Um peso, duas medidas escrita por Miaka


Capítulo 20
Amor Sem Medidas


Notas iniciais do capítulo

Chegamos à conclusão, pessoal! E eu gostaria muito que vocês lessem as notas finais! É muito importante para mim!! ♥



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Música alta, fartura em comida e bebida, alegria e gargalhadas marcavam aquela noite que era única não só para o rei Sinbad e seu conselheiro, Ja’far, mas para todo o povo de Sindria.

Esse último estava aflito, andando de um lado para o outro em seus aposentos, de onde podia, pelas janelas, ver toda a agitação que acontecia. Por que estava tão nervoso? Parecia uma mocinha prestes a se casar… Bem, era quase isso.

Parou aquela caminhada para encarar a si mesmo no longo espelho vertical, juntando as mãos na altura do peito, o qual descia e subia rapidamente.

Estranhava-se não se ver vestindo seu típico uniforme de tons pasteis. Ao invés dele, longas e esvoaçantes vestes brancas, as quais lembravam as de seu rei, o cobriam. Alguns poucos detalhes em verde nas barras das longas mangas sobressaiam em meio à tamanha alvura.

Precisava se acalmar. Sentia que teria um ataque se continuasse daquele jeito, mas o que Sinbad queria dizer com aquilo de que não poderia ver Ja’far até a hora da cerimônia? Se pudesse ir ao pátio principal do palácio, onde estava ocorrendo a festa, certamente estaria mais calmo, se distraindo.

— Ja’far-san? - duas batidas à porta acompanhavam a voz feminina.

— P-pode entrar.

Ja’far se voltou em direção à porta para encontrar Yamuraiha e Pisti. Ambas tinham um largo sorriso em seu rosto. A baixinha trazia consigo duas caixas forradas em vermelho.

— Ansioso?

— Mais do que nunca na minha vida. - ele respondeu, sentando-se ao pé da cama e suspirando.

— Já está quase na hora! - a maga sorriu, nitidamente empolgada, para Pisti.

— Não sei porque não posso ir aproveitar a festa enquanto isso! - Ja’far reclamou, cruzando os braços.

— Ora, Ja’far-san. - a loira se aproximou, deixando as duas caixas sobre a cama. - dá falta de sorte ver a noiva antes do casamento!

— Isso é uma grande besteira… - o alvo cruzou os braços ao cerrar os olhos. Aquela tensão estava lhe cansando.

— Viemos trazer um presente!

— Presente? - ele piscou.

— Sim. - Yamuraiha assentiu.

Pisti, então, abriu uma das caixas enquanto que a maga abria a outra.

Os olhos do conselheiro se arregalaram ao ver o belíssimo longo véu de renda branco, adornado com pérolas em seu topo em uma delas.

— Achamos que as pérolas vão combinar com o cabelo do Ja’far-san. - a loirinha afagou uma mecha do cabelo do rapaz.

— Mas…

Ele estava sem palavras. Ainda mais ao fitar a segunda caixa e encontrar ali um belíssimo buquê. Tantas flores das espécies mais exóticas de Sindria. Um laço púrpura e um laço verde as amarravam junto ao fino tecido que cobria metade do caule daquele arranjo.

— É um presente de todos nós para você, Ja’far-san! Os outros não vieram para a majestade não notar. - Pisti riu.

— Na verdade a maioria não veio porque já está enchendo a cara! - Yamuraiha fez birra.

 A maioria, ou só o Sharrkan-san, e isso te incomoda? - a loira provocou com um sorriso.

 Foi só então que notaram Ja’far ainda estático, as lágrimas escorrendo pelo rosto alvo.

— Ja’far-san! - as duas exclamaram em uníssono. - Não está como gosta?

— Eu… eu adorei! Que droga, estou chorando… Não… não precisavam ter se preocupado. - ele tentava sorrir em meio às lágrimas que secava.

— Nem pense em chorar agora! - Yamuraiha puxou um lenço da manga de suas vestes. - Nada de ficar com o rosto inchado antes da hora!

