PRÓLOGO

Letras e mais letras. Era apenas isso que os olhos esverdeados de Rose Weasley enxergavam nas últimas duas horas, ela até parecia estar em transe. Respirava ritmadamente, e os únicos movimentos que fazia, a não ser os olhos que iam de um lado para o outro tão rápido que mais parecia um borrão, era o movimento de virar a página, uma após outra.

O salão da Grifinória estava vazio, todos já haviam ido dormir, a não ser pela ruiva extremamente concentrada e uma garotinha, que tentava a todo custo terminar sua redação de História de Magia que deixara para fazer em cima da hora, mais uma vez. O fogo tremeluzia na lareira deixando a sala com um calor e clima agradável.

— Acabei! — comemorou fechando o grosso livro e pulando da poltrona em que estava, no salão comunal da Grifinória. — Ai! Minhas costas!

Ela precisou fazer um alongamento rápido para que a rigidez de suas juntas melhorasse, ergueu seus braços no alto de sua cabeça e segurando as mãos se moveu para um lado e para o outro, depois colocou as mãos na base das costas e inclinou-se primeiro para trás e depois para frente, colocando as mãos nos joelhos.

— Cheguei na hora certa. — ela ouviu uma voz maliciosa por natureza dizer atrás dela. — Sabe que não pode ficar desse jeito, não é Weasley? Garotos entram e saem por aqui a todo o momento.

— O que faz aqui Malfoy? — indagou como se não tivesse ouvido o que ele dissera. — Não me lembro de você ter mudado para a Grifinória.

— E não mudei, apenas vim até aqui para... Para ver você. — sorriu de lado.

— Então já viu, pode ir embora. — retrucou indicando a porta. — Não devia estar aqui, muito menos a essa hora da noite.

— Que isso Weasley, não se faça de difícil. — sussurrou aproximando-se dela. — Sabe que nenhuma garota resiste muito tempo ao meu charme.

Ela começou a gargalhar na cara dele, fazendo-o desmanchar o sorriso presunçoso e fazer uma cara de confuso.

— Fala sério, Malfoy! — riu mais ainda — Acha mesmo que eu vou cair nessa? Nunca vai conseguir me fazer cair aos seus “encantos”. — fez aspas no ar.

— Ah é? E posso saber o por quê? — indagou sorrindo.

— Porque você não é bom o bastante para mim.