CAPÍTULO II – FELIX FELICIS

Na sala de poções o professor Jordan Smith havia preparado tudo para a aula e quando finalmente tudo estava conforme desejara, ele foi até sua mesa de mogno repleta de papeis e alguns frascos que continham diferentes poções, pegou um deles e se colocou diante da turma, de modo que todos pudessem ter uma boa visão dele e ergueu o pequeno frasquinho com um líquido que parecia até ouro derretido.

— Alguém sabe me dizer que poção é essa? — questionou erguendo o frasquinho um pouco mais, Rose Weasley levantou o braço de prontidão — Sim, senhorita Weasley?

— Que novidade! — sussurrou Scorpius sarcástico para Alvo que estava ao seu lado, e embora ele não zuasse a prima com coisas do tipo, não pode deixar de dar um riso descrente.

— Felix Felicis, mais conhecida como “Sorte Líquida”. — respondeu.

— Exatamente, muito bem senhorita Weasley. — sorriu satisfeito — Dez pontos para a Grifinória.

Ao dizer isso Rose olhou para Scorpius com um sorriso debochado, que recebeu em troca uma piscadela, revirou os olhos e voltou sua atenção para a aula.

— A Felix Felicis, ou Sorte Líquida, como o nome já diz faz a pessoa que a tomar ter sorte, no entanto é extremamente difícil de fazer e até catastrófica, caso não for preparada corretamente. — todos prestavam atenção no que ele dizia — Porém, como podem ver eu já possuo um frasco em minha mão, e posso garantir a todos que ela produzirá o efeito esperado.

Todos estavam curiosos para saber se iriam aprender a preparar a famosa Sorte Líquida. Rose já tentava escolher a oportunidade certa, enquanto Scorpius já sabia com toda certeza quando e por que iria usar.

— Sinto em informar que não aprenderemos a preparar essa poção na aula de hoje. — foi possível ouvir reclamações e resmungos por toda sala — Porém... — disse um pouco mais alto para que todos pudesse ouvir através dos protestos e logo toda sala se aquietou — Vamos aprender uma mais simples, porém um tanto quanto complexa e quem conseguir prepara-la corretamente e antes te todo mundo ganhará esse frasquinho, para usar como quiser. A poção é a Essência de Ditamno, que podem encontrar na página duzentos e cinquenta do livro, boa sorte.

Naquele momento todo mundo começou a procurar a página o mais rápido possível para realizar a poção, e como era de se esperar Rose Weasley estava mais do que confiante, e embora nunca tivesse feito tal poção ela sabia que era realmente muito boa na matéria e aquele vidrinho de Felix Felicis já era seu.

O que ela não esperava era que Scorpius já vira seu pai, Draco Malfoy, que trabalhava em St. Mungo’s, que já poderia fazer aquela poção de olhos fechados. Mas como ele teria que ser o primeiro a terminar para ganhar a poção, ele resolveu que apenas agir com agilidade já seria o suficiente e foi exatamente o que ele fez, Rose Weasley não teve nem chance.

Em menos de vinte minutos Scorpius já havia acabado de fazer a poção, colocara em um pequeno frasco e fora até a mesa do professor levar a amostra.

— Aqui está senhor Smith. — disse entregando o frasco.

— Ora, ora senhor Malfoy, quanta rapidez. — soltou surpreso.

— Meu pai vive preparando essa poção, sei fazê-la até de olhos fechados se brincar. — deu de ombros convencido.

— Então vamos ver se está realmente de acordo. — ele então testou a poção e estava mais do que ótima.

Ele se levantou e foi até onde todos poderiam vê-lo, ergueu o frasquinho da poção do Scorpius em uma mão e a Felix Felicis na outra, e disse:

— Bem, temos aqui o ganhador da nossa querida Sorte Líquida. — sorriu contente — O senhor Malfoy realizou a poção com extrema eficácia e terminou antes que todos, por isso ele ganhará o seu premio. — e entregou a ele o pequeno frasco de conteúdo da cor de ouro líquido. — E dez pontos para a Sonserina.

Scorpius não poderia deixar de olhar para Rose e dar o seu melhor sorriso, enquanto ela parecia que iria soltar fogo pelas ventas de tão irritada que parecia estar.

— Se. Ferrou. — sussurrou Dominique em seu ouvido.