— M-muito obrigado! Não sei como agradecer!

— Não tem que agradecer nada! - a baixinha subiu na cama com o véu em mãos, dando a volta no conselheiro. - Vamos é deixar você lindo para o Sinbad-sama!

—------xxxxx-------

No pátio do palácio, Sinbad estranhava a demora de Ja’far. Já havia passado meia-hora desde o combinado para que ele viesse. Vestido da mesma forma que seu conselheiro, exceto os detalhes de sua roupa não serem esverdeados e sim púrpura, ele tratou de pegar uma taça que lhe era oferecida por uma serviçal numa bandeja. Mas assim que o fez, uma mão larga lhe tirou aquele copo.

— Nada de beber antes da cerimônia.

— Hina? - Sinbad piscou.

— Está tão nervoso. - o robusto homem sorriu. - Nem parece você!

— Tsc, está imaginando coisas! - ele tentou parecer confiante. - Estou normal, como sempre.

— Ahan. - Hinahoho assentiu, nitidamente descrente na suposta convicção de seu rei.

— Onde está a Pipirika? Ela não estava tomando conta do Badr?

— Ela está. - Hinahoho respondeu. - É, Sinbad, você agora é marido e pai finalm...

— Sinbad-ojiisan?

 A voz infantil interrompeu a conversa descontraída entre general e rei. O moreno piscou antes de olhar para baixo e encontrar o menino que o cumprimentava. Abriu um largo sorriso ao se deparar com o magi.

— Aladdin-kun! Que bom que veio! - Sinbad abriu um largo sorriso. - Pensava que, pela hora, tiveram algum imprevisto e não…

— Eu não deixaria de comparecer ao casamento do Sinbad-ojiisan e do Ja’far-oniisan. - o garoto afirmou. - Parece bem nervoso! - ele riu.

— Quê?! - Sinbad arqueou uma sobrancelha. - Eu não estou nervoso! De onde tiraram isso!

 Hinahoho e Aladdin trocaram olhares e caíram na gargalhada. Sinbad corou. Não queria assumir o quão ansioso estava por aquele momento. Não podia negar que sentia um certo receio ao se lembrar de seu último matrimônio, mas… Daria tudo certo daquela vez, não? - pensava consigo mesmo.

— Aladdin-kun, e o Hakuryuu-kun? Não veio com você?

 E subitamente, para a surpresa de Sinbad, o sorriso nos lábios do pequeno magi esmaeceu. Deu lugar a uma expressão preocupada. Os olhos azuis pareciam perdidos.

— Algum problema? Quer dizer… Sobre a irmã dele, creio que…

— Não, o Hakuryuu-oniisan está bem e ele veio comigo. - ele tentava disfarçar aquela longa pausa que parecia ter atiçado a curiosidade de Sinbad.

— Que bom! - Sinbad sorriu aliviado. - Com certeza Ja’far vai ficar muito feliz! Sabe que… ele sente muita culpa em relação ao que aconteceu com… a Hakuei-sama.

— S-Sim… Mas… o Hakuryuu-oniisan não guarda mágoa alguma do Ja’far-san. Ele está muito bem, inclusive...

 Aquelas reticências ao final de cada frase do magi desde que haviam tocado no nome do quarto imperador de Kou estavam incomodando Sinbad. O que havia de errado? Será que devia questioná-lo?

 Mas Aladdin, inquieto como estava, ponderava. Será que o mais prudente não seria alertar o rei de Sindria? Será que…

— Sinbad-ojiisan, eu preciso...

 Não houve tempo para Aladdin completar. A música subitamente foi interrompida e todos ali só tinham olhos para aquele que descia as escadas da entrada principal do palácio.

 Os dourados refletiam aquela beleza sem par daquele que corou ao se ver alvo de tantos olhares. Boquiaberto, Sinbad caminhou até aquele que trazia o buquê em suas mãos e cujo longo véu era segurado por Pisti, do topo daquela escadaria que era forrada por um tapete vermelho.

