Um Conto de Natal escrita por FireboltVioleta


Capítulo 9
O Espírito dos Natais Futuros - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! :P
AVISO: Capítulo não recomendado para cardíacos, gestantes e gente que ama Romione :-:
Carai, agora que ninguém lê... :(
Boa leitura para os corajosos que resolverem ler. Se quiserem, peguem um balde :L
Nos vemos lá embaixo :D



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"A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais."

Epicuro

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Arfei, confusa.

Eu não retornara ao quarto... por que ele já estava ali?

Antes que eu terminasse de me perguntar o que havia acontecido, percebi o cenário se distorcer levemente.

No entanto, quando voltei a enxergar, me encontrei no mesmíssimo lugar onde estava momentos antes. Ainda estávamos na campina dos Weasleys.

Olhei ao redor, sem entender. Nada havia mudado.

Virei-me para o Espírito encapuzado, com a voz trêmula.

– Você... – arquejei – você é o Espírito dos Natais Futuros?

O silencio dele me pareceu ser um sim.

– Então... é o que acontecerá no futuro... – murmurei comigo mesma, franzindo o cenho – mas tudo parece igual. O que acontecerá aqui, Espírito?

O Espírito nada disse. Antes disso, ergueu o braço desencarnado em direção á colina mais próxima.

Engolindo em seco, dirigi-me ao ponto onde ele indicava, caminhando lentamente até o topo da colina.

Quando finalmente chegamos lá, percebi uma movimentação estranha ali.

Havia um grupo de pessoas cercando um dos cantos da colina, falando em voz baixa e trajando vestes negras como carvão.

Pisquei, sem entender.

– Parece um... – guinchei, antes de sentir meu estomago congelar.

As pessoas começaram a descer a colina momentos depois, revelando o que quer que estivesse mais á frente.

Apenas duas pessoas – que não pareciam ser nenhum dos Weasleys – ficaram de frente para um pequeno montículo de terra, ladeado por uma pequena pedra retangular.

O enjoo que se iniciara segundos antes em minhas entranhas ameaçou aumentar.

Hesitante, aproximei-me do casal de jovens que ainda mirava o túmulo aos seus pés, com as expressões condoídas.

Eu já tinha certo temor do que veria. Uma ideia muito ruim do que haveria ali.

Mas quando li os dizeres da lápide, senti o chão sumir debaixo de meus pés.

Hermione Weasley

19 de Setembro de 1979 – 23 de Dezembro de 2001

Amiga, esposa, filha e mãe querida

Mãe?

– Mãe? – repetiu a mulher, ecoando minha dúvida horrorizada.

O homem a encarou, suspirando.

– Depois que declararam a morte pela esclerose... fizeram a autópsia – ele afagou um dos braços – descobriram uma gestação de oito semanas. Era uma menina.

– Céus – a garota soluçou – e a própria mãe lhe serviu de túmulo... – ela começou a chorar, sacudindo o braço do rapaz – vamos embora, Dino. Eu... não posso ficar aqui...

Senti minhas tripas se retorcendo num nó. Mas o pior de tudo era saber que eu nem tinha o que vomitar.

– Espírito... – gemi, angustiada, sem tirar os olhos do casal que descia a colina – por favor... isso não vai acontecer, não é? Isso... isso é... só um sonho. Diga que é só um sonho.

O Espírito permaneceu cruelmente emudecido.

Enverguei o corpo, abraçando minha barriga como se pudesse impedir meu estomago de se retorcer.

Como se fosse para piorar as coisas, percebi mais duas pessoas subindo de encontro para o túmulo.

A minha ânsia só piorou quando reconheci Ronald Weasley e Harry.

Os dois chegaram mais perto da lápide. Harry enxugava as lágrimas que teimavam em embaçar seus óculos.

Ronald, pelo contrário, parecia paralisado demais até para chorar. Simplesmente inclinou o braço e pousou um ramalhete de rosas vermelhas no montículo.

Harry o olhou, parecendo receoso de esboçar alguma frase. Ergueu a mão, segurando o ombro de Ronald.

– Hermione estava feliz – enrijeci quando Ronald falou – a ultima vez que a vi. Estava me mostrando as fotos do nosso tempo de escola – ele piscou em direção ao céu, soluçante, como se esperasse por algo que amenizasse seu desespero – o que eu não faria para ter ficado em casa... com ela...

Harry arfou, voltando o olhar em direção á pequena lápide adiante.

– O que piora tudo é saber que a culpa é daquela víbora – rosnou, cerrando os punhos.

Recuei de choque.

Sabia muito bem de quem ele estava falando.

A angústia aumentou, misturada á surpresa.

Porém, Ronald voltou á fita-lo, parecendo surpreendentemente duro.

– Não ponha a culpa nela, Harry – ele balançou a cabeça em negativa – podia ser pouco, mas o dinheiro que esse emprego nos deu nos manteve vivos... – ele choramingou – a manteve viva... enquanto foi possível. Jamais vou poder odiá-la... por ter nos dado mais alguns anos de vida. Nunca conseguiria – ele finalmente deixou as lágrimas escorrerem pelo rosto – e Hermione jamais me perdoaria.

Harry assentiu, engolindo em seco.

– Hermione sempre procurou ver o melhor nas pessoas – o rapaz se ajoelhou, repousando o próprio ramalhete de rosas brancas na lápide – ela ficaria orgulhosa de você agora.

Harry deu um tapinha suave nas costas de Ronald, se virando e começando a descer a colina.

Ele abaixou a cabeça, em direção á uma bolsa que carregava de encontro ao corpo.

De lá, retirou algo de forma cilíndrica, metálico e brilhante. Observou o objeto por algum tempo, e ajoelhou suavemente perto da terra macia que encobria o túmulo.

Assisti-o cavar um pequeno buraco na terra, colocando o cilindro ali e voltando a acoberta-lo a seguir. A mão dele afagou a terra, como se fizesse uma despedida ao que quer que houvesse enterrado.

O soluço que ele emitiu ecoou na colina.

– Pode ficar com ele – sussurrou – não haverá nenhuma luz... que consiga absorver agora.

Senti minhas pernas bambearem quando vi Ronald permanecer ali pelos cinco minutos seguintes, sem esboçar um movimento sequer.

Minhas mãos tremiam.

Agarrei a manga da capa do Espírito, aflita.

– Espírito, fale comigo. Esse futuro vai mesmo acontecer? – choraminguei – isso tudo é horrível. Ela não merecia isso, Espírito. Tem que haver alguma forma de impedir isso, não é? – sacudi-o ainda mais forte – responda, Espírito!

Como sempre, não houve resposta, exceto uma mínima movimentação do capuz fantasmagórico do Espírito, virando-se em direção á casa dos Weasleys.

– Eu não quero mais ver isso, Espírito – supliquei – por favor. Há mais alguma coisa que você queira me mostrar? Isso tudo é horrível demais... o que eu tiver que ver, quero que seja logo... eu imploro.

O Espírito permaneceu imóvel, o que me deixou ainda mais desesperada.

Isso, claro, até ele agarrar meu braço, com a força de um torniquete, e me içar para cima, num vendaval que anuviou o cenário ao nosso redor.

Fechei os olhos, estremecendo, e fazendo uma prece para que aquele torturante vislumbre do futuro não reservasse nada de pior.

Naturalmente, eu estava muito errada.


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Notas finais do capítulo

O_O
Ahn, comentários? O_____O
Espero que sim. Andem, me xinguem á vontade :-: rsrs
Beijinhos (como se alguém quisesse beijo meu agora) e até o próximo capítulo!



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