minhas contas, vocês estarão aqui neste verão. Por isso quero reunir todos nós depois que chegarem, que pelo menos o D.O passe aqui para mostrar que chegaram e nós marcamos tudo.

E eu realmente gostaria de saber, o que vocês acham sobre essa divisão de Coréias? Dizem que a parte norte está sob o comando soviético... Ainda bem que aqui no sul nós seguimos no estilo de república, regime militar é bom, mas não creio que ele deva se aplicar a sociedade comum, agora que estou fora do exército, não quero viver uma ditadura aqui em Seul, seria estranho.

Bom... É isso, espero poder conversar com vocês em breve e sem ser por cartas, descobri que selos custam caro!

Respondam.

Atenciosamente,

Luhan e Sehun.

Continua...