 Verdes e dourados se encontraram e, em silêncio, ficaram a se encarar por um tempo que pareceu a eternidade. Alguns poucos fios esbranquiçados caíam sobre a fronte do alvo, cujo olhar tremia ao ser encarado de uma forma tão única por Sinbad. Seu rei permanecia sem palavras, sem conseguir expressar o que estava sentindo naquele momento.

— S-Sin? - Ja’far gaguejou, o rubor em seu rosto aumentando.

 Parecendo ter saído de um transe, Sinbad piscou, abrindo um sorriso enquanto rapidamente tomou a mão de seu conselheiro - melhor, sua futura rainha.

— Meu amor… - os dedos rapidamente se entrelaçaram. - está tão… lindo!

 Ao ouvir aquele elogio que era carregado de sinceridade, Ja’far desviou o olhar para encontrar os inúmeros que admiravam o casal. Não tinha como ficar mais constrangido.

— Acho que estão todos esperando…

 Sinbad rapidamente se ajoelhou, assustando Ja’far. Tão rápido assim? - ele questionou quando o moreno tirou de um bolso interno de suas vestes uma caixinha, a qual abriu para exibir duas alianças incrustadas com esmeraldas e ametistas. O ouro reluzia junto das pedras preciosas quando o rei de Sindria retirou uma delas, ainda segurando a mão de seu amado conselheiro, erguendo o rosto para encará-lo.

— Ja’far, aceita ser meu único amor, o dono do meu coração, a rainha de Sindria?

 Seus lábios tremeram. As palavras se perdiam.

 Os olhos arregalados tentavam gravar para sempre aquela cena.

 O espanto deu espaço a um doce sorriso. Talvez o mais doce e aberto que Sinbad já tinha visto Ja’far esboçar.

— É claro que sim!

 E tão nervoso que estava, Sinbad se sentiu aliviado ao receber uma resposta positiva. Trêmulo, quase não conseguiu acertar o anelar esquerdo de seu conselheiro que tremia da mesma forma.

 Assim que conseguiu efetuar aquela árdua missão de depositar aquela aliança no dedo de Ja’far, Sinbad beijou delicadamente as costas de sua mão.

 Aplausos e alguns assovios vindo dos generais em meio à multidão foram ouvidos enquanto seu rei se levantava e Ja’far se preparava para se ajoelhar como Sinbad havia feito.

— Não! - Sinbad o impediu ao lhe segurar firmemente pelos ombros. - Minha rainha jamais vai se curvar diante de mim. - ele sussurrou. - Sou eu que devo me curvar a você.

— S-Sin...

As mãos de seu, agora marido, deslizaram de seus ombros até suas mãos para segurá-las e então, emocionado, Ja’far retirou aquela aliança da caixinha.

— S-Sin… - ele gaguejou, reunindo forças para encará-lo. - A… Aceita ser meu rei para sempre e… meu único amor? - sua voz mal conseguia sair.

— Para todo sempre, Ja’far…

 Aquele olhar o desarmava completamente.

 Enquanto depositava a aliança no dedo de seu rei, sentiu o véu que cobria seu rosto ser tirado pela mão livre de Sinbad. Ele já sabia o que estava por vir e aquilo, obviamente, era ansiado por todos.

 Viu o moreno se aproximar e cerrou os olhos para sentir os lábios serem tomados completamente. As mãos largas de seu homem seguravam firmemente sua cintura.

 Havia tanto barulho em volta, tanta comemoração, mas Ja’far não conseguia ouvir nada. Chegava a se questionar se aquilo que estava vivendo não era um sonho. Embriagado pelo beijo doce de seu rei, pedia para que, se aquilo realmente fosse um sonho, que jamais acordasse.

 

—------xxxxx-------

 A festa se seguiu animada noite adentro. Ninguém havia visto naquela ilha uma festa tão animada quanto a do casamento do rei Sinbad e de seu conselheiro Ja’far. Não havia melhor forma de comemorar a alegria dos dois que não fosse com mais alegria.