— Foi sorte. — deu de ombros voltando-se para o seu caldeirão.

— Não estou me referindo a isso, ruiva. — riu ao notar o quanto a amiga estava irritada.

— Está se referindo a que então, Dominique? — revirou os olhos sem paciência.

— Hello! Scorpius está com um frasco de Sorte Líquida.

— Não me diga! — soltou sarcástica.

— Já foi mais esperta, prima. — comentou — Ele quer mostrar que você está errada quanto a ele não ser bom o bastante pra você, e com sorte líquida... — ela foi interrompida pelo sinal indicando o final da aula.

— Nem isso vai funcionar, não se preocupe. — respondeu antes de sair da sala.

Ela estava um tanto furiosa quando virou o corredor que levava o salão de entrada, e quase xingou Lysander por segurar seu braço impedindo-a de continuar achando que fosse o Malfoy, mas quando percebeu ser ele suspirou aliviada.

— Nossa, que cara é essa? — indagou Lysander soltando-a.

— Me desculpe, achei que fosse outra pessoa. — riu sem graça colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Aposto que sem quem achou que fosse. — comentou — Até eu ficaria com essa cara. — disse para descontrair e funcionou porque a fez rir.

— Estava pensando, amanhã tem o passeio para Hogsmeade e meu irmão está me enchendo a paciência querendo que eu vá com ele e Roxanne, mas não quero segurar vela e... Bem, você gostaria de ir comigo?

— Como um encontro? — indagou arqueando a sobrancelha e sorrindo um pouco.

— Não! — respondeu um tanto rápido demais — Quero dizer, pode ser... Se quiser.

— Tudo bem, eu vou, mas não vai ser um encontro. — avisou e continuou pelo seu caminho até a biblioteca, onde ela iria devolver seu livro que ficara até tarde da noite para terminar.

Ela começou a pensar na ideia dela e de Lysander juntos, e embora ela achasse ele uma ótima pessoa não conseguia se imaginar namorando com ele, porém um passeio junto com ele, seu irmão e Roxanne, sua prima, não faria mal algum. No entanto, por via das dúvidas ela resolvera deixar bem claro que aquilo não seria um encontro.

Assim que chegou na biblioteca foi devolver o livro para a bibliotecária e, quando viu que teria um tempinho a mais antes da próxima aula resolveu procurar outro livro para pegar, mas como sempre tinha alguém para atrapalha-la, dessa vez não foi diferente.

— Olá Weasley! — Scorpius apareceu do nada.

— Malfoy, não sabia que tinha consciência que no castelo havia uma biblioteca. — debochou.

— Não sabia, estava apenas te seguindo. — deu de ombros sem se deixar abalar — Queria te mostrar algo. — falou colocando a mão no bolso.

— Se for para se gabar da Felix Felicis... — começou já irritada, mas foi interrompida quando viu que o que ele havia tirado do bolso era uma pulseira que sua mãe lhe dera, por extinto procurou por ela no pulso esquerdo, mas não a encontrou — Minha pulseira! Onde encontrou? — perguntou um pouco arrependida de ter achado que ele a seguira apenas para se gabar.

— Deixou cair quando saiu da sala de poções nervosa por não ter conseguido ganhar a minha querida sorte líquida. — sorriu vencedor e todo o arrependimento de Rose se evaporou.

— Sinceramente não sei para que iria querer sorte líquida, já você por outro lado... Aposto que sei exatamente para o que vai usar.

— Aposto que não sabe. — sorriu malicioso — Não preciso de sorte para mostrar que você está errada sobre o que pensa de mim, por isso vim até aqui te oferecer a sorte líquida, porque vai precisar de muita para resistir a mim.

Rose não esperava por aquela resposta, mas como sempre não se deixou abalar, e respondeu imediatamente.

— Não, resistir a você é como resistir a provar meleca de Trasgo. — sorriu superior — Mas poderia oferecer para alguém que realmente precise dela.

Sem dizer mais nada ela deixou-o falando sozinho e voltou para o corredor, encontrando com seu primo e melhor amigo Alvo.

— Rose!

— Alvo, preciso mesmo falar com você, mas agora estou atrasada para a minha aula, te encontro depois do último período no jardim perto do lago.

— Tudo bem.

— E não conte para o Malfoy sobre isso. — acrescentou irritada.