Acordo com os raios de sol em meu rosto. Olho para a janela e vejo as árvores da floresta do Norte e algumas aves no céu.

É hoje que vou por meu plano em prática.

Lilian e Marie me ajudam a me arrumar para o café da manhã. Coloco um vestido roxo, que é justo até a cintura e vai alargando aos poucos até o joelho, com uma manga curta franzida com o detalhe de renda no busto. Uma sapatilha preta, cabelos preso em um lindo coque soltinho e uma maquiagem básica para o dia. Desço e encontro meus pais já sentados à mesa.

– Bom dia! - Exclamo alegre indo em direção ao meu lugar.

– Bom dia! - Respondem uníssono.

Comemos sem trocar muitas palavras, meu pai fora avisado que teve invasões em reinos longe daqui, ele está preocupado com seus amigos Reis e com o nosso reino, que pode sofrer o mesmo.

Minha mãe tagarela sobre o baile, cismou que tenho que aprovar as coisas do baile junto com ela, com aquela mesma história de um dia eu vou ser futura rainha e blá blá blá.

Mas que chatice, não sei pra que repetir e repetir a mesma coisa.

Termino meu café e vou até a biblioteca, tenho certeza que já vi por aqui o mapa das passagens secretas do castelo. Porém, não me recordo, então vou ter que procurar.

Depois do que se pareceu horas, eu finalmente achei, estava na mesa principal da biblioteca, na gaveta trancada é claro, por sorte meu pai percebendo meu amor pelos livros me deu uma cópia da chave.

Abri e comecei a ver onde cada uma dava, até no meu quarto tem uma e eu nem sabia. Esse livro só os soldados que protegem o castelo tem acesso, para em qualquer caso saberem exatamente onde colocar a família real e seus convidados caso tiver um ataque ou algo assim. Esse livro vai ser de uma boa utilidade para mim.

Olhando o livro sigo pelo castelo em direção a essas passagens secretas, e todo lugar tem uma. A parte boa é que todas são interligadas e do meu quarto posso ter acesso a elas. Tem uma que me deixará bem perto da cidade, só que vou ter que arrumar um transporte para chegar até a mesma. Se bem que não é tão longe e acho que posso ir andando.

Vou para meu quarto, troco de roupa, coloco uma calça jeans azulada, uma blusa alongada cinza e um casaco com detalhes azul e preto e uma botinha, solto o cabelo. Tranco a porta, pego minha bolsa já com algumas coisas dentro e coloco o livro e começo a procurar na parede a parte quadradinha para empurrar, perto da minha cama, empurro e a passagem se abre. Tiro a lanterna que coloquei na bolsa mais cedo e vou seguindo na direção que manda livro.

Mais ou menos 7 minutos andando foi o suficiente para achar a sala ou esconderijo secreto.

Quando eu estiver a fim de sumir vou vir pra cá... Penso comigo mesma.

Observo o lugar, ele não é tão chique como o palácio, mas para um esconderijo ele parece ser confortável, é limpo e a dispensa está amarrotada de comida, com certeza alguns serviçais devem vim aqui com frequência para limpar e guardar mantimentos. Apesar de ser praticamente o porão do castelo, tem uma boa iluminação, a pessoa que desenhou esse castelo pensou em tudo. Incrível.

Decido continuar a seguir o caminho, não posso demorar, quando derem falta de mim vai ser difícil me explicar.

Andando mais um pouco e começo a ver uma porta, ela parece ser antiga, mas está em ótima conservação. Segundo o livro, essa é a porta que eu procuro.

Chego mais perto, puxo com dificuldade a madeira que bloqueia a porta no meio e consigo abrir.

Quando saio, me deparo com um caminho em meio a duas rochas grandes, por fora é difícil alguém conseguir achar essa porta, isso é bom, já que dificilmente alguém vai me ver indo e vindo por aqui.

Sigo o caminho até que saio em uma estrada, pelo que eu sei desse caminho, ele é a leste do palácio. Só seguir em frente que logo chego à cidade ou pelo menos eu acho que seja isso.

Ando por alguns minutos, não faço ideia de quantos, chego à cidade, é simples e aconchegante, as pessoas são gentis uma com as outras e sorriem o tempo todo. Obviamente tenho que esconder um pouco meu rosto, já que grande maioria desses cidadãos me conhece.

Passo por uma pequena feira, uma das barracas me chama atenção, várias maçãs bem vermelhas ali expostas. Compro uma e continuo meu caminho... Estou mais afastada do centro da cidadezinha agora... Vendo de pertinho aqui é ainda mais lindo.

Estou em uma rua cercada de árvores, me sentei em baixo de uma e comecei a ler. Vi algo se mexer perto daqui, não dei muita importância, talvez seja apenas um animalzinho, torna a mexer novamente, ignoro novamente. Porém minha curiosidade é maior então me aproximo aos poucos e ao meu encontro veio um animal branco, com chifres. Lembro-me de ter visto um desses em um livro, mas não me lembro do nome. Me aproximo devagar e coloco minha mão sobre sua cabeça, ele se abaixa e recebe a carinho.

Quando tiro minha mão ele se levanta, me olha e começa a andar. Por puro extinto, eu o sigo... E acabamos em frente a um campo, um belíssimo campo. Ele prossegue campo adentro e eu passando em meio às flores, continuo a seguir. Até que chegando ao limite, ele para em frente a uma cachoeira... Quando me aproximo, ele adentra atrás da cachoeira... Confusa, eu olho para água e refletindo a luz do sol aparece um lindo arco-íris. Tenho um pressentimento que ele queria me mostrar alguma coisa. Então me levanto, e sigo por onde ele entrou... Claro que para mim é difícil de passar, mas logo consigo. Arrumo-me por um instante, molhei um pouco minha roupa. E quando eu olho para frente, tenho uma surpresa... Um túnel não muito extenso com uma brilhante luz no fim.

Será isso um sonho?