— Ja’far-san, não vai jogar o buquê? - Sharrkan perguntou enquanto batia uma taça na mesa a qual estava sentado. - Essa bruxa velha está indócil esperando para ver se consegue desenc…

— Cala a boca! - Yamuraiha exclamou, não hesitando em dar um cascudo na cabeça do moreno.

— Aaaai! Só quis te ajudar! - ele gemeu.

 Os outros só puderam rir enquanto Ja’far apenas girou o buquê nas mãos e o jogou para o alto.

— AH!!!!

 A maga se assustou com a súbita atitude do conselheiro, correndo na direção em que havia caído o buquê, junto de Pisti e algumas outras mulheres que se amontoaram completamente desesperadas.

 Mas uma mão se sobressaiu à multidão de mulheres. Mão que pertencia à alguém que não fizera o menor esforço para capturar o tão desejado buquê.

 E assim que as moças se dispersaram, nitidamente decepcionadas, todos puderam ver quem havia sido a felizarda que havia sido presenteada. Na verdade… o felizardo.

 Masrur estendeu o buquê para Yamuraiha, que cruzou os braços, emburrada.

— Não queria o buquê? - o fanalis perguntou.

— Assim não vale, Masrur! - a maga ralhou. - Para que eu me casassse, EU que devia ter pego, e não você assim!

— HAHAHAHA! - a gargalhada de Sharrkan ecoou. - Até parece que o Masrur vai ser o próximo a se casar! Pega logo, bruxa! É claro que do jeito que nosso Masrur é, ele vai viver para sempre debaixo da barra da saia do Ja’far-san e não vai se casar!

— Se você diz… - o ruivo suspirou completamente indiferente ao comentário do rapaz.

— Não importa com quem fique o buquê, vai ficar dentro do palácio mesmo. - Ja’far riu.

— Ja’far-dono?

 Aquela voz lhe surpreendeu. Pensava que ele não tinha vindo…

 Virou-se para trás e abriu um largo sorriso ao ver Ren Hakuryuu. O imperador de Kou se curvava de forma respeitosa, mesmo atrapalhado pelas pomposas vestes, como sempre fizera, mesmo após se tornar o governante daquele grandioso país. Ja’far rapidamente se levantou e o cumprimentou da mesma forma.

— Hakuryuu-kun! - ele chamou da forma carinhosa que já era costume. - Que honra tê-lo aqui! Pensei que não teria tempo de…

— Eu jamais deixaria de vir, afinal… é um dia muito especial para o Ja’far-dono.

 Os olhos azuis refletiam as contas que pendiam do alto da belíssima coroa, fazendo uma cortina de pedras preciosas que escondia parcialmente o rosto do jovem imperador.

— Eu… fico muito feliz. - Ja’far sorriu abertamente. - Tive… muito receio de que tivesse mágoa sobre o que aconteceu com… Hakuei-sama.

— Claro que não, Ja’far-dono. Como posso ter mágoa se pôs fim à vida daquela mulher asquerosa que era minha mãe?

 Aquelas palavras, de certa forma, assustaram Ja’far. Por mais que soubesse do ódio gerado pela grande dor que Hakuryuu sofrera, ao vê-lo falar assim de sua própria mãe, com uma expressão tão cruel, sentia calafrios.

— N-não importa mais! O que importa é que resolvemos tudo e estamos felizes agora, não?

— Claro… - um estranho sorriso emoldurava os lábios do moreno. - Meus parabéns por ser a nova rainha de Sindria, Ja’far-sa… digo, Ja’far-dono.

 Ja’far piscou. Era tão estranho ver Hakuryuu mudando um honorífico, sendo ele adepto do tão formal "dono" em qualquer ocasião…

— Bem, estou voltando para Kou. A visita foi bem rápida, mas eu realmente não poderia deixar de vir neste dia tão especial para… pessoas tão queridas!

— Eu agradeço muito por ter vindo, Hakuryuu-kun! - Ja’far voltou a se curvar.

 Hakuryuu fez o mesmo, cumprimentando o conselheiro daquele país, antes de dar meia-volta e se afastar não só dele, mas daquele grupo que o cercava.

 Enquanto os demais seguiam conversando, os olhos atentos do pequeno magi observavam com tristeza a despedida daquele que agora era seu rei. Ou costumava ser...

 Aquele sorriso ainda não havia saído de seus lábios quando se viu longe o bastante para encarar, por cima do ombro, aquele iluminado e festivo palácio. Ia em direção a embarcação que, de pronto, o esperava.

 De dentro da larga manga de suas vestes, tirou uma corrente prateada, aquela mesma que Ja’far tanto procurara, entrelaçando-a em seus dedos e admirando o rubi que era pendurado por ela. Os olhos azuis reluziam o vermelho no rosto agora levemente iluminado pelo luar.

— Espero que aproveite bem a sua breve felicidade, Ja’far…

 E quem ouvisse aquela voz melodiosa, dificilmente reconheceria ela como sendo do quarto imperador, cujo leve riso se transformou em uma estridente gargalhada. A sombra ao chão não era condizente com a figura do jovem, mas com um monstro bem familiar, cujos olhos pareciam sangrar...

 Arremessou aquela bela jóia ao chão e usou da ponta do pé para pisoteá-la completamente, o suficiente para arrebentá-la e deixá-la soterrada pela terra batida.

— Adeus!

—------xxxxx-------

 As portas duplas dos aposentos reais foram abruptamente abertas.

 Sinbad já havia se segurado o bastante - não, ele havia se segurado além disso.

 Adentrou o lugar agarrando o mais baixo, os lábios escapando pelo rosto e chupando a curva do pescoço de Ja’far, que era facilmente carregado pela cintura por seu rei. Gemia sem hesitar, tentando se desvencilhar um pouco, pelo menos até chegarem à cama. Mas Sinbad parecia ter perdido a razão completamente. Parecia um animal feroz que só agia por puro instinto quando arremessou seu conselheiro àquela leito.

 A cama que havia sido cuidadosamente forrada com os mais luxuosos lençois de seda vermelha e bordados em fios de ouro, foi completamente bagunçada ao receber o corpo de Ja’far que foi violentamente jogado ali.

 Ainda desorientado, ele não teve tempo de se endireitar, já vendo seu rei tirar a parte superior de suas vestes e expondo aquele peitoral definido. As esmeraldas cresceram e, inconscientemente, ele se afastou, aproximando-se da cabeceira da cama.

— Acha que vai fugir de mim? - Sinbad lambeu o lábio superior.

— Ha… - Ja’far riu. - É melhor você fugir de mim. - ele desafiou.

— Aaaaah, então está me provocando, é? - o moreno questionou ao se ajoelhar na cama, engatinhando até o alvo.

— Espero que seja capaz de me satisfazer depois de tanto tempo! - ele riu de forma provocativa.

— Pense bem no que está pedindo!

 E, sem pestanejar, Sinbad puxou uma das pernas do alvo, que acabou deslizando pelos lençois, sendo obrigado a se deitar e, ao mesmo tempo, sentindo suas vestes serem completamente arrancadas. Ele estava realmente levando a sério, não sendo nem um pouco delicado e investindo com tudo para cima de Ja’far.

 Enquanto puxava e acabava rasgando as peças de roupa de seu conselheiro, Sinbad aproveitava para beijar e lamber cada parte que ia sendo descoberta do corpo de seu amado. Ja’far cerrava os olhos ao sentir a língua que deslizava suavemente por sua pele até se ver completamente despido e sentir a mão firme do moreno agarrar seu membro.

— S-Si…

— Shh!

 Foi calado com um beijo, impossibilitado de completar o nome de seu rei que massageava aquela região a ponto de fazer Ja’far revirar os olhos. Estava completamente excitado e a umidade que começava a escorrer pela mão de seu rei condenava aquilo. E como Sinbad se deliciava ao ver aquele rosto exprimindo o mais puro prazer.

 Tudo parecia sob controle de seu soberano quando o alvo subitamente o empurrou. O moreno foi afastado rapidamente, já que estava desprevinido e Ja’far havia investido bastante força naquilo. O que havia acontecido? Não o queria mais?

 Ja’far, por sua vez, atacou Sinbad como uma fera indomada. Os olhos verdes arregalados enquanto puxava e arrancava o que sobrava das vestes alvas de seu rei até chegar naquele lugar. Tudo para encontrar aquele membro que envergava tamanha excitação e, ficando de quatro, abocanhá-lo completamente.

 Sin gemeu ao sentir aqueles lábios aveludados degustando daquela região tão sensível. A mão que usava para se apoiar sentado àquela cama se fechou, agarrando-se aos lençois, tentando segurar ao máximo aquele prazer. Precisava dar tudo de si a Ja’far naquela noite, não podia decepcioná-lo, ainda mais o vendo tão sedento.

 Ja’far o sugava de forma feroz. A lingua deslizava da ponta até a base, saboreando daquele líquido delicioso enquanto sentia o afago carinhoso de seu rei em seus cabelos que eram, sutilmente, puxados a cada nova onda de prazer que seu conselheiro o proporcionava.

 Não havia mais como se segurar. Não mais.

 Foi a vez de Sinbad tirar Ja’far praticamente à força dali e deitá-lo de volta à cama com a mesma agressividade que fizera da primeira vez. O alvo sorria ao lamber os lábios, recuperando o que havia escorrido por eles, não querendo desperdiçar uma gota sequer daquele néctar.

 E, por si próprio, o menor se virou de bruços, os dedos se fechando aos lençóis como se estivesse pronto para o que viesse - e ele sabia muito bem o que era. Só não esperava aquele súbito puxão por sua cintura, o que o fez ficar de joelhos.

 Sentiu então o corpo maior envolver o seu. Sinbad o abraçou pelas costas e Ja’far pôde sentir aquele enorme membro lhe rasgar, invadindo-lhe por completo. Deixava escapar alguns gemidos que misturavam dor e prazer. As mãos de seu rei cobriam as duas e seus dedos entrelaçaram, como se ele quisesse lhe transmitir força para aquilo.

 Os corpos, de tão suados, gelavam um ao outro naquele contato único.

 Assim que se ajustaram, seu rei começou a se mover lentamente sem deixar de acariciar aquele corpo tão bem feito daquele que pertencia apenas a ele agora. Aquilo excitava mais e mais Ja’far, que arfava sem parar e se segurava para não sair do lugar a cada forte investida de Sinbad. O ritmo ia aumentando e, consigo, a velocidade.

— Eu te amo, Ja’far! - Sinbad ofegava.

— Eu… eu também, Sin!

 Não demorou muito para que ambos gemessem em uníssono quando Ja’far sentiu aquele líquido quente lhe invadir, ao mesmo tempo em que sentiu seu corpo ser encharcado pelo seu próprio também.

 O rei desabou para a lateral da cama ao mesmo tempo em que seu conselheiro finalmente permitiu que suas pernas cedessem ao cansaço. Ofegantes, ambos encararam o teto daqueles aposentos. Fazia tanto tempo que não se entregavam assim um ao outro…

— Sin… - Ja’far chamou, entre arfadas.

— Diz… - o rei cerrou os olhos.

— Precisamos reformar o rebaixamento do tet…

— Shhh!

O rei se virou lateralmente para encarar Ja’far. Apoiando a cabeça em uma mão, sorriu para seu conselheiro.

— Não precisamos fazer nada. Pode não pensar em trabalho hoje?

— Me… me desculpe… - o alvo sorriu, virando apenas a cabeça para encará-lo.

— Mas agora que você disse… - Sinbad encarou o teto. - realmente, parece que voltamos a ter infiltrações. Bem, você pode cuidar disso depois. Podem aproveitar nossa lua-de-mel e reformar tudo do jeito que você gosta, afinal, esse quarto também é seu agora!

— Lua-de-mel? E nossas reuniões da semana, se esqueceu? -  Ja’far sorriu encarando aqueles olhos dourados.

— A única reunião que tenho durante essa semana e pelo próximo mês é com minha rainha. - Sinbad o puxou para perto, abraçando as costas de seu amado.

— Além disso, temos que cuidar do Badr… - foi quando a realidade subitamente atingiu Ja’far, que arregalou os olhos. - ONDE ELE ESTÁ, ALIÁS?!

— Caaaaalma… - Sinbad riu, beijando o topo da cabeça do alvo. - A Pipirika está cuidando dele e todos os generais disseram que vão revezar para cuidar dele enquanto estivermos fora, ok?

— Ele só pára de chorar quando eu o seguro…

— Ok, mamãe. Ok… - Sinbad suspirou. - Mas durante esse mês, eu não quero ver a mamãe aqui, nem meu melhor funcionário de todo o país e sim minha rainha, ok? Vamos passar um mês viajando, nos dedicando apenas um ao outro. - o moreno cerrou os olhos.

Ja’far suspirou. Vendo-se sem saída a não ser acatar as ideias de Sinbad, como de costume, ele só podia aceitar o que estava lhe sendo proposto, ou melhor, imposto. Mas não era maravilhoso estar com aquele homem tão surpreendente que lhe encantava com sua forma simples de viver?

— E para onde vamos, Sin?

— Não importa… Vamos pegar um barco e sair por aí viajando sem rumo… - Sinbad fechou os olhos, aproximando mais o corpo menor para abraçá-lo melhor junto ao seu. - Ao seu lado eu posso ir a qualquer lugar...

 Virou-se de frente para ele e o encarou. Havia adormecido?

 Deslizou os dedos pelo rosto masculino, afastando algumas bagunçadas mechas púrpura que o cobriam e o contemplou. Mais do que seu amado, contemplou a si mesmo naquele lugar que não mais era um passatempo e sim, o lugar ao qual ele pertencia.

Quando imaginaria que se casaria com aquele que tanto amava?

Que Sinbad seria capaz de se despir de qualquer orgulho, temor ou preconceito apenas para tê-lo ali, ao seu lado?

E quantas vezes não havia, injustamente, pensado que seu amor pesava muito mais do que o daquele homem que havia arriscado jogar toda sua riqueza e posição fora por alguém como ele?

Talvez Ja’far finalmente havia percebido que qualquer forma de medida para o amor era algo injusto e tolo, já que um sentimento de tamanha grandeza é, inexoravelmente, imensurável.

 


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Notas finais do capítulo

Então, pessoal! Eu nem sei o que dizer!

Chegamos à conclusão dessa fic que eu simplesmente AMEI escrever! E amei principalmente por ver todos que acompanhavam se animando e curtindo a história! Isso me deu uma força incrível e praticamente moldou uma fic onde eu só tinha uma ideia inicial!

Sinceramente, é a primeira long que termino com tanto PRAZER! Eu quero agradecer IMENSAMENTE a todos que leram, mandaram reviews, eu não tenho palavras para definir o quão grata sou! Foram 6 meses postando semanalmente e eu espero, do fundo do meu coração, que tenha valido a pena e que vocês tenham curtido MUITO, tanto quanto eu curti escrever e ver vocês se divertindo!

Quero agradecer também ao meu marido, Jorge André, o meu Sinbad (hahaha) por ser quem sempre lia o capítulo primeiro e me ajudou muito com muitas dicas, críticas construtivas e toques na fic! Meu maior incentivador sempre! ♥

E a todos vocês que leram e se tornaram já amigos e me deram muita força, muitissimo obrigada e um até logo antes que eu chore aqui!

E até logo mesmo porque minha nova sinja está a caminho e conto com vocês mais uma vez!

Espero ter feito um bom trabalho! Um beijão a todos!!!!!